Francisco é o primeiro pontífice na história a pisar em solo iraquiano.
por Vitor Hugo Gonçalves em 05/03/21 13:43
O Papa Francisco chegou ao Iraque na manhã desta sexta-feira (5), realizando, assim, a 33ª viagem de seu pontificado. O objetivo do líder religioso é comunicar uma mensagem efetiva de conforto e reconciliação na região, impactada profundamente por anos de violência e perseguição religiosa – confinado, o país vive atualmente um surto de covid-19.
Após 15 meses sem sair do Vaticano, o pontífice, ao aterrissar na capital Bagdá, declarou que defende o combate à corrupção e abusos de poder, além de rogar pelo fim de fanatismos e opressões.
“É preciso construir justiça, fazer crescer a honestidade, a transparência e fortalecer as instituições.” […] “Chega de violência, extremismos, facções, intolerâncias”, afirmou. Francisco disse que, nos próximos três dias, visita a nação árabe como um “peregrino da paz”, e que pretende também levar uma mensagem de harmonia aos muçulmanos xiitas.
“Vou como um peregrino da paz em busca da fraternidade, animado pelo desejo de rezar juntos e caminhar juntos também com irmãos e irmãs de outras religiões.” […] “A vocês, cristãos, muçulmanos; a vocês, povos como os yazidis, que tanto sofreram; a todos vocês. Vou para a vossa terra abençoada e ferida como um peregrino da esperança”, ressaltou.
No sábado, o papa visitará o município de Ur, berço do cristianismo e terra do profeta Abraão, pai das três religiões monoteístas. No mesmo dia, ele se reunirá na cidade sagrada de Najaf, ao Sul, com o Grande Aiatolá Ali Sistani, principal autoridade iraquiana dos xiitas, demonstrando uma abertura a favor do diálogo com todas as vertentes muçulmanas.
O sacerdote percorrerá ainda as ruas de Bagdá e Erbil, duas cidades que recentemente foram cenários de ataques com foguetes contra alvos estadunidenses. Apesar dos riscos, religiosos, geopolíticos e sanitários (o Iraque passa por um novo pico de contágios, com média diária de quatro mil novos casos de covid-19), Francisco, já vacinado contra o coronavírus, foi firme perante a decisão de manter sua agenda, declarando que não se pode decepcionar “pela segunda vez este povo”, referindo-se ao cancelamento da visita em 1999 de João Paulo II.
Pelo menos 10 foguetes atingiram nesta quarta-feira (3) uma base militar que abriga soldados da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos no Iraque. Localizado no deserto de Anbar, o alvo foi a base aérea de Ain Al Asad, a mesma que foi atacada pelo Irã, em retaliação aos EUA, dias depois da morte do general Qasem Soleimani.
O coronel Wayne Marotto, porta-voz estadunidense da aliança combatente, afirmou que as instituições de segurança iraquianas deram início a uma investigação. Em comunicado oficial, militares do Iraque disseram que o ataque não implicou em perdas significativas.
Este foi o primeiro ataque contra tropas norte-americanas desde que os EUA atingiram membros da milícia alinhada ao Irã na fronteira entre o Iraque e a Síria, semana passada, durante a primeira ação militar coordenada pelo governo Joe Biden.
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