Arquivos Itamaraty - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/itamaraty/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Fri, 03 Jan 2025 11:48:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Palácio do Itamaraty divulga nota de repúdio ao ataque em Nova Orleans https://canalmynews.com.br/noticias/palacio-do-itamaraty-divulga-nota-de-repudio-ao-ataque-em-nova-orleans/ Thu, 02 Jan 2025 19:42:05 +0000 https://localhost:8000/?p=49749 Pelo menos 15 pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas após ex-militar norte-americano atropelar multidão que celebrava o Ano Novo com uma caminhonete

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O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota em repúdio ao ataque que deixou pelo menos 15 pessoas mortas e mais de 30 feridas em Nova Orleans, no estado de Lousiana, nos Estados Unidos.

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O governo brasileiro reforça que repudia qualquer ato de violência cometido sob qualquer pretexto e expressa solidariedade às famílias das vítimas.

O ataque ocorreu na quarta-feira (1º), quando um ex-militar norte-americano avançou com uma caminhonete contra uma multidão que celebrava o Ano Novo na Bourbon Street. O incidente ocorreu às 3h15 (horário local) perto do cruzamento das ruas Canal e Bourbon, um destino turístico histórico no Bairro Francês da cidade, conhecido por atrair grandes multidões com sua música e bares.

De acordo com informações da Reuters, uma bandeira do Estado Islâmico foi encontrada no veículo, o que levou a uma investigação sobre possíveis ligações com organizações terroristas, informou o FBI em um comunicado. O FBI disse que o veículo parecia ter sido alugado.

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O autor do ataque, Shamsud-Din Jabbar, de 42 anos, foi morto no local, após disparar contra a polícia.

Ele dirigiu de Houston para Nova Orleans em 31 de dezembro e postou cinco vídeos no Facebook entre 1h29 e 3h02 da manhã do ataque, nos quais dizia apoiar o Estado Islâmico, o grupo militante islâmico com combatentes no Iraque e na Síria, informou o FBI.

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Assista abaixo ao Segunda Chamada de quarta-feira (1º):

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Brasil não é o único país a esperar atas para emitir um parecer sobre a Venezuela https://canalmynews.com.br/noticias/venezuela-diplomatas-dizem-que-brasil-nao-e-o-unico-pais-a-esperar-atas-para-emitir-um-parecer/ Tue, 30 Jul 2024 19:34:25 +0000 https://localhost:8000/?p=45440 México e Colômbia também solicitaram acesso aos documentos antes de se pronunciar sobre o pleito, realizado no último domingo (28)

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Diplomatas do Itamaraty afirmaram que o Brasil não está isolado em sua decisão de esperar a divulgação das atas de votação da eleição na Venezuela, realizada no último domingo (28), para emitir um parecer. México e Colômbia também solicitaram acesso aos documentos antes de se pronunciar. Os três países estão em contato, mas não há previsão de divulgação de uma nota conjunta.

Para os diplomatas, a demora do Brasil em emitir um parecer sobre o resultado da eleição, marcada por acusações de fraude, não prejudica a imagem do país como líder da América Latina. Para eles, o país estaria “em boa companhia”. A opinião da jornalista Amanda Klein, que participou do Segunda Chamada de segunda-feira (29), é de que os países escolheram se esquivar. “Não reconheceram o resultado do pleito, mas também não condenaram.”

Na visão da jornalista, a situação na Venezuela provocou uma rixa no Mercosul. Ao mesmo tempo em que há países “em cima do muro”, outros, como a Bolívia, reconheceram a vitória eleitoral de Maduro. Outros, ainda, a exemplo da Argentina, Paraguai e Uruguai, questionaram o resultado e colocaram em xeque a transparência da eleição.

Nove países da América Latina, além do Mercosul, pediram uma reunião de emergência com a Organização dos Estados Americanos (OEA), que, segundo Amada Klein, foi marcada para esta quarta-feira (31). Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai exigiram uma “revisão completa dos resultados com presença de observadores independentes”.

Assista abaixo ao Segunda Chamada de segunda-feira (29):

*Sob supervisão de Sofia Pilagallo

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Governo brasileiro apoia resolução que prevê pausa humanitária em Gaza https://canalmynews.com.br/brasil/governo-brasileiro-apoia-resolucao-que-preve-pausa-humanitaria-em-gaza/ Thu, 16 Nov 2023 14:40:37 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=41248 Texto foi apoiado pelo Brasil, que até dezembro ocupa um assento para membros não permanentes no órgão

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O Ministério da Relações Exteriores informou, nesta quarta-feira (15), que o governo brasileiro recebeu “com satisfação” a notícia da aprovação, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), da primeira resolução relativa à atual crise humanitária na Faixa de Gaza, resultante do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas. O texto foi apoiado pelo Brasil, que até dezembro ocupa um assento para membros não permanentes no órgão.

“A resolução, com foco na proteção de crianças, proposta por Malta e apoiada pelo Brasil e pelos demais membros não permanentes, foi aprovada com 12 votos a favor. Estados Unidos, Reino Unido e Rússia optaram pela abstenção”, diz a pasta, em comunicado, explicando que o texto aprovado exige que as partes cumpram suas obrigações em matéria de direito internacional e do direito internacional humanitário, em especial no que se refere a civis e crianças.

Segundo o Itamaraty, a resolução pede a implementação de “pausas e corredores humanitários urgentes e prolongados em toda a Faixa de Gaza por um número suficiente de dias”, para que ajuda humanitária de emergência possa ser prestada à população civil por agências especializadas da ONU, pela Cruz Vermelha Internacional e por outras agências humanitárias imparciais.

O texto pede também a “libertação imediata e incondicional de todos os reféns” mantidos pelo Hamas e por outros grupos, rejeita o deslocamento forçado de populações civis e demanda a normalização do fluxo de bens e serviços essenciais para Gaza, com prioridade para água, eletricidade, combustíveis, alimentos e suprimentos médicos.

No mês passado, o Conselho de Segurança rejeitou a proposta apresentada pelo governo brasileiro que pedia pausas humanitárias aos ataques entre Israel e o Hamas para permitir o acesso de ajuda à Faixa de Gaza.

O resultado da votação foi 12 votos a favor, duas abstenções, sendo uma da Rússia, e um voto contrário, por parte dos Estados Unidos. Por se tratar de um membro permanente, o voto norte-americano resultou na rejeição da proposta brasileira.

O Conselho de Segurança da ONU é o responsável por zelar pela paz internacional. São cinco os membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Fazem parte do conselho rotativo Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes.

Para que uma resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.

O conflito
No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica.

Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.

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Brasil quitou 10% de dívidas com órgãos internacionais em 100 dias https://canalmynews.com.br/economia/brasil-quitou-10-de-dividas-com-orgaos-internacionais-em-100-dias/ Tue, 11 Apr 2023 13:03:34 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=36942 Restam R$ 4,28 bilhões a serem pagos no decorrer de 2023

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Nos 100 primeiros dias de governo foram quitados R$ 526 milhões de dívidas do Brasil com órgãos internacionais, divulgaram nesta segunda-feira (10) os Ministérios do Planejamento e das Relações Exteriores.

Segundo o Planejamento, o Brasil ainda deve R$ 4,28 bilhões, que devem ser pagos ao longo de 2023. Dessa quantia, R$ 2,49 bilhões referem-se a dívidas de anos anteriores. O valor restante, R$ 1,79 bilhão, diz respeito a contribuições e integralizações a serem pagas este ano.

Antes do pagamento dos R$ 526 milhões, o país tinha iniciado o ano devendo R$ 4,806 bilhões a organismos estrangeiros. Dessa forma, o governo quitou até agora 10,9% dos débitos.

Entre os principais órgãos com os quais o governo pagou dívidas estão a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), a Secretaria e o Parlamento do Mercosul e o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). Também receberam pagamentos a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

Segundo a nota conjunta, o governo está engajado no equacionamento das dívidas do Brasil com organismos internacionais como meio de melhorar as condições para a retomada da atuação brasileira na esfera internacional. “Para tanto, enviará esforços para a execução financeira integral dos valores previstos na Lei Orçamentária Anual 2023 e dos valores inscritos em restos a pagar relativos ao exercício anterior, possibilitando a quitação integral dos débitos do país junto a tais organismos ao longo do ano corrente”, explicaram os ministérios.

No ano passado, o gabinete de transição informou que havia cerca de R$ 5 bilhões de dívidas do governo brasileiro com organismos internacionais. No fim de dezembro, o Itamaraty recebeu R$ 4,6 bilhões, que foram convertidos em restos a pagar para 2023.

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Governo brasileiro oferece ajuda à Turquia e à Síria, diz Itamaraty https://canalmynews.com.br/politica/governo-brasileiro-oferece-ajuda-a-turquia-e-a-siria-diz-itamaraty/ Mon, 06 Feb 2023 20:04:53 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=35794 Até o momento, não há registro de brasileiros mortos ou feridos

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O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota na qual manifesta solidariedade e condolências aos povos da Turquia e da Síria, e às vítimas dos abalos sísmicos que deixaram pelo menos 1,6 mil mortos, além de “milhares de pessoas feridas” e prejuízos materiais incalculáveis.

O Itamaraty informou que está acompanhando “com grande preocupação” as informações sobre o terremoto que afetou com maior intensidade os dois países na manhã desta segunda (6). “O governo brasileiro está providenciando formas de oferecer ajuda humanitária às populações afetadas pelo terremoto”, diz a nota.

Segundo a pasta, não há, até o momento, notícia de brasileiros mortos ou feridos. “As embaixadas do Brasil em Ancara e Damasco, bem como o consulado-geral do Brasil em Istambul, estão acompanhando os desenvolvimentos na região, em regime de plantão”, acrescentou.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com as vítimas. “Olhamos com preocupação para as notícias vindas da Turquia e Síria, após terremoto de grande magnitude. O Brasil manifesta sua solidariedade com os povos dos dois países, com as famílias das vítimas e todos que perderam suas casas nessa tragédia”, disse Lula por meio de redes sociais.

O terremoto de magnitude 7.8, que ocorreu no início da manhã, foi o pior a atingir a Turquia neste século. Também foi sentido no Chipre e no Líbano. Equipes de resgate que operam em um inverno rigoroso retiravam vítimas dos escombros em toda a região. O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que 45 países se ofereceram para ajudar nos esforços de busca e resgate.

Na Síria, já devastada por mais de 11 anos de guerra civil, o Ministério da Saúde informou que pelo menos 326 pessoas morreram e 1.042 ficaram feridas. No noroeste controlado pelos rebeldes sírios, as equipes de resgate afirmaram que 147 pessoas morreram.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que o terremoto ocorreu a uma profundidade de 17,9 quilômetros e relatou uma série de terremotos, um de magnitude 6.7. A região atravessa falhas sísmicas.

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Especialista dá dicas para quem quer morar fora do Brasil https://canalmynews.com.br/brasil/especialista-da-dicas-para-quem-quer-morar-fora-do-brasil/ Wed, 24 Aug 2022 21:11:52 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=33259 Lucas Silva Lima, CEO da Aquila Oxford Group, explica o que é necessário para conseguir dupla cidadania

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Portugal e Itália estão em alta entre os brasileiros – Foto: Envato

O número de brasileiros no exterior chegou a 4,2 milhões, segundo dados recentes do Itamaraty. Em 10 anos, foi o equivalente a 36%. Dados recentes da Polícia Federal confirmam este movimento: mais de 130 mil brasileiros deixaram o país e não voltaram no primeiro semestre deste ano.

Para conversar sobre o assunto, Myrian Clark recebeu no Almoço do MyNews desta quarta-feira (24) Lucas Silva Lima, CEO da Áquila Oxford Group, especialista em processos de cidadania em diferentes países da Europa:  “Detectamos um aumento de 40% na procura de brasileiros em busca de informações sobre suas chances de obter uma cidadania estrangeira. O movimento reflete uma maior preocupação para entrar pela porta da frente em países da Europa e nos Estados Unidos. Muitas pessoas podem conseguir uma cidadania europeia, por exemplo, e desconhecem”, diz o executivo.

Lucas explica que, na hora de procurar um outro país para recomeçar a vida, as pessoas têm optado pela Itália: “Apesar de acharem que é Portugal e de termos uma ligação histórica com o país, existe um limite geracional na cidadania portuguesa, que só pode ser concedida até os netos. E para a cidadania italiana não tem limites. Desde que se comprove, através de documentos, que existe uma ligação familiar, é simples de conseguir a cidadania”.

No entanto, Portugal continua no radar dos brasileiros por diversos motivos: “É um país mais acessível para vistos. Agora, por exemplo, eles concedem um visto e as pessoas podem ficar seis meses para procurar. As demandas estão altas no mercado de TI e tecnologia, e também para enfermeiros na área de saúde. Tem uma série de vantagens que o governo português está dando para os brasileiros”, conclui o empresário.

