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Juliana Braga

Meirelles não fecha as portas para chapa com Lula em 2022

Meirelles diz não trabalhar com hipóteses, mas que analisaria na oportunidade, caso convite fosse feito por Lula

por Juliana Braga em 05/11/21 21:51

O secretário de Fazenda e Planejamento do estado de São Paulo, Henrique Meirellles, não fechou as portas para uma eventual composição de chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao Café do MyNews, Meirelles disse não trabalhar com hipóteses e relatou só ter aceitado o convite para presidir o Banco Central quando ele foi formalizado. “Se acontecer [o convite], será analisado na oportunidade”, afirmou.

O ex-ministro da Fazenda, hoje filiado ao PSD, anunciou nesta quinta-feira (4) sua candidatura ao Senado pelo estado de Goiás. Segundo ele, o objetivo é eleger-se senador justamente porque lá é onde a agenda econômica está emperrada.

Ele mencionou a reforma tributária e a administrativa como as agendas fundamentais para decidir o destino da economia brasileira e a taxa de crescimento do país. “É um momento do Parlamento, momento no qual de fato o Brasil precisa de aprovação de reformas fundamentais e de uma atuação de quem tem essa experiência na economia, de quem já foi presidente do Banco Central, ministro da Fazenda, [experiência} falando com o mercado internacional”, pontuou.

O ex-dirigente do BC, Henrique Meirelles, e o ex-presidente Lula durante o 2º Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, em 2010
O ex-dirigente do BC, Henrique Meirelles, e o ex-presidente Lula durante o 2º Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, em 2010. Foto: Renato Araujo (ABr)

Lula chegou a acalentar a expectativa de ter Meirelles como vice em sua chapa à presidência. O ex-ministro tem o perfil prioritário para a composição petista: um economista, respeitado pelo mercado, para sinalizar responsabilidade fiscal e estabilidade na economia. Recentemente, chegou a declarar ter muita gratidão. “Vamos ver o que vai acontecer. Como o mundo é redondo, a gente pode dar a volta e pode se encontrar outra vez”, insinuou.

Questionado se aceitaria fazer parte dessa chapa, o ex-ministro não negou. “Hoje o que tem de concreto é: eu sou secretário da Fazenda e Planejamento do estado de São Paulo, estou executando o meu trabalho com todo empenho e estou construindo minha candidatura ao Senado. O que acontecer além disso, se acontecer, será analisado na oportunidade”, respondeu.

Meirelles e Lula, uma parceria antiga

O secretário enfatizou que não trata de hipóteses e, para dar “um exemplo concreto”, relatou o convite feito pelo ex-presidente para assumir o Banco Central. Ele contou ter sido sondado ainda no meio do ano, em 2002, por interlocutores do petista, solicitando que abandonasse uma candidatura à Câmara dos Deputados. Ele não abandonou e foi procurado novamente em dezembro, com Lula já eleito.

“Discutimos aí na base concreta. Ele me perguntou o que era possível fazer, eu mostrei que era possível sim. Ele me perguntou quais seriam as condições de trabalho, o que eu queria para assumir o cargo. Eu disse que queria autonomia funcional do banco, expliquei como funcionava em outros países, ele aceitou e eu aceitei o convite”, detalhou.

Meirelles também comentou as alterações em debate na Câmara ao teto dos gastos, criado quando ele comandava o Ministério da Fazenda na gestão de Michel Temer. A PEC dos Precatórios foi aprovada em primeiro turno na última quarta-feira (3), em placar bastante apertado, e precisa ser analisada novamente pelos deputados.

Pelo texto, a regra para o cálculo do teto muda e passa a considerar a inflação de janeiro a dezembro do ano anterior, impondo dificuldades técnicas. “Nós só vamos saber de fato qual será o teto para despesas de 2022 em janeiro de 2022, já mais para o final do mês de janeiro, quando nós saberemos de fato qual terá sido a inflação de 2021.”

Ele criticou também a solução adotada de parcelar os precatórios, dívidas criadas por decisões judiciais. Na sua avaliação, trata-se de um calote técnico, mesmo com base jurídica e aval do Congresso Nacional.

Ele comentou ainda o desempenho do ministro da Economia, Paulo Guedes, que recentemente o acusou de não ter feito nada enquanto estava no governo. “Nós fizemos em pouco tempo o que ele não fez, e eles não fizeram nada até agora. Nós aprovamos o teto e eles estão correndo o risco de nem conseguir manter:, afirmou, lembrando que a gestão Temer teve apenas dois anos.

Assista ao Café do MyNews, de segunda a sexta, no Canal MyNews, com apresentação de Juliana Braga

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