Vitor Cavenaghi destaca que o isolamento social aumentou a carga de trabalho e criou uma “sobrecarga excessiva”
por Luciana Tortorello em 24/05/21 17:46
O médico psiquiatra e pesquisador do Hospital das Clínicas Vitor Cavenaghi viu o número de pacientes com síndrome de burnout aumentar na pandemia. Em entrevista ao Mynews, ele falou de alguns sintomas e como identificá-los.
“A gente está vivendo uma mudança de contexto de trabalho, os trabalhos híbridos ou o home office, as empresas funcionando no vermelho, aumentando a cobrança sobre funcionários, diminuição no número de funcionários, às vezes o mesmo funcionário exercendo a função que antes era exercida por 2 ou 3, isso acaba gerando uma sobrecarga excessiva naquele trabalhador que está ali no seu posto de trabalho e infelizmente tem gerado um aumento nesses quadros que a gente denomina de burnout”, diz Cavenaghi.
A síndrome de burnout pode apresentar vários sintomas e, por vezes, eles podem ser físicos e psíquicos. Os sintomas vão desde cansaço, fadiga, dores pelo corpo, insônia e interrupções no sono, até dificuldade de concentração, falta de motivação e queda no rendimento do trabalho.
“Às vezes, a pessoa que tinha aquele brilho nos olhos pelo trabalho, que se identificava, que tinha orgulho, que vestia camisa, ela passa a ficar desmotivada, apática, o rendimento começa a cair, ela pode começar a chegar atrasada no trabalho, não consegue se organizar, pode eventualmente ter faltas, enfim é uma ampla síndrome que é caracterizada por um esgotamento físico e mental e tem uma relação muito íntima com essas condições adversas do trabalho”, explica o psiquiatra.
Se você estiver com alguns desses sintomas, o pesquisador recomenda que o primeiro passo é procurar ajuda médica, que a partir de uma avaliação psiquiátrica, será definido se é um caso de burnout, de transtorno de ansiedade ou um quadro depressivo.
“A gente precisa diferenciar muito bem, porque se a gente está diante de um transtorno depressivo ou de um transtorno de ansiedade, a gente provavelmente vai ter que entrar com uma medida farmacológica, uma vez excluído esses quadros, a gente está diante de um burnout, a gente vai precisar entender a rotina de trabalho daquela pessoa, a relação que ela tem no trabalho dela e tentar mudar algumas coisas que estão ao nosso acesso. A gente não tem como mudar a empresa, mas a gente tem como mudar algumas coisas relacionadas a pessoa”, analisa Cavenaghi
Como formas de tentar evitar o burnout, o psiquiatra cita algumas medidas preventivas que podem ajudar como fazer algumas pausas no dia, ter uma boa noite de sono: “a pessoa se valorizar, ter tempo para ter os seus hobbies, para comer, para fazer atividade física, para fazer pausa. Eu vejo muitas pessoas às vezes comendo na frente do computador, comendo enquanto trabalham, ela considera que está ganhando um tempo, mas na verdade está perdendo tempo, porque quando ela for efetivamente se dedicar ao trabalho, ela já vai estar sem energia”.
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