Jornalismo Independente
SEGUNDA CHAMADA
A vereadora de São Paulo Erika Hilton (PSOL) avalia que o ex-presidente Lula pode ser uma via da esquerda para combater o bolsonarismo. Nesta segunda-feira (8), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou as condenações do ex-presidente na 13ª Vara Federal de Curitiba. Com isso, Lula voltou a estar elegível e poderia se candidatar.
No Segunda Chamada, Erika Hilton afirmou esperar que a decisão faça a esquerda se unir e dialogar. Ela lembrou o desempenho de Lula na pesquisa divulgada pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria, que aponta que o ex-presidente é quem teria a maior chance de derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Nós não podemos aceitar qualquer tipo de programa. Sabemos que estamos numa terra arrasada, precisamos fazer um enfrentamento ao bolsonarismo, sabemos que a situação do país é grave, mas esperamos um programa qualificado e coeso. Esperamos que essa decisão do ministro Fachin coloque a esquerda para sentar e discutir seriamente quais serão os próximos rumos desse país. Não é tornar Lula um santo, é entender quais são os caminhos e entender que o ex-presidente nas pesquisas tem mostrado uma intenção de voto muito boa e que precisaremos ser estratégicos para unir as esquerdas e combater o bolsonarismo”, avalia a vereadora.
Hilton destacou que há ainda um sentimento de antipetismo na sociedade brasileira, mas avaliou que uma candidatura de Lula pode ser uma via para a esquerda derrotar Bolsonaro.
“Temos que consolidar essa esquerda. Acho que o ex-presidente Lula é sim um nome forte na esquerda hoje para ir de encontro a este bolsonarismo que nós temos, levando em conta esse antipetismo que temos forte em nossa sociedade. Se nós conseguirmos fazer um debate sério e profundo com a sociedade, se o ex-presidente Lula trouxer um programa qualificado que vá de encontro às necessidades do povo, nós talvez possamos ir pela via do ex-presidente Lula”, analisou.
Questionada sobre a possibilidade de uma frente ampla contra Bolsonaro, Erika afirmou que há uma descrença quanto aos grupos de centro para construir alianças.
“A esquerda representa em si o antibolsonarismo. Quando a gente fala em centro democrático, este centro foi conivente com toda essa catástrofe que nós estamos agora. Nós precisamos entender que a postura política do centro é a política de quem está ganhando, uma política de interesses. Como a gente vai contar com esse centro que o tempo inteiro fica nessa negociata?”
