Arquivos Juliana Cavalcanti - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/post_autor/juliana-cavalcanti/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Wed, 22 Jun 2022 12:45:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Nova variante do Covid-19 coloca mundo em alerta https://canalmynews.com.br/internacional/nova-variante-covid-19-coloca-mundo-em-alerta/ Sun, 28 Nov 2021 20:07:29 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/nova-variante-covid-19-coloca-mundo-em-alerta/ Batizada de ômicron, a nova variante do Covid-19 é bastante transmissível e já foi identificada em países da África, Europa e na China. Medidas sanitárias, como uso de máscara e distanciamento social continuam necessárias. Vacinação precisa avançar em todo o mundo

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O anúncio do espalhamento de uma nova variante do Covid-19 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) colocou o mundo em atenção sobre uma possível quinta onda da pandemia do novo coronavírus. Identificada inicialmente em Botsuana e na África do Sul, a nova cepa do Covid-19 foi batizada de ômicron (B.I.I.529) e as primeiras observações apontam para uma transmissibilidade rápida. Desde que foi anunciada, a variante ‘de preocupação’ já foi identificada em Hong Kong (China), Israel e em diversos países da Europa (Bélgica, Itália, Holanda, Reino Unido e Alemanha).

“Essa variante aparece depois de um longo período do surgimento de novas ‘variantes de preocupação’. A última deste tipo foi a Delta e as sub-linhagens dela. Ela chamou atenção pelo número de mutações incomum. Foram identificadas 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína spike [usada pelo vírus para invadir as células] e os pesquisadores notaram que nas duas semanas seguintes o número de detecção de casos cresceu numa velocidade muito alta”, explica o professor de genética da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador-colaborador do Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE, Marcelo Paiva.

Paiva destaca que num mundo globalizado e com grande circulação de pessoas, é uma questão de tempo que a variante Ômicron seja registrada nas diversas regiões do planeta e que ainda é preciso avançar nos estudos para determinar o quanto a nova cepa pode ser perigosa para as pessoas – tanto as já vacinadas, quanto as que ainda não foram imunizadas.

Empresas desenvolvedoras de vacinas, como Pfizer/BionNTech e Oxford/AstraZeneca já anunciaram que estão realizando teste para avaliar se os imunizantes são eficiente para combater essa nova variação do covid-19. A União Europeia, a Ásia e o Oriente Médio determinaram o cancelamento de voos oriundos da África. No Brasil, a pedido da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Casa Civil anunciou o fechamento da fronteira para seis países do continente africano: África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

Medidas sanitárias ainda são necessárias para conter o Covid-19

O pesquisador Marcelo Paiva lembra que o surgimento de novas variante do Covid-19 era esperado e considera precipitadas decisões sobre liberação do uso de máscaras e eventos com aglomeração de pessoas e sem distanciamento social.

“Estamos vendo gestores falarem em diminuir o uso de máscara, muitas festas particulares, jogos de futebol, já se discute a realização do carnaval. Penso que está faltando um Norte e seguir mais a ciência antes de considerar só a economia. Não tem como baixar a guarda. Todo mundo está cansado, mas o pensamento deveria ser no que está acontecendo agora e num futuro próximo. Não é possível abandonar o uso de máscara, o distanciamento e é preciso manter as medidas de higienização”, destaca o professor da UFPE.

Ele ressalta que se a população estivesse cumprindo os protocolos agora, talvez o Carnaval de 2022 pudesse acontecer, mas da forma como a pandemia vem sendo conduzida, não é possível afirmar como será a situação até lá.

Equidade vacinal: vacina para todas as regiões do mundo podem controlar a pandemia

Paiva destaca que o mundo precisa colocar em prática a equidade vacinal e alerta para a necessidade de garantir a distribuição de vacinas para as regiões mais pobres do mundo – sob o risco de não ser possível controlar a pandemia.

“A primeira coisa que a gente tem que pensar na equidade vacinal. A gente sabe que mesmo que a vacinação avance nos países mais ricos, as variantes [do covid-19] vão surgir onde as cobertura vacinal está mais baixas. (…) É preciso garantir que os países mais pobres tenham acesso às vacinas. No caso do Brasil, a pandemia foi muito ditada pela Europa. O Brasil até hoje não exige certificado de vacinação [dos viajantes], está fechando as fronteiras para esses países da África, mas a gente sabe que o fluxo maior de pessoas é da Europa para cá. Por fim, a gente precisa entender que enquanto alguns lugares já estão discutindo sobre dose de reforço e vacinação anualmente, com o número de doses disponíveis para as regiões mais pobres do mundo, o continente africano, por exemplo, só terá vacinas suficientes em 2023”, alerta o pesquisador, lembrando que essa demora favorece o surgimento de novas variantes e atrasa o que poderá ser considerado o fim da pandemia.

Até os cientistas descobrirem como a variante Ômicron atua no organismo humano, como ela ataca o sistema imune e se ameaça também as pessoas já vacinadas, Marcelo Paiva ressalta que é importante manter as medidas sanitárias. “A preocupação é com os não-vacinados, em primeiro lugar, que já têm sido as pessoas com mais casos graves e de mortes. E também com as pessoas com idades mais avançadas e todos os cuidados que vêm sendo falados desde o início da pandemia. A gente precisa voltar ao distanciamento, ao uso de máscara, continuar a vacinação. Muitas pessoas estão com a segunda dose atrasada. É preciso melhorar esse alcance”, finaliza.

 

Assista ao Quinta Chamada Ciência, todas as quintas, a partir das 20h30, com apresentação de Cecília Oliveira e Salvador Nogueira, no Canal MyNews

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COP26: Txai Suruí alerta para necessidade de cobrar promessas do Brasil https://canalmynews.com.br/meio-ambiente/cop26-txai-surui-alerta-necessidade-cobrar-promessas-do-brasil/ Sat, 13 Nov 2021 00:04:51 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/cop26-txai-surui-alerta-necessidade-cobrar-promessas-do-brasil/ Para a ativista indígena Txai Suruí COP26 teve de positiva a visibilidade alcançada pelos povos indígenas e pelo movimento quilombola. Liderança jovem ainda vê o mundo distante de alcançar metas para contornar a crise climática

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A ativista indígena brasileira Txai Suruí considera que apesar da condescendência dos países europeus e dos Estados Unidos de darem um voto de confiança ao governo brasileiro sobre as promessas de zerar o desmatamento e implementar medidas concretas para contribuir com a redução do aquecimento global, é preciso que estas nações cobrem os compromissos assumidos pelo Brasil como uma premissa para realizar negociações econômicas e diplomáticas.

“É claro que o discurso [do Brasil] é mais positivo. Mas tem que ter cuidado. Esses países têm que entender que têm responsabilidade também. É importante que eles exijam que os direitos indígenas sejam respeitados como uma premissa. É o mínimo que podem fazer porque senão vão estar incentivado a destruição da Amazônia. [o que eu diria] é que o Brasil tem responsabilidade e vocês têm responsabilidade de pressionar para que isso seja realmente feito”, disse Txai Suruí, em entrevista ao programa Cruzando Fronteiras, apresentado pelo jornalista Jamil Chade, no Canal MyNews.

Txai Surui - mudanças climáticas - COP26
Ativista indígena brasileira Txai Surui disse que países fecharam os olhos para as mudanças climáticas/Foto: Fotos Públicas

Para Txai Suruí, o mundo está muito distante de alcançar as metas para contornar a crise climática. Mesmo assim, ela enxerga que a COP26 teve de positiva a visibilidade alcançada pelos povos indígenas, pelo movimento quilombola e por outros segmentos da sociedade civil organizada. “Independente dos acordos, a luta vai continuar de qualquer jeito. Pessoalmente, tive a oportunidade de conhecer muita gente, muitos futuros parceiros bons. O Brasil conseguiu mostrar que no Brasil tem gente com compromisso com a pauta climática e a gente consegue reverter isso se tiver compromisso”, complementou.

A ativista indígena foi destaque no primeiro dia da conferência – com um discurso contundente sobre a necessidade de compromisso das nações com a conservação ambiental e por denunciar a situação vivida no Brasil – com o desmonte das políticas ambientais e a perseguição aos povos originários, com consequente destruição de diversos habitats. Após a repercussão de suas palavras – que reverberaram em todo o mundo, Txai Suruí passou a receber ataques nas redes sociais e também foi intimidada dentro do ambiente da COP26 por um pessoa com um crachá de identificação da comitiva brasileira.

“Depois do meu discurso, durante as entrevistas que concedi, notei que havia um homem cercando, rondando, e num certo momento ele veio interromper e não foi uma situação legal. Veio falar para que eu não atacasse o Brasil e não falasse mal do Brasil. Olhei para a credencial dele e ele falou ‘eu sou parte do Brasil’. Ali eu entendi como uma intimidação do governo brasileiro. Eu não estou atacando o Brasil. Eu estou trazendo a realidade do que está acontecendo. Se a gente fechar os olhos, a gente não vai encontrar as soluções”, contou a liderança indígena, que chegou a ser comparada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o cacique indígena caiapó Raoni Metuktire – que percorreu o mundo no final da década de 1980, denunciando a situação dos povos indígenas brasileiros e da Amazônia.

“Levaram uma índia para substituir Raoni e atacar o Brasil”, disse Bolsonaro, em 3 de novembro. Após essa declaração, a jovem Txai Suruí disse que passou a ser atacada nas redes sociais com mensagens violentas e que pensa em denunciar a intimidação do governo brasileiro e as ameaças às autoridades competentes dentro da Organização das Nações Unidas.

“Saio daqui confiante e preocupada. Não imaginava o tamanho da repercussão que o discurso ia ter. É importante ouvir a voz dos povos indígenas e o sentido de urgência que a gente precisa ter neste momento. A importância dos povos indígenas estarem no centro do debate neste momento que vai decidir o nosso futuro. Levar a voz dos jovens indígenas do Brasil para o mundo. (…) A própria ONU entrou em contato comigo e a Embaixada Brasileira também, por toda a situação”, revelou Suruí, dizendo não apenas ela, mas outras lideranças indígenas também sofreram intimidações.

“Outros episódios que aconteceram com outros indígenas. Nós somos a verdadeira delegação brasileira, que está mostrando que tem gente no Brasil que tem responsabilidade e com a agenda climática. Logo depois do discurso de Bolsonaro, que disse que eu vim atacar o Brasil, recebi muitas mensagens de ódio e também surgiram algumas fakenews sobre a minha pessoa. Essas pessoas agem como se fosse uma quadrilha”, analisou.

Txai Suruí não acredita nas promessas do governo e chama atenção para a necessidade de acompanhar o que será feito a partir de agora. “O governo brasileiro não é confiável e isso é verdade. Parece uma grande falácia. Aqui se diz que vai acabar o desmatamento e proteger a floresta. Mas a política que vem acontecendo no Brasil é totalmente contrária a isso. Dados do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) mostram que o desmatamento aumentou e que outubro foi o segundo pior mês em desmatamento. Existe a tentativa de aprovar o marco temporal e acabar com as terras indígenas e são os indígenas que vêm sustentando a floresta. Existe o desmonte dos órgãos ambientais, o desmanche da legislação ambiental. A política que está sendo executada no Brasil é totalmente contrária do discurso que está sendo feito aqui”, alertou a ativista indígena brasileira.

* A cobertura da COP26 do Canal MyNews está sendo realizada em parceria com a Vale

 

Veja a íntegra do Cruzando Fronteiras, com Txai Suruí e Jamil Chade, no Canal MyNews

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Mudanças climáticas colocarão mundo em cenário de pobreza e fome https://canalmynews.com.br/meio-ambiente/mudancas-climaticas-colocarao-mundo-em-cenario-pobreza-fome/ Tue, 09 Nov 2021 01:00:03 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/mudancas-climaticas-colocarao-mundo-em-cenario-pobreza-fome/ Análises apontam para aumento da pobreza extrema e da fome. Mudanças climáticas também devem provocar queda do PIB, da produtividade agrícola, instabilidade política e social

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A Conferência do Clima da ONU (COP26) chegou nesta segunda (8) a um impasse sobre se os países conseguirão firmar um acordo para diminuir as emissões de gases de efeito estufa e assumir compromissos com metas firmes e factíveis até a próxima sexta (12) – quando o evento será encerrado. Uma posição inusitada adotada em conjunto por Brasil, China e Índia deu um recado aos países ricos: se não transferirem recursos financeiros aos países com economias emergentes, não haverá acordo firmado na conferência de Glasglow.

É o que destaca o jornalista Jamil Chade – que realiza uma cobertura especial do evento, diretamente da Escócia. Chade teve acesso a um rascunho confidencial do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) – que será lançado apenas em fevereiro de 2022. O cenário mostrado pelo documento aponta para o aumento da pobreza, da fome e para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em diversos países.

Marcha para o Clima (Glasglow Green) na COP26/Foto: Fotos Públicas/The Left in the European Parliament

“A crise na negociação é profunda e a COP26 entra na sua fase final numa situação delicada. Não existe nesse momento uma perspectiva de que esse acordo chegue até sexta. O relatório do IPCC vai apontar justamente o impacto social das mudanças climáticas. Os números são assustadores”, alerta Jamil Chade.