Para conferir mais dicas, assista o Almoço do MyNews desta quarta-feira (24):

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O presidente não entende de diplomacia e o ministro não o impede de dizer bobagens https://canalmynews.com.br/paulo-totti/o-presidente-nao-entende-de-diplomacia-e-o-ministro-nao-o-impede-de-dizer-bobagens/ Sat, 26 Feb 2022 15:05:44 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=24767 O prepotente e autoritário Bolsonaro decidiu mandar sozinho no Itamaraty

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Escrevo ao anoitecer de quinta-feira, 24, e até agora não sei como o Brasil se posiciona ante a guerra no Leste Europeu. O presidente Jair Bolsonaro, em Moscou na semana passada, disse que se solidarizava com o “irmão” Vladimir Putin. E, agora, diante do mundo que se levanta em protesto contra a escandalosa invasão – flagrante desacato ao estabelecido na Carta das Nações Unidas – o mambembe tzar brasileiro não sabe o que dizer. Esteve duas vezes em público, no cercadinho do Alvorada e na inauguração de um arremedo de obra pública no interior de São Paulo. Falou até de futebol (a camiseta vermelha que ostentava era do América, time da cidade) mas nada sobre a guerra.

“Putin escolheu a guerra”, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, 16 horas depois de a Rússia invadir a Ucrânia por terra, mar e ar. “Bolsonaro escolheu seu irmão”, diria o mesmo Biden se, em meio às atribulações causadas por Putin, tivesse tempo de preocupar-se com o Brasil e com o ex-capitão. Este, aliás, ocupado com a difícil reeleição, também não se preocupou em providenciar previamente a proteção dos cidadãos brasileiros esquecidos em Kiev e outras cidades, especialmente jovens jogadores de futebol. Na semana anterior à invasão, o embaixador brasileiro, Nestor Rapesta, declarou diversas vezes à Globonews que a situação era tranquila e seus compatriotas não corriam perigo.

O mutismo de Bolsonaro, até agora, não é surpresa. Ele nada entende de política internacional (política nacional também não, como tem demonstrado nos três anos e dois meses de governo. Afinal, de que entende sua excelência?). Em Moscou falou por falar, por estar sem assunto ou inebriado por sentar-se meio metro ao lado de Putin, sem ter de respeitar a distância destinada a Emmanuel Macron e Olaf Scholz, políticos europeus que certamente considera de menor expressão.

Jair Bolsonaro em visita à Rússia.

Jair Bolsonaro em visita à Rússia. Foto: Alan Santos/PR (Flickr)

Outros brasileiros exerceram a presidência ou o ministério de Relações Exteriores sem dominar a prática da diplomacia, entre eles, Itamar Franco e Olavo Setúbal. Mas se socorriam da competência de profissionais da casa de Rio Branco.

O prepotente e autoritário Bolsonaro decidiu mandar sozinho no Itamaraty e estreou na chefia de governo querendo fazer de seu filho o embaixador do Brasil em Washington. “Eduardo morou nos Estados Unidos e aprendeu a fritar hambúrguer”. Com tais atributos reunia méritos para a função. Felizmente, a ideia foi abortada pela oposição no Senado. Mas sobreviveram um dinossauro na chancelaria e Filipe Martins na assessoria especial. Este último continua assessor com o único mérito explícito de ter intimidade com o cumprimento secreto dos supremacistas brancos americanos.

Ainda não está muito claro o que Bolsonaro foi fazer em Moscou. E também, no dia seguinte, o que foi fazer em Budapeste, a não ser para um abraço afetuoso em seu companheiro de extremismo Viktor Orbán, ou acompanhar o filho Carluxo em visita ao grupo neonazista, o ucraniano Right Sector (denominação em inglês), que desfilou nas avenidas de Brasília durante as manifestações de bolsonaristas com uma faixa que revelava suas pretensões: “Ucranizar o Brasil”.

Quase às 20 horas desta quinta, o presidente apareceu ao lado do ministro do Exterior, Carlos Alberto França, não para condenar a invasão ou mais uma vez confirmar a solidariedade a Putin (ou, ainda, lamentar que a Ucrânia tenha sido largada sozinha nesta guerra, apesar de muito discurso e ameaças com sanções cujas consequências só se conhecerão daqui a um ano). Bolsonaro veio a público para desautorizar o vice, general Hamilton Mourão, que, pela manhã, declarara que “o Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano”. Bolsonaro foi categórico: “Quero deixar bem claro que quem fala sobre esse assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final”. Em outro momento, o presidente disse que, autorizados por ele, só o ministro França ou o ministro Braga Neto, da Defesa, poderiam falar ”sobre esse assunto”.

Como se percebe, o Brasil está à deriva, perdido num mar de incompetências. Sem governo para enfrentar as crises internas e sem chanceler para impedir o presidente de dizer bobagens comprometedoras. O chanceler, por sinal, é outro paspalhão. Melhor do que o antecessor, é verdade. Mas qual é a vantagem de ser um pouco melhor do que Ernesto Araújo?

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Política externa de Bolsonaro é “desastre nunca visto”, diz ex-chanceler https://canalmynews.com.br/politica/politica-externa-de-bolsonaro-e-desastre-nunca-visto-diz-ex-chanceler/ Thu, 04 Nov 2021 13:26:29 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/politica-externa-de-bolsonaro-e-desastre-nunca-visto-diz-ex-chanceler/ Para Celso Amorim, Bolsonaro desrespeita a concepção de que algumas instituições, como as Forças Armadas e o Itamaraty, precisam estar a serviço do Estado

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“Desastre nunca visto.” É com essas palavras que o ex-ministro da Defesa e de Relações Exteriores dos governos petistas Celso Amorim define a política externa do governo do presidente Jair Bolsonaro. Na sua avaliação, o presidente se vale de instituições que deveriam estar à serviço do Estado como instrumentos de política pessoal. 

Ex-ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, em entrevista ao Café do MyNews.
Ex-ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, em entrevista ao Café do MyNews. Foto: Reprodução (MyNews).

“Isso é o fotograma de um filme, e o filme é desastroso. Nunca houve uma percepção tão ruim a respeito do Brasil. Do governo americano de Joe Biden, passando pela China (por tudo que se ouve, inclusive das reclamações em relação ao fornecimento de vacina e os ataques ao país), passando por qualquer outra relação que o Brasil tenha internacional. É um desastre”, afirma.

Para ele, a comparação é ruim até se forem levados em conta os governos militares, quando ele já estava no Itamaraty. “Discordava de muita coisa que se passava no brasil, me envergonhava das torturas e de outros fatos, mas da política externa, nunca vi tamanho desapreço pela noção de Estado”, pontuou.

Segundo Amorim, o problema é que Bolsonaro trata determinadas instituições que deveriam ser de Estado, como o Itamaraty e as Forças Armadas, como se estivessem a serviço de seus próprios interesses e convicções ideológicas. O episódio envolvendo o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello é um exemplo.

“A questão é saber o seguinte: diante de uma infração ao regulamento, isso pode ser ignorado? Não, e nunca foi a visão militar, pelo o que eu saiba. Pode haver um abrandamento da pena, um agravamento, dependendo da situação, mas ignorar, considerar normal e colocar um sigilo de 100 anos é uma coisa totalmente absurda e revela um certo desapreço a uma instituição fundamental do estado brasileiro, que são as Forças Armadas.”

Programa ‘Café do MyNews‘ desta quinta-feira (10), que teve a participação do ex-ministro Celso Amorim.

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Ernesto Araújo usou Itamaraty para conseguir cloroquina https://canalmynews.com.br/politica/sob-a-gestao-de-ernesto-araujo-itamaraty-foi-usado-para-a-obtencao-de-cloroquina/ Thu, 04 Nov 2021 13:26:04 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/sob-a-gestao-de-ernesto-araujo-itamaraty-foi-usado-para-a-obtencao-de-cloroquina/ Telegramas revelam mobilização do corpo diplomático brasileiro para conseguir importar o medicamento. Para embaixador, Ernesto “é um fiel capacho de seus chefes”

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Mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter interrompido testes clínicos com a cloroquina, e depois de associações médicas terem alertado para a ineficácia e o risco de efeitos colaterais provenientes do uso contínuo do medicamento, Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, direcionou os esforços da máquina diplomática brasileira para garantir o fornecimento do fármaco ao país.

Ernesto Araújo, ex-chanceler brasileiro, mobilizou os esforços do Itamaraty para importar cloroquina ao país.
Ernesto Araújo, ex-chanceler brasileiro, mobilizou os esforços do Itamaraty para importar cloroquina ao país. Foto: Marcos Corrêa (PR).

Esse planejamento foi descoberto por intermédio de telegramas obtidos pela Folha de S. Paulo, além de dados e informações fornecidos por pessoas envolvidas nas negociações.

Exonerado no final de março, Ernesto Araújo, que será ouvido na CPI da Covid na próxima quinta-feira (13), deverá prestar esclarecimentos sobre possíveis prejuízos na aquisição de insumos e vacinas devido à política externa praticada em sua gestão.

A busca do Itamaraty pela cloroquina começou em março de 2020, dias depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mencionar uma “possível cura para a doença” nas redes sociais: “Hospital Albert Einstein e a possível cura dos pacientes com Covid-19. Agora há pouco os profissionais do hospital Albert Einstein me informaram que iniciaram um protocolo de pesquisa para avaliar a eficácia da cloroquina nos pacientes com Covid-19”, escreveu ele.

Em pronunciamento durante reunião do G-20, em 26 de março, relatada em telegrama, o presidente falo em “testes bem-sucedidos, em hospitais brasileiros, com a utilização de hidroxicloroquina no tratamento de pacientes infectados pela Covid-19, com a possibilidade de cooperação sobre a experiência brasileira”. No mesmo dia, o Ministério das Relações Exteriores pediu, também via telegrama, que os diplomatas tentassem “sensibilizar o governo indiano para a urgência da liberação da exportação dos bens encomendados pelas empresas antes referidas e outras que se encontrem em igual condição, cujo desabastecimento no Brasil teria impactos muito negativos no sistema nacional de saúde”. Na época, o governo indiano havia limitado a exportação da cloroquina.

Em outra comunicação, no dia 15 de abril, o ministério pede que a embaixada na Índia faça gestões junto ao governo indiano para liberar uma carga de hidroxicloroquina comprada pela empresa Apsen antes de a exportação ser vetada por Déli e para que a venda da droga seja normalizada.

Assegurando “resultados animadores”, a chancelaria brasileira promoveu inúmeros pedidos do para obtenção do remédio. Um dos telegramas, por exemplo, afirma que o Itamaraty teria solicitado à Organização Pan-Americana de Saúde um contato com o governo indiano para conseguir a liberação de um lote contendo milhões de doses de hidroxicloroquina.

Mesmo depois de a Sociedade Brasileira de Infectologia, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira desaconselharem o uso do medicamento, o Itamaraty continuou acionando a estrutura diplomática para garantir o fornecimento de hidroxicloroquina.

Efeito Ernesto Araújo

Para o diplomata brasileiro Paulo Roberto de Almeida, “o Itamaraty é um pouco como o Exército, pois a base do trabalho é a hierarquia e a disciplina, fazendo com que os diplomatas cumpram funções”. O embaixador explica que o funcionamento das relações internacionais do Brasil é, em parte, exercido por orientações estruturais.

“Há uma grande diferença entre telegramas puramente de informações, de envio de notícias e boletins, e telegramas que dão instruções… Quando chega um telegrama com instruções, os diplomatas têm que cumprir imediatamente”, elucida Almeida.

Embaixador Paulo Roberto de Almeida em entrevista ao canal MyNews.
Embaixador Paulo Roberto de Almeida em entrevista ao canal MyNews. Foto: Reprodução (MyNews).

“Chegou um telegrama em Nova Deli, como pode ter chegado em outros lugares, para outras vacinas, com instruções para contatar o governo e auxiliar na exportação de medicamentos junto a empresas privadas, numa época em que já havia tido um primeiro estresse, em janeiro, quando se tentou importar vacinas da fábrica autorizada pela AstraZeneca, mas depois verificou-se que se tratava de importar cloroquina, devido a demanda do Bolsonaro”, remonta o diplomata. “Acredito que Nova Deli fez os contatos, mas que o governo indiano já devia estar estressado com as demandas brasileiras, porque elas se anteciparam, inclusive, à vacinação na própria Índia”.

De acordo com Paulo, o relacionamento de Ernesto Araújo com a família do presidente da República explica a corrida pelo medicamento ineficaz estimulada pelo Itamaraty: “A divulgação pela Folha desses telegramas não causa surpresa a nós, pois confirma o que já sabíamos – não só os diplomatas como os observadores externos, a exemplo de vocês, jornalistas: o Ernesto Araújo é um capacho da família Bolsonaro, submisso total. […] Ele faz tudo, até mais do que é pedido, para provar que é um fiel capacho de seus chefes”.

Questionado sobre a participação do ex-chanceler na CPI da Covid, o embaixador afirma que Araújo “será ridicularizado mais uma vez”, tendo em vista a compreensão pública e científica da inutilidade da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19.

“Como já há um embate entre o atual ministro da Saúde e a CPI da Pandemia, o Ernesto deve estar muito preocupado, porque ele será obrigado a mentir ou a dizer a verdade, falar que ele cumpriu funções do Bolsonaro mesmo tendo evidências de todas as partes, não só do Brasil, de que não era adequado [o uso da cloroquina]. Ele estará em maus lençóis, e é muito possível que ele invente uma desculpa para se ausentar”, completou Almeida.

Posicionamento da Apsen

Em nota enviada ao MyNews, a Apsen afirma que entrou em contato com o Ministério da Saúde e o consulado na Índia para garantir o seu fornecimento de medicamentos. Confira a íntegra da nota.

