A busca da satisfação pessoal e profissional está no entendimento de que os dias, cada dia, tem de ser bom
por Luiz Gustavo Mariano em 05/01/21 07:06
Se por um lado para ser um bom líder precisamos gostar de gente, como é que alguém pode se dar ao luxo de se dedicar aos outros sem se dedicar minimamente a cuidar de si mesmo? Como fazer isso?
Refletindo no encerramento deste que foi um dos mais intensos e imprevisíveis anos que já vivemos, penso que a busca da satisfação pessoal e profissional está no entendimento de que os dias, cada dia, tem de ser bom. Carpe diem.
Não adianta trabalhar para esperar ter finais de semana maravilhosos, para um dia ter viagens maravilhosas. Viver para pensar apenas no futuro e somente nele.
O futuro começa no presente. E para que isso aconteça, a produtividade, as escolhas, ou seja, a rotina do dia a dia, tem de ser equilibrada — para ser boa.
Nós ainda tocamos as empresas, os negócios e a nossa vida como se fossem um jogo com algum tipo de fim, uma competição, um exercício eterno de comparação. Mas há uma questão: uma maratona, uma corrida de bicicleta, têm um fim, um ponto de chegada; haverá um fim em relação à nossa trajetória profissional e pessoal? E aqui não estou falando sobre aposentadoria, é sobre a jornada. Ela não pode ser tocada como se fosse um sprint eterno.
E o mais óbvio dos óbvios precisa ser dito: o dia tem de ser bom, desde o modo com que acordamos, as primeira rotinas banais do dia, a ida ao escritório (ou para o canto da casa); precisamos instituir intervalo entre as reuniões, separarmos uma hora para o almoço, definirmos um horário para sair, cuidar do corpo e do cérebro ou apenas respirar.
O que acontece hoje é que normalmente entra-se em um dia e sai-se dele sem ter feito nem percebido se fizemos as escolhas certas. O cuidar bem de si mesmo fica para depois — ou nunca.
Os líderes também estão expostos. Os profissionais jovens, que estão iniciando a carreira, de alguma forma almejam chegar lá um dia. Como os líderes podem inspirar essas pessoas, ser uma referência profissional e pessoal se eles próprios têm um dia a dia desorganizado, desestruturado, tomado por frases e decisões superficiais, cansadas, sempre pela tentativa e erro?
Que 2021 seja o ano em que consigamos ter consciência em relação aos desdobramentos das escolhas diárias que fazemos e das decisões que tomamos. Somos o que somos pelas escolhas que fazemos — e optar por não fazer nada é uma das piores escolhas que podemos fazer.
Um bom ano a todos!
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