Empresas fazem a diferença na pauta da diversidade e dão exemplos com ações afirmativas
por Natália Fernandes em 11/06/21 14:19
Uma série de iniciativas que fomentam a diversidade, inclusão e equidade tem sido realizadas pelas big tech. Um exemplo disso, foi a homenagem prestada à Maria Firmina dos Reis (1825-1917), abolicionista e autora brasileira, nesta quarta-feira, dia 9. O Google nomeou o cabo submarino mais longo do mundo como Firmina. Ele fará conexão entre Estados Unidos, Brasil, Uruguai e Argentina aumentando a capacidade de conexão à internet entre essas regiões e faz uma alusão ao olhar inovador da autora.
O apoio à população negra, mulheres, comunidade LGBTQIA+ e tantas outras minorias felizmente têm ganhado espaço progressivamente e visam erradicar a reprodução de preconceitos e estereótipos estigmatizantes que afetam tantos cidadãos.
A morte de George Floyd nos Estados Unidos colocou um holofote neste tema ao evidenciar a opressão que pessoas negras sofrem. Com isso, quando falamos da promoção de discursos antirracistas, empresas de tecnologia assumiram responsabilidades para promover a justiça racial seja por meio de doação de recursos financeiros, apoio à eventos ou geração de mais oportunidades e educação para negros. Veja aqui, por exemplo, os compromissos do Facebook e Netflix.
A comunidade LGBTQIA+ também recebe apoio. Em junho, Mês do Orgulho LGBTQIA+, a Apple Music vai trazer uma série de conteúdos que focam na equidade. O Google anunciou o Fundo Emergencial Global contra a Covid-19, que oferecerá 4 milhões de dólares para iniciativas de apoio à comunidade. Já as mulheres são foco de diversas outras ações que buscam equiparação salarial, discussões sobre assédio, presença em mais cargos de liderança e outros pontos que buscam empoderar e aumentar a representatividade em seus espaços.
Estamos bem longe disso e, na verdade, muito pouco socialmente tem sido feito quando temos perspectiva do todo. As desigualdades continuam de forma gritante e os movimentos para mantê-las também.
Mulheres ocupam apenas 9% dos cargos de CEOs de empresas de tecnologia, de acordo com o relatório Unlocking Women’s Leadership Through STEM Skills Programmes.
Piscamos os olhos e tramitou na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) um projeto de lei para proibir a veiculação de publicidade com pessoas LGBTQIA+ ou famílias homoafetivas no estado de São Paulo em abril deste ano.
Empresas de tecnologia que fizeram publicações de “BlackLivesMatter” tinham, em média, 20% menos de pessoas negra em seu quadro de funcionários do que aquelas que não promoveram o tema, de acordo com a empresa americana Blendoor, que realizou um estudo sobre a diversidade nesta indústria nos Estados Unidos.
Vemos ainda, que os esforços existem, mas que ainda há muito a ser feito para reversão deste cenário bastante negativo. Apesar de novas gerações ingressarem no mercado de trabalho e se tornarem mais ativas em suas escolhas enquanto consumidores, ainda há a apropriação de discursos que impulsionam mais as marcas do que as próprias causas. Ainda há também a manutenção de valores que reforcem estereótipos e estigmas em diversos canais digitais.
As conquistas são dignas de celebração, mas a jornada é longa e, além disso, outras minorias não mencionadas precisam ser consideradas. Os caminhos para um futuro sustentável e igualitário passam por políticas que envolvam empresas, setores públicos e sociedade como um todo. Chico Science diria “um passo à frente e você já não está mais no mesmo lugar”, é verdade, mas para uma sociedade mais justa, passos em conjunto e enormes ainda precisam ser dados para que se tornem realidade.
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