Também chamado de financiamento coletivo, o crowdfunding é uma modalidade de investimento que captou R$ 84,4 milhões em 2020 e beneficiou diversos setores da economia durante a pandemia
por Lohana Ribeiro em 26/08/21 11:18
É interessante observar quantas transformações vivemos no mercado financeiro no último ano. Enquanto a bolsa de valores brasileira atingia a marca de 3.229.318 mil novos entrantes em 2020, uma nova classe de ativos crescia em 43% no ano passado, o crowdfunding (financiamento coletivo).
Nesse mesmo período, enquanto os novos investidores da bolsa brasileira viviam o sobe e desce do mercado de ações, o crowdfunding captava R$ 84,4 milhões.
Essa modalidade de investimento já é muito comum nos Estados Unidos – sendo restrita a grandes investidores, porém passou a ser regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2017 – através da ICVM 588, e se tornou acessível a qualquer investidor brasileiro.
Estamos diante de um mercado em franca expansão, em especial, por ser lastreado na economia real, o que permite que os investidores possam proteger o seu patrimônio e, ao mesmo tempo, diversificar os seus investimentos.
Outro fator primordial para o crescimento do crowdfunding é a possibilidade de impulsionar setores da economia que precisam de incentivo financeiro.
No financiamento participativo, ao invés do empreendedor bater na porta dos bancos pedindo um empréstimo, ele busca uma plataforma de investimentos alternativos, regulada pela CVM, para captar recursos para sua empresa.
O que ele ganha? Maior agilidade para ter dinheiro em caixa, e o melhor, abre as portas da sua empresa para o mercado de capitais.
Quando se fala em agronegócio, logo vem à mente o faturamento de US$ 100,8 bilhões em exportações e sua participação que ultrapassa 30% no PIB brasileiro. Mas o que muita gente não sabe é que por trás do lado tech e pop do agro, existe um setor que precisa, e muito, de ações de incentivo.
O setor que não para de bater recordes, em especial, com a exportação de commodities, precisou se modernizar para continuar se mantendo como o maior produtor de carne bovina do planeta, por exemplo. Ocorre que em muitos casos falta capital para impulsionar a sua produção, a aquisição de equipamentos e a modernização do campo.
Sabemos que existem inúmeras linhas de crédito no mercado, concedidas por bancos, cooperativas, fintechs e afins, no entanto, quem é produtor rural no Brasil sabe a burocracia que é conseguir os recursos necessários para desenvolver o seu projeto.
A criação de programas como Pronamp e Pronaf não foi suficiente para suprir a necessidade do agronegócio brasileiro, que é responsável por mais de um quarto do PIB brasileiro e emprega 20% da população nacional.
Para continuar crescendo pujante, o agronegócio precisava de dinheiro em caixa e a solução veio daqueles que queriam participar do agro, mas fora da bolsa e sem ter um pedaço de terra sequer.
É justamente neste momento que entra o crowdfunding, com investidores ávidos por diversificação que se unem para levantar recursos para financiar um projeto por acreditar no seu potencial de mercado.
Os investidores poderia simplesmente optar por uma LCA, por exemplo, mas aqueles que sabem do potencial do agronegócio brasileiro, queriam mais, queriam ter ativos lastreados na economia real, que os permitissem uma rentabilidade maior que a renda fixa e sem qualquer relação com o mercado financeiro, tendo como únicos riscos o de crédito (operações de dívida) ou a performance (equity).
Estamos diante de uma crise hídrica sem precedentes. Para entender o tamanho do problema, basta falar que isso não ocorre há 90 anos.
E o motivo de todo esse transtorno é a nossa dependência das hidrelétricas, que encontra-se com reservatórios em níveis baixíssimos. Para suprir a alta demanda de energia elétrica do país foi preciso acionar as termelétricas. Resultado: a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste de 52,1% na conta de luz.
Em meio a uma das maiores crises sanitárias que o planeta já viveu, o povo brasileiro teve que se deparar com a inflação, que reduziu o nosso poder de compra, e ainda enfrentar, bravamente, constantes aumentos na conta de energia.
A solução para o problema é a renovação da nossa matriz energética, aumentando o incentivo de fontes renováveis, como eólica e a energia solar.
Aí você pode me perguntar: “como a ICVM 588 pode resolver o problema?” Explico. Isso porque existem muitos empreendedores que possuem a expertise necessária para desenvolver energia a partir de energia limpa, no entanto, eles precisam de recursos para tocar os seus projetos e, em muitos casos, não dispõem de incentivo fiscal ou fontes de financiamento.
Um dos setores da economia que se beneficia do crowdfunding é a geração distribuída solar fotovoltaica, que vem recebendo constantes aportes de investidores que se atraem pela possibilidade de rentabilizar seu capital com perspectiva do “boom” das energias renováveis.
Outra lacuna que os investidores de financiamento coletivo ajudam a preencher é o déficit habitacional que, segundo último levantamento da Fundação João Pinheiro (FJP), é de 5,877 milhões de moradias.
Ocorre que o segmento imobiliário, mesmo sendo resiliente, precisa de recursos para suprir uma demanda reprimida. Em outras palavras, ele precisa de grana para conseguir construir. A necessidade de crédito é o que justifica o grande número de IPOs das incorporadoras em 2020.
Segundo pesquisa do Sebrae, apenas 14% dos pequenos empresários conseguiram empréstimo durante a pandemia. Ainda de acordo a entidade, 50% dos empreendedores nem chegaram a pedir empréstimo.
Ora, se os empreendedores precisam de dinheiro, por que será que não vão em busca desses recursos? Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o motivo é a burocracia.
A alternativa foi recorrer ao crowdfunding imobiliário, que ajudou a garantir a tão sonhada casa própria de muitas famílias Brasil afora.
Após essas contribuições, ainda tem como duvidar dos ativos lastreados na economia real? E anote aí, esse é um segmento que deve crescer ainda mais nos próximos anos.
Obrigada por ler até aqui. Fico feliz por compartilhar um pouco do meu conhecimento com os membros e não membros do MyNews. Até a próxima!
Entusiasta das inovações disruptivas. É graduada em Jornalismo e especialista em estratégia de marketing digital e SEO.
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