“A APSEN Farmacêutica produz hidroxicloroquina no Brasil há 18 anos, com indicação no tratamento de pacientes crônicos com lúpus e artrite reumatoide. Em abril de 2020, com as dificuldades de importação impostas pela pandemia, os esforços da companhia foram concentrados na manutenção do tratamento sem prejuízos à saúde dos mais de 100 mil pacientes crônicos em uso contínuo do medicamento; e em segundo momento, na contribuição com os estudos em andamento na época para análise da possível eficácia para o tratamento da COVID-19. Reforçamos que, os pedidos de compras de insumos são realizados a cada final de ano para atendimento do ano seguinte, portanto os pedidos referentes ao ano de 2020 haviam sido feitos em novembro de 2019 junto aos fornecedores indianos. Com a proibição das importações por parte do governo indiano em abril de 2020, a Apsen trabalhou com estoque reduzido e comercialização racionalizada durante os meses de abril, maio, junho e julho. Diante do cenário de possível desabastecimento, contatamos o Ministério da Saúde e o consulado da Índia para auxiliar com importação dos insumos adquiridos em novembro de 2019, assegurando assim o tratamento dos pacientes que fazem uso contínuo dessa medicação, conforme indicação em bula e prescrição médica.”

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Espanha: o que é preciso para viver no 5º país com mais brasileiros no mundo? https://canalmynews.com.br/mynews-investe/espanha-o-que-preciso-para-viver-5o-pais-com-mais-brasileiros/ Fri, 24 Sep 2021 22:57:05 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/espanha-o-que-preciso-para-viver-5o-pais-com-mais-brasileiros/ A advogada Vivian Madeira comenta que Espanha traz vantagens para brasileiros que decidem imigrar, como a cidadania espanhola após dois anos de residência

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Segundo o levantamento mais recente do Itamaraty, o número de brasileiros no exterior aumentou 35% entre 2010 e 2020, passando de 3.122.813 milhões para 4.215.800 milhões. Ainda segundo o Itamaraty, quando focamos só na Europa, o número de brasileiros vivendo por lá é de 1.300.525, ou 30,8% de toda a comunidade no exterior, no fim de 2020. A Espanha é o quinto país com maior número de brasileiros no mundo. São cerca de 100 mil, ou 6,2% do total. Já entre os brasileiros com cidadania europeia, a Espanha é o terceiro país, ficando atrás de Portugal e Itália.

Madri - Espanha
A cidade de Madri, na Espanha, o 5º país com maior número de brasileiros no mundo, segundo o Itamaraty/Imagem: Pixabay

O MyNews Investe conversou com a Vivian Madeira, advogada do blog Nacionalidade Espanhola e assessora jurídica. Ela diz que os brasileiros estão descobrindo as vantagens de morar na Espanha, ainda mais para aposentados brasileiros ou pessoas que tenham renda passiva.

“A Espanha tem um convênio com todos os países americanos, de forma que podemos ser naturalizados espanhóis, ou seja, podemos obter a nacionalidade espanhola após dois anos de residência, enquanto outros países têm um tempo muito maior. Portugal por exemplo, são 5 anos de residência no país para que a pessoa possa vir a ter a nacionalidade portuguesa”, explica Madeira.

Renda mínima exigida para viver na Espanha é alta, levando em conta a cotação atual do euro

Entretanto, a renda mínima exigida para residir na Espanha não é baixa; ainda mais com a desvalorização do real. São necessários 2.259,60 euros, ou cerca de R$ 14 mil – na cotação desta sexta (24). Essa renda pode ser de aposentadoria proveniente do INSS, de previdência complementar, de renda de aluguéis de imóveis ou de dividendos de uma empresa, por exemplo.

Segundo a advogada, o valor para familiares de quem faz o pedido como titular é menor, o que pode facilitar a imigração de famílias. “O valor exato é 564,90 euros por mês por familiar, bem menor do que o exigido de um titular. É uma modalidade migratória que permite essa migração familiar, o que também é uma vantagem”.

Se a pessoa já tem alguma cidadania europeia, o procedimento fica mais fácil. “Um cidadão italiano pode residir de forma regular na Espanha. Claro que vai ter um procedimento para ser realizado, mas não precisa de visto. Mas precisa provar subsistência. Só que não existe um mínimo objetivamente estabelecido. É feita uma análise um pouco subjetiva. O cidadão italiano vai pedir um registro como cidadão comunitário. Se ele tiver uma esposa brasileira, também pode solicitar uma autorização de residência como familiar de cidadão comunitário, explica Madeira.

 

MyNews Investe, de segunda a sexta, a partir do meio-dia, no Canal MyNews

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Governo brasileiro autoriza visto a afegãos https://canalmynews.com.br/mais/governo-brasileiro-autoriza-visto-a-afegaos/ Sat, 04 Sep 2021 15:51:06 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/governo-brasileiro-autoriza-visto-a-afegaos/ Ao menos 350 afegãos pediram ajuda ao Brasil. Entre eles, um grupo de 270 magistradas

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O governo brasileiro anunciou a autorização de visto humanitário aos afegãos que querem deixar o Afeganistão após o grupo extremista Talibã tomar o poder.

Os ministérios das Relações Exteriores e da Justiça e Segurança Pública assinaram uma portaria que regulamenta a concessão do visto.

Militares norte-americanos estão ajudando a retirar pessoas do Afesganistão
Militares americanos estão ajudando a retirar pessoas do Afeganistão, após ataque à bomba assumido pelo Estado Islâmico/Foto: Força Aérea dos EUA/Sargento Daryn Murphy/Fotos Públicas

O Itamaraty informou que as embaixadas brasileiras em Islamabad, Teerã, Moscou, Ancara, Doha e Abu Dhabi estarão habilitadas a processar os pedidos de visto para acolhida humanitária. O Brasil não possui embaixada ou consulado no Afeganistão. A embaixada em Islamabad, no Paquistão, é a responsável por assuntos relacionados ao Afeganistão.

O Ministério das Relações Exteriores também informou que receberão atenção especial as solicitações de mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência e que acompanha a situação de um grupo de magistradas afegãs.

Ao menos 350 afegãos entraram em contato com a representação diplomática brasileira e demostraram interesse em deixar o Afeganistão e seguir para o Brasil. Ao menos 80 pessoas de alguma forma contataram a embaixada diretamente, além do grupo 270 magistradas.

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Ao menos 350 afegãos pediram ajuda ao Brasil https://canalmynews.com.br/mais/ao-menos-350-afegaos-pediram-ajuda-ao-brasil/ Thu, 02 Sep 2021 22:15:19 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/ao-menos-350-afegaos-pediram-ajuda-ao-brasil/ Cidadãos tentam fugir do Talibã, que tomou o poder após 20 anos de ocupação norte-americana. Brasileiros foram retirados e afegãos dependem de vistos do Governo do Brasil

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Cidadãos afegãos tentam deixar o país após a retirada das tropas americanas e a tomada de poder pelo grupo extremista Talibã. Ao menos 350 afegãos entraram em contato com a representação diplomática brasileira e demostraram interesse em deixar o Afeganistão e seguir para o Brasil.

A embaixada do Brasil em Islamabad é responsável por Paquistão, Afeganistão e Tajiquistão. Ao menos 80 pessoas de alguma forma contataram a embaixada diretamente, e outras 270 mulheres que atuam no Poder Judiciário do Afeganistão – juízas, promotoras e mulheres que exercem outras funções judiciárias – procuraram a Associação Internacional de Juízas, alegando perseguição.

Olyntho Vieira - embaixador do Brasil para o Afeganistão
Embaixador do Brasil para Paquistão, Afeganistão e Tajiquistão, relata a situação na região e como brasileiros conseguiram deixar o país/Imagem: Reprodução Canal MyNews

Em entrevista ao Jornal do MyNews, o embaixador do Brasil Olyntho Vieira explicou que a situação depende de um entrave burocrático. Como não são brasileiras, essas pessoas dependem de um visto do governo para chegar ao Brasil.

“Há casos de pessoas que tem parentes e gostariam de ir para o Brasil. Eu contabilizo 80 pessoas que de alguma forma teriam interesse de ir ao Brasil, mas não se encaixam nesse esquema de repatriação de cidadãos brasileiros. Na verdade, eles teriam de pedir um visto, decisão que depende de Brasília e não é uma decisão automática”, disse o embaixador.

O grupo de 270 profissionais da justiça afegã procurou a seção do Brasil da Associação Internacional de Juízas, alegando perseguição. Olyntho Vieira relatou que elas estão se movimentando pelo Afeganistão na tentativa de fugir do Talibã.

“Elas estão se movimentando por meio de organizações internacionais, organizações de juristas. Há contatos com vários países, conversei com colegas e outros embaixadores de países da OTAN, e eles entendem o problema da mesma forma. Há uma enorme simpatia por essas pessoas, por outros grupos também, como defensores de direitos humanos. Não há uma política definida. Os países da OTAN estão extremamente envolvidos na retirada das pessoas que de alguma forma tiveram participação na missão militar que durou 20 anos. Esse é um grupo especial. O assunto está sendo discutido no Brasil e há interesse das autoridades brasileiras para atender essas pessoas”, explicou.

Situação dos brasileiros no Afeganistão

O Itamaraty informou que cinco brasileiros estavam no Afeganistão. Entre eles, três fazem trabalho social e querem continuar lá mesmo depois de o Talibã tomar o poder. Os três atuam na organização internacional Médicos Sem Fronteiras. A organização informou que os três brasileiros estão bem e continuam trabalhando em diferentes locais do Afeganistão.

Os outros dois brasileiros conseguiram sair do país. No total, 13 pessoas foram retiradas: os dois brasileiros e seus familiares. Uma família conseguiu pegar um dos voos de retirada no aeroporto de Cabul. A outra saiu pela fronteira com o Paquistão, depois de não conseguir chegar ao aeroporto.

“Um deles, com seus familiares, conseguiu embarcar e partiu num voo para a Espanha. E até curioso que naquela confusão no aeroporto, eles acharam que estavam indo para a Alemanha e foram parar em Madri. Veja como a situação era caótica. Há uma segunda família que não conseguiu chegar ao aeroporto. Então, eles conseguiram se deslocar por terra até a fronteira com o Paquistão. Chegando lá, a embaixada conseguiu providenciar para que eles fossem internados no país”, contou o embaixador.

Veja a íntegra do Jornal do MyNews, de segunda a sexta, a partir das 18h40, com apresentação de Myrian Clark e Hermínio Bernardo

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Itamaraty escondeu dados sobre cloroquina https://canalmynews.com.br/politica/itamaraty-escondeu-dados-sobre-cloroquina/ Wed, 16 Jun 2021 14:46:07 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/itamaraty-escondeu-dados-sobre-cloroquina/ Informações foram retiradas de solicitações via Lei de Acesso à Informação pela agência Fiquem Sabendo

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O Ministério das Relações Exteriores ocultou informações de e-mails e telegramas que mostram as negociações do governo por cloroquina. Os dados foram omitidos em solicitações feitas via Lei de Acesso à Informação pela agência Fiquem Sabendo.

Os telegramas e e-mails apontam que o governo brasileiro apoiou empresas para importar hidroxicloroquina, além de insumos para fabricação do remédio da Índia. O medicamento não tem eficácia para a covid-19.

O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil).

A Fiquem Sabendo solicitou a íntegra da troca de comunicação entre as embaixadas brasileiras, o governo indiano e as empresas interessadas na importação de cloroquina. Os documentos originais não continham datas e horários das conversas e havia cortes nos e-mails. A Lei de Acesso à Informação prevê punição a quem ocultar informação. 

Os detalhes dessa negociação foram divulgados pelo jornal O Estado de São Paulo nesta terça-feira (15). Os documentos mostram a agilidade do governo nas negociações, com mensagens respondidas em 15 minutos, à noite e até durante finais de semana.

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Uma embaixada para Marcelo Crivella https://canalmynews.com.br/politica/uma-embaixada-para-marcelo-crivella/ Tue, 08 Jun 2021 19:15:22 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/uma-embaixada-para-marcelo-crivella/ O convite para o ex-prefeito do Rio de Janeiro assumir o cargo na África do Sul partiu do presidente Jair Bolsonaro, e tem gerado desconforto no Itamaraty

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A notícia de que Jair Bolsonaro teria oferecido o cargo de embaixador do Brasil na África no Sul ao ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, abriu margem para especulações e gerou desconforto entre diplomatas. O convite foi feito há dois meses, durante uma reunião entre o presidente e seu aliado político no Palácio do Planalto, e é tratado como sigiloso. A informação foi revelada nesta segunda-feira (7), pela colunista do Correio Braziliense, Denise Rothenburg.

Marcelo Crivella e Jair Bolsonaro
Ex-prefeito do RJ, Marcelo Crivella recebe convite de Jair Bolsonaro para cargo na embaixada do Brasil na África do Sul. Foto: Marcos Corrêa (PR).

O Itamaraty vê a indicação como uma manobra do presidente, e há desconforto pelo fato do atual embaixador, Sergio Danese, ter assumido o posto há cerca de cinco meses. Há ainda uma preocupação em passar a imagem de que a embaixada irá defender os interesses da Igreja Universal. O nome de Crivella depende do aval do governo sul-africano, portanto não há confirmação oficial até a resposta do país anfitrião. 

