Murillo afirma na CPI da Pandemia que três ofertas de imunizantes foram deixadas sem resposta e que 1,5 milhão de doses poderiam ter sido entregues em 2020
por Redação em 13/05/21 12:25
O presidente da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, afirmou nesta quinta-feira (13) que foram realizadas reuniões com membros do Ministério da Saúde e do Ministério da Economia para a compra de vacinas em 2020, mas três propostas de venda de imunizantes e uma carta do CEO da companhia não tiveram respostas.
Perguntado pelo relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se era verdade a informação prestada pelo então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, sobre uma oferta de apenas 6 milhões de doses de vacinas da Pfizer, com entrega prevista para o primeiro trimestre de 2021, Murillo destacou que a farmacêutica, na verdade, ofertou 70 milhões de doses, com entrega de 1,5 milhão de imunizantes ainda em 2020.
O Brasil aplicou sua primeira dose de vacina no dia 12 de janeiro de 2021, em São Paulo, com a Coronavac.
O presidente da Pfizer também destacou que foram realizadas três ofertas de vacinas “formalizadas através de documentos enviados para o Ministério da Saúde” em agosto de 2020. Sem resposta, Murillo diz que o CEO mundial da Pfizer, Abert Bourla, enviou carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), o ministro da Economia, Paulo Guedes, o então ministro da Saúde, Pazuello, o então ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, e o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Foster. Mais uma vez, não houve resposta.
Murilo também rebateu as afirmações de que as condições contratuais da farmacêutica seriam “leoninas”. “As condições que a Pfizer procurou para o Brasil, são exatamente as mesmas condições que a Pfizer negociou e assinou, neste momento, com mais de 110 países”, afirmou.
Indagado por Calheiros sobre as declarações de Bolsonaro sobre possíveis efeitos adversos do imunizante, como transformar o paciente em um “jacaré”, o representante da empresa afirmou que a Pfizer é uma empresa “embasada na ciência”.
De acordo com Murillo, a Pfizer já poderia ter aplicado 18,5 milhões de vacinas no Brasil se o contrato ofertado em 26 agosto de 2020 tivesse sido assinado.
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