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Disputa em SP é estopim da briga entre Bolsonaro e Valdemar

Bolsonaro quer Eduardo comandando a legenda no estado, mas Valdemar resiste. Este seria um dos motivos do adiamento da filiação do presidente ao PL

por Redação em 15/11/21 19:22

Dificuldade de entendimento sobre alianças estaduais e a repercussão nas redes sociais sobre a aproximação do presidente com o partido do Centrão estão entre os principais motivos do anúncio do adiamento da filiação de Jair Bolsonaro ao PL. O presidente teria brigado com Valdemar Costa Neto, após o cacique da legenda se negar a entregar o comando do diretório em São Paulo a Eduardo Bolsonaro. De acordo com o portal O Antagonista, o clima teria esquentado e os dois teriam trocado ofensas por mensagens de celular.

Segundo O Antagonista, a intensa troca de mensagens teria acabado com troca de ofensas de ambos os lados. Valdemar teria dito que Bolsonaro pode ser o presidente da República, mas que quem manda no PL é ele. 

O centro da discórdia é o comando do diretório do partido em São Paulo. Bolsonaro quer entregá-lo a seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e tinha o plano de lançar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao governo do estado. Valdemar, no entanto, já tem acordo com o vice-governador Rodrigo Garcia, candidato do governador João Doria. A família presidencial não admite o apoio ao desafeto dos Bolsonaros.

Valdemar assiste à cerimônia de Flávia Arruado ao lado de Bolsonaro
Valdemar Costa Neto assiste à cerimônia de posse da ministra Flávia Arruada ao lado de Bolsonaro. Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República

A briga pelas disputas locais é tão grande que na sexta-feira (12) Valdemar precisou soltar a nota garantindo a autonomia do presidente do diretório em Pernambuco, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, para montar as chapas locais. “As decisões tomadas pela direção da legenda em Pernambuco contam com pleno apoio da direção nacional do partido”, diz o documento assinado por Valdemar.

A reação de bolsonaristas nas redes sociais também está dificultando a concretização da aliança. De acordo com a jornalista Andreia Sadi, do G1, um monitoramento feito por aliados de Bolsonaro nas redes sociais mostra que Valdemar Costa Neto tem sua imagem ligada à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por causa do escândalo do mensalão. E o fato foi lembrado e criticado por bolsonaristas nas redes na semana passada, quando o partido resolveu anunciar a filiação do presidente para o dia 22.

Valdemar fala em “intensa troca de mensagens”

O anúncio do adiamento foi feito por nota oficial divulgada pelo partido. “O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, comunicou aos liberais que a cerimônia de filiação do presidente Bolsonaro ao PL não será realizada no próximo dia 22, conforme anunciado na última semana”, afirma o documento.

A legenda detalhou ainda que o comunicado havia sido feito após intensa troca de mensagens entre Bolsonaro e o cacique.

“No comunicado de 8 linhas, enviado na manhã deste dia 14 de novembro, o liberal esclareceu que a decisão resultou de uma ‘intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo, 14, com o Presidente Jair Bolsonaro’. Segundo o mesmo comunicado, a decisão foi tomada ‘de comum acordo’, entre Costa Neto e Bolsonaro. A direção nacional do PL esclarece que ainda estuda outras datas para a realização do evento, a ser anunciada oportunamente”, conclui a nota.

Valdemar anuncia em nota adiamento da filiação de Bolsonaro ao PL
Valdemar anuncia em nota adiamento da filiação de Bolsonaro ao PL. Foto: Reprodução/PL

Antes da divulgação da nota do PL,  o presidente Jair Bolsonaro, em viagem a Dubai para participar da Expo 2020, disse a jornalistas que “ainda há muito o que conversar” com o partido para cravar o “casamento” com a sigla. 

“É um casamento que precisa ser perfeito. Se não for 100%, que seja 99%. É essa a ideia. É isso que o povo espera de todos nós”, disse. “Eu acho difícil essa data de 22 de novembro. Estamos conversando de comum acordo que podemos atrasar esse casamento um pouco para que ele não comece sendo muito igual aos outros”, disse Bolsonaro. 

Uma das condições citadas pelo presidente para assinar a filiação ao PL é que o partido não apoie “alguém do PSDB” nas eleições de São Paulo, onde ele disse que ainda não tem candidato. “Sabemos da importância de termos duas bancadas na Câmara e no Senado. Mas também de fechar com governadores que possam ser diferentes de muitos que estão aí no momento”, disse Bolsonaro.

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