Reparações incluem pedidos de pensão. Com apoio de lideranças da saúde e juristas, iniciativa partiu do deputado Pedro Uczai (PT-SC) e conta com participação da atriz Lucélia Santos
por Myrian Clark em 02/05/21 15:36
Cerca de três mil pessoas acompanharam a transmissão ao vivo, na sexta-feira (30) à noite, do ato de fundação da Vida e Justiça — Associação Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid. A reunião durou três horas e contou com depoimentos emocionantes de familiares de vítimas da covid-19. “Vamos exigir respostas do poder público, é preciso responsabilizar o Estado, pedir reparação”, diz o deputado federal Pedro Uczai (PT-SC). A associação já conta com especialistas da área do direito, sanitaristas, cientistas, lideranças religiosas e artistas. Além de familiares e amigos de vítimas da covid-19.
Segundo o deputado, a associação é suprapartidária e também pretende abastecer a CPI da Covid no Senado com informações de diferentes estados e municípios do Brasil. O jurista e ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, coordenador da área jurídica da entidade, pretende acionar a OAB e a Defensoria Pública em favor dos familiares. A médica sanitarista Lucia Souto coordenará a área de saúde da entidade.
Para Uczai, três teses alimentam o discurso e o imaginário social sobre a pandemia: a primeira de que não há nada a ser feito, já que a pandemia é um problema global. A segunda tese fala em desgoverno e negligência. A terceira aponta que o governo, deliberadamente, expandiu o vírus, contando com uma suposta imunidade de rebanho.
“Fico com a terceira tese. Não foi apenas negligência e incompetência. Foi uma estratégia política, negando a ciência e que não previa as variantes mais contagiosas do vírus que estamos vendo agora. O presidente poderia ter se vacinado há 20 dias e não o fez. Ao contrário, aglomerou, não comprou vacinas e segue defendendo o tratamento precoce que sabemos ser ineficaz”, diz Pedro Uczai.
O deputado perdeu uma sobrinha no incêndio da boate Kiss, em 2013. A tragédia matou 242 pessoas e feriu outras 680 na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. “Bruna Occai, minha sobrinha, fazia mestrado em toxicologia na Universidade de Santa Maria e morreu intoxicada. A família não se recupera e vejo que ninguém acompanha essas pessoas, nenhuma política pública foi desenvolvida a partir da tragédia da boate Kiss. Queremos fazer algo diferente para as famílias que perderam parentes para a covid”, destacou.
Abaixo, as diretrizes da iniciativa:
Para se associar à Associação Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid-19, acesse: www.vidaejustica.com.br
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