Segundo avalia a jornalista do Canal MyNews, Juliana Braga, a ida do ex-prefeito à África do Sul atenderia a dois propósitos. O primeiro seria o de Bolsonaro fazer um aceno ao bispo Edir Macedo e à Igreja Universal, à qual são ligados. Segundo fontes ouvidas por Juliana, houve um estremecimento nessa relação após uma crise que a Universal teve em Angola, país onde possuem mais de 200 templos e do qual alguns de seus pastores foram expulsos sob a acusação de lavagem de dinheiro. As lideranças da igreja reclamaram de abandono por parte do governo brasileiro.

O segundo propósito seria o de Crivella se afastar do Brasil, para poder dar um respiro à sua imagem. O ex-prefeito não conseguiu se reeleger no ano passado e chegou a ser preso por denúncias de corrupção dias antes de seu mandato se encerrar. Ele não sabe ainda se disputará as eleições no ano que vem.

Se aprovado pela África do Sul, o nome de Crivella ainda precisa ser ratificado pelos senadores.

Íntegra do programa ‘Café do MyNews‘ desta terça-feira (8), que abordou a possível embaixada sul-africana para Crivella.

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“Adoraria jogar uma taça de vinho no ex-Ernesto”, diz Kátia Abreu https://canalmynews.com.br/politica/adoraria-jogar-uma-taca-de-vinho-no-ex-ernesto-diz-katia-abreu/ Thu, 27 May 2021 00:42:18 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/adoraria-jogar-uma-taca-de-vinho-no-ex-ernesto-diz-katia-abreu/ Senadora afirma que o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, cometeu crime de “lesa-pátria”

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Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) afirmou nesta quarta-feira (26) que mesmo após a saída de Ernesto Araújo do cargo de ministro das Relações Exteriores, a diplomacia brasileira ainda comete erros.

“O chanceler saiu, mas o presidente, claro, continua presidente. Então foi ótimo o chanceler ter sido substituído, já foi um gesto essa mudança mesmo porque o novo chanceler [Carlos Alberto Franca França] é uma pessoa bastante equilibrada, uma pessoa bastante diplomática, como todos devem ser e o Ernesto não era nada disso. Eu não sei em que escola ele estudou”, disse Abreu ao Quarta Chamada.

Personagem de um famoso episódio de Brasília, quando jogou vinho no senador José Serra após ser classificada de “namoradeira”, Abreu revelou quem seria seu novo alvo.

“Eu adoraria jogar uma taça de vinho no ex-Ernesto, acho que ele merece muito, acho que foi o fim da picada tudo que ele fez no passado e ainda nos prejudica muito”, disse a senadora.

A senadora destaca que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um líder de extrema-direita e seu governo emite ruídos contra a China e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para ela, há setores do governo que enxergam supostas “influências comunistas” na OMS.

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“Briga com a realidade” de Bolsonaro causa atraso no envio de insumos chineses, diz analista https://canalmynews.com.br/mais/briga-com-a-realidade-de-bolsonaro-causa-atraso-no-envio-de-insumos-chineses-diz-analista/ Fri, 21 May 2021 19:47:05 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/briga-com-a-realidade-de-bolsonaro-causa-atraso-no-envio-de-insumos-chineses-diz-analista/ Postura anti-China do presidente cria entraves na diplomacia e ignora “dependência fundamental”, diz professor da Unesp

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A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009 e fornecedor estratégico do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para a produção de vacinas contra covid-19. Ainda assim, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados costumam atacar publicamente Pequim. Para Alexandre Fuccille, professor de relações internacionais da Unesp, este “descompasso” é causado por um desejo de Bolsonaro de ignorar a China. O problema, todavia, é a realidade.

“Há um descompasso entre o que Bolsonaro, o presidente gostaria que fosse, entre um desejo e o que é a realidade. O desejo seria, na verdade, dar de ombros à China e justamente denunciar como uma ditadura comunista, ateia e assim por adiante. A realidade é que nós estamos falando da segundo economia do planeta, do maior parceiro comercial da maior parte da América do Sul”, diz o analista ao MyNews.

Jair Bolsonaro recebe o Presidente da República Popular da China, Xi Pinping, durante a Cúpula dos Brics no Brasil, em 2019.Foto: Alan Santos/PR
Jair Bolsonaro recebe o Presidente da República Popular da China, Xi Pinping, durante a Cúpula dos Brics no Brasil, em 2019.Foto: Alan Santos/PR.

Nesta semana, o embaixador da China no Brasil, Yan Wanming, anunciou a liberação do envio de IFA da China ao Brasil para a produção de vacinas contra covid-19 pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz. De acordo com Yan, o IFA permitirá a produção de 16,6 milhões de doses de imunizantes.

O anúncio da remessa foi realizado após reunião do embaixador chinês com o governadores do Consórcio Nordeste e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O diretor do Butantan, Dimas Covas, já afirmou em entrevistas anteriores que a entrega do IFA chinês atrasou por entraves burocráticos.

Fuccille acredita que este cenário de “morde e assopra” no envio do ingrediente tem influência da postura anti-China de Bolsonaro. O fornecimento de IFA não é suspenso, mas posto em marcha lenta, o que cria uma reação do mundo político que consegue normalizar as exportações, até que uma “nova grosseria do Palácio do Planalto” faz repetir todo o ciclo.

“A China tem esta importância e quem quiser brigar com isso, na verdade, está brigando com a realidade”, diz o professor da Unesp.

O pesquisador também destaca que após a derrota eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos, o Brasil passou a ser o principal país governado pela extrema-direita no cenário global. O Brasil de Bolsonaro também é o principal país do discurso anti-China do mundo, avalia Fuccille.

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Ernesto Araújo será ridicularizado entre os colegas por defender cloroquina, diz diplomata https://canalmynews.com.br/mais/ernesto-araujo-sera-ridicularizado-entre-os-colegas-por-defender-cloroquina-diz-diplomata/ Tue, 11 May 2021 01:11:38 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/ernesto-araujo-sera-ridicularizado-entre-os-colegas-por-defender-cloroquina-diz-diplomata/ Paulo Roberto de Almeida comenta os telegramas diplomáticos enviados pelo ex-chanceler para garantir a chegada de cloroquina ao Brasil

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Para o diplomata Paulo Roberto de Almeida, os telegramas enviados pelo ex-chanceler Ernesto Araújo vão fazer com que ele seja mais uma vez ridicularizado pelos colegas.

Reportagem da Folha de S. Paulo indicou que o ex-ministro das Relações Exteriores agiu para garantir a chegada de cloroquina no Brasil, apesar da Organização Mundial da Saúde (OMS) ter alertado para a ineficácia do medicamento contra a covid-19.

Almeida explica que o Itamaraty é um pouco como o Exército, tem regras rígidas quando o assunto é hierarquia e disciplina, que os informais tem que cumprir instruções e que há diferenças entre telegramas puramente de informações e de telegramas de instruções. O telegrama do Itamaraty que chegou em Nova Delhi pedia que os diplomatas fizessem contatos com o governo indiano para auxiliar na importação de medicamentos como a cloroquina.

“Quando chega um telegrama de instruções, os diplomatas têm de cumprir imediatamente. A primeira fase do telegrama de respostas é cumprir instruções. Então, chegou um telegrama em Nova Delhi, como pode ter chegado em outros lugares, em Pequim, na Alemanha, nos Estados Unidos, o telegrama de dar instruções pede que os diplomatas façam contatos ou na chancelaria ou com empresas ou com outras agências. Os diplomatas são obrigados a cumprir instruções e eles fazem os contatos, informam se eles foram exitosos ou não”, esclarece o diplomata.

Almeida diz que Araújo tem uma fidelidade cega ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que o Itamaraty estava sob uma administração negacionista e esquizofrênica tendo ele no comando.

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“Enquanto Bolsonaro estiver no poder, não haverá acordo com a União Europeia”, diz diplomata https://canalmynews.com.br/politica/enquanto-bolsonaro-estiver-no-poder-nao-havera-acordo-com-a-uniao-europeia-diz-diplomata/ Fri, 16 Apr 2021 22:18:10 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/enquanto-bolsonaro-estiver-no-poder-nao-havera-acordo-com-a-uniao-europeia-diz-diplomata/ Paulo Roberto Almeida questiona as chances de um acordo entre o bloco europeu e o Mercosul na atual conjuntura

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Negociado há mais de duas décadas, o acordo entre Mercosul e União Europeia não deve deslanchar com Jair Bolsonaro (sem partido) no poder. A imagem negativa do Brasil e o protecionismo europeu devem fazer com que a parceria fique apenas no papel, acredita o diplomata e ex-presidente do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri) Paulo Roberto de Almeida.

“Já temos três ou quatro, ou talvez cinco ou seis [países], decididos a não aprovar a entrada em vigor [do acordo]. Enquanto Bolsonaro estiver no poder, não haverá acordo com a União Europeia”, afirma ao Almoço do MyNews.

O presidente Jair Bolsonaro apresenta caixa de cloroquina na posse do então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Foto: Carolina Antunes/PR
O presidente Jair Bolsonaro apresenta caixa de cloroquina na posse do então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Foto: Carolina Antunes/PR

Para o diplomata, que foi afastado do Ipri em uma medida que classifica como retaliação do governo Bolsonaro, a imagem brasileira está arranhada no exterior. Antes da eleição, o atual presidente era lembrado pela imprensa internacional como um “saudosista da ditadura militar”. Após a vitória no pleito de 2018, contudo, a situação não mudou.

“Desde o início de 2019, quando começou aquele desmatamento sem controle na Amazônia, ataques a jornalistas no cercadinho do Alvorada, atentados contra os direitos humanos e mudanças de posição da diplomacia brasileira em grandes esforços multilaterais, a imagem despencou e o Bolsonaro há muito tempo vem recebendo críticas de parlamentares de esquerda, evidentemente progressistas, mas também dos conservadores.”

Além de divergências políticas, o diplomata destaca que há, também, uma oposição por motivação protecionista ao acordo entre o bloco europeu e o sul-americano. Entre os opositores, afirma Almeida, estão os criadores de porcos da Irlanda, os produtores de carne da França, os agricultores de grãos e de outros produtos agrícolas.

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Sem provas, embaixador brasileiro diz que África controlou covid-19 com cloroquina https://canalmynews.com.br/politica/sem-provas-embaixador-brasileiro-diz-que-africa-controlou-covid-19-com-cloroquina/ Wed, 14 Apr 2021 23:04:57 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/sem-provas-embaixador-brasileiro-diz-que-africa-controlou-covid-19-com-cloroquina/ Luiz Fernando Serra defende tese bolsonarista de suposto “tratamento precoce” e critica a imprensa

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O embaixador do Brasil na França, Luiz Fernando Serra, afirmou em entrevista ao Almoço do MyNews nesta quarta-feira (14) que a imprensa usa critérios diferentes para divulgar notícias positivas e negativas sobre a pandemia no Brasil e disse, sem apresentar provas, que a África teria controlado a covid-19 com ivermectina e hidroxicloroquina.

Serra chegou a ser cotado para substituir Ernesto Araújo no ministério das Relações Exteriores, mas acabou preterido por Carlos Alberto França. Alinhado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o embaixador do Brasil na França afirma que o suposto tratamento precoce é um “ponto de vista muito interessante”.

“Não sou médico e não sou cientista, mas me chama atenção o fato de que na África não haja essa hecatombe que se previa no começo da pandemia. Eu atribuo essa resistência dos africanos à covid ao fato de que eles tomam antiparasitários, tomam ivermectina e hidroxicloroquina há muito tempo. Eu não sou um cientista, mas estou dizendo que muitos cientistas sustentam que o tratamento precoce pode funcionar”, diz Serra.

O diplomata Luís Fernando de Andrade Serra no Senado, em 2016. Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O diplomata Luís Fernando de Andrade Serra no Senado, em 2016. Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Não há evidências científicas de que o continente africano teria controlado a pandemia e também não há fatos que sustentem que os remédios citados por Serra sejam efetivos para deter o novo coronavírus. Pelo contrário, seu uso sem supervisão médica pode causar graves efeitos colaterais.

Também em entrevista ao Almoço do MyNews, o jornalista Jamil Chade afirma que ficou fácil para governos europeus e de outros lugares do mundo criticarem o Brasil por conta da fragilidade causada pela pandemia, pela fragilidade da credibilidade internacional e pela fragilidade da própria diplomacia brasileira. “ Os diferentes governos brasileiros, inclusive durante a ditadura militar, eram conhecidos por dialogar com todos. Desde o começo do governo Jair Bolsonaro, essa não foi a realidade”.

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Novo ministro no Itamaraty pode colocar Brasil de volta nos trilhos, diz ex-embaixador https://canalmynews.com.br/politica/novo-ministro-do-itamarty-pode-colocar-brasil-de-volta-nos-trilhos-diz-ex-embaixador/ Thu, 08 Apr 2021 00:11:33 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/novo-ministro-do-itamarty-pode-colocar-brasil-de-volta-nos-trilhos-diz-ex-embaixador/ Substituto de Ernesto Araújo destacou a crise sanitária, econômica e ambiental em seu discurso de posse

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O novo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, pode colocar a diplomacia brasileira de volta nos trilhos, acredita o diplomata e ex-embaixador Marcos Azambuja.

