Estudo vai verificar se eficácia aumenta com aplicação de mais uma dose de imunizante
por Juliana Cavalcanti em 20/07/21 17:50
Um dos destaques do Jornal do MyNews desta segunda-feira (19/07) foi a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a realização de estudos clínicos sobre a possibilidade de aplicar uma terceira dose das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca contra o COVID-19. A jornalista Mirian Clark conversou hoje à tarde com o médico Cristiano Zerbini – coordenador dos testes clínicos da Pfizer no Brasil e diretor do Centro de Pesquisa Clínica com Infraestrutura Completa (Cepic), sobre a publicação de um estudo que mede a imunidade das pessoas depois de tomarem a segunda dose da vacina da Pfizer.
O artigo será publicado no New England Journal e mostra que a eficácia da vacina cai em torno de 6% a cada dois meses, após a aplicação da segunda dose. “Quando você dá a primeira dose, onze dias depois tem uma proteção com efetividade de 92%. Depois da segunda dose, a efetividade chega a 95% e, para alguns grupos, chega a 100%. Mas o que acontece com o passar dos meses? Esse estudo mostrou que a eficácia cai um pouco. Calcula-se que seja 6% a cada 2 meses. Será que se a gente der uma terceira dose de reforço, aumenta novamente a efetividade para 95%? É isso que estamos perguntando nesse estudo”, explicou Zerbini.
O médico esclareceu que a pesquisa ainda não tem resultados conclusivos e por isso a indicação é para que as pessoas sigam o plano de imunização do Ministério da Saúde – que prevê duas doses das principais vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil (Coronavac, Oxford/Astrazeneca e Pfizer), com exceção para a vacina da Jansen – que é aplicada em dose única.
“Não procurem tomar uma terceira dose. Isso não é científico. Deixem as vacinas para os brasileiros que ainda não tomaram a vacina”, destacou Cristiano Zerbini. Mirian Clark destacou que o médico enfatizou a importância da imunização como um processo coletivo e que ainda não é possível, mesmo com o avanço da vacinação, relaxar as medidas de proteção contra a pandemia.
“Ninguém vai poder relaxar totalmente, pois existem as novas variantes. Apesar de as vacinas apresentarem boas respostas às variantes, ainda é necessário o uso de máscaras e o distanciamento social”, ressaltou Mirian Clark, lembrando que mesmo sem uma determinação do Ministério da Saúde, o Governo de São Paulo anunciou nesta segunda que vai iniciar um novo ciclo de vacinação contra o novo coronavírus no dia 17 de janeiro de 2022. “O que não se sabe é se esse novo ciclo terá o apoio do Ministério da Saúde, ou se terá um consenso com os demais estados”, finalizou.
O Jornal do MyNews também abordou a autorização da Anvisa para a realização de uma pesquisa que vai avaliar a eficácia do que seria uma nova medicação contra o COVID-19 – que já está sendo chamada de “nova hidroxicloroquina”. A medicação, chamada proxalutamida, é utilizada no tratamento de alguns tipos de câncer e estaria sendo testada para combater a infecção provocada pelo COVID-19. Entretanto, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, alguns estudos apontam ineficácia da medicação para esta finalidade.
A proxalutamida tem sido citada pelo presidente Jair Bolsonaro como uma possibilidade de tratamento para o novo coronavírus. Segundo a reportagem da Folha de S. Paulo, além do Brasil, os testes clínicos patrocinados pela empresa Suzhou Kintor Pharmaceuticals serão realizados em mais seis países: Alemanha, África do Sul, Ucrânia, México e Estados Unidos.
O Jornal do MyNews vai ao ar diariamente às 18h40, no canal MyNews, com apresentação de Hermínio Bernardo e Mirian Clark.
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