A Belcher Farmacêutica é acusada de desvio de verbas na compra de testes para detecção de covid-19
por Sara Goldschmidt em 28/06/21 12:29
O imbróglio em torno da negociação da vacina indiana Covaxin está longe de terminar, mas a CPI da Pandemia já adiantou sua próxima linha de investigação: a intenção de compra de outro imunizante, o Convidecia, produzido pelo laboratório chinês CanSino. Até aí, nenhuma irregularidade. O problema é que a empresa intermediária responsável pela negociação junto ao Ministério da Saúde, a Belcher Farmacêutica, está sendo investigada pela Polícia Federal.
A suspeita é de desvio de verbas na compra de testes para detecção de covid-19 pelo governo do Distrito Federal. O caso foi o foco da ‘Operação Falso Negativo’, cuja primeira fase foi deflagrada em maio de 2020. De acordo com as investigações, a Belcher teria fornecido propostas fictícias em um processo de dispensa de licitação para dar “cobertura” a empresas que foram beneficiadas com contratos para o fornecimento de testes de covid-19 de forma irregular.
Voltando às negociações da vacina Convidecia, o governo federal assinou uma carta de intenção de compra com a Belcher Farmacêutica, em junho do ano passado, no valor de R$ 5 bilhões. Com este montante, o Brasil receberia 60 milhões de doses do imunizante chinês. Ou seja: cada dose da Convidecia sairia por US$ 17, o valor mais alto negociado até agora – a Covaxin sairia por US$ 15 a dose.
A negociação ainda não foi concluída – a empresa entrou com um pedido de uso emergencial do imunizante no dia 19 de maio, mas o processo não foi finalizado. Por enquanto, a vacina não pode ser usada no Brasil.
Além do valor superfaturado que seria pago por cada dose da Convidecia, a CPI da Pandemia também deve investigar as possíveis ligações da Belcher com o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). Um dos sócios da empresa, Daniel Moleirinho Feio Ribeiro é filho de Francisco Feio Ribeiro Filho, que entre os anos 1980 e 1990 foi presidente da empresa de urbanização de Maringá, Urbamar, durante a gestão de Ricardo Barros como prefeito da cidade. As informações são do jornal O Globo.
A Belcher Farmacêutica tem tido o apoio de empresários bolsonaristas como Luciano Hang, do Grupo Havan, e Carlos Wizard para viabilizar a venda de imunizantes.
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