Deysi Cioccari, cientista política e estudiosa dos discursos de Bolsonaro, diz que esta sempre foi a tônica dos discursos do presidente desde 1991, quando era deputado federal.
por da Redação em 24/07/22 20:35
O presidente Jair Bolsonaro manteve no discurso da Convenção Nacional do PL que oficializou sua candidatura à reeleição o mesmo inimigo de sempre: o comunismo. Desde 1991 é assim. O presidente manteve o discursos do deputado. Segundo Deysi Cioccari, cientista política e uma estudiosa dos discursos de Bolsonaro, todo final de março ele subia na tribuna da Câmara para repetir esse discurso. “Ele falava do comunismo como a grande ameaça e que os militares precisavam voltar ao poder”, diz ela. “Isso é uma constante nos discursos dele”, acrescenta.
Deysi leu todos os discursos de Bolsonaro desde que ele assumiu como deputado federal, em 1991. “Tem uma tônica que não muda”, diz. Sempre tem um inimigo, no caso o comunismo. “Outro ponto forte no discurso dele é Deus e as Forças Armadas”.
Dado que o presidente está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, Deysi diz que esperava uma mudança na tentativa de reeleição. “Pensei que ele fosse deixar de lado essa agressividade”, diz. Mas essa é uma constante do Bolsonaro, os ataques e agressividade.
Comunismo mantém-se como a grande ameaça. “Em pleno 2022, você pensa que ele vai acompanhar a sociedade e vai atualizar o discurso”. Mas, o presidente Bolsonaro não enxerga essas mudanças.
Quanto às mulheres, Deysi diz que ele cumpriu um script. “Presidente Bolsonaro segue falando para as mulheres evangélicas, que seguem seus maridos e são eleitoras da direita”, diz. Deysi não percebeu um discurso genuíno de empatia às causas femininas. Foi protocolar, segundo observa.
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