França tomou posse na terça-feira (6) em evento fechado, sem a participação da imprensa e sem transmissão ao vivo. Em seu discurso, o ministro afirmou a importância do diálogo na sua área e disse ser “um construtor de pontes”. Ele substituirá Ernesto Araújo, defensor da suposta tese de um globalismo e crítico contumaz da China.

Durante o seu pronunciamento, o chanceler destacou três urgências a serem combatidas pelo Governo com o auxílio do Itamaraty: a sanitária, a econômica e a ambiental. Ela também lembrou que o Brasil sempre teve papel relevante no diálogo multilateral como método diplomático.

“Um discurso, de certa maneira, exemplar, porque volta a colocar o Brasil em diálogo com o mundo. O Brasil volta a ter a linguagem que se espera dele: racional, moderada e construtiva. O discurso me deu a melhor impressão e eu desejo que seja o início de um novo ciclo”, diz Azambuja ao MyNews.

Embaixador do Brasil na França e Argentina, Azambuja considera o discurso do novo ministro como “breve, construtivo e que usa a linguagem que a diplomacia brasileira sempre soube empregar”. Ele afirma que está confiante que o Itamaraty volte “aos trilhos” e à racionalidade para lidar com o restante do mundo.

Já o cientista político e professor de relações internacionais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Mauricio Santoro destaca que o novo ministro fez um discurso positivo, mas tem dúvidas quanto à possibilidade de França colocar em prática o que foi dito.

“Combater a pandemia, modernizar a economia fazendo o país voltar a crescer e lidar com a questão climática. Mas, há uma distância grande entre este discurso que foi muito bem escrito e o que é, hoje, a conjuntura política do país. E a grande pergunta é se o ministro, que não tem força política própria, teria condições de, realmente, implementar essa mudança na diplomacia ou se ele estará muito suscetível àquilo que o presidente e seus filhos querem fazer”.

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Muda-se tudo, mas se altera algo? https://canalmynews.com.br/creomar-de-souza/muda-se-tudo-mas-se-altera-algo/ Wed, 07 Apr 2021 23:21:41 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/muda-se-tudo-mas-se-altera-algo/ Como bem cita Lampedusa em sua magistral obra ‘Il Gattopardo’, algumas vezes as coisas precisam mudar para permanecerem iguais

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As últimas semanas foram intensas em Brasília. A troca repentina de uma série de ministros deixou muita gente perplexa. Passado o susto das águas de março que alteraram a foto do ministério Bolsonaro, é legítimo perguntar se as mudanças são reais ou apenas mais um exemplo da famosa citação do Gattopardo de Lampedusa segundo a qual para que tudo fique na mesma, é preciso que alguma coisa mude.

O caso do Itamaraty, em particular, suscita dúvidas. Afinal, a Chancelaria havia se transformado, nos últimos dois anos, em espaço privilegiado de atuação do discurso ideológico que elegeu o presidente da República. Por afinidade política ou interesse em tornar-se político, o ex-Chanceler Araújo incorporou o papel de militante a serviço de uma causa. Neste processo, nitidamente, a política externa foi colocada a serviço da mobilização de setores mais extremos do bolsonarismo. 

Esse movimento, que teve sua serventia político-eleitoral, nunca redundou em um avanço real de temas importantes para o desenvolvimento nacional. Ao contrário, acarretou prejuízos evidentes no momento em que o país mais precisava de canais diplomáticos azeitados com parceiros e organismos internacionais. Não por acaso, o capítulo final do Embaixador Araújo foi marcado por um confronto desnecessário com o Senado Federal e uma carta de demissão construída às pressas diante de um cenário de descarte concreto. 

Posse do novo Ministro de Estado das Relações Exteriores, Embaixador Carlos Alberto Franco França. Foto: Gustavo Magalhães/MRE/Fotos Públicas
Posse do novo Ministro de Estado das Relações Exteriores, Embaixador Carlos Alberto Franco França. Foto: Gustavo Magalhães/MRE/Fotos Públicas

O novo ministro, Carlos França, assume com essa carga negativa, sucedendo um Chanceler que procurou implementar uma ruptura com as tradições do Itamaraty. O discurso de posse do novo Chanceler, por contraste com seu antecessor, foi como uma lufada de ar fresco, uma sinalização à normalidade, à ponderação e ao pragmatismo. Teria sido um discurso apenas correto em tempos normais, mas diante da comparação com o que se via no Itamaraty, assumiu ares de grande peça retórica. Foi possível ouvir de longe uma grande suspiro coletivo de alívio dos diplomatas de carreira.

De fato, em seu discurso de posse, França enfileirou conceitos que evocam a melhor tradição do Ministério.  Ao falar da importância do multilateralismo, da necessidade de construir pontes com o mundo e do uso da diplomacia como elemento de solução de controvérsias, gerou uma sensação de normalidade que permite relação direta com a substituição de Pazuello por Queiroga na Saúde. 

O discurso, por mais que tenha sido bem recebido, não foi suficiente para superar certa desconfiança em quem conhece como funciona Brasília e, em particular, como a política externa esteve sob uma tutela de núcleo bolsonarista desde o início do governo. E neste ponto há um elemento importante a ser lembrado: “na relação entre um ministro e o presidente, só um dos dois é demissível, e não é o presidente”. Este axioma serve para lembrar que muito da lealdade do antecessor de França deveu-se à percepção de que era uma peça de fácil substituição na engrenagem política do Palácio do Planalto. 

Esta percepção, obviamente, levou a um processo de sinergia e alguma submissão intelectual aos desígnios da família presidencial em termos de concepção de mundo. Ciente deste processo e do destino do seu antecessor, tal como um faquir, França tem o desafio cotidiano de não ser espetado pela cama em que decidiu deitar-se. E neste verdadeiro malabarismo que é ser ministro no Brasil de 2021, o ministro deverá pesar constantemente eventuais ajustes em nome dos interesses do país e os limites do que seria aceitável pelo próprio presidente e seus conselheiros em política externa, o próprio filho e deputado Eduardo e o assessor palaciano Filipe Martins, que segue no cargo. 

Se prevalecer a tutela palaciana, as ideias vertidas por França em seu discurso de posse não passarão de palavras ao vento e nossa diplomacia adentrará o terreno descrito por Lampedusa. A mudança não passará de uma pantomima, um teatrinho para ganhar tempo com uma aparência momentânea de normalidade. É preciso que o bom discurso do Ministro se traduza em posições concretas e ações palpáveis, de modo que  nossa diplomacia, despida da ideologia excêntrica que lhe corroeu a alma, possa contribuir efetivamente para o enfrentamento das urgências em matéria de saúde, segurança e prosperidade.

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“Não podemos esperar mudanças de rumo”, diz professor sobre troca no Itamaraty https://canalmynews.com.br/politica/nao-podemos-esperar-mudancas-de-rumo-diz-professor-sobre-troca-no-itamaraty/ Thu, 01 Apr 2021 15:05:30 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/nao-podemos-esperar-mudancas-de-rumo-diz-professor-sobre-troca-no-itamaraty/ Carlos Alberto França foi escolhido por Bolsonaro para cargo de Ernesto Araújo. Chanceler foi trocado após desgastes e pressão

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A troca no comando do Itamaraty não deve causar mudanças na formulação da política externa brasileira. A avaliação é do professor de relações Institucionais da Universidade Mackenzie Brasília Márcio Coimbra.

No Café do MyNews, o professor que já foi diretor da APEX, a agência de promoção de exportações do governo federal, explica que quem formula a política externa do país é o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O chanceler segue as orientações para implementar essas ideias e posicionamentos.

Márcio Coimbra, professor de Relações Institucionais, em entrevista ao Café do MyNews - 01/04.
Márcio Coimbra, professor de Relações Institucionais, em entrevista ao Café do MyNews – 01/04. Foto: Reprodução (MyNews).

“A gente não pode esperar grandes mudanças deste novo chanceler, porque ele simplesmente vai continuar operando do presidente Jair Bolsonaro. Na Saúde, quando a gente viu a troca do ministro, nós vimos que o presidente não trocou suas ideias. Nas relações exteriores, acontece a mesma coisa”, analisa Coimbra.

O professor explica ainda que, além de Bolsonaro, os principais formuladores da política externa no governo Bolsonaro são o filho do presidente o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o assessor especial da Presidência, Filipe Martins.

“Um dos formuladores é o assessor da Presidência Filipe Martins, que gerou todo aquele incômodo no Senado fazendo sinais de supremacia branca. Essa pessoa continua no Palácio do Planalto, ou seja, a formulação da política externa é a mesma, apenas a condução e a operação de como ela vai ser feita muda. Então, não podemos esperar mudanças de rumo”, disse.

Íntegra do Café do MyNews desta quinta-feira (1º).

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Delírios Externos Bolsonaristas https://canalmynews.com.br/mais/delirios-externos-bolsonaristas/ Tue, 30 Mar 2021 18:38:34 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/delirios-externos-bolsonaristas/ Sem uma mudança de postura presidencial, pouco mudará e sabemos que Bolsonaro é péssimo em admitir culpas ou corrigir rumos

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A pressão sobre Ernesto Araújo foi intensa. Vinda de todos os lados, acabou abatendo o Ministro de Relações Exteriores. O golpe fatal veio do Senado Federal, mas os ataques foram diversos e a falta de habilidade nos corredores da política de Brasília certamente contribuíram para sua queda. Para além de tudo, o ponto central foi a visão limitada de mundo de seu chefe, Jair Bolsonaro, elemento essencial dos erros cometidos por nossa diplomacia.

A política externa de um país é determinada pelo Presidente da República. No Brasil, cabe ao Chanceler operar esta política, ou seja, colocar em funcionamento estratégico as orientações fornecidas pelo Planalto. Neste governo seguimos o mesmo script e na medida que Bolsonaro se perdia, nossa diplomacia sofria as consequências de seus atos. O enredo final foi dado pelos erros presidenciais diante da pandemia. 

Antes disso houve acertos por parte de nosso corpo técnico-diplomático. Ernesto conseguiu a assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que permitiu o uso comercial do Centro de Lançamentos de Alcântara e o apoio para o ingresso do Brasil na OCDE, além da designação do Brasil como aliado preferencial extra-OTAN, abrindo nossas possibilidades de cooperação, inclusive integração das bases industriais de defesa.

Porém, na mesma medida que nossa diplomacia alcançava resultados positivos, o viés limitado de Bolsonaro fechava portas e oportunidades. Foi um erro assistir o Brasil questionar o resultado das eleições americanas, atacar a Chanceler alemã e o Presidente francês, além da sofrível intervenção presidencial no Fórum de Davos. No front interno, o capitão militarizou (como de costume) nossa agência de promoção de comércio exterior, sob controle, pelo menos formal, do Itamaraty. Engessou um dos pilares mais importantes de nossa política externa entregando o controle da agência para um Almirante sem qualquer experiência com o tema. Foram erros primários injustificáveis até para alguém de quem se espera muito pouco como Bolsonaro. 

Fato é de que nada adianta trocar o piloto, se o plano de voo segue na mesma direção. Sem uma mudança de postura presidencial, pouco mudará e sabemos que Bolsonaro é péssimo em admitir culpas ou corrigir rumos, logo os caminhos que temos pela frente são pouco auspiciosos. Nossa política externa seguirá obedecendo suas crenças, implicâncias e teorias bolsonaristas. 

Em meio a pandemia, a demora de liberação de insumos da China, as dificuldades com imunizantes da Índia e falta de interlocução com países produtores de vacinas são responsabilidade direta do negacionismo de Bolsonaro. Uma postura que não aceita questionamentos, tampouco racionalidade. Seria ingênuo achar que uma troca de ministro fará com que este quadro se altere. 

Bolsonaro opera na lógica da destruição. Jamais soube construir. Precisa de antagonistas e enfrentamentos para sobreviver. A diplomacia, conhecida pela arte do entendimento, é incompatível com esta dinâmica. Ao importar estes vícios para dentro do governo, Bolsonaro feriu pontos nevrálgicos de sua administração como meio ambiente, combate à corrupção e finalmente a política externa. Ao procurar culpados pelos insucessos do governo, é confortável apontar os canhões para os subordinados, uma prática usual do bolsonarismo. 

Os delírios de Bolsonaro levaram nosso país a viver o drama ampliado da pandemia. Enxergamos também nosso país ser duramente criticado por uma política ambiental que se distancia da racionalidade e por colocar as instituições e nossa democracia em xeque. Ao demitir Ernesto Araújo, procura terceirizar seus próprios erros. Mas em todos vemos o carimbo e as digitais do Presidente. Ele mesmo é responsável por encarnar a maior e mais efetiva oposição ao seu governo. Os erros da política externa e o enfrentamento com o Senado são produtos de sua lavra. Ao terceirizar os erros, deixa evidente mais um traço de sua Presidência: a covardia.


Quem é Marcio Coimbra

Márcio Coimbra é professor de Relações Internacionais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília. Foi diretor da Apex-Brasil.

