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Política

Sucessão na Câmara

Sobrevivência política de Bolsonaro depende da eleição na Câmara, diz cientista político

Para Fernando Abrucio, Bolsonaro não tem projeto de poder, mas de proteção própria

por Rodrigo Borges Delfim em 24/12/20 21:31

Com a escolha de Baleia Rossi (MDB-SP) como rival de Arthur Lira (PP-AL), definem-se os principais nomes que concorrem à presidência da Câmara dos Deputados. Uma disputa, que, na visão do cientista político Fernando Abrucio, deve ser ainda mais complicada e dura que o de costume.

“As eleições na Câmara historicamente são muito complicadas. Como dizia o Tancredo Neves, o voto secreto é um convite para a traição. Ali tem conversas e negociações até o último segundo”, comentou o cientista político durante o Almoço do MyNews desta quinta-feira (24).

Enquanto Rossi conta com apoio do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Lira é o candidato do presidente da República, Jair Bolsonaro. E Abrucio projeta que o atual ocupante do Palácio do Planalto deve colocar todo seu peso na disputa, inclusive com oferta de ministérios, para garantir apoio a um nome simpático a ele à frente da Câmara dos Deputados – algo que em geral não acontece hoje com Maia.

Abrucio lembra que cabe à Câmara dos Deputados a prerrogativa de iniciar um eventual processo de impeachment. E vê o atual presidente da República em busca não em busca de um projeto de poder, mas para proteção própria e de seu clã político.

“Dessa eleição depende a sobrevivência política do Bolsonaro e até mesmo a sobrevivência político-jurídica da família Bolsonaro”, aponta o cientista. “Se ele sai do poder hoje, ele é preso”, completa Abrucio.

O presidente Jair Bolsonaro, que parabenizou Joe Biden pela vitória na eleição nos EUA mais de um mês após o pleito
O presidente Jair Bolsonaro, que tem Arthur Lira como candidato à presidência da Câmara.
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Erro de Doria

O cientista também comentou o fato de o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ter decidido ir passar férias em Miami (EUA) poucos dias após anunciar medidas mais restritivas no Estado para frear o avanço da Covid-19. Segundo Abrucio, Doria cometeu um erro político que deve afetar ainda mais sua popularidade.

“É inexplicável. Não dá para nenhum governante brasileiro hoje viajar para Miami. Neste caso ele [Doria] cometeu um erro político que vai afetar sua imagem, mesmo que a vacina seja bem sucedida”.

Poucas horas depois de chegar a Miami, Doria decidiu retornar a São Paulo. Segundo ele, o motivo da volta foi o fato de o vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), ter sido diagnosticado com Covid-19.

O governador paulista vem antagonizando com Bolsonaro quanto ao tratamento dispensado em relação à pandemia. Essa disputa é considerada uma antecipação de uma possível disputa entre o tucano e o atual ocupante do Planalto na eleição presidencial de 2022.

Na última quarta (23), o governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram que a CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida em conjunto com o laboratório chinês Sinovac, tem eficácia e segurança suficientes para solicitação de uso emergencial. Contudo, a pedido do parceiro externo, adiou a divulgação dos resultados da fase 3 de testes.

Apesar do atraso na divulgação dos dados, o governo paulista mantém a data de 25 de janeiro como início do programa estadual de imunização com a CoronaVac.

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