Vídeo mostra humorista satirizando a carta escrita pelo ex-presidente e divulgada por Bolsonaro. Conteúdo viralizou nas redes sociais
por Vitor Hugo Gonçalves em 17/09/21 10:30
Em um jantar com empresários, figuras políticas e profissionais de Direito e medicina, o humorista André Marinho foi flagrado fazendo uma imitação caricata do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), referente ao episódio em que o chefe do Executivo divulgou a “Carta à Nação” com o intuito de acalmar os ânimos entre os Três Poderes – Michel Temer (MDB), autor da nota, era um dos presentes.
A reunião, combinada pelo emedebista, aconteceu no apartamento do investidor e especulador financeiro libanês Naji Nahas, em São Paulo.
Dirigindo-se a Temer, o apresentador do programa ‘Pânico’ da rádio ‘Jovem Pan pergunta: “E essa cartinha que eu recebi, é tua?”. Rindo, o ex-presidente afirma positivamente com a cabeça. O humorista, então, continua: “Achei ela meio infantil, meio marica, eu estou achando que foi o Michelzinho que mandou para mim” – Michelzinho é o apelido do filho de 12 anos de Temer.
“Cadê a parte que eu combinei contigo de queimar o STF? Cadê a parte que eu combinei de roubar as perucas do [Luiz] Fux? Cadê a parte que eu combinei de botar o pau de arara na Praça dos Três Poderes e dar de chicote no lombo de Alexandre de Moraes? Assim não vai dar!”, ironizou o humorista.
Entre risadas e palmas, é possível identificar no vídeo a lista de presença, composta por: Paulo Marinho, empresário; Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD; Johnny Saad, presidente do Grupo Bandeirantes; Roberto D’Ávila, jornalista, apresentador e diretor da GloboNews; Antônio Carlos Pereira, editorialista do jornal O Estado de S.Paulo; Naji Nahas, empresário e investidor; Raul Cutait, cirurgião do hospital Sírio-Libanês; José Yunes, advogado e amigo pessoal de Temer; José Rogério Tucci, advogado – além dos já citados Michel Temer e André Marinho.
O registro foi feito por Elsinho Mouco, marqueteiro de Temer desde o período em que o político se tornou vice-presidente, que vem atuando energicamente na promoção da imagem de seu assessorado. O vídeo foi encaminhado para Paulo Marinho, que efetuou a divulgação generalizada do conteúdo – o empresário é um ex-aliado do governo Bolsonaro; a ruptura ocorreu após Marinho revelar que Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) contou a ele que teria recebido informações privilegiadas da Polícia Federal (PF) sobre o seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, no caso das “rachadinhas”.
Nas redes sociais, as críticas maiores são voltadas ao comportamento dos presentes e à caracterização das cenas. O grupo, formado inteiramente por homens brancos e ricos, reunidos para um suntuoso jantar, foi definido por diversos usuários como uma representação do Brasil colonial.
O “humor de salão”, envolto por risadas e privilégios, demonstra o conforto das alas responsáveis pelo denominado jogo político, uma vez que alguns dos participantes apoiaram a candidatura do atual presidente e outros atuam diretamente dentro da esfera de poder.
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