“Mais isolado do que nunca” e “Um dos maiores céticos do coronavírus do mundo”. Estas duas afirmações são sobre o presidente Jair Bolsonaro e foram publicadas no sábado (3) pelo jornal britânico Financial Times, um dos mais lidos do mundo.
No editorial, exclusivo para assinantes, o jornal traz uma análise sobre os recentes acontecimentos do governo federal, a forma com que o país tem enfrentado a pandemia e os desdobramentos políticos dentro das Forças Armadas com a demissão dos três chefes na semana passada.
A tradução do título do artigo em inglês é : “O pesadelo de coronavírus do Brasil: ‘Bolsonaro está mais isolado do que nunca’”. O texto informa que “a mudança aprofundou a crise política sobre a oposição teimosa de Bolsonaro aos bloqueios e as ameaças do ex-capitão do Exército de usar os militares contra as autoridades locais que tentaram impô-lo”.
Outro fato recente ocorrido no Brasil e que o artigo destaca é a carta aberta assinada por cerca de 500 empresários, economistas, banqueiros e ex-ministros que exige coordenação nacional de medidas que combata a pandemia no país. “Centenas de líderes empresariais proeminentes”, descreve o jornal.
O episódio da “gripezinha”, os questionamentos das vacinas e a insistência do líder da nação em não usar máscara de proteção também são destacados no artigo do jornal.
“Um dos maiores céticos do coronavírus do mundo, Bolsonaro recusou-se a usar máscara durante a maior parte do ano passado, criticou as vacinações e classificou a pandemia como ‘uma gripezinha’. Ele agora está lutando para manter seu governo unido e suas esperanças de reeleição vivas em meio a alguns dos piores números da covid-19 do mundo”, relata um trecho da publicação.
Não é somente Bolsonaro que é citado no texto que também traz informações sobre as projeções para a eleição de 2022 e a presença do ex-presidente Lula como candidato. “Com o retorno do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva à política depois que sua condenação por corrupção foi anulada, Bolsonaro não é mais o favorito nas eleições do próximo ano.”, evidencia o texto.
O Financial Times foi fundado em 1888 e é um dos jornais mais tradicionais do Reino Unido. Com publicações diárias, é conhecido por estar entre as principais leituras de líderes mundiais e por embasar debates políticos e econômicos em todo o mundo, além de ser um dos jornais mais lidos por investidores internacionais.