As análises dos especialistas apontam para o aumento da pobreza extrema para mais 132 milhões de pessoas até 2030 e o aumento da fome para mais 80 milhões de pessoas. Também devem ocorrer a queda do PIB e da produtividade agrícola em várias regiões do mundo, num cenário que aponta para instabilidade política e social.

COP26 - protesto contra mudanças climáticas
Pessoas protestam por medidas para conter as mudanças climáticas durante a COP26, em Glasglow, na Escócia/Foto: Fotos Públicas/The Left in the European Parliament

As mudanças climáticas terão impacto direto noutra agenda firmada por 192 países: a Agenda 2030 do desenvolvimento sustentável. Se os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) – negociados a partir da Rio+20 já pareciam distantes de serem alcançados no prazo, o aquecimento global pode distanciar o mundo ainda mais de compromissos como a erradicação da pobreza e da fome, saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, universalização do acesso a água limpa e saneamento, energia acessível e limpa, consumo e produção responsáveis, crescimento econômico sustentável, entre outras metas.

No caso do Brasil, desde 2016 o país vem se distanciando do alcance desses objetivos, especialmente com a adoção do teto de gastos, com o desmonte das políticas ambientais e das políticas públicas com foco na redução das desigualdades sociais. Os dados sobre desmatamentos e queimadas, violência contra povos originários, quilombolas e agricultores familiares e o aumento da pobreza, do desemprego e da fome no país apontam para uma imagem deteriorada que não vai se recuperar com promessas vazias.

* A cobertura da COP26 do Canal MyNews é realizada em parceria com a Vale

 

Acompanhe a cobertura da COP26 do Canal MyNews, com o jornalista Jamil Chade, diretamente de Glasglow, na Escócia

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Sociedade civil cobra compromissos concretos das nações na COP26 https://canalmynews.com.br/meio-ambiente/sociedade-civil-cobra-compromissos-concretos-nacoes-cop26/ Sun, 07 Nov 2021 18:31:35 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/sociedade-civil-cobra-compromissos-concretos-nacoes-cop26/ COP26 entra na semana final ainda sem acordo das nações sobre compromissos ambientais. Protestos acontecem em Glasglow, denunciando que Cúpula do Clima pode terminar sem resultados concretos

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Ao final da primeira semana da Conferência do Clima da ONU, a COP26, que acontece em Glasglow, na Escócia até o próximo dia 12 de novembro, as lideranças políticas responsáveis por se comprometerem com metas concretas de redução das emissões de gases de efeito estufa e demais medidas para frear o aquecimento global e, por consequência, as mudanças climáticas, têm enfrentado uma série de protestos da sociedade civil e de grupos que militam pelas causas ambientais. A principal crítica é a de que estão sendo anunciadas metas sem comprometimento efetivo e estratégias para alcançá-las.

COP26 - manifestação
Protestos têm tomado as ruas de Glasglow, na Escócia. Movimentos da sociedade civil exigem compromissos ambientais das nações na COP26/Foto: Redes Sociais/Reprodução

Na última sexta-feira (5) um protesto com cerca de 25 mil pessoas, segundo o jornal Washington Post, criticou o posicionamento das grandes nações – principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa. Outras manifestações reunindo milhares de pessoas aconteceram também no sábado (6) e neste domingo (7). A ativista Greta Thunberg chegou a classificar a COP26 como “um fracasso”. Thunberg afirmou que não é possível “resolver uma crise com os mesmos métodos que nos colaram nela”.

Entre os protestos, a Coalizão Negra por Direitos – entidade que reúne cerca de 250 organizações e movimentos sociais, lançou um manifesto exigindo a regularização das terras quilombolas e o comprometimento com a meta de zero desmatamento, além do fim do racismo ambiental no Brasil. A organização luta contra o genocídio da população negra, na cidade e no campo, “defendendo a terra, os territórios e as territorialidades negras como espaços de vida ambiental e humana, lutando, portanto, também, contra o racismo ambiental”.

“O governo do Brasil tem violado leis e códigos ambientais e o resultado tem sido o aumento do desmatamento das florestas na Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e no Pantanal. No caso da Amazônia, a floresta, os povos indígenas e as comunidades quilombolas têm sofrido os impactos do desmatamento e das atividades criminosas da mineração legal e ilegal. As ações criminosas se somam às queimadas legais e ilegais em escalas expressivas nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, impactando nos territórios dos povos e comunidades tradicionais. Assim como, historicamente, são as regiões onde mais ativistas de direitos humanos, indígenas, quilombolas e ambientalistas na luta em defesa das terras, das águas, das florestas e dos territórios são assassinados”, denuncia o documento da Coalizão Negra por Direitos.

Brasil tenta liderar acordo para transferência de recursos, mas esbarra em desconfiança de países na COP26

Segundo o jornalista Jamil Chade – que realiza cobertura especial da COP26 para o Canal MyNews, o governo brasileiro tenta apresentar uma proposta para criar um compromisso dos países ricos de transferirem recursos financeiros para as economias emergentes, no intuito de garantir a transição energética e climática.

Chade explica que a proposta foi apresentada no sábado (6), num momento crítico das negociações, na reta final do encontro, quando se espera que as nações cheguem de fato a acordos para reduzir as emissões de gases poluentes e se comprometam com ações tangíveis para frear o aquecimento global. A questão financeira está no centro do debate. O ponto crucial é sobre quem pagará a conta.

“Não há neste momento uma garantia de que esse acordo seja anunciado porque vários pontos, inclusive sobre o mercado de carbono, continuam em aberto. A parte técnica da negociação já foi concluída, mas a partir de segunda-feira (8) caberá aos ministros encaminharem a negociação e aí as decisões não serão mais técnicas, mas essencialmente políticas”, explica Jamil Chade.

O jornalista acrescenta que os países ricos estão hesitantes em se comprometerem com a distribuição de dinheiro, sem que haja um compromisso de redução, por exemplo, de desmatamento e de emissões de gases de efeito estufa. Na outra ponta, estão os países emergentes – argumentando que sem uma garantia de dinheiro, não será possível garantir um compromisso.

Marina Silva
Marina Silva foi a primeira entrevistada de Jamil Chade no Cruzando Fronteiras/Imagem: Reprodução/Canal MyNews

Na sexta (5), a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, na estreia do programa Cruzando Fronteiras – do Canal MyNews, considerou inexistente a credibilidade do governo brasileiro para assumir compromissos de conservação ambiental. “A credibilidade é inexistente. (…) O governo Bolsonaro se especializou em fazer anúncios vazios para ganhar tempo de fazer mais queimadas, mais desmatamentos e mais emissão [de gases]”, pontuou Marina Silva.

A semana promete ser de muito debate e pressão social para que políticos e grandes empresas se responsabilizem por ações ambientais concretas que terão impacto sobre a existência de vida na Terra em várias regiões do mundo ainda neste século XXI.

 

Acompanhe a cobertura especial do Canal MyNews sobre a COP26, diariamente, com o jornalista Jamil Chade

* A cobertura da COP26 do Canal MyNews é realizada em parceria com a Vale


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Sem Bolsonaro, governadores lideram posição do Brasil na COP26 https://canalmynews.com.br/meio-ambiente/governadores-lideram-posicao-brasil-cop26/ Sat, 06 Nov 2021 00:46:58 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/governadores-lideram-posicao-brasil-cop26/ Os governadores presentes na COP26 fizeram o lançamento oficial do Consórcio Brasil Verde – organizado pelo movimento Governadores pelo Clima

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Sem a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Conferência do Clima da ONU (COP26), os governadores têm assumido o protagonismo, liderando negociações em busca de recursos e se apresentando como representantes do Brasil na conferência. Os governadores presentes na COP26 fizeram o lançamento oficial do Consórcio Brasil Verde – organizado pelo movimento Governadores pelo Clima, na manhã desta quinta (4). Participaram do evento os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) – presidente do consórcio; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM).

COP26 - Governadores pelo Clima
Governadores estão liderando negociações em nome do Brasil na COP26 e lançaram o Consórcio Brasil Verde/Foto: Maurício Tonetto/Fotos Públicas/Palácio Piratini

Ao todo, 22 estados participam do Consórcio Brasil Verde: Alagoas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Segundo o jornalista Jamil Chade, que realiza a cobertura da COP26 diretamente de Glasglow, na Escócia, as lideranças estaduais tiveram reuniões com representantes de diversos países e blocos econômicos, incluindo Reino Unido, União Europeia, Estados Unidos, China e França, entre outros possíveis parceiros, em busca de formas de viabilizar projetos.

“Apresentando metas, mas tentando descolar a imagem do governo brasileiro. Um dos encontros nesta quinta (4) foi com o Príncipe Charles, do Reino Unido, um dos ativistas que trata das questões climáticas há alguns anos. Foi esse mesmo ativista monarca que no fim de semana foi esnobado por Jair Bolsonaro. No domingo, no final da reunião do G20, em Roma (Itália), o príncipe Charles fez um discurso sobre mudanças climáticas e sobre a necessidade de agir, e um líder não apareceu para ouvir o príncipe: Jair Bolsonaro”, destaca Jamil Chade.

 

Acompanhe os boletins diários de Jamil Chade direto da COP26, na Escócia, diariamente, no Canal MyNews

O Reino Unido tem liderado uma mobilização bilionária de recursos para financiar a proteção da floresta amazônica, com meta de reverter o desmatamento da floresta e também de proteger outros biomas brasileiros, como o cerrado. Entre os investimentos que estão sendo mobilizados aparecem iniciativas já existentes, como o Financiamento Internacional sobre o Clima (ICF), que deve receber mais 300 milhões de libras, e a Coalizão LEAF, com um aporte de mais 200 milhões de libras.

A iniciativa faz parte do acordo assinado pelos mais de 100 líderes mundiais para acabar com o desmatamento no mundo, com recursos que alcançam 8,75 bilhões de libras em financiamento público e 5,3 bilhões de libras em investimentos privados.

COP26 quer incluir mercado financeiro nos compromissos de conservação ambiental

A COP26 também tem discutido como atrair o mercado financeiro para as iniciativas de conservação ambiental, integrando compromissos entre governos e instituições financiadoras para criar novos critérios de investimentos em atividades produtivas sustentáveis.

O Brasil é um dos 28 países signatários da nova Declaração de Florestas, Agricultura e Comércio de Commodities (Fact) – que pretende colocar em prática um conjunto de medidas para permitir um comércio local e internacional sustentável, que reduza o impacto ambiental e ao mesmo tempo apoie a agricultura familiar e melhore as cadeias produtivas. Esses países representam 75% do comércio global de commodities com potencial de ameaçar a conservação florestal, entre as quais estão a soja, o cacau e o óleo de palma.

“A COP26 chegou à constatação que no setor financeiro está parte da solução para o debate ambiental. Para a COP26 só haverá uma solução quando governos, empresas e ambientalistas estiverem na mesma rota e que exista dinheiro para financiar novos projeto e novas tecnologias”, analisou o jornalista Jamil Chade, para quem o setor financeiro precisa de novos parâmetros para determinar seus investimentos, para não financiar – muitas vezes com dinheiro público, atividades que provocam danos ambientais.

“No caso brasileiro, a pecuária é subsidiada pelo Estado e vai precisar provar que é ambientalmente correta para continuar vendendo para a Europa. O financiamento público precisará ser repensado de forma que ajude a lidar com a questão climática e não aprofunde a crise ambiental”, pontuou Chade.

Agressões a jornalistas em Roma são denunciadas à ONU

O jornalista Jamil Chade e o jurista Paulo Lugon Arantes denunciaram as agressões sofridas por jornalistas brasileiros durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao encontro do G20 (grupo de países mais ricos do mundo), em Roma (Itália), no último domingo (31/10).

Foi entregue à ONU e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos uma petição para que as entidades cobrem explicações ao governo brasileiro sobre as agressões aos jornalistas que acompanhavam um passeio de Jair Bolsonaro pelas ruas da capital italiana. Os jornalistas tentavam fazer algumas perguntas ao presidente durante a caminhada. Um repórter da Rede Globo recebeu um soco e o jornalista Jamil Chade teve o celular retirado e o braço torcido, enquanto gravava as imagens da agressão por parte de supostos seguranças da comitiva presidencial.

“Não há explicação sobre quem cometeu as agressões. Não há explicações por parte das autoridades. Quem contratou, ou se são policiais oferecidos pelo governo italiano para garantir segurança de Jair Bolsonaro”, explicou Jamil Chade, que aguarda que as entidades cobrem do governo brasileiro respostas sobre as agressões aos jornalistas.

