Em artigo de opinião, economista e investidor destaca diferenças entre a próxima e a última eleição presidencial
por Jorge Simino Jr. em 21/05/21 16:28
A campanha eleitoral para a presidência, no próximo ano, deve apresentar pelo menos três grandes diferenças em relação à campanha eleitoral de 2018.
A primeira será a presença do ex-presidente Lula diretamente na campanha, independentemente de se apresentar como candidato ou não. A diferença estará principalmente na presença de um opositor com uma incomum capacidade de comunicação para explorar os erros do governo Bolsonaro nos seus quatro anos de mandato.
A segunda será uma extensão da primeira. Lembremos: até 2018 o candidato Bolsonaro nunca havia exercido um mandato na esfera do poder executivo, seja como prefeito ou governador. Sendo assim, o embate em 2018 se deu puramente no campo das palavras, ou seja, o candidato disse isso ou disse aquilo, não havia confronto com decisões e/ou ações implementadas pelo então candidato porque, como já escrito, o então candidato nunca ocupara um cargo dessa natureza. Pois bem, em 2022 os opositores, e seus respectivos marqueteiros, terão um imenso conjunto de decisões e ações que foram efetivadas sob o comando do agora presidente Bolsonaro. E decisões no mínimo controversas não faltaram, sem falar nas declarações que se já eram controversas outrora, ganharam outro peso quando verbalizadas pelo presidente da república.
A terceira está relacionada com a questão do atentado sofrido pelo então candidato. O ferimento a faca teve duas consequências: uma no aspecto subjetivo e outra no aspecto objetivo. No subjetivo, qualquer pessoa que sofra um grave ataque gera um sentimento de empatia por parte de uma parcela da população, leia-se os eleitores. No aspecto objetivo, explicou a ausência do candidato nos debates eleitorais. Mais que isso, os marqueteiros responsáveis pelas campanhas dos adversários não sabiam como se posicionar, afinal criticar alguém que está hospitalizado poderia gerar um efeito contraproducente. Em 2022, esse conjunto sinistro de circunstâncias não devem existir (vamos torcer para isso) e, por conseguinte, as condições para um confronto bem mais áspero, para não dizer ácido, deve prevalecer.
Ao apontar três condições distintas entre as campanhas eleitorais de 2018 e 2022 não se está evidentemente incorrendo em prognósticos de resultados, apenas indicando que a disputa acontecerá em circunstâncias muito diferentes.
Jorge Simino Jr. é economista.
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