Jornal Folha de S. Paulo publicou, na quarta (6), áudios em que irmã de Nóbrega afirma que morte do ex-policial foi feita em troca de cargos no Planalto. Fabrício Queiroz também se pronunciou sobre a veracidade das mensagens.
por Redação em 07/04/22 13:51
Para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), título da reportagem da Folha é 'canalha' e quer criar um 'factóide'. Foto: Pedro França (Agência Senado)
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) contestou a abordagem da Folha de S.Paulo em relação aos áudios publicados pelo veículo na quarta (6). Num vídeo postado na manhã desta quinta (7), o filho do presidente diz que o jornal associou a família Bolsonaro à morte de Adriano para “atingir Bolsonaro” às vésperas das eleições. O senador questiona a autópsia feita no corpo de Adriano e atribui o laudo da morte por troca de tiros – que, para ele, é falso – à gestão do governador da Bahia Rui Costa, do PT.
Além de mostrar imagens sensíveis da necrópsia de Adriano, Flávio faz um apelo aos policiais que participaram da operação que resultou na morte. “Se você é policial da Bahia ou do Rio e atuou nessa operação para encontrar o Adriano, fale o que você sabe, fale o que você presenciou naquele momento, faça justiça”, disse.
Na quarta-feira (6), o jornal Folha de S. Paulo divulgou áudios obtidos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, em que uma das irmãs do ex-policial Adriano da Nóbrega, Daniela da Nóbrega, fala a uma tia que ele soube de uma ordem para que fosse morto. A morte, segundo ela, havia sido encomendada em troca de cargos comissionados no Palácio do Planalto. No entanto, a menção ao prédio que sedia o gabinete da Presidência da República não consta no relatório da Polícia Civil.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Adriano foi morto em fevereiro de 2020, num confronto com policiais militares no interior do estado nordestino. Na época, ele estava foragido há mais de um ano, sob a acusação de comandar a maior milícia do Rio de Janeiro. Ele também era suspeito de envolvimento no esquema da rachadinha no antigo gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Desde a morte do ex-policial, a família suspeita de execução por queima de arquivo, mas essa tese até hoje não foi corroborada. A ligação entre Daniela e a tia foi feita dois dias após a morte de Adriano. Segundo ela:
“Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto. Tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já foi um complô mesmo”, disse na gravação.
O áudio completo da ligação entre Daniela e a tia tem quase 7 minutos, mas o resumo do documento enviado pela polícia ao Ministério Público do Rio de Janeiro só descreve as acusações da irmã de Adriano ao Tribunal de Justiça e o pagamento de fiança do ex-PM feito por um bicheiro em uma das vezes em que Adriano esteve preso.
Na madrugada desta quinta (7), Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, publicou um vídeo sobre o caso em sua conta do Instagram. Segundo ele, que já confessou a existência das rachadinhas e do recebimento de dinheiro no esquema, a irmã de Adriano confundiu o Palácio do Planalto com o Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.
Em outro áudio obtido pela Folha, a outra irmã de Adriano, Tatiana, sugere que a ordem para o assassinato partiu do ex-governador do Rio Wilson Witzel. “Foi esse safado do Witzel, que disse que se pegasse era para matar. Foi ele”, afirmou.
Tatiana também fala que Adriano não era miliciano, e sim bicheiro, e que havia a tentativa de ligar ele ao presidente Jair Bolsonaro (PL) a todo custo.
O vínculo do ex-policial militar com a família Bolsonaro começou em 2003, quando Flávio era deputado no Rio e apresentou uma moção de louvor a Adriano pelo seu trabalho como oficial da PM. Já o presidente Jair Bolsonaro se manifestou publicamente em defesa de Adriano em 2005, quando num discurso na Câmara dos Deputados criticou a condenação do então tenente da PM em razão da morte de um flanelinha durante uma operação policial.
Depois, em 2007, a ex-mulher de Adriano, Daniella Mendonça, foi empregada no gabinete de Flávio na Alerj, e depois disso, em 2016, foi a vez da mãe de Adriano passar a trabalhar no local. Ambas também são acusadas de envolvimento no caso das rachadinhas.
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