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Nos corredores do Itamaraty, Araújo é chamado de “Beato Salu”, diz diplomata https://canalmynews.com.br/mais/nos-corredores-do-itamaraty-araujo-e-chamado-de-beato-salu-diz-diplomata/ Mon, 29 Mar 2021 22:14:57 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/nos-corredores-do-itamaraty-araujo-e-chamado-de-beato-salu-diz-diplomata/ Paulo Roberto Almeida avalia sucessor do ex-chanceler e diz que Araújo tem “sério desequilíbrio mental”

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O diplomata Paulo Roberto Almeida avalia que o agora ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo é uma “mente perturbada” e que ele não deve conseguir emplacar uma carreira política após deixar o Itamaraty.

“Nós temos uma comissão de ética que diz que a gente não deve se manifestar nas eleições, mas ele criou um blog clandestino, ‘Metapolítica 17’, com subtítulo ‘Contra o globalismo’. Ali, ele colocou todas as teorias conspiratórias da direita americana contra o multilateralismo, e fez uma propaganda ativa atacando o PT, o marxismo cultural, o comunismo, a esquerdalha. E quando se descobriu que era ele que estava por trás desse blog, desses ataques, os meus colegas começaram a chamá-lo de Beato Salu. Realmente, quem lê aqueles os artigos de 2018 conclui que a pessoa tem algum sério desequilíbrio mental, porque são ataques que levam à religião e à política. Então deve haver algum problema nesse diplomata, que eu faço ser identificado como uma mente perturbada”, opina Almeida em entrevista ao Almoço do MyNews.

Beato Salu foi um personagem da novela Roque Santeiro, veiculada pela Rede Globo em 1975. Salu vagava pelas ruas anunciando o fim do mundo na obra de ficção.

No sábado, dia 27 de março, foi publicada uma carta assinada por mais de 300 diplomatas, na ativa e aposentados, pedindo a saída de Araújo. Almeida diz que nem todos que assinaram a missiva revelaram seu nome por medo de possíveis retaliações. O próprio foi Almeida demitido em março de 2019 do cargo de diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri), órgão vinculado ao ministério das Relações Exteriores, após publicar em seu blog pessoal textos sobre a Venezuela.

Um dos nomes cotados para ficar no lugar de Araújo é Luís Fernando Serra, embaixador do Brasil na França. Almeida avalia que o embaixador é um diplomata comum, um camaleão, como muitos diplomatas são, que se adaptam ao primeiro escalão.

O então ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo recebe o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Foto: Raylson Ribeiro/MRE

“Ele [Luís Fernando Serra], foi meu colega na embaixada em Paris nos anos 90, não se distinguiu porém um brilho intelectual, não me lembro dele ter publicado artigos ou manifestado opiniões substantivas sobre política externa. Ou seja, um burocrata cinzento”, lembra o diplomata. “A única atividade mais distendida que eu me lembro que ele tenha feito lá foi escrever uma carta ao Le Monde reclamando de uma matéria especialmente crítica ao Brasil, feita pelo correspondente do Le Monde. É uma função que os diplomatas fizeram vergonhosamente na ditadura militar em que embaixadores eram levados a negar a existência de torturas e de desaparecimentos, de prisões e tudo mais. Infelizmente nós estamos vivendo um processo muito semelhante”, comenta o professor.

Para o diplomata, Araújo não deve conseguir uma carreira na política profissional porque a população quer “pão e circo” e o ex-chanceler tem a oferecer “Nietzsche, Kant e filosofia fascista”.

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O custo da politização do Itamaraty https://canalmynews.com.br/creomar-de-souza/o-custo-da-politizacao-do-itamaraty/ Mon, 29 Mar 2021 16:02:26 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/o-custo-da-politizacao-do-itamaraty/ Prevaleceu a ideia segundo a qual o Itamaraty poderia ser um parque de diversões da extrema-direita sem maiores consequências

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O Itamaraty nunca foi um ministério particularmente cobiçado. Controla uma fatia ínfima do orçamento federal, não possui cargos de livre provimento que permitam oferecer cabide de empregos, tem impacto reduzido nos chamados currais eleitorais. Ulysses Guimarães teria dito, a certa altura, que o Itamaraty só dá votos em Moçambique, provavelmente uma referência aos programas de cooperação técnica pilotados pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do ministério.

Isso mudou paulatinamente e não em benefício dos interesses do país. A política externa passou a ser parte central da guerra de narrativas. Não é casual que no atual governo o Itamaraty tenha se tornado uma ponta de lança da chamada guerra cultural, ao passo que sua outrora respeitada Fundação Alexandre de Gusmão tenha se transformado na trincheira dessa guerra, dando guarida a teorias conspiratórias, produtores de fake news, militantes monarquistas e toda uma fauna de personagens sem credenciais acadêmicas, porém ativos nas redes sociais.

O Itamaraty virou peça-chave nesse esquema por conta da importância estratégica da chamada guerra cultural na visão dos militantes olavistas, para quem a luta contra o comunismo é uma luta internacional, daí a necessidade de aliar-se não com países específicos, mas com as forças políticas conservadoras que se opõem ao globalismo: Trump, Orbán, Salvini e companhia. De certa forma, isso contradiz a visão de Ulysses, já que o Itamaraty passou a dar votos, ainda que entre os militantes mais exaltados, porém considerados fundamentais no esquema de mobilização política do presidente Bolsonaro.

Os políticos tradicionais, empresários, banqueiros, alguns articulistas de jornal e até militares sempre torceram o nariz para a condução ideológica da nossa diplomacia, mas não encararam o problema de frente. Prevaleceu a ideia segundo a qual o Itamaraty poderia ser um parque de diversões da extrema-direita sem maiores consequências; ao contrário, por exemplo, do Ministério da Economia e outras pastas mais técnicas, como Minas e Energia e Infraestrutura. Por isso, a pressão para mudanças de rumo na diplomacia demorou a aparecer. E isso tem a ver também com os tempos da diplomacia.

Ao contrário do tempo da política, da economia e do ciclo de notícias, a diplomacia trabalha em outro diapasão e seus erros e acertos são menos evidentes do curto prazo. Colhe-se o que foi semeado, mas não imediatamente. Foi preciso uma crise aguda múltiplas dimensões para que nossa elite se desse conta, quase que no susto, que a política externa equivocada de queimar pontes gratuitamente e subordinar suas escolhas a preferências ideológicas tem custos exorbitantes diante da emergência nacional que vivemos.

É como se num belo dia acordássemos com uma chuvarada na cabeça e nos déssemos conta, então, que um teto faz falta, ainda que a previsão fosse de tempo bom e sol inclemente. Hoje, finalmente, estamos acordando para o fato de que uma diplomacia profissional e uma política externa que defenda nossos interesses nacionais, pautada pelos princípios constitucionais, não é um luxo, mas uma necessidade básica.

Será difícil e trabalhoso reconstruir o teto que nos abriga das intempéries internacionais e resgatar a diplomacia profissional que foi escanteada nos últimos tempos e deu lugar às sandices de uma facção extremista. Mas realizar esse ajuste é mais urgente no que nunca se quisermos ter capacidade de atender nossas necessidades de acesso a insumos, vacinas, capitais e tecnologia, de modo a garantir a saúde e a prosperidade de nosso povo.

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Ernesto cai por seus erros, mas, principalmente, pelos de Bolsonaro https://canalmynews.com.br/juliana-braga/ernesto-cai-por-seus-erros-mas-principalmente-pelos-de-bolsonaro/ Mon, 29 Mar 2021 15:26:42 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/ernesto-cai-por-seus-erros-mas-principalmente-pelos-de-bolsonaro/ O Congresso se aproveita da fragilidade do presidente para sacramentar a queda de Ernesto e avança sobre outras pastas

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O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, precipitou seu destino e, ao atacar a senadora Kátia Abreu (PP-TO) no domingo (28), conseguiu perder o apoio até de bolsonaristas no Parlamento. Ernesto cometeu seus erros, listados em uma carta apócrifa dos diplomatas do Itamaraty, na qual eles classificam a condução do chanceler como “amadora, despreparada e personalista”. Nada disso, no entanto, é novidade em Brasília. O elemento novo é a fragilidade do presidente Jair Bolsonaro, encurralado pela estratégia que ele próprio desenhou de combate ao coronavírus. 

Ministro Ernesto Araújo participa da Reunião Ministerial América Latina e Caribe.
Ministro Ernesto Araújo participa da Reunião Ministerial América Latina e Caribe. Foto: Gustavo Magalhães (MRE).

Bolsonaro insistiu na dicotomia entre saúde e economia, apostou na imunidade de rebanho e achou que, ao final, a crise se resolveria sozinha e ele poderia creditar aos governadores qualquer fracasso da sua gestão. Mas a crise se prolongou para além de todas as expectativas e, agora, o presidente tenta emplacar uma nova fase sem perder o apoio dos ideológicos que os sustentaram até aqui. Os mais de 300 mil mortos pelo coronavírus começam a pesar sobre as suas costas, e o Centrão aproveita-se desse momento de fragilidade para avançar nas suas demandas. 

O primeiro alvo foi Ernesto Araújo. Mas assim como um tubarão que sente o sangue na água, parlamentares desse grupo só vão parar quando se sentirem saciados. O ataque já se estende ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por conta do desgaste internacional causado pelo desleixo no combate ao desmatamento. Chegará ao Ministério da Educação, de Milton Ribeiro, e até mesmo ao de Infraestrutura, do até há pouco tempo queridinho Tarcísio de Freitas. O “erro” de Freitas? Estar à frente de uma pasta com capacidade de investir e entregar obras.

Um presidente fragilizado interessa mais ao Congresso, que se fortalece na sua omissão, do que um impeachment, que entregaria o Palácio do Planalto ao general Hamilton Mourão. Resta saber, apenas, até quando o Centrão consegue permanecer na base aliada de Bolsonaro sem que o dano à imagem do presidente respingue nos parlamentares também.

Íntegra do programa ‘Café do MyNews‘ desta segunda-feira (29), que tratou da atual situação do ministro Ernesto Araújo.

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Chanceler Ernesto Araújo e Filipe Martins estão na corda bamba https://canalmynews.com.br/politica/chanceler-ernesto-araujo-e-filipe-martins-estao-na-corda-bamba/ Thu, 25 Mar 2021 22:18:15 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/chanceler-ernesto-araujo-e-filipe-martins-estao-na-corda-bamba/ Congressistas defendem troca no Itamaraty e criticam diplomacia brasileira

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Congressistas pressionam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a demitir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Alguns senadores chegaram a defender a troca durante sessão virtual do senado que contou com a presença do próprio chanceler.

Na visão dos políticos, as posições da diplomacia brasileira estão prejudicando a busca por vacinas contra covid-19, além de outros problemas com os parceiros internacionais.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) disse em discurso que “a pandemia é vacinar, acima de tudo”, mas que para isso acontece as boas relações diplomáticas devem ser mantidas, principalmente com a China. A sessão, que durou mais de cinco horas, seguiu bem acalorada.

Os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) foram alguns nomes a se pronunciarem pedindo que Araújo deixe o cargo de ministro.

Outro nome que entrou para a lista de pedidos de demissões foi o de Filipe Martins, Assessor Especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República. Ele foi flagrado, durante a sessão, fazendo um gesto associado a supremacistas brancos nos Estados Unidos.

O flagra aconteceu enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Dem-MG), falava. Filipe estava sentado ao fundo. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entendeu o gesto com uma obscenidade e chegou a pedir que o assessor fosse retirado da sessão pela Polícia Legislativa.

Rodrigo Pacheco decidiu instaurar uma investigação para apurar o episódio.

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Gesto de assessor de Bolsonaro é “linguagem codificada” para extremistas, diz analista https://canalmynews.com.br/politica/gesto-de-assessor-de-bolsonaro-e-linguagem-codificada-para-extremistas-diz-analista/ Thu, 25 Mar 2021 20:10:51 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/gesto-de-assessor-de-bolsonaro-e-linguagem-codificada-para-extremistas-diz-analista/ Professor da USP explica que “OK” de Filipe Martins é uma forma de se comunicar com a extrema-direita

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O gesto do assessor especial da presidência da República Filipe Martins não é um episódio banal. Para o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) Felipe Loureiro, o acontecimento é um “episódio muito triste na história do Itamaraty”.

Loureiro afirma que o gesto foi um “apito de cachorro”, termo cunhado nos Estados Unidos e usado para designar ações que só são entendidas por seguidores de determinado movimento. Quem não conhece a simbologia ou a linguagem da mensagem, pode não perceber o real significado.

No fundo da imagem, o assessor especial da presidência Filipe Martins. Foto: Reprodução TV Senado.
No fundo da imagem, o assessor especial da presidência Filipe Martins. Foto: Reprodução TV Senado.

De acordo com a Liga Antidifamação, organização dos Estados Unidos que monitora e estuda o extremismo, o gesto de OK é associado a grupos de extrema-direita desde 2017. A gesticulação tem usos no yoga e pode ser usada como um equivalente de um “ok”, mas também é usada por grupos racistas.

Loureiro lembra que o gesto foi utilizado por Breton Tarrant em audiência judicial. Tarrant matou 51 muçulmanos ao atacar duas mesquitas na Nova Zelândia, em 2019. O assassino, que transmitiu seus homicídios ao vivo no Facebook, publicou um manifesto nas redes sociais em que fala de um suposto “genocídio branco” e ataca imigrantes.

