Ciro Gomes será oficializado pré-candidato do PDT para afastar rumores de desistência

Depois de ter sido alvo da Polícia Federal e ter visto pressões em sua bancada, o ex-ministro Ciro Gomes será oficializado pré-candidato à presidência do PDT em 21 de janeiro. A informação foi revelada nesta terça-feira (21) pelo presidente do partido, Carlos Lupi, em entrevista ao Café do MyNews. O evento acontecerá na véspera do centenário de Leonel Brizola, patrono da legenda.

“Em 21 de janeiro, nós estamos fazendo encontro do diretório nacional, o órgão maior do partido, uma convenção nacional, quando vamos confirmar a pré-candidatura do Ciro. E no dia 22 de janeiro vamos ter um dia inteiro de homenagens que seria o centenário de Leonel Brizola.  Então não há dúvida: a candidatura do Ciro Gomes é com começo, meio e fim, é pra valer, nós vamos defender esse projeto na última instância”, afirmou.

Lupi revelou o encontro após ser questionado sobre pressões da bancada pedetista para que a candidatura à presidência seja revista. Os deputados federais questionam a demora de Ciro em ultrapassar os 10% de intenção de votos e temem que a empreitada acabe drenando recursos que poderiam ser destinados para as campanhas dos parlamentares.

“Nós queremos afirmar a candidatura do Ciro justamente para evitar essas fake news, esses instrumentos, uns muy amigos… Tem gente do PT alimentando isso, doida pra ver o Ciro longe da disputa. Então fiquem sentados, senão vocês vão se cansar”, sustentou. Lupi negou também que esse assunto tenha sido abordado na confraternização de final de ano da bancada.

Lupi foi questionado se, nesta data, o partido não poderia anunciar um vice, para dar mais musculatura à candidatura do cearense. Segundo ele, no entanto, essa composição só deve acontecer em maio ou em junho, próximo aos prazos legais para definição da chapa.

Ainda assim, afirma o presidente do PDT, tem conversado com diversos atores políticos, de olho nas eleições em 2022. Ele mencionou o pré-candidato ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), o vice-presidente do Aliança Brasil, ACM Neto, a ex-senadora Heloísa Helena (Rede-AL), o presidente do Cidadania, Roberto Freire e o presidente do PSD, Gilberto Kassab. “Ninguém decide qualquer processo eleitoral em composição, em apoio nesse momento. todos ficam aguardando o jogo político que vai ter”, declara.

Ainda assim, há um perfil ideal para composição com Ciro, na avaliação de Lupi: alguém de Minas Gerais ou de São Paulo, pelo peso eleitoral e pela representatividade dos dois estados. Não está descartada, também, a aliança com um representante do mercado. “O empresário com capital produtivo, os empresários que geram empregos, são bem vindos. A nossa luta, a nossa diferença, é que a gente não quer nenhuma aliança com o sistema financeiro”, disse.