* A cobertura da COP26 do Canal MyNews está sendo realizada em parceria com a Vale

 

COP26 mira o mercado financeiro como parceiro estratégico para alcançar metas de conservação ambiental. Confira no Quarta Chamada, no Canal MyNews

* Com informações da Embaixada do Reino Unido

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Mudanças climáticas exigem compromisso claro de países com metas https://canalmynews.com.br/meio-ambiente/mudancas-climaticas-exigem-compromisso-paises/ Wed, 03 Nov 2021 22:39:09 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/mudancas-climaticas-exigem-compromisso-paises/ Brasil ainda é visto como pouco flexível a firmar acordos para frear as mudanças climáticas. Compromissos assumidos precisam estar no documento final do evento

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Depois dos discursos iniciais das autoridades de mais de 100 países que abriram os trabalhos na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP26), que acontece em Glasglow, na Escócia, até o próximo dia 12 de novembro, a expectativa dos participantes do evento é de que os compromissos anunciados pelas lideranças realmente façam parte do documento final. O processo de negociação sobre que acordos que serão firmados para garantir a conservação ambiental nas próximas décadas e para frear o aquecimento global é lento e demanda muito esforço.

No primeiro dia do evento, a ativista indígena brasileira Txai Surui, de 24 anos, falou que os líderes globais “fecharam os olhos” para a mudança climática e apelou por medidas imediatas, e não com metas para 2030, ou 2050.

Txai Surui - mudanças climáticas - COP26
Ativista indígena brasileira Txai Surui disse que países fecharam os olhos para as mudanças climáticas/Foto: Fotos Públicas

A meta principal da COP26 é conseguir o comprometimento dos países com o limite de 1,5ºC de aumento da temperatura da Terra, até o final desse século – tendo como referência a temperatura global da era pré-industrial. Longe de ser uma meta simples, as medidas necessárias para alcançar esse objetivo demandarão bastante negociação e que os principais emissores de gases do efeito estufa realmente se comprometam com modos de produção sustentáveis.

“As primeiras impressões apontam que não será um acordo fácil. A cúpula está sendo vista como a última chance, pois o mundo sabe que está se esgotando o tempo para que medidas concretas sejam adotadas. No caso do Brasil, o país está tentando quitar suas hipotecas internacionais acumuladas nos últimos dois anos e meio. Mas de nada valem as declarações sem acordos no texto final”, explica o jornalista Jamil Chade – que faz uma cobertura especial da COP26 para o Canal MyNews.

 

Acompanhe a cobertura especial de Jamil Chade na COP26 no Canal MyNews

Chade explica que o Brasil ainda é visto com uma posição resistente e pouco flexível para firmar acordos e se quiser mudar a imagem do país, precisará adotar uma outra postura nas negociações. Apesar dos compromissos assumidos de reduzir as emissões de CO2 e de metano e de frear o desmatamento até 2030 – a expectativa ainda é de que o governo apresente de forma clara como mudará a política ambiental implementada nos últimos anos.

“O país anunciou o corte nas emissões de CO2 e metano até 2030 e inclusive foi aplaudido por John Kerry – enviado especial dos Estados Unidos para questões climáticas – e não o ator Jim Carrey, como confundiu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Mas não se pode confundir anúncio com medidas concretas e o Brasil precisa dizer o que vai mudar na política ambiental brasileira para que os compromissos sejam atingidos. Nos últimos anos houve um desmonte da política ambiental brasileira, com retirada de recursos para lutar contra o desmatamento. De onde virá o dinheiro e como será reconstruída a política ambiental brasileira?” – questiona Jamil Chade, reverberando questões que o mundo está fazendo neste momento.

Exposições fotográficas mostram a diversidade e as belezas da Amazônia na COP26

No Climate Action Hub – espaço organizado pela sociedade civil brasileira dentro da COP26 – é possível visitar a exposição “Amazônia”, de Sebastião Salgado, e a mostra “Para quem está por vir”, com fotógrafos da região Norte do Brasil.

A exposição de Sebastião Salgado – que registra o cotidiano de 12 comunidades indígenas da Amazônia – está atualmente em cartaz no Science Museum, em Londres, e terá uma pequena mostra durante a Conferência do Clima. Já a mostra “Para quem está por vir”, tem curadoria de Eduardo Carvalho e Vanessa Gabriel-Robinson e foi montada especialmente para o evento, com fotografias Marcela Bonfim (Rondônia), Nailana Thiely (Pará) e Bruno Kelly (Amazonas).

Transição energética no Nordeste brasileiro é tema de debate

Nesta quinta (4), dentro da programação do Climate Action Hub, haverá a palestra “O Nordeste Brasileiro e o potencial da Transição Energética Justa no Brasil”, quando serão apresentados estudos sobre o potencial de energia renovável da região, com discussão sobre os desafios inseridos nessa transição, entre os quais a pobreza energética e os impactos fundiários. O evento pode ser acompanhado ao vivo, através do site da plataforma.

* A cobertura da COP26 do Canal MyNews está sendo realizada em parceria com a Vale

 

O presidente Jair Bolsonaro confundiu o enviado do governo dos Estados Unidos John Kerry com o ator Jim Carrey

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Na Europa para o G20, Bolsonaro não comparecerá à Conferência do Clima https://canalmynews.com.br/meio-ambiente/na-europa-para-g20-bolsonaro-nao-comparecera-a-conferencia-do-clima/ Mon, 01 Nov 2021 14:01:57 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/na-europa-para-g20-bolsonaro-nao-comparecera-a-conferencia-do-clima/ Bolsonaro foi recebido pelo presidente italiano, Sergio Matarella, antes do início da Cúpula do G20. Imagem do Brasil está arranhada diante do mundo por conta do desmatamento e da falta de políticas ambientais

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viajou para a Europa para participar da reunião do G20 – evento que reúne as 20 maiores economias do mundo e que este ano servirá de aquecimento para a Conferência do Clima da ONU, a COP26. Entretanto, mesmo estando na Itália, o presidente brasileiro não seguirá para Glasglow, na Escócia, onde ocorrerá o debate sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Bolsonaro foi recebido nesta sexta (29) pelo presidente italiano Sergio Matarella e visitará a cidade de Pádua, no Norte da Itália, onde fará uma homenagem aos militares brasileiros que morreram durante a Segunda Guerra Mundial. O presidente brasileiro pretende visitar a basílica de Pádua. A diocese da região informou que não receberá o presidente brasileiro oficialmente, com honras de chefe de estado, mas se ele quiser visitar a igreja como um peregrino, as portas estão abertas.

Bolsonaro e Sergio Matarella antes da reunião do G20
O presidente Jair Bolsonaro se encontrou com o presidente da Itália, Sergio Matarella, nesta sexta-feira (29)/Foto: Alan Santos/PR

Segundo o jornalista Jamil Chade – que está em Roma, na Itália, o Brasil vive um momento de pressão por conta do desmatamento e também por causa das políticas públicas do governo Jair Bolsonaro, de desmonte dos controles ambientais no país. Bolsonaro passou o dia fazendo turismo em Roma, visitou pontos turísticos e caminhou pelas ruas da cidade.

“Hoje Bolsonaro é um personagem tóxico e que não suscita nenhum tipo de credibilidade. No G-20 ele certamente enfrenta resistências e até uma certa desconfiança das outras delegações. Já em Glasglow, ele sequer viajará para a Cúpula do Clima. Mais de cem líderes tomarão a palavra nos dias 1º e 2 de novembro, mas Bolsonaro optou por uma outra programação pela Europa. Bolsonaro optou por não ir à Cúpula do Clima e o mundo percebeu isso”, explicou Chade.

Na próxima segunda (1º), o presidente do Brasil visitará a cidade de Anguillara Veneta, onde receberá o título de cidadão honorário oferecido pela prefeitura local, cuja administradora, a prefeita Alessandra Buoso, é ligada ao partido de extrema direita Liga Norte.

Nesta sexta, houve protestos na cidade, em frente a prefeitura, organizado por grupos políticos e organizações sociais. A fachada da prefeitura foi pichada com a frase “Fora Bolsonaro”.

MyNews terá cobertura especial da Conferência do Clima da ONU, direto da Escócia

O Canal MyNews terá, a partir deste domingo uma cobertura especial da Conferência do Clima da ONU, a COP26, direto de Glasglow, na Escócia. O jornalista Jamil Chade trará diariamente os principais assuntos debatidos na COP26, com informações exclusivas e análises especiais.

O Canal MyNews fará uma cobertura integrada da COP26

* A Cobertura da COP26 do Canal MyNews está sendo realizada em parceria com a Vale.

 

Confira a análise do jornalista Jamil Chade sobre a presença de Bolsonaro no G20, no Canal MyNews

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COP26 começa exigindo compromisso para frear aquecimento global https://canalmynews.com.br/meio-ambiente/cop26-comeca-exigindo-compromisso-frear-aquecimento-global/ Mon, 01 Nov 2021 14:01:42 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/cop26-comeca-exigindo-compromisso-frear-aquecimento-global/ O Brasil – que desde a Rio-92 liderou esse debate, do alto da posição de quem detém o pulmão do mundo – a Floresta Amazônica – chega a Glasglow, na Escócia, com a imagem abalada

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Começa neste domingo a COP26 – a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), que debaterá até o próximo dia 12 de novembro sobre como o mundo pode se comprometer com metas para reduzir drasticamente o aquecimento global, de modo a frear as mudanças climáticas e o cenário de catástrofes ambientais e humanitárias que um planeta mais quente anuncia já para as próximas décadas.

Sustentabilidade
Lideranças de todo o mundo se reúnem em Glasglow, na Escócia, para debater compromissos ambientais na COP26, até o próximo dia 12 de novembro/Imagem: Pixabay

A meta a ser alcançada é limitar o aumento da temperatura a no máximo 1,5ºC até o final deste século. Um objetivo ousado num cenário de destruição ambiental e de pouco compromisso dos países mais industrializados com as reduções de gases do efeito estufa.

O Brasil – que desde a Rio-92 liderou esse debate, do alto da posição de quem detém o pulmão do mundo – a Floresta Amazônica – chega a Glasglow, na Escócia, com a imagem abalada por uma política ambiental praticamente inexistente e manchada pelo aumento das queimadas, desmantelamento dos órgãos de fiscalização e perseguição aos povos originários.

Estarão presentes 190 líderes mundiais, com expectativa de circulação de mais de 20 mil pessoas no evento. O posicionamento do Brasil durante a cúpula pode amenizar a péssima imagem que o Brasil cultivou nos últimos anos, ou colocar de vez o país como um pária diante da conservação ambiental e do futuro econômico, social e tecnológico que aponta cada vez mais para a necessidade de um pacto de conservação ambiental.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não comparecerá à COP26. Apesar de estar na Europa, onde participou da reunião de Cúpula do G-20 (as 20 maiores economias do mundo) – Bolsonaro optou por permanecer na Itália e viajar para o Norte do país, onde nesta segunda receberá o título de cidadão honorário na pequena cidade de Anguillara Veneta. O título honorário será oferecido pela prefeita Alessandra Buoso – filiada ao partido de extrema direita Liga Norte. A homenagem já provocou diversos protestos na região, organizadas por entidades da sociedade civil e por partidos de esquerda.

Sociedade civil terá espaço para debater compromisso do Brasil com metas ambientais

A sociedade civil organizada brasileira terá um espaço montado dentro da Conferência do Clima, em Glasglow, na Escócia, onde serão debatidas estratégias de como manter vivo o Acordo de Paris e a meta de aquecimento máximo do planeta em 1,5º neste século. A iniciativa, batizada de Brazil Climate Action Hub, é organizada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto ClimaInfo e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).

A abertura do espaço acontecerá no dia 2 de novembro, na Zona Azul da COP26, com uma programação que será transmitida através do site https://www.brazilclimatehub.org/ – em português e inglês – com o intuito de aproximar os debates que ocorrem na conferência da população brasileira. A programação será transmitida ao vivo, mas para acompanhar, deve-se considerar o fuso horário de três horas a mais, em relação ao horário de Brasília (DF).

MyNews tem cobertura especial da COP26 até o próximo dia 12 de novembro

O Canal MyNews terá, a partir deste domingo uma cobertura especial da Conferência do Clima da ONU, a COP-26, direto de Glasglow, na Escócia. O jornalista Jamil Chade trará diariamente os principais assuntos debatidos na COP-26, com informações exclusivas e análises especiais.

* A Cobertura da COP26 do Canal MyNews está sendo realizada em parceria com a Vale


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Combustíveis aumentaram mais que a inflação e salário mínimo. Entenda por quê https://canalmynews.com.br/economia/combustiveis-aumentaram-mais-inflacao-salario-minimo/ Tue, 26 Oct 2021 00:28:40 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/combustiveis-aumentaram-mais-inflacao-salario-minimo/ Diversos fatores influenciam o aumento dos preços dos combustíveis, em especial a política de paridade com o mercado internacional e a variação cambial

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Com mais um reajuste dos combustíveis anunciado pela Petrobras, válidos a partir desta terça-feira (26), o percentual de aumento dos combustíveis apenas em 2021 alcançou as incríveis marcas de 73% para a gasolina e de 65% para o óleo diesel. Na maioria das capitais o preço do litro da gasolina já ultrapassou os R$ 6 e em algumas já é possível pagar até R$ 7 pelo litro do combustível. O impacto dos sucessivos reajustes pode ser visto na inflação do país – que já chegou aos dois dígitos.

A partir dessa terça, o preço médio de venda do litro de gasolina na distribuidora passará de R$ 2,98 para R$ 3,19, ou seja, um reajuste médio de R$ 0,21. É o segundo aumento só em outubro, quando a gasolina subiu 7,2%, no dia 8. Em relação ao óleo diesel, o preço médio do litro vendido pela petroleira aumentará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro, um aumento de R$ 0,28. O último reajuste do diesel foi anunciado em 27 de setembro, um reajuste de 8,9%.

Política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras completa 5 anos em 2021
Política de preços adotada pela Petrobras completa cinco anos em 2021

O economista Bruno Wanderley Freitas, da Datagro, contextualiza que os reajustes dos combustíveis têm relação com a política de preço de paridade de importação da Petrobras (PPI), que ajusta o preço da gasolina de acordo com o mercado internacional e foi adotado pela Petrobras desde 2016.

“Por que o preço os preços dos combustíveis estão aumentando, especialmente nesse período recente, desde o início da pandemia? Isso vem de um contexto de recuperação do preço do petróleo no mercado internacional, especialmente agora, com retomada da demanda, mas também com a oferta global que continua retida e controlada especialmente pelos países membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Hoje o petróleo WTI está girando em torno de US$ 83, US$ 84, o barril, o maior preço desde meados de 2014”, explica Freitas.

Ele acrescenta que a variação do dólar também influencia no preço final dos combustíveis. “A precificação dos combustíveis no Brasil também é influenciada pela taxa de câmbio. Antes da pandemia, em janeiro de 2020, a taxa de câmbio girava em torno de R$ 4 e hoje estamos com o dólar em torno de R$ 5,70, bastante valorizado. E por que influencia? Por mais que o Brasil tenha se tornado autossuficiente em produção em petróleo, as refinarias foram desenhadas na época da ditadura para refinar o petróleo leve e ele era importado. Então, a capacidade para processar o petróleo pesado é obsoleta e por isso o Brasil ainda importa uma parte dos derivados, de diesel e petróleo leve para compor o processamento das refinarias”, complementa Bruno Farias.

Dieese comparou reajustes dos combustíveis com o salário mínimo e a inflação

Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a pedido da Federação Única dos Petroleiros (FUP), nos últimos cinco anos (outubro de 2016 a outubro de 2021), o reajuste nas refinarias foi de 107,7% para a gasolina; 92,1% para o óleo diesel; e de 287,9% para o gás de cozinha. A inflação do mesmo período foi de 25,4%, segundo o IPCA/IBGE, enquanto o salário mínimo não teve ganho real e variou 25% abaixo da inflação.

Nos postos de combustíveis, o aumento acumulado em cinco anos foi de 74,1% para a gasolina; de 68,2%, no diesel; e de 84,2%, no gás de cozinha. O botijão de 13Kg do gás de cozinha era vendido em outubro de 2016 por R$ 69,21 no Brasil. O litro da gasolina era vendido a R$ 4,58, enquanto o óleo diesel custava R$ 3,76. O levantamento do Dieese/FUP mostra que o preço médio desses produtos na última semana eram de R$ 101,96 para o botijão de gás de cozinha (subiu 47% em cinco anos); R$ 6,36 – o litro da gasolina (alta de 39%) e R$ 4,98 para o litro do diesel (alta de 32%). O Dieese usou estatísticas oficiais da Petrobras (refinarias) e da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (postos).

Instabilidade econômica e política do país também têm influência nos reajustes

Numa entrevista na manhã desta segunda (25) a uma rádio de Mato Grosso do Sul o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atribuiu os reajustes dos combustíveis à falta de refinarias no Brasil e sugeriu que as que existem, precisam ser vendidas. “Já vendemos duas refinarias, são 13, se não me engano, pretendemos vender mais, mas vender com responsabilidade. O que a gente precisa aqui? Fazer uma refinaria no Brasil e nós não temos dinheiro para tal, se nós tivermos um preço desajustado com o de lá de fora, o capital externo ou interno não vai querer fazer refinaria no Brasil”, disse, voltando a falar sobre a possibilidade de privatização da Petrobras.

Na avaliação de Rodrigo Leão, coordenador-técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o que está acontecendo é uma mudança na economia internacional que está afetando o preço do barril de petróleo, aliado a um comportamento instável do ponto de vista da economia por parte do governo brasileiro, que gera desconfiança de investidores e influencia na variação cambial do dólar no país.

“Esse aumento é reflexo dessa situação. A gente vive um atual governo que tem uma estratégia clara de desinformação. O mais grave é que a estratégia econômica do governo em várias áreas é de omissão e a justificativa para tudo é vender ativos, privatizar, na expectativa de que entre 5 e 10 anos vão acontecer investimentos. Mas não adianta dizer isso porque não vai ter investimento. Depois das privatizações dos anos 1990, só nos anos 2000 o estado voltou a atuar na economia e do ponto de vista prático, as empresas que entrarem no setor vão continuar vendendo a preço internacional, a não ser que o estado tenha um papel ativo de combater um ciclo de valorização dos combustíveis”, considera Rodrigo Leão.

Mexer no ICMS não é suficiente para baixar preços

Leão explica que o sistema de refinarias da Petrobras foi planejado de forma integrada para atender ao mercado brasileiro, com a produção das refinarias se complementando por região. “Do ponto de vista do preço, a gestão da Petrobras é igual a qualquer operadora privada. Essas justificativas são uma forma de o governo desvirtuar o foco do debate e jogar o foco na privatização”, acrescenta, complementando que apenas mexer na cobrança do ICMS também não vai resolver o problema do alto preço dos combustíveis.

“O ICMS é cobrado por alíquota. O imposto sobe sempre que o preço sobe. Uma reavaliação do ICMS elimina uma distorção significativa no preço, mas não vai reduzir o preço. É uma boa medida, mas tem impacto nas contas públicas dos estados. O governo poderia resolver negociando com o Congresso e com os entes interessados, mas não vai fazer isso. Tem uma omissão do governo federal de fazer políticas públicas e até medidas que seriam interessantes, que não resolveriam o problema, mas seriam estruturalmente importantes, são feitas de maneira completamente desarticulada e sem participação dos entes interessados”, completa.

Saiba mais sobre o reajuste da gasolina e do óleo diesel no MyNews Investe, no Canal MyNews

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Audiência pública emociona com histórias de vítimas da covid-19 https://canalmynews.com.br/politica/audiencia-publica-emociona-historias-vitimas-covid-19/ Tue, 19 Oct 2021 13:48:25 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/audiencia-publica-emociona-historias-vitimas-covid-19/ Depoimentos representaram algumas das histórias dramáticas vividas pelas famílias dos mais de 600 mil mortos pela Covid-19 no Brasil

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A audiência pública da CPI da Pandemia para ouvir vítimas e parentes de vítimas da Covid-19 nesta segunda-feira (18) no Senado Federal proporcionou uma série de relatos dramáticos que exemplificam algumas das histórias vividas pelas famílias dos mais de 600 mil mortos pela doença no Brasil. A audiência começou pouco depois das 11h e o que os senadores e todas as pessoas que acompanharam a transmissão pelas redes sociais e pela TV Senado ouviram foram relatos de sofrimento e descaso com a pandemia no Brasil.

Foram convidadas pessoas que pudessem representar situações ocorridas em todas as regiões do país. Um traço em comum em todos os depoimentos foi o pedido para que o resultado da CPI não seja a impunidade e que as investigações avancem no Ministério Público e no Judiciário. Para o senador Humberto Costa (PT-PE), os óbitos registrados diariamente nas plaquinhas do relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), e do vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) agora “têm rosto e história”. Humberto Costa considera que o relatório da CPI da Pandemia, que será votado no próximo dia 26 de outubro, é uma resposta à sociedade.

Senador Renan Calheiros - CPI da Pandemia
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia, com uma placa com o número de mortos pelo Covid-19 no Brasil em 18 de outubro de 2021/Foto: Pedro França/Agência Senado

Entre os depoimentos, um dos mais emocionantes foi o da enfermeira Mayra Pires Lima, que perdeu um irmão e uma irmã para o Covid-19 e precisou assumir a guarda de quatro sobrinhos, de 15 anos, 9 anos e um casal de gêmeos de 1 ano. Mayra Lima recordou o colapso no sistema de saúde de Manaus (AM), a falta de oxigênio para os doentes por Covid-19, e cobrou dos senadores a votação do PL 2.564/2020, que determina o piso salarial para os profissionais da área de enfermagem.

Outra história que demonstra a gravidade da pandemia do novo coronavírus e a falta de amparo que diversas famílias estão vivendo é a de Giovanna Gomes Mendes da Silva, de 19 anos. Ela perdeu a mãe e o pai para a Covid-19 e vai requerer a guarda da irmã, de 11 anos. “Vi que precisava da minha irmã e ela precisava de mim. A partir daí eu pensei que não poderia mais ficar sem ela. Então decidi que precisava ficar com a guarda dela. Assumi esse desafio por amor”, disse.

Kátia Shirlene Castilho dos Santos também perdeu os pais para o covid-19. O pai contraiu a doença uma semana antes de se vacinar e morreu alguns dias depois. A mãe de Kátia Shirlene teve dificuldades para ser internada na rede hospitalar da Prevent Senior, em São Paulo. Segundo Kátia, o atendimento aconteceu primeiramente através de telemedicina, com indicação do chamado tratamento precoce, ou “kit Covid-19”; a mãe dela também enfrentou dificuldades para fazer exames durante o internamento. “Quando vemos um presidente da República imitando uma pessoa com falta de ar, é muito doloroso. Não são números, são pessoas. O sangue dessas mais de 600 mil vítimas escorre também nas mãos dos que subestimaram o vírus”, afirmou Kátia Shirlene.

Audiência Pública - CPI da Covid
Os depoentes Kátia Shirlene Castilho dos Santos; Arquivaldo Bites Leão Leite; Rosane Maria dos Santos Brandão; o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); os depoentes Giovanna Gomes Mendes da Silva e Marcio Antônio do Nascimento Silva; e o senador Renan Calheiros (MDB-AL)/Foto: Pedro França/Agência Senado

O jornalista Arquivaldo Bites Leão Leite pediu por justiça à CPI. Ele relatou que perdeu seis pessoas da família para o Covid-19. Morreram um irmão, dois primos, um tio e dois sobrinhos. Leite se infectou com o vírus há três meses e teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Entre as sequelas da doença, ele não consegue mais caminhar sozinho e perdeu a audição de um dos ouvidos.

CPI da Covid-19 no Instagram do Canal Mynews
Acompanhe o Instagram do Canal MyNews e saiba mais sobre a CPI da Pandemia/Imagem: Reprodução Redes Sociais

O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM) ressaltou que os relatos ouvidos na audiência pública do Senado representam todas as vítimas da pandemia e suas famílias. Azis destacou que o estado precisa garantir apoio aos órfãos da Covid-19, pelo menos até que completem 21 anos de idade. O senador Renan Calheiros destacou que os depoimentos foram impactantes e que o relatório da comissão vai sugerir uma pensão para os órfãos e também que a Covid-19 possa ser incluída como doença que pode resultar em aposentadoria por invalidez.

O senador Randolfe Rodrigues informou que será instalado no espelho d’água do Congresso Nacional um memorial às vítimas da Covid-19. “É um memorial para que nós nunca esqueçamos. Que deveria ser responsabilidade do poder executivo, mas é o mínimo a ser feito para lembrar. A vida cotidiana também é feita de símbolos”, disse.

Veja a íntegra da audiência pública no Senado Federal no Canal MyNews

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Manifestações pelo país pedem vacina para todos e impeachment de Bolsonaro https://canalmynews.com.br/politica/manifestacoes-vacina-impeachment-bolsonaro/ Mon, 18 Oct 2021 14:09:26 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/manifestacoes-vacina-impeachment-bolsonaro/ Protestos contra o governo Bolsonaro aconteceram em várias cidades brasileiras e em algumas do exterior, neste sábado

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RECIFE – Protestos contra o governo Bolsonaro aconteceram em várias cidades brasileiras e em algumas do exterior, neste sábado (24). Organizados por movimentos sociais, centrais sindicais, partidos políticos e entidades da sociedade civil organizada, as manifestações fazem parte da Campanha Nacional Fora Bolsonaro. Esta é a quarta vez que as manifestações acontecem este ano. Outros atos foram realizados em 29 de maio, em 19 de junho e 3 de julho.

Na capital pernambucana, a concentração do ato aconteceu na Praça do Derby, na região central da cidade, e seguiu pela Av. Conde da Boa Vista até a Av. Guararapes – no centro da cidade. Segundo estimativas dos organizadores, o protesto reuniu neste sábado cerca de 30 mil pessoas. Com máscara e seguindo orientações para o distanciamento social, os manifestantes levaram faixas e cartazes que pediam vacina para todos, ampliação do auxílio emergencial e criticavam a condução do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus. Muitos manifestantes lembraram as denúncias da CPI da Pandemia de superfaturamento e propina para a compra de vacinas.

Algumas pessoas carregavam cartazes lembrando familiares mortos pela Covid-19 e o total de vítimas da pandemia, que no Brasil já passou de 540 mil pessoas. Entre os que se manifestavam, a estudante de design Maria Isabel Assunção de Mendonça, de 21 anos, carregava um cartaz com a foto do pai – que morreu em 10 de abril, de Covid-19, aos 59 anos.

“Ele era uma pessoa que ainda tinha uma ligação com o presidente Bolsonaro, acreditava que era só uma gripezinha e negligenciou os cuidados. Nos últimos dias (de vida), ele reconheceu a besteira que tinha feito. Sinto revolta, indignação e tristeza. Quando meu pai morreu, ainda não tinha vacina para a faixa etária dele. O Brasil é um país incrível, com mais pessoas inocentes do que burras, que ainda estão acreditando numa pessoa que nunca escondeu quem é, uma pessoa má-fé”, protestou a estudante.

A estudante Maria Isabel Assunção de Mendonça protestou no Recife-PE pela morte do pai, de Covid-19, em abril deste ano, e lembrou as mais de 500 mil pessoas que também morreram por conta da doença (Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews)

Entre os grupos de pessoas que caminharam durante a manifestação na capital pernambucana, estavam famílias e trabalhadores – servidores públicos, professores, bancários, estudantes, grupos de mulheres, evangélicos, de pessoas LGBTQI+ e diversas entidades da sociedade civil organizada.

Assim como na última manifestação, em 3 de julho, o governo estadual também colocou nas ruas agentes de conciliação – responsáveis por dialogar com a polícia e com os manifestantes, caso fosse necessário. A iniciativa aconteceu depois que a Polícia Militar de Pernambuco atirou bombas de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes que participavam do ato do dia 29 de maio, quando duas pessoas foram atingidas nos olhos e acabaram perdendo a visão.

Em Pernambuco, protestos foram realizados também em mais 10 cidades do interior, nas várias regiões do estado.

CPI da Pandemia

O senador Humberto Costa (PT/PE) esteve presente no ato no Recife e avaliou se existe a possibilidade de avançar no Congresso Nacional um dos pedidos de impeachment que já foram protocolados. Ele falou sobre o trabalho da CPI da Pandemia – que deve retomar os depoimentos no mês de agosto.

“Acredito que a pressão popular pode demonstrar como a população está insatisfeita com a condução do Brasil neste momento e enfraquecer a base de apoio ao governo no Congresso Nacional. O que temos visto na CPI é a comprovação da corrupção, da negociata na compra de vacinas e de outros insumos. Acho que é o ponto crucial agora e nós vamos avançar sobre ele. Nossos assessores estão analisando todo o material que recebemos, analisando sigilo fiscal, bancário, telefônico; avaliando os documentos que recebemos e fazendo os cruzamentos para que a gente possa, no retorno dos trabalhos, ter várias outras linhas de investigação avançadas”, explicou o senador, que está responsável por três grupos de trabalho de análise de documentos.

No Quarta Chamada desta semana, o senador Alessandro Vieira (Cidadania/SE) falou sobre os trabalhos durante o recesso parlamentar e adiantou que a CPI não deve ter um relatório preliminar. “A gente quer garantir um relatório que faça sentido. Não quer uma coisa que seja só política. A gente tem que fazer esse ‘match’ entre os fatos que já estão provados e condutas previstas criminalmente. E são várias”, ressaltou.

Segundo Humberto Costa, a CPI está atenta também aos casos de falsos testemunhos ocorridos nos depoimentos à CPI. Ele ressaltou que após a elaboração do relatório final, a CPI encaminhará as denúncias para que os que mentiram sejam indiciados. “Quando nós fizermos o processo de elaboração do relatório, com certeza vamos indiciar todas essas pessoas, exatamente por terem tido esse comportamento. Vamos fazer o indiciamento e encaminhar ao Ministério Público e à Justiça, para que essas pessoas sejam processadas por falso testemunho”, finalizou.

Demais estados também tiveram manifestações

Em São Paulo, a manifestação do Fora Bolsonaro começou a concentração às 15h, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), seguindo em direção à Praça Roosevelt. Os manifestantes fecharam a Av. Paulista. O ato foi marcado por forte presença de partidos de esquerda e centrais sindicais. Apesar do uso de máscara, houve muita aglomeração.

No Rio de Janeiro, o protesto aconteceu também no centro da cidade, na manhã de hoje. Os organizadores falam em 75 mil pessoas presentes no ato, que seguiu sem incidentes pelas ruas do centro da cidade e também contou com a participação de políticos e artistas.

Os protestos também aconteceram nas seguintes capitais: João Pessoa, Salvador, Maceió, São Luís, Teresina, Palmas, Belém, Campo Grande, Goiania, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Belo Horizonte, Vitória, Boa Vista e Porto Velho; e em cidades do exterior – incluindo Tóquio, no Japão, onde estão sendo realizados os Jogos Olímpicos.

Veja algumas imagens do protesto no Recife

Agentes de conciliação acompanharam o protesto no Recife/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Manifestantes levaram bandeiras do Brasil para as ruas/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Manifestantes caminham nas ruas do Recife em protesto pelo impeachment/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Protesto no Recife lembrou mortos pela Covid-19/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Vacina para todos foi uma das reivindicações/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Protesto tomou as ruas do centro do Recife/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Propina para compra de vacinas foi lembrada em manifestação no Recife/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Organizadores estimaram 30 mil pessoas nas ruas do Recife/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Protesto pelo impeachment de Bolsonaro no Recife lembrou mortos pela Covid-19/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Várias representações de partidos políticos estiveram no ato no Recife/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Manifestantes protestam nas ruas do Recife/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Vários grupos de pessoas organizadas foram às ruas protestar no Recife/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Vacina para todos foi um dos lemas dos protestos no Recife neste 24 de julho de 2021/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Manifestante leva cartaz em protesto por vacina e contra Bolsonaro no Recife/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Senador Humberto Costa (PT/PE) participou de manifestação no Recife/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews
Faixa lembra mais de 500 mil mortos pela pandemia no Brasil/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews

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Santos Cruz: discurso tem sido irresponsável e coloca a sociedade sob tensão https://canalmynews.com.br/politica/santos-cruz-discurso-tem-sido-irresponsavel-coloca-sociedade-sob-tensao/ Mon, 18 Oct 2021 14:08:00 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/santos-cruz-discurso-tem-sido-irresponsavel-coloca-sociedade-sob-tensao/ Para general discurso tem que ser responsável e manifestações devem acontecer dentro dos limites da lei. Santos Cruz admitiu que vai se filiar a um partido político e deve sair candidato em 2022

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O general Carlos Alberto dos Santos Cruz avalia o momento atual de tensão em torno das manifestações marcadas para o próximo dia 7 de setembro como fruto de uma irresponsabilidade nos discursos do presidente Jair Bolsonaro. Na avaliação de Santos Cruz, as manifestações são válidas, dentro dos limites da lei, mas não é aceitável o “palavreado irresponsável” que tem sido utilizado para chamar para os atos.

“O discurso tem sido irresponsável e se agravou um pouco. Esse negócio de dizer ‘vamos lutar pela nossa liberdade’, vamos lutar contra quem? A luta pela liberdade é trabalhar pela paz social, pela união, pela compreensão, por emprego, por melhoria do serviço público e pela educação, e não ficar com palavreado irresponsável, gerando tensões que ninguém sabe. Liberdade de expressão e de opinião, não tem problema nenhum, só que estão criando uma questão como se fosse o dia da justiça, da revolução, da Independência do Brasil. Recebi no whatsapp uma foto do presidente com um cavalo baio, como se fosse o Marechal Deodoro, na Proclamação da República. Estão falando em nova independência com uma imagem que remete à proclamação da República”, argumentou o general Santos Cruz, em entrevista ao programa Quarta Chamada, do Canal MyNews, destacando que os discursos precisam ser responsáveis.

“Discute-se golpe e fechamento de instituições. Ninguém vai fechar coisa nenhuma. A irresponsabilidade está ganhando muito espaço; não só na internet, com as contas falsas, mas com o palavreado. Essa história de dizer que um cabo e um soldado fecham o STF, tem que ser o cabo, o soltado e quem deu a ideia, que tem que ir na frente, para se responsabilizar. Quem deu a ideia que vá na frente. Quem disse pra todo mundo comprar fuzil que dê o primeiro tiro. O discurso tem que ser responsável, não pode ser irresponsável”, completou o general.

Durante o Quarta Chamada, Santos Cruz afirmou que não pode falar pelo conjunto das Forças Armadas, mas, por ter servido ao Exército por 47 anos, sabe a cultura que existe na instituição. “É uma posição institucional sólida e não acredito que vai apoiar qualquer tentativa de fazer alguma coisa fora da legislação. Ninguém vai comprometer sua carreira e uma instituição por um desejo pessoal, num país em que não está acontecendo nada. É só governar. As eleições aconteceram, as pessoas votaram. O problema é que entramos num frenesi de maluquice; mas na vida real está todo mundo trabalhando, batalhando normalmente pela vida”, continuou.

General Santos Cruz admite que deve se filiar a um partido e ser candidato em 2022

Considerado uma liderança entre os militares da ativa e de militares jovens, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz admitiu que pode se candidatar a algum cargo político nas eleições do ano que vem. Na sua visão, tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quanto o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) representam um atraso para o país. O general aposta na formação de uma terceira para as eleições do ano que vem, mas não quis dizer a qual cargo pode concorrer.

“De um lado, o ex-presidente Lula – que teve quatro mandatos, se desgastou por uma série de razões e escândalos. E subiu um novo governo, que é o caso do presidente Bolsonaro, que como todo governo novo vem com esperança, expectativa, legitimidade para fazer uma boa administração, mas se perde desde o início com um pequeno grupo de extremistas completamente desmiolado. Gente de baixíssimo nível, escrevendo barbaridades na internet. Então, não dá pra continuar. Acho um retrocesso de 20 anos a reeleição do ex-presidente Lula e acho um retrocesso de mais 20 anos pra frente a continuidade do atual presidente, que não está aproveitando a oportunidade”, afirmou.

Para o general Santos Cruz, Bolsonaro está destruindo a possibilidade de a direita governar o país. “Se a direita achava que era uma possibilidade, ele está destruindo totalmente essa possibilidade. Ele não representa direita nenhuma. Não é representação de nada. [É a representação] de extremismo e extremismo não é representação de nada”, continuou.

Santos Cruz admitiu que tem conversado com diversos partidos e que já foi convidado a se filiar ao MDB, ao PSL e ao Podemos – mas ainda não decidiu qual será o seu futuro político-partidário. “Só vou ver depois que eu me filiar ao partido, porque os partidos também têm suas estratégias. Não sou nenhum cacique político para me filiar a um partido e dizer tudo o que quero fazer. Os partidos têm as estratégias, para bancada de deputados e senadores, presidência e vice-presidência, e ver qual é a melhor composição”, destacou.

Veja a íntegra do Quarta Chamada, no Canal MyNews, que teve como convidado especial o general Carlos Alberto dos Santos Cruz

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Centro-direita pede impeachment de Bolsonaro em atos esvaziados https://canalmynews.com.br/politica/atos-esvaziados-centro-direita-pede-impeachment-bolsonaro/ Mon, 18 Oct 2021 14:03:47 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/atos-esvaziados-centro-direita-pede-impeachment-bolsonaro/ Houve atos em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Recife, em Belo Horizonte, Salvador, São Luís, Vitória e Manaus. Inicialmente com o lema “Nem Lula nem Bolsonaro” – os organizadores mudaram o tom da manifestação na tentativa de atrair partidos e militância de esquerda

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Manifestações organizadas pelo Movimento Brasil Livre (MBL), pelo Vem pra Rua e por partidos de centro-direita aconteceram neste domingo (12) em pelo menos oito capitais brasileiras pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Houve manifestações em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Recife, em Belo Horizonte, Salvador, São Luís, Vitória e Manaus. Inicialmente com o lema “Nem Lula nem Bolsonaro” – os organizadores mudaram o tom da manifestação na tentativa de atrair partidos e militância de esquerda – mas essa adesão não aconteceu de fato neste domingo. No Rio de Janeiro foi possível ver faixas com a frase com os manifestantes.

Na manifestação de hoje, além do MBL e do Vem pra Rua, participaram o Novo, o Livres e segmentos de alguns partidos como PDT, Cidadania, Rede, PCdoB, PSB e PV. No Recife, o ato reuniu cerca de 150 pessoas com concentração na Praça do Marco Zero, no Recife Antigo. O grupo começou a se reunir um pouco depois das 13h, com faixas e bandeiras que pediam o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Alguns militantes e integrantes do PDT levavam faixas e adesivos onde era possível ler “Ciro 2022”.

Liderandoo ato, o MBL Pernambuco e o Livres; participando do ato também estiveram integrantes da Juventude Socialista do PDT, alguns integrantes da Rede e das setoriais de Juventude e Diversidade do Cidadania. Por volta das 14h30, os manifestantes deram início a uma pequena caminhada, com gritos de guerra pedindo o impeachment de Bolsonaro e caminharam do Marco Zero até o início da Av. Rio Branco – num percurso de cerca de 500 metros.

  • Manifestação Fora Bolsonaro organizada pelo MBL no Recife
    Manifestação Fora Bolsonaro organizada pelo MBL no Recife reuniu partidos de centro-direita na Praça do Marco Zero/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews

“A gente tinha a ideia de puxar o ‘Nem Lula nem Bolsonaro’, mas a partir do 7 de setembro a gente teve um encaminhamento. A gente viu as ameaças golpistas que vinham claramente do presidente da República; então a gente relembrou o ‘Diretas Já’ e está se juntando com um único propósito. Estamos no campo democrático e o que a gente quer é o impeachment do presidente da República”, afirmou Izaque Costa, coordenador-geral do MBL Pernambuco.

Segundo Costa, entre os motivos para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro está a negligência no combate à pandemia da Covid-19. “Houve uma negligência no combate à pandemia, com uma dicotomia entre economia e saúde. A economia foi cuidada e a saúde foi negligenciada. Meio milhão de pessoas morreram. A gente precisa fazer isso enquanto cidadão”, completou.

De acordo com o coordenador do MBL, por enquanto o movimento não tem um encaminhamento sobre as eleições de 2022 e a intenção do grupo é eleger o maior número de candidatos do MBL, mas ainda não foi tratado sobre quem o partido apoiará para a presidência da República.

Segundo o vice-presidente do PDT no Recife, Rafael Bezerra, a participação na manifestação deste domingo também apontou para a existência de um segmento da sociedade que quer se posicionar em relação a uma “falsa polarização que setores da sociedade querem colocar de que ou você vota em Bolsonaro, ou você vota em Lula”. “Todas essas forças aqui presentes, com a sociedade civil, apontam para a necessidade de construção de uma outra via, que não é a terceira. O PDT, além de fazer uma resistência contra essa ofensiva antidemocrática, também quer pautar a apresentação do plano nacional de desenvolvimento, que será apresentado todo dia 12 com propostas para a construção de um projeto organizado de Brasil”, disse Bezerra.

Integrante da executiva nacional e coordenador da Rede Sustentabilidade em Pernambuco, o ex-deputado estadual Roberto Leandro disse que participou do ato no Marco Zero devido à ameaça de golpe e por entender que, apesar das divergências políticas, existe uma luta comum pela democracia. “[o presidente] Não tem tomado posição de estado contra a pandemia e tem sido um aliado do vírus. Também tem mostrado claramente a intenção de um autogolpe, se apropriando dos símbolos nacionais, com ataques ao STF. Assim como participamos do Grito dos Excluídos, no último dia 7 de setembro, estamos aqui para pedir o impeachment de Bolsonaro. Deixando as divergências de lado para focar numa luta principal”, disse.

Manifestação em São Paulo teve políticos de diversos partidos e ‘pixulecos’ de Bolsonaro e Lula

Em São Paulo, segundo a Polícia Militar, o ato reuniu cerca de 6 mil pessoas na Av. Paulista. Compareceram alguns dos políticos que devem disputar as eleições à presidência da República no próximo ano, como Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Alessandro Vieira (Cidadania).

Também estiveram presentes políticos de partidos de diferentes correntes, como Tábata Amaral (sem partido) – até há pouco tempo filiada ao PDT, Joice Hasselmann (PSL), Athur do Val Mamãe Falei (Patriota) e Isa Penna (Psol).

Sem consenso sobre que lema adotar, depois de terem parcialmente abandonado a ideia de encampar a frase “Nem Lula nem Bolsonaro” no ato, o protesto em São Paulo teve ainda dois bonecos infláveis (pixulecos) de Bolsonaro (usando uma camisa de força) e de Lula (vestido como um presidiário). O MBL e o Vem pra Rua foram dois dos movimentos que apoiaram abertamente o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a eleição de Jair Bolsonaro.

José Márcio Camargo, economista chefe da Genial, avalia o cenário político e econômico para os próximos dias, em entrevista a Mara Luquet, no MyNews Entrevista

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Ato contra Bolsonaro em São Paulo reúne lideranças de vários partidos https://canalmynews.com.br/politica/ato-contra-bolsonaro-sao-paulo-reune-liderancas-varios-partidos/ Mon, 18 Oct 2021 14:01:30 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/ato-contra-bolsonaro-sao-paulo-reune-liderancas-varios-partidos/ Manifestação contra Bolsonaro ocupou 10 quarteirões da Av. Paulista e reuniu lideranças de partidos de diversas correntes políticas. Haddad, Ciro e Boulos participaram

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A manifestação pelo Fora Bolsonaro na cidade de São Paulo reuniu diversas correntes políticas, inclusive partidos que já fizeram parte da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Entre as lideranças de esquerda, participaram o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSol) – que disputaram a presidência da República nas eleições de 2018. Também estiveram na Av. Paulista lideranças do MDB, do PSDB, do DEM, Podemos, Cidadania, Podemos, Novo e também do PSL – partido pelo qual Bolsonaro se elegeu nas últimas eleições.

Protesto Fora Bolsonaro na Av. Paulista
Manifestação contra o governo Bolsonaro em São Paulo ocupou 10 quarteirões da Av. Paulista/Foto:: Beatriz Prates/Canal MyNews

Haddad, Ciro e Boulos defenderam as manifestações suprapartidárias pelo Fora Bolsonaro e adotaram um discuso de superação das divergências políticas neste momento em benefício de uma causa comum. Outra concordância entre as lideranças presentes no protesto em São Paulo foi a necessidade de pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a dar andamento aos pedidos de impeachment protocolados na Casa. Existem mais de 130 pedidos de impeachment contra o presidente Bolsonaro aguardando encaminhamento do presidente da Câmara dos Deputados.

Concentrados desde às 14h30, os manifestantes ocuparam 10 quarteirões da Av. Paulista e levaram para as ruas, além do “Fora Bolsonaro”, pedidos de vacinas para todos e protestos contra a política econômica do governo, contra a fome no país e contra a reforma administrativa, a PEC-32, que deve ser votada nos próximos dias no plenário da Câmara dos Deputados.

Ao todo, 21 partidos e diversos grupos políticos e representações da sociedade civil participaram dos atos em todo o país. Entre os partidos, estiveram presentes PT, PSol, PCB, PCdoB, PSB, PDT, Cidadania, PSDB, MDB, Podemos, Novo e PSL. Também apoiam os protestos as centrais sindicais, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e os movimentos Frente Brasil Popular, Direitos Já, Frente Povo Sem Medo, Coalizão Negra por Direitos e Acredito.

Além de São Paulo, houve manifestações pela manhã no Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Salvador (BA), Maceió (AL), Fortaleza (CE), Teresina (PI), São Luís (MA), João Pessoa (PB), Belém (PA), Boa Vista (RR), Palmas (TO), Goiania (GO) e Campo Grande (MS). À tarde, houve protestos em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Rio Branco (AC), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Natal (RN), Aracaju (SE), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).

Veja uma análise sobre os mil dias do governo Bolsonaro do cientista político Mathias Alencastro, no Canal MyNews

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Silêncio de Bolsonaro repercute em redução da rejeição, avalia Fernando Rodrigues https://canalmynews.com.br/politica/silencio-bolsonaro-repercute-em-reducao-da-rejeicao/ Thu, 14 Oct 2021 03:46:33 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/silencio-bolsonaro-repercute-em-reducao-da-rejeicao/ Pesquisa do portal Poder 360º mostra que Bolsonaro pode ter se beneficiado de fase de armistício com o Poder Judiciário, avalia o jornalista Fernando Rodrigues

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O Poder 360º vai divulgar nesta quinta (14) mais uma pesquisa de intenção de votos para as eleições de 2022 e de avaliação do governo e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os dados preliminares, revelados pelo jornalista Fernando Rodrigues em entrevista ao Quarta Chamada, do Canal MyNews, apontam para uma leve redução nas taxas de rejeição ao presidente, com estabilização do apoio junto ao eleitorado católico e apoio consolidado no eleitorado evangélico.

“Temos essa pesquisa nacional a cada 15 dias e a gente incluiu nesta rodada, que será divulgada nesta quinta, uma questão sobre a preferência religiosa. Faltam 14 meses e meio para terminar o mandato de Bolsonaro e ele está há pouco mais de um mês em armistício com o Poder Judiciário e com o Legislativo. Essa fase deu um certo refresco a ele nas curvas de rejeição e aprovação”, destacou Fernando Rodrigues.

quarta chamada 13/10/21
Fernando Rodrigues acredita que fase de “silêncio” de Jair Bolsonaro teve impacto em pesquisa sobre rejeição realizada pelo Poder 360º/Imagem: Reprodução/Canal MyNews

O jornalista ressaltou que segundo o levantamento, o presidente Bolsonaro tem um apoio muito grande entre as pessoas que se declaram evangélicas e apresenta uma melhora de imagem em relação aos entrevistados que se declararam católicos, com um quarto de aprovação entre essas pessoas. “Não é um aumento expressivo, mas deu uma melhorada. Acredito que esse resultado é fruto de ele permanecer mais em silêncio, ciscar um pouco pra dentro dos que votaram em Bolsonaro em 2018 e estavam insatisfeitos com uma certa falta de educação – vamos chamar assim – do presidente”, analisou Rodrigues.

Mariliz Pereira Jorge ressaltou que pesquisa realizada pela revista Veja mostrou que o percentual de católicos que apoiam Bolsonaro é formado por pessoas ultraconservadoras, que apoiam questões como o monarquismo, anticomunistas e principalmente pessoas que valorizam as pautas conservadoras.

O jornalista do Poder 360º avaliou que os resultados não são um indicativo de que esses percentuais permanecerão sem alteração, haja vista questões com grande impacto junto à população, como a crise econômica, a alta no preço da gasolina e do gás de cozinha, o desemprego no país, a alta da inflação, entre outros fatores de instabilidade. Rodrigues avalia que Bolsonaro deverá usar de várias estratégias até as eleições para tentar garantir o segundo mandato, inclusive conceder o “Auxílio Brasil” num valor mais elevado do que possam permitir as contas públicas, em busca dos votos dos eleitores mais pobres.

Apoio de evangélicos faz bancada no Congresso pressionar para aprovação de André Mendonça ao STF

O apoio dos evangélicos é importante para Bolsonaro e faz bancada no Congresso Nacional pressionar para a aprovação de André Mendonça para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O nome de Mendonça foi encaminhado para sabatina no Senado e aprovação do Congresso há 90 dias e até agora não há previsão de data para que o candidato a ministro seja sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) avaliou que compete, dentro do espírito republicano, ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), pautar a data para a sabatina. Ele não acredita que o presidente do Senado leve o assunto diretamente ao plenário.

“Os senadores é que devem proceder a esta sabatina – no que pese eu ser crítico à forma como os senadores se posicionam diante dos sabatinados, que infelizmente é pro foma. Você não tem história de recusa dos sabatinados. […] Nesse quesito, compete ao chefe do Executivo indicar a pessoa e a ela compete ter conhecimento jurídico e ser uma figura ilibada”, explicou Contarato, para completar:

“Agora, nós temos que entender que têm fatores políticas. Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi alçado à presidência do Senado por Davi Alcolumbre. Então, acho que levar direto a plenário sem passar pela CCJ ia ficar uma situação um tanto delicada politicamente. Vejo que Alcolumbre pode ceder e pautar a indicação de André Mendonça, sim”.

Na avaliação da jornalista Juliana Braga, a bancada evangélica deve aumentar a pressão para que a sabatina seja marcada pelo senador Davi Alcolumbre. A demora estaria repercutindo também na imagem do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

“Para a bancada evangélica, quanto mais Alcolumbre segura, mais Pacheco passa a imagem de fragilidade, de que é presidente do Senado, mas não consegue resolver uma questão desse tamanho. Bolsonaro não deve entrar em campo por Mendonça e também não deve trocar o nome. Antes que Pacheco interfira na CCJ, é possível que Alcolumbre tome a iniciativa de agendar a sabatina”, analisou Braga.

O Quarta Chamada conversou com o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) e com o jornalista do Poder 360º Fernando Rodrigues. Veja a íntegra do programa no Canal MyNews

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Bolsonaro é impedido de assistir a Santos x Grêmio por não estar vacinado https://canalmynews.com.br/politica/bolsonaro-impedido-assistir-santos-gremio-nao-vacinado/ Mon, 11 Oct 2021 02:35:55 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/bolsonaro-impedido-assistir-santos-gremio-nao-vacinado/ Só pode assistir aos jogos nos estádios quem apresenta comprovante de vacinação. Bolsonaro criticou o passaporte da vacina com informações falsas sobre imunidade de rebanho

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que foi impedido de assistir ao jogo Santos X Grêmio, na Vila Belmiro, neste domingo (10), por não estar vacinado. O jogo é válido pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol. O presidente passa o feriado prolongado no litoral paulista.

“Por que passaporte da vacina? Eu queria ver o jogo do Santos agora e falaram que tinha que estar vacinado. Pra que isso? Eu tenho mais anticorpos do que quem tomou vacina”, disse o presidente durante uma entrevista.

A declaração do presidente não tem fundamentação científica, pois já está comprovado cientificamente que as pessoas que são imunizadas com uma das vacinas disponíveis contra o Covid-19 têm maior proteção contra a doença e menos riscos de agravamento do quadro de saúde do que quem não está imunizado.

Segundo pesquisa do Instituto Butantan divulgada no mês de agosto de 2021, 96% das mortes por covid-19 foram registradas em pessoas que não haviam tomado as duas doses da vacina contra a doença.

Bolsonaro em Peruíbe - SP
O presidente Jair Bolsonaro está passando o feriado prolongado de 12 de outubro no litoral paulista. No sábado, ele esteve no município de Peruíbe/Imagem: Reprodução Redes Sociais

Desde 4 de outubro, quando foi permitida a volta das torcidas aos estádios, para assistir aos jogos é preciso apresentar um comprovante de vacinação contra o Covid-19 e o presidente diz que não se vacinou, nem pretende se imunizar. Também é obrigatório o uso de máscara.

Quem estiver vacinado apenas com a primeira dose deve apresentar um exame negativo para o Covid-19 realizado nas últimas 24 horas, ou o teste RT-PCR feito em até 48 horas.

Durante a entrevista coletiva, Bolsonaro é questionado sobre ter recebido multa por não usar máscara e diz que não está preocupado, perguntando se o repórter acredita na vacina.

“Eu não estou preocupado. Você acredita na vacina?”, ao ouvir a resposta de que “sim”, o presidente continua: “Então você tá preocupado com o que? Eu não vou discutir contigo esse assunto. Eu vivo no mesmo povo. Era pra tá morto” – e justifica que em algum momento as pessoas vão “acabar pegando” o vírus. “Por que esse trauma? Por que esse medo? A indústria da máscara te agradece”, e segue questionando a eficácia da vacinação.

Brasil alcançou 600 mil mortes por Covid-19 durante a semana

O Brasil chegou aos 600 mil mortos por covid-19 durante esta semana. Apenas em 2021 foram 405 mil óbitos – o que coloca o país na liderança de óbitos por covid-19 em 2021. Em todo o mundo o Brasil é o país com mais vítimas da doença, atrás dos Estados Unidos, que chegou às 700 mil mortes.

O epidemiologista computacional Jones Albuquerque, do Laboratório de Imunopatologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Instituto de Redução de Riscos e Desastres, avalia que se a vacinação tivesse começado no país ao mesmo tempo que no restante do mundo, milhares de mortes teriam sido evitadas.

“Pelas curvas que a gente observa hoje e levando em consideração que as pessoas relaxaram demais nos cuidados, mesmo assim a vacinação proporcionou a redução nos óbitos. Essa redução é, seguramente, explicada pelo avanço da vacinação. Entretanto, a gente pode dizer que a queda nos óbitos estabilizou e isso preocupa porque o gráfico de óbitos do Brasil ainda é alto quando a gente compara com a média de óbitos no cenário mundial”, explica o pesquisador.

Santos vence o Grêmio por 1 x 0 e deixa a zona de rebaixamento

Wagner Leonardo - zagueiro do Santos
O zagueiro Wagner Leonardo fez o gol que tirou o Santos da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, aos 47 minutos do segundo tempo/Foto: Ivan Storti/Santos FC

O Santo fez um gol nos acréscimos, aos 47 minutos do segundo tempo, e com esse resultado deixou a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O gol de Wagner foi inicialmente anulado pelo árbitro Bruno Araújo, mas depois foi validado, após o uso do VAR. O time santista estava há nove jogos sem vencer. Com o resultado, o Grêmio permanece na vice-lanterna do campeonato, com 23 pontos, à frente apenas da Chapecoense – que tem apenas 12 pontos.


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Enquanto OMS anuncia vacina contra a malária, Brasil corta 90% dos recursos para a ciência https://canalmynews.com.br/mais/oms-anuncia-vacina-contra-malaria-brasil-corta-90-recursos-ciencia/ Sun, 10 Oct 2021 19:49:36 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/oms-anuncia-vacina-contra-malaria-brasil-corta-90-recursos-ciencia/ Na mesma semana que a OMS anunciou a aprovação de uma vacina contra a malária, Ministério da Economia retirou Projeto de Lei que destinaria R$ 690 milhões para o Ministério da Ciência e Tecnologia

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Na mesma semana em que a aprovação de uma vacina contra a malária foi anunciada, o Ministério da Economia retirou um Projeto de Lei que destinaria R$ 690 milhões para o Ministério da Ciência e Tecnologia, especialmente para universidades e institutos de financiamento e desenvolvimento de pesquisas. O dinheiro seria destinado para pagar bolsas de estudo e apoiar projetos de pesquisa em todo o país. Do total, restaram apenas R$ 52 milhões, que serão utilizados para o pagamento de medicamentos para o tratamento de câncer.

A retirada dos recursos num momento em que avança o plano de vacinação contra o covid-19 e num período em que a pesquisa e o conhecimento científico têm sido tão valorizados em todas as partes do mundo, aponta para um Brasil na contramão do restante dos países, com iniciativas que podem paralisar pesquisas e diversas áreas do conhecimento.

No campo da pesquisa e desenvolvimento de imunizantes, entre as instituições capacitadas para desenvolver vacinas e que têm contribuído desde a fundação com a saúde pública não apenas no Brasil, mas em nível mundial, estão a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan. Os acordos para compra e produção de vacinas contra o Covid-19 incluíram também transferência de tecnologia para que os imunizantes passem a ser totalmente produzidos em território nacional.

Foto de referência de vacinação. Foto:Unsplash
Vacina contra a malária demorou 30 anos para ser desenvolvida e deve ter forte impacto na redução de casos e ortes na África Subsariana/Foto: Unsplash

O anúncio pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a aprovação de uma vacina contra a malária, após 30 anos de pesquisas, é uma notícia importante que vai impactar diretamente milhares de crianças em todo o mundo – em especial na África Subsariana – onde por ano morrem em decorrência da malária mais de 260 mil crianças com menos de 5 anos. No Brasil, a doença transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada pelo protozoário Plasmodium, é comum na região amazônica – onde foram registrados 153 mil casos em 2019, com 37 óbitos.

Considerada uma doença negligenciada, a dificuldade em desenvolver uma vacina contra a malária também se deve ao longo trabalho de pesquisa necessário para o desenvolvimento de vacinas.

“Não creio que neste caso [a demora] seja pelo fato de ser uma doença negligenciada. No caso da malária, existe também interesse de países desenvolvidos. Trabalhei muito tempo na Holanda e os holandeses se preocupavam muito com este assunto porque viajam muito para a África. A ciência é assim: alguns resultados não temos quando dizer quando vamos alcançá-los. Essa ciência começa com pesquisas básicas até chegar a um produto que pode ser rápido, ou pode ser difícil”, destacou o físico Rogério Galvão, professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em participação ao Quinta Chamada Ciência, no Canal MyNews.

Galvão ressalta, por exemplo, que os argumentos de que as vacinas contra o Covid-19 foram criados rapidamente e por isso não seriam tão confiáveis não são verdadeiros. “A pesquisa sobre a vacina contra o Covid-19 que usa o RNA começou há mais de 20 anos. A pesquisadora principal não teve apoio nos Estados Unidos e foi para outros laboratórios e persistiu. Nós não sabemos quanto tempo levará para fazer uma pesquisa. De qualquer forma, vamos nos regojizar por esse grande feito, essa grande ação da ciência”, pontuou o professor.

O jornalista Salvador Nogueira destacou que essa é a primeira vez que se desenvolve uma vacina para protozoários, que deve impactar numa redução de pelo menos 50% dos casos de malária. Se tivermos como base que apenas em 2019 o mundo registrou cerca de 230 milhões de casos de malária, com mais de 400 mil mortes, os resultados da vacinação contra a doença no longo prazo são de esperança. Para Nogueira, o fato de o desenvolvimento do imunizante ter demorado 30 anos mostra a dificuldade do processo de pesquisa.

“A sociedade às vezes tem a ideia do cientista como se fosse um professor pardal. Trago um problema para ele e ele vai no laboratório e resolve. Não é assim. As coisas às vezes desenvolvem por outros caminhos. Uma pesquisa que foi feita há anos, que não tinha nenhuma intenção de produzir uma vacina, realizada pelo valor do conhecimento, mais tarde pode ser usada para outro grupo para produzir uma vacina e é assim em vários produtos”, ressaltou Rogério Galvão, lembrando que em muitos casos os laboratórios farmacêuticos são melhor equipados e têm mais insumos do que laboratórios de universidades.

Produção de vacinas é demorada e demanda várias etapas

A produção de vacinas demanda tempo e estudo. Se a vacina contra a malária demorou 30 anos para ser aprovada, outros imunizantes também não ficaram para trás. Rafael Dhália, pesquisador do Departamento de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz cita algumas vacinas que também demoraram a serem desenvolvidas: a da catapora levou 28 anos; a do rotavírus demandou 15 anos; para a vacina contra a tuberculose foram 13 anos de estudos.

Dhália ressalta que todo imunizante passa por pelo menos cinco fases de desenvolvimento e testes, até ser aprovado para aplicação na população. E que 3 milhões de pessoas são salvas todos os anos graças à vacinação.

“Para desenvolver uma vacina são necessária cinco fases. A fase pré-clínica, quando é decidido o antígeno que vai provocar o organismo a produzir a imunidade. A etapa de testes em animais e verificação da produção de anticorpos. Essa fase é a mais demorada e só depois é que se iniciam os testes em seres humanos, até que a vacinação em massa possa ser autorizada”, explica o pesquisador da Fiocruz.

Ele explica que a velocidade de desenvolvimento das vacinas contra o covid-19 se deve a diversos fatores, entre os quais a situação de emergência mundial, que permitiu com que algumas fases de desenvolvimento fossem feitas de forma simultânea; algo justificável diante da gravidade da pandemia. O que também motivou o avanço rápido na produção dos imunizantes foi o uso de pesquisas prévias e o compartilhamento de informações entre centros de pesquisas e cientistas de todo o mundo – num esforço global para vencer o novo coronavírus.

Dhália reforça que vacina não é “mágica” e que ainda teremos algum tempo com as chamadas “bolhas de pessoas imunizadas”. “O que a gente pode fazer para evitar as infecções é distanciamento social, uso de máscaras e medidas de higiene”, ressalta.

Além da vacina contra o covid-19, a vacina contra o ebola – que demorou 5,5 anos para ser desenvolvida e autorizada – e a vacina contra a Caxumba, com um período entre a pesquisa e a aplicação de 4 anos, também são considerados imunizantes desenvolvidos em tempo recorde.

Assista ao Quinta Chamada Ciência, no Canal MyNews, ou ouça o Podcast do programa nas principais plataformas

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Toffoli arquiva pedidos de investigação sobre offshores de Guedes e Campos Neto https://canalmynews.com.br/economia/toffoli-arquiva-pedidos-investigacao-offshores-paulo-guedes-campos-neto/ Sat, 09 Oct 2021 17:56:15 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/toffoli-arquiva-pedidos-investigacao-offshores-paulo-guedes-campos-neto/ Decisão de Toffoli foi baseada em argumento de que apenas a PGR tem o poder de abrir este tipo de investigação. Paulo Guedes falou sobre assunto em evento promovido pelo FMI

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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu arquivar dois pedidos de investigação sobre as empresas em paraísos ficais do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. As solicitações do PDT e do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) demandavam que o STF encaminhasse à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedido de investigação sobre o caso revelado através de reportagem do projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICJI), do qual fazem parte 615 jornalistas de 149 veículos de imprensa no mundo. No Brasil, os dados estão sendo revelados pela revista piauí e pelo site Poder360º.

Ministro Dias Toffoli, relator do caso "direito ao esquecimento".
Ministro Dias Toffoli disse que apenas a PGR tem poder de abrir esse tipo de investigação/Foto: Cesar Itiberê (PR)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou nesta sexta (8) sobre a empresa no exterior, num evento no Fórum de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI). Guedes disse que não há conflito de interesses e que as empresas são legais, foram declaradas e que não houve movimentação nas contas desde que assumiu o cargo de ministro.

Segundo Guedes, ele vendeu investimentos antes de assumir o cargo e teria perdido dinheiro ao assumir o ministério da Economia. O ministro falou sobre o assunto sem ser questionado e disse ainda que acredita que o assunto é “barulho” e vai piorar por conta da proximidade do período eleitoral. A empresa de Paulo Guedes continua aberta, nas Ilhas Virgens Britânicas, e tem patrimônio de US$ 9,5 milhões – mais de R$ 51 milhões, na cotação atual do dólar americano.

Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também já disse que se afastou dos investimentos, não cometeu irregularidades, e que a conta no exterior foi declarada à Receita Federal. A empresa de Campos Neto no paraíso fiscal foi encerrada em 2020.

O ministro Dias Toffoli justificou o arquivamento dos pedidos dizendo que cabe exclusivamente à Procuradoria-Geral da República promover ação penal pública em relação aos possíveis crimes praticados por autoridades como ministros de Estado. A PGR determinou a abertura de investigação preliminar sobre o caso das offshores.

Apesar de não ser ilegal ter empresas e contas no exterior, elas precisam ser declaradas à Receita Federal. No caso de funcionários públicos, essa prática é proibida quando envolve conflitos de interesses e as decisões tomadas pelo servidor possam redundar em vantagens próprias. Desde que Paulo Guedes assumiu o ministério da Economia, no início do governo Bolsonaro, o dólar americano teve valorização de 40% – valorização que beneficiou quem tem investimentos no exterior.

Câmara aprovou convocação de Paulo Guedes para prestar esclarecimentos sobre offshore

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quarta (6) a convocação do ministro da Economia para prestar esclarecimentos sobre a offshore. Foram 310 votos a favor da convocação e 142, contrários. Durante o Quarta Chamada, o ex-ministro da Justiça José Roberto Cardozo defendeu que é preciso apurar o que está acontecendo e que não é possível condenar, nem isentar o ministro Paulo Guedes a priori.

“Não é ilícito ter uma offshore, desde que se faça de acordo com a lei, que tudo que é revertido para essa offshore seja comprovado, pagando todos os impostos e com as exigências atendidas. O ministro tem o dever de prestar contas. Não dá para condená-lo a priori, nem isentá-lo a priori. […] O que acho é que às vezes as pessoas são imprudentes. Quando você está na vida pública, não basta você ser honesto, você tem que parecer honesto”, analisou Cardozo, lembrando que o ex-ministro da Justiça do Governo Lula, Márcio Thomaz Bastos, antes de assumir o cargo “assinou um contrato com uma instituição bancária em que ele perdia o direito a toda a gestão dos investimentos e bens e que o banco não poderia seguir as suas orientações em absolutamente nada”, disse.

Confira a análise sobre a situação do ministro da Economia, Paulo Guedes, no Quarta Chamada, no Canal MyNews

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Apenas 2 empresas se interessam por leilão de blocos de petróleo e gás natural https://canalmynews.com.br/mynews-investe/duas-empresas-se-interessam-leilao-blocos-de-petroleo-e-gas/ Fri, 08 Oct 2021 20:27:31 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/duas-empresas-se-interessam-leilao-blocos-de-petroleo-e-gas/ Cinco dos 92 blocos ofertados para a exploração de petróleo e gás foram arrematados nesta quinta

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Somente cinco blocos, dos 92 ofertados para exploração de petróleo e gás natural, foram arrematados na 17ª Rodada licitações de blocos exploratórios da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Bicombustíveis (ANP). Foi a pior rodada em relação a número de participantes e área arrematadas desde 1999, quando ocorreu a primeira.

Shell e Ecopetrol foram as únicas empresas que apresentaram ofertas, apesar de mais de nove estarem inscritas. Durante o leilão, foram arrematados dois blocos do setor SS-AP4 e três blocos do setor SS-AUP4, na Bacia de Santos. Os blocos das bacias Potiguar, Pelotas e Campos não atraíram investidores.

O leilão trouxe aos cofres públicas R$ 37 milhões em bônus de assinatura, com a previsão de investimentos em R$ 136 milhões.

De acordo com a ANP, os blocos que não receberam ofertas serão incluídos na Oferta Permanente.

Operação da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Petrobras/ Agencia Brasil
Operação da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Petrobras/ Agencia Brasil

Questões ambientais não podem ser mais ignoradas na exploração de petróleo e gás natural

O pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Henrique Jäger, considerou um fracasso o resultado do leilão. De acordo com Jäger, três fatores contribuíram o resultado: “a aceleração do calendário de leilões, que desconsidera as mudanças na conjuntura da indústria, e estágio de desenvolvimento da indústria; os riscos ambientais envolvidos em algumas regiões, mais especificamente em Pelotas e Potiguar; e o fato de alguns setores oferecidos no leilão terem blocos que já foram leiloados anteriormente, o que exigiria acordos de unitização que aumentam o risco para potenciais interessados”.

Para o pesquisador do Ineep “a ANP e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) terão de repensar suas estratégias com relação aos futuros leilões de blocos”. “Questões ambientais não podem mais ser desconsideradas ou tratadas de forma displicente como foi observado na 17°rodada”, avaliou.

* Com informações do Ineep

Entenda como foi a 17ª rodada de blocos exploratórios da ANP no MyNews Investe, no Canal MyNews

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TJ-SC confirma absolvição de empresário acusado de estuprar Mariana Ferrer https://canalmynews.com.br/mais/tj-sc-confirma-absolvicao-empresario-acusado-estuprar-mariana-ferrer/ Thu, 07 Oct 2021 21:38:09 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/tj-sc-confirma-absolvicao-empresario-acusado-estuprar-mariana-ferrer/ André de Camargo Aranha foi absolvido em 2ª instância pelo TJSC pelo crime de estupro de vulnerável contra a promotora de eventos Mariana Ferrer. O caso aconteceu em 2018 e teve o primeiro julgamento em 2020

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O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) absolveu em segunda instância, por 3 votos a 0, por estupro de vulnerável, o empresário André de Camargo Aranha, de 44 anos, acusado de estuprar a promotora de eventos Mariana Ferrer, de 25 anos. O caso aconteceu em 2018, numa festa no Café de La Musique, em Florianópolis (SC). Mariana tinha 21 anos e era virgem. O empresário foi absolvido em primeira instância, pelo crime de estupro de vulnerável, em julgamento realizado em 2020.

André de Camargo Aranha
O empresário André de Camargo Aranha foi absolvido do crime de estupro de vulnerável, em 2ª instância, pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina/Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Segundo as investigações, o exame de corpo de delito realizado por Mariana Ferrer constatou que havia sémen do empresário e sangue de Mariana e que seu hímen havia sido rompido. O exame toxicológico não identificou uso de álcool e drogas, mas a defesa promotora de eventos diz que não foi descartada a possibilidade do uso de outras substâncias, como a cetamina, também chamada de ketamina, ou Special K, um forte analgésico de uso veterinário. Também foram anexadas ao processo roupas da vítima com manchas de sangue, além de vídeos e áudios.

O caso teve grande repercussão no Brasil e no exterior e gerou mobilização de grupos de defesa dos direitos das mulheres, especialmente após o julgamento em primeira instância, realizado no ano passado, durante a pandemia do Covid-19, por teleconferência, quando o advogado de defesa de André Aranha, Cláudio Gastão Rosa Filho, humilha a jovem durante a audiência. Os diálogos foram revelados em reportagem do The Intercept Brasil.

Entre outras coisas, o advogado diz que “jamais teria uma filha do nível” de Mariana e que pede “a Deus para que o filho não encontre uma mulher” como a promotora de eventos, além de dizer que o choro da vítima é dissimulado e “lágrimas de crocodilo”.

O empresário André Aranha foi absolvido no primeiro julgamento. Ele alegou que a promotora de eventos fez sexo oral nele de forma consentida. Já o promotor público Thiago Carriço de Oliveira, do Ministério Público de Santa Catarina, defendeu que o empresário não teria como saber que Mariana Férrer não estava em condições de dar consentimento à relação sexual e, portanto, não haveria intenção de estuprar, o que resultaria num “estupro culposo”.

O estupro e a condução do julgamento geraram forte comoção social, com diversos protestos pelo Brasil e em diversos países, pedindo #JustiçaPorMariFerrer. Uma das repercussões do caso foi a aprovação do Projeto de Lei Mariana Ferrer, na Câmara dos Deputados – que pune ofensas à vítima durante um julgamento. Em 2021, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu processo para investigar a conduta do juiz Rudson Marcos nesta audiência. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Mariana Férrer enfrenta, desde o estupro, uma situação de depressão e síndrome de pânico.

protesto do Fórum de Mulheres de Pernambuco
Protesto realizado pelo Fórum de Mulheres de Pernambuco em 8 de novembro de 2020 pedindo justiça para o caso Mariana Ferrer/Imagem: Reprodução Redes Sociais/Fórum de Mulheres de Pernambuco

Caso Mariana Férrer é exemplo do machismo presente na sociedade brasileira

Para a antropóloga Jô Meneses, integrante do Fórum de Mulheres de Pernambuco e da ONG Gestos, o caso Mariana Ferrer é “a reafirmação de um estado que não protege as mulheres e de uma misoginia”.

“Todo o processo que Mariana passou é um retrato absoluto do desrespeito do machismo que a gente vive. Em nenhum momento a palavra dela foi acreditada. A palavra das mulheres nunca é respeitada e ouvida. Mariana é sempre desacreditada naquilo que ela fala, com a justificativa da ‘falta de provas’. Esse argumento, em vez de ser refutado e de se dar credibilidade ao que a mulher fala, ele desacredita e fortalece o argumento do agressor e do estuprador. É a velha história de culpabilizar a vítima. Mariana o tempo todo foi culpabilizada, foi humilhada e a confirmação desse resultado é uma revitimização dela pelo Estado”, analisa Jô Meneses.

Em entrevista ao MyNews Entrevista, a promotora Valéria Scarance, coordenadora do Grupo de Gênero do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), diz que o caso Mariana Ferrer demonstra o que acontece no nosso país. “Em crimes praticados contra a mulher, por uma razão de gênero, por ela ser mulher – sejam crimes de ameaça, lesão corporal, estupro, ou até mesmo feminicídio, muitas vezes a estratégia de defesa é desmerecer a mulher, atacar a mulher, juntar fotografias, questionar de uma forma repetitiva. Essa revitimização é muito temida por parte das vítimas e, não por menos, muitas vezes as mulheres ficam em silêncio. O caso Mariana Ferrer escancara o que é revitimização. É inadmissível que uma vítima seja atacada por um advogado. Esse caso é notório, mas não é incomum”.

O julgamento em segunda instância do estupro da promotora de eventos Mariana Férrer foi julgado pela 1ª Câmara Criminal do TJSC, pelos desembargadores Ana Lia Carneiro, Ariovaldo da Silva e Paulo Sartorato. A defesa de Mariana Férrer ainda pode recorrer do resultado do julgamento, que neste caso irá para a terceira instância.

Veja a entrevista com a promotora Valéria Scarance, no Canal MyNews, e entenda um pouco mais sobre o caso do estupro de Mariana Férrer

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Câmara aprova convocar Paulo Guedes para explicar offshore em paraíso fiscal https://canalmynews.com.br/economia/camara-aprova-convocar-paulo-guedes-explicar-offshore-paraiso-fiscal/ Thu, 07 Oct 2021 02:15:44 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/camara-aprova-convocar-paulo-guedes-explicar-offshore-paraiso-fiscal/ Paulo Guedes deve prestar esclarecimentos ao plenário da Câmara sobre empresa no exterior com patrimônio de US$ 9,5 milhões, revelada pelo Pandora Papers

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O Plenário da Câmara aprovou na tarde desta quarta (6) a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para esclarecer informações sobre o fato de ser sócio de uma empresa no exterior, com patrimônio de US$ 9,55 milhões (cerca de R$ 51 milhões). Foram 310 votos a favor da convocação e 142, contrários.

As informações sobre a offshore foram divulgadas em reportagem da revista Piauí, que integra o projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Além de Paulo Guedes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também possui uma empresa no exterior. Apesar de não ser ilegal ter empresa no exterior – se o patrimônio for declarado à Receita Federal – para servidores públicos as regras são diferentes, pois as decisões tomadas no exercício das funções podem configurar conflito de interesses.

O assunto foi um dos temas do Quarta Chamada desta semana, que contou com a participação das jornalistas Mara Luquet e Juliana Braga, do Canal MyNews, do ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, e do jornalista da Folha de S. Paulo, Ítalo Nogueira.

Para Mara Luquet, o ministro tem obrigação de prestar esclarecimentos sobre a sociedade na offshore – algo que deveria ter acontecido antes de entrar no governo. “Paulo Guedes e Roberto Campos Neto já eram muito ricos antes de entrar no governo. Um patrimônio adquirido com trabalho no mercado financeiro. A ambição dos dois não acredito que seja de dinheiro, mas de poder. Paulo Guedes sempre foi ressentido de não ter participado de nenhum governo. Era a oportunidade dele. Ele era visto como o ‘posto Ipiranga’, como o cara que ia fazer, ia dar um choque liberal, a economia ia crescer, ia atrair investimentos. E não fez nada disso. Não conseguiu fazer, o presidente não é um liberal, o presidente foi contra a reforma da previdência, atrapalhou o quanto pode. E a economia só desandou com ele”, avaliou Mara Luquet.

Para a