Diante da repercussão do episódio, Martins alegou que estava apenas arrumando seu paletó e que não poderia ser “simpático ao supremacismo branco” porque é judeu.

“Em um contexto que é evidentemente crime você fazer qualquer manifestação racial explícita, você cria todo um conjunto de símbolos e gestos que permitem um tipo de negação plausível. Que foi exatamente o que o assessor Felipe Martins fez”, diz Loureiro.

Este não é a primeira vez que Martins utiliza símbolos ligados à extrema-direita. O assessor de Bolsonaro ilustra seu Twitter com uma frase citada no manifesto de Tarrant e também já usou uma frase ligada ao ditador espanhol Francisco Franco para cumprimentar o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) nas redes sociais.

Para o professor da USP, Martins e o ministro das Relações Internacionais, Ernesto Araújo, prejudicam a população brasileira em um momento que um bom relacionamento com a comunidade internacional é chave para conseguir vacinas.

“[Araújo] chegou a manifestar, em 2020, que o vírus seria uma forma de tolher a liberdade humana e de instaurar a uma sociedade totalitária nos diversos países, inclusive ele escreveu um texto no ano passado chamando a covid-19 de “comunavírus”, que as medidas de isolamento social e o uso de máscaras ,entre outras coisas, seriam uma espécie de antessala para o início de uma de uma sociedade totalitária em vários países. Recentemente, inclusive na comissão de direitos humanos da ONU, ele repetiu o mesmo discurso, dizendo que não se pode fazer um lockdown do espírito humano, então é muito mais do que inação ou negligência”, diz o analista ao Almoço do MyNews.

O presidente do Senado determinou a apuração do gesto de Martins pela Secretaria-Geral da Mesa (SGM) e a Polícia Legislativa.

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Brasil é visto internacionalmente como “ameaça a médio e longo prazo”, diz professor da FGV https://canalmynews.com.br/mais/imagem-do-brasil-se-dissolve-no-exterior-comprometendo-recuperacao-economica/ Tue, 09 Mar 2021 12:11:55 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/imagem-do-brasil-se-dissolve-no-exterior-comprometendo-recuperacao-economica/ Professor de relações internacionais explica como a postura de Bolsonaro afeta o desenvolvimento e a diplomacia do país

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O derretimento da imagem brasileira perante a comunidade internacional é um dos reflexos mais eminentes da administração negacionista do governo Bolsonaro. A avaliação é de Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV-SP, e estudioso da geopolítica.

Seja pela desastrosa condução frente a maior crise sanitária do século ou pela recusa em efetivar planejamentos capazes de frear a devastação da Floresta Amazônica, Jair Bolsonaro (sem partido) é um dos principais personagens responsáveis por caracterizar o Brasil como uma pária mundial, avalia o analista internacional.

O presidente Jair Bolsonaro, que parabenizou Joe Biden pela vitória na eleição nos EUA mais de um mês após o pleito
O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil).

Para Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV-SP e colunista dos jornais ‘EL PAÍS’ e ‘Americas Quarterly’, a decadência diplomática do país foi agravada “desde que Bolsonaro se tornou presidente”: “Acompanho, há 15 anos, todos os dias, a reação e reputação do país, e confesso que nunca vi uma deterioração tão brusca como essa que estamos vendo”.

Referindo-se aos embates entre o presidente francês, Emmanuel Macron, e Bolsonaro acerca das políticas ambientais e consequente devastação amazônica, Stuenkel afirma que o momento atual do país é evidenciado no exterior como uma ameaça imediata.  

“Há uma percepção de que o Brasil representa não só uma ameaça a médio e longo prazo, no caso do meio ambiente, mas, também, devido a incapacidade em lidar com a situação, somada à postura do presidente, há a impressão internacional de que o país não tem a vontade política para lidar com esse desafio [pandemia], concebendo um espaço em que o vírus corre solto, podendo provocar mutações que ameaçam países. Para mim, é a pior crise da reputação brasileira em muito tempo – o Itamaraty não cumpre a função de mitigar os acontecimentos ruins, o que faz com que essas notícias cheguem ao mundo de maneira direta, não filtrada.”, explica o professor.

"É tudo apenas histeria e conspiração", charge publicada no jornal alemão Stuttgarter Zeitung, por Luff.
“É tudo apenas histeria e conspiração”, charge publicada no jornal alemão Stuttgarter Zeitung, por Luff. Foto: Reprodução (Redes Sociais).

“Não é só o aumento de infecções. Afirmações do presidente geram uma insegurança grande, comentários defendendo cloroquina, pauta que deixou de ser discutida em abril lá fora, ataques ao uso de máscara… Bolsonaro é um dos poucos presidentes do mundo que tem essa retórica. […] Em momentos de crise, o ministério de relações exteriores é uma espécie de assessoria de comunicação, um gestor de crise. Hoje é o oposto: o chanceler compartilha teorias conspiratórias, apoia o presidente em afirmações escandalosas… Ele, de certa maneira, está piorando a imagem internacional do país. O Itamaraty, que pode servir como um escudo, atualmente é inoperante”, completa.

Questionado sobre a possibilidade de sanções contra o Brasil, Stuenkel cita o desenvolvimento da pauta ‘ecocídio’ como justificativa para a ratificação de penalidades, uma vez que o tema já é tratado por muito países como uma investida contra nações de todo o mundo, além de reprovações não oficiais estabelecidas por diferentes populações.

“Ações de boicotes iniciados por consumidores, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa, onde a imagem do Brasil é péssima, não havendo atores que consigam de maneira alguma mitigar essa situação. Para políticos europeus e norte-americanos bater no Brasil é muito popular, pois não há mais nenhum elemento que defenda o presidente Bolsonaro. […] Esse isolamento tem um impacto muito ruim para a economia e para o turismo brasileiro, atrasando a recuperação econômica do país”.

Íntegra da entrevista com Oliver Stuenkel no programa ‘Dinheiro na Conta’ do canal MyNews

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O Brasil e os limites de uma cultura de liderança baseada na subserviência https://canalmynews.com.br/creomar-de-souza/o-brasil-e-os-limites-de-uma-cultura-de-lideranca-baseada-na-subserviencia/ Wed, 17 Feb 2021 15:04:34 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/o-brasil-e-os-limites-de-uma-cultura-de-lideranca-baseada-na-subserviencia/ Episódios recentes no Ministério das Relações Exteriores comprovam a existência de ambientes férteis para o “yes-man” no Brasil

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Em inglês há uma expressão para qualificar aqueles assessores que concordam sempre com o chefe. É o “yes-man”, o sujeito que sempre diz sim e até se antecipa para expressar opiniões que agradam o superior. Houve um tempo em que esse tipo de atitude era a regra geral, uma espécie de caminho seguro para o sucesso na carreira. Hoje em dia, o “yes-man” seduz pouca gente no setor mais moderno da economia, embora o tipo ainda prolifere em círculos onde a mentalidade de corte subsiste.

Na semana passada, vimos dois episódios no Ministério das Relações Exteriores que comprovam a existência de ambientes férteis para o “yes-man”. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a telegramas da Embaixada em Washington sobre a campanha eleitoral e seu resultado nos Estados Unidos. O nosso embaixador lá fez relatos insípidos sobre o processo, relatando as alegações de fraude generalizada e a estratégia jurídica da campanha Trump. Até aí, tudo bem. O problema residiu na incapacidade de emitir sequer uma consideração sobre o caráter manifestamente falso de tais alegações ou sobre as chances praticamente nulas de tal estratégia dar algum resultado.

Fachada do Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
Fachada do Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Foto: Leonardo Sá (Agência Senado).

O segundo fato relevante foi o caso de embaixador indicado para a delegação brasileira junto à ONU e em Genebra, que foi rejeitado pelo plenário do Senado. O estopim foi a recusa do indicado a responder a pergunta da senadora Katia Abreu. Alegou que a pergunta versava sobre tema que não é da sua alçada. Disse que não estava “mandatado” para se manifestar sobre como as denúncias de descalabro da política ambiental podem servir de desculpa para minar o acordo Mercosul-UE por parte de setores protecionistas europeus.

O Brasil e a mentalidade de “yes-man”

Tanto num caso quanto no outro, o ímpeto por agradar e o medo de dizer qualquer coisa não previamente chancelada pela chefia retiraram a capacidade dos agentes públicos de desempenhar com eficácia suas funções. No caso do embaixador nos EUA, seus informes deixaram de alertar para alta probabilidade de vitória de Biden e sua irreversibilidade nos dias seguintes ao pleito. Já o indicado para Genebra demonstrou não entender a natureza do jogo no Senado, cuja sabatina não consiste em tomar a lição de um aluno que poderia alegar que a matéria não foi dada em sala para negar-se a responder a um questionamento.

Com um pouquinho de desenvoltura, deixando de lado a mentalidade de “yes-man”, seria plenamente possível dizer à senadora, sem contradizer a política oficial, de que ela tinha razão: o agronegócio brasileiro é o mais sustentável do mundo, alguns interesses protecionistas exageram problemas por interesse próprio e podemos melhorar nossa imagem no exterior.

Não culpemos apenas os personagens que agem como “yes-man”. O exemplo tem de vir de cima. A verdadeira liderança valoriza o pluralismo e a independência de pensamento. Lincoln incluiu no seu gabinete alguns desafetos para ter mais capacidade de governar, o chamado “time de rivais”. Na crise dos mísseis, JFK valorizava os que discordavam, pois isso permitia colocar à prova suas convicções, em prol de decisões mais embasadas. Talvez falte no Brasil esse estilo de liderança.

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Os resultados que precisamos e aqueles que temos da Política Externa Brasileira https://canalmynews.com.br/creomar-de-souza/os-resultados-que-precisamos-e-aqueles-que-temos-da-politica-externa-brasileira/ Thu, 11 Feb 2021 11:01:27 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/os-resultados-que-precisamos-e-aqueles-que-temos-da-politica-externa-brasileira/ Uma política externa descolada do eixo tradicional das políticas públicas, é incapaz de gerar resultados e corresponder aos desafios impostos pelas dinâmicas da geopolítica das vacinas globalmente

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Um dos primeiros textos desta coluna discutiu o que é Política Pública e a sua utilidade. Longe de esgotar o assunto, aquela reflexão ressurge com força no atual momento. Seja pelas discussões bizantinas que envolvem a vacinação, seja pelos limites geopolíticos impostos ao governo brasileiro. O fato é que políticas públicas devem buscar resultados e soluções para a coletividade e que Política Externa, ao ser Política Pública, está enquadrada neste axioma.  

Se no passado tal concepção de realidade era um truísmo, hoje, é preciso reafirmar essa noção já que o domínio diplomático parece ter sido colonizado pela ideologia. A principal resultante deste fenômeno é a expulsão do cálculo tradicional de ganhos e benefícios e a exclusão do pragmatismo saudável da projeção de interesses nacionais no contexto de um cenário internacional cada vez mais competitivo.

Obviamente, este dilema não é exclusividade do Brasil. Ao contrário, o avanço do populismo mundo afora teve o condão de usar a Política Externa como um de seus alvos prediletos na busca de bodes expiatórios, numa manobra daninha para uma ordem internacional baseada no direito e na solução negociada para problemas comuns. No caso da Europa, a política de integração seria a culpada pelo desemprego, pela imposição de valores democráticos contra a vontade de regimes “iliberais”, pela suposta invasão de imigrantes, mesmo em países com números irrelevantes de imigrantes.

Nos EUA, Trump representou fenômeno semelhante. Manipulou a situação difícil de parcelas da população e seus temores mais recônditos em relação ao outro e ao diferente. Atribuiu a imigrantes os males sociais, culpou a China pela decadência da manufatura tradicional no país, acusou ambientalistas de inventar uma conspiração global para matar a indústria do carvão e retirar o poder do setor de hidrocarbonetos.

Em suma, o populismo tem como subproduto uma visão maniqueísta, que reduz o mundo a um roteiro cinematográfico de uma batalha as forças do bem – não coincidentemente ocidentais, conservadoras, nacionalistas – contra as forças do mal – o comunismo, o globalismo, a ONU, a OMS. Esse amálgama simplista distorce a realidade para fabricar soluções imaginárias. E como resultante, realiza-se um processo de fuga das Políticas Públicas baseadas em evidência e aposta-se em soluções baseadas em sectarismo.

Como exemplo deste processo, percebe-se a ideologização de Políticas Públicas, que se tornam um campo de embate desproporcional diante da gravidade das situações a serem enfrentadas. Neste país, vimos isso na questão da vacina, no relacionamento subserviente em relação aos EUA de Trump e na prática de pisar no calo da China, ignorando a relevância deste país para a economia nacional. Desta maneira, o populismo que hoje dá as cartas na nossa Diplomacia tornou-se um estudo de caso na busca de ganhar pontos com uma base eleitoral radicalizada em detrimento dos interesses concretos da população.

O fato é que se anteriormente, a lógica de ideologização não possuía resultados concretos, na atual conjuntura os danos são inescapáveis. A realidade se impõe e se vinga, em momento que o país precisa manter mercados abertos às exportações – nos EUA, na Europa, na América do Sul e na Ásia – e na hora de navegar no mar revolto da geopolítica das vacinas. Nesse caso, a vergonha e o constrangimento moral de uma Diplomacia sectária é um problema menor diante da perda de influência, poder e por consequência, capacidade de garantir a prosperidade, a saúde e o futuro de nossos cidadãos.

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Política externa brasileira coloca em risco plano de imunização contra Covid-19 https://canalmynews.com.br/politica/politica-externa-brasileira-coloca-em-risco-plano-de-imunizacao-contra-covid-19/ Thu, 21 Jan 2021 15:09:47 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/politica-externa-brasileira-coloca-em-risco-plano-de-imunizacao-contra-covid-19/ Relações desgastadas com China e Índia, fornecedores de insumos médicos, já impactam na produção das vacinas

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O clima de euforia gerado com o início da imunização contra a Covid-19 no Brasil durou pouco. O alívio gerado pela aprovação junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) das vacinas a serem produzidas no país pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz deu lugar à apreensão e ao risco de falta desses imunizantes. E o motivo recai sobre a política externa do governo de Jair Bolsonaro.

No dia seguinte à homologação dos antivirais, os projetos de vacinação começaram a enfrentar sérios entraves. A razão principal, em termos materiais, diz respeito às poucas doses disponíveis no Brasil: 6 milhões para mais de 210 milhões de habitantes — todas da Coronavac, vacina produzida pelo Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

O governo contava com 2 milhões de vacinas vindas da Índia, bem como de materiais chineses para produção de imunizantes no Brasil, impactando tanto as doses do Instituto Butantan quanto da Fiocruz.

Teste com voluntário para vacina contra a Covid-19
Teste com voluntário para vacina contra a Covid-19.
(Foto: Governo do Estado de São Paulo)

Diplomacia contra plano de imunização

A Fiocruz afirmou que a falta de previsão para a chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) pode atrasar a fabricação das primeiras remessas da vacina Oxford/AstraZeneca, previstas para a segunda semana de fevereiro. O Butantan confirmou que desde domingo (17) não consegue produzir novas doses da Coronavac por falta de insumos, parados na China.

Esse cenário de desabastecimento tem como uma de suas origens as estratégias de política externa dos países asiáticos, termos burocráticos e, sobretudo, contrariedades diplomáticas resultantes da postura federal brasileira.

Críticos ávidos do sistema político chinês, os integrantes da família Bolsonaro, acrescidos por ações de assessores e do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, geraram verdadeiros incômodos a Pequim, que foram compreendidos como erros sistêmicos pela comunidade internacional.

Nesta semana, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que “a China não tem dado celeridade aos documentos de exportação necessários para que o IFA saia e venha para o Brasil”, e completou: “Estamos fazendo movimentos fortes no nível diplomático para encontrar onde está essa resistência e resolver o problema”.

Quanto à Índia, o não apoio brasileiro à proposta indiana de quebra de patente temporária de produtos relacionados ao combate da mundial da Covid-19, apresentada no ano passado à Organização Mundial do Comércio (OMC), é apontado como motivo principal para o entrave – o Governo Federal aguarda o carregamento de 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca fabricadas no país.

O chanceler Ernesto Araújo, por sua vez, atribuiu o atraso na liberação de 2 milhões de doses prontas da AstraZeneca e dos insumos da Sinovac, já adquiridos pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz na China e na Índia, a adversidades burocráticas e à elevada demanda internacional pelos materiais. Mas admitiu que não há prazo para que as vacinas cheguem ao Brasil, embora o governo tenha inclusive preparado um avião especialmente para buscar os imunizantes.

“Todo o processo está avançando e queremos acelerar justamente para que possamos manter o cronograma de vacinação. O comércio com a China cresceu expressivamente nos dois anos do nosso governo. Em 2020, cresceu 30% em comparação com 2019. Estamos juntos no Brics e tenho certeza que isso se refletirá também neste caso. Não é um assunto político, é um assunto de demanda por um produto”, declarou.

Segundo Araújo, o Brasil mantém uma “relação madura e construtiva” com ambas as nações asiáticas.

Saídas?

Diante desse quadro, outros atores têm atuado para tentar retomar o fornecimento externo de insumos para as vacinas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que participou no último dia 20 de uma reunião virtual com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.

“O governo chinês vai trabalhar para acelerar a chegada desses insumos. O diálogo com o governo de São Paulo e o Instituto Butantan vai fazer com que a gente consiga avançar o mais rapidamente possível. A decisão do governo chinês é atender a população brasileira”, declarou o parlamentar.

Maia confirmou a inação federal, tendo em vista “uma falta de diálogo incrível. A questão ideológica tem prevalecido sobre a questão de salvar vidas”, criticou. Até o momento, o governo brasileiro não realizou esforços para contatar a embaixada chinesa, a fim de debater possíveis soluções para a questão.

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Vacinação no Brasil esbarra em falta de insumos de China e Índia e na política externa https://canalmynews.com.br/mais/vacinacao-no-brasil-esbarra-em-falta-de-insumos-de-china-e-india-e-na-politica-externa/ Tue, 19 Jan 2021 23:54:16 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/vacinacao-no-brasil-esbarra-em-falta-de-insumos-de-china-e-india-e-na-politica-externa/ Postura do Itamaraty sobre a China e atropelos com a Índia ameaçam vacinação no Brasil

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Com um dia de atraso em relação ao previsto, a vacinação no Brasil contra a Covid-19 se encontra em andamento em todos os estados do país e do Distrito Federal. No entanto, além dos desencontros entre os entes federativos, a imunização no país ainda tem como desafio a atual política externa brasileira.

Isso porque o Brasil vem colecionando atropelos e trocas de farpas com China e Índia, que além de parceiros comerciais importantes também figuram entre os maiores fornecedores globais de insumos médicos — como aqueles usados para fabricação de vacinas.

O Brasil produz apenas 5% dos insumos médicos necessários para sua demanda de medicamentos e vacinas. Os demais 95% são importados, sendo que China e Índia respondem por nada menos que 72% do total da demanda nacional que vem de fora — 35% e 37%, respectivamente, de acordo com a Abiquifi (Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos).

As duas vacinas já aprovadas para uso emergencial no Brasil, a serem produzidas pelo Instituto Butantan (Coronavac) e pela Fiocruz (Oxford/AstraZeneca), dependem desses insumos médicos que não estão chegando de China e Índia. Sem eles, não é possível dar continuidade à vacinação no país.

Doses da Coronavac, vacina que recebeu autorização para uso emergencial no Brasil
Doses da Coronavac, vacina que recebeu autorização para uso emergencial no Brasil.
(Foto: Breno Esaki / Agência Saúde)

Barradas pela diplomacia

Um desses insumos é o IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), que vem da China. De acordo com o Instituto Butantan, que vai produzir a Coronavac, a encomenda acertada para as novas doses do imunizante no país já está pronta, mas depende de questões burocráticas para embarcar em direção ao Brasil.

A Fiocruz também informou que aguarda a vinda desse insumo da China para produção das vacinas a partir do convênio com a Universidade de Oxford e laboratório AstraZeneca.

No entanto, as relações do governo de Jair Bolsonaro com a China estão longe de um bom momento. O motivo principal são as sucessivas críticas do presidente, de seus filhos e do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, contra um dos principais parceiros comerciais do Brasil.

Também entram nessa conta as seguidas acusações da ala ideológica do governo Bolsonaro — que possui em Araújo um de seus principais nomes —de que a China seria responsável pelo novo coronavírus; e os questionamentos sobre a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.

Diante do impasse diplomático, parlamentares tem se movimentado para tentar desatar esse nó. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou uma audiência com o embaixador da China para tentar agilizar o processo. Para Maia, o governo Bolsonaro “interditou a relação com a China”.

O presidente da Frente Parlamentar Brasil-China e da Frente Parlamentar dos BRICS, o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), entregou nesta terça uma carta ao presidente chinês, Xi Jinping. No documento, protocolado na Embaixada da China, em Brasília, ele pede a intervenção direta do presidente chinês para que libere a exportação do IFA ao Instituto Butantan e à Fundação Oswaldo Cruz, garantindo a continuidade da produção das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca no Brasil.

Teste com voluntário para vacina contra a Covid-19
Teste com voluntário para vacina contra a Covid-19.
(Foto: Governo do Estado de São Paulo)

Importação fracassada da Índia

Outra má notícia para o programa brasileiro foi a operação frustrada de buscar 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca junto ao Instituto Serum, na Índia.

O Brasil chegou a adesivar um avião que teria a Índia como destino para buscar o imunizante. No entanto, o governo indiano disse que não poderia atender à demanda brasileira no momento e que a prioridade seria suprir o mercado nacional.

Nesta terça-feira (19), no entanto, a Índia iniciou a exportação de doses da vacina para países vizinhos, como parte de sua política externa. E não há qualquer previsão até o momento para atender a solicitação brasileira.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer na segunda (18) que o atraso na vinda das vacinas da Índia seria de “2 ou 3 dias”, o que acabou desmentido pelo anúncio do governo indiano.

Visão diplomática ultrapassada

Reservadamente o Itamaraty já admite o impasse com Índia e China e suas consequências. E tem atuado por meio de diplomatas na China e na Índia para tentar evitar os danos que o atraso ameaça causar ao programa de imunização brasileiro.

Para Marcos Vinicius Freitas, professor visitante na Universidade de Relações Exteriores da China, o país precisa ver a China muito mais do que como parceiro econômico. E acrescenta ainda que a visão diplomática atual do Itamaraty parece ver o mundo como há 40 ou 50 anos atrás — quando ainda estava vigente a Guerra Fria.

“O Brasil precisa da China como um parceiro econômico e político importante. As antigas alianças do Brasil não necessariamente serão aquelas que vão dar os ganhos econômicos exponenciais que a China pode oferecer”, disse o professor em participação no programa Dinheiro na Conta desta terça.

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Sob Bolsonaro, Brasil quer se colocar como referência mundial ultraconservadora https://canalmynews.com.br/mais/sob-bolsonaro-brasil-quer-se-colocar-como-referencia-mundial-ultraconservadora/ Tue, 05 Jan 2021 21:22:53 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/sob-bolsonaro-brasil-quer-se-colocar-como-referencia-mundial-ultraconservadora/ Sem a sombra de Trump, Bolsonaro tenta colocar o Brasil como exemplo mundial de conservadorismo e “família tradicional”

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Como fica a diplomacia brasileira sob o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) com a derrota de Donald Trump nos Estados Unidos e a saída dessa referência a partir da posse de Joe Biden? Para o jornalista Jamil Chade, especializado em acompanhar a política externa brasileira, a troca de comando na Casa Branca não deve gerar, pelo menos de imediato, uma mudança nesse posicionamento global.

Pelo contrário, o Brasil, sob a administração de Bolsonaro, vem buscando a consolidação como o novo arauto do ultraconservadorismo global.

“A política externa brasileira hoje é um braço extremamente atuante de uma política doméstica ultraconservadora”, resume Chade durante participação no Almoço do MyNews desta terça-feira (5).

Essa tendência é facilmente notada nos últimos anos, com o governo brasileiro atuando de maneira muito coordenada com outros países para evitar a aprovação de textos na ONU, OMS (Organização Mundial de Saúde) e em outras instituições, que falam de direitos reprodutivos, acesso à educação sexual, entre outros assuntos.

“Isso tudo tem um objetivo: não dar nenhuma brecha para que o aborto, eventualmente, seja reconhecido como prática legítima”, exemplifica

Brasil da ‘família tradicional’

A recente legalização do aborto na Argentina, bem como as reações diplomáticas do governo brasileiro, exemplificam a conjuntura mundial de politização das mais variadas estruturas sociais.

“A agenda religiosa, conservadora, no debate mundial, não vai desaparecer com a saída de Trump. Nos últimos anos, governos trouxeram de volta para as negociações internacionais temas que compreendem essa agenda, abrangendo temas como religião, cultura e uma espécie de freio à expansão de direitos, especificamente dos direitos das mulheres”.

A religião, orientada dentro dos valores morais de ‘família tradicional’, caracteriza-se, segundo o jornalista, como uma das principais representantes do ocidentalismo: “defender o cristianismo, defender os valores ocidentais, tudo isso significa, na versão desses governos, endurecer regras e leis em questões sociais, na saúde e na educação”.

Chade ressalta ainda que esse tipo de atuação encontra respaldo não só político, mas financeiro mundo afora. “A agenda é sólida, porque tem o apoio de muitas entidades religiosas pelo mundo, e essas entidades têm muito dinheiro e muita influência para manter essas pautas no centro do debate”.

Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília
Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília
(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Brasil e o meio ambiente

Questionado sobre a postura federal frente aos programas ambientais e a relutância internacional em preservar a Amazônia, o jornalista aponta que o meio ambiente é um tema no centro da agenda global e que não há como fugir dele.

“O Brasil de certa forma se escondida na sombra do Trump frente ao mundo. Biden vai assumir uma postura diferente, complicando a história para o Brasil, que certamente será pressionado”, comenta Chade, que no entanto descarta a possibilidade de boicotes financeiros – ações que podem ser, “tranquilamente”, contornadas judicialmente.

“A derrota que o Brasil já sofreu, e que não será revertida no curto prazo, foi na batalha pelos corações e mentes dos consumidores. Na Europa, entre os jovens, há a mentalidade ‘meu voto é meu euro’, na qual o consumo é direcionado para empresas que não violem determinados princípios, e hoje a questão ambiental está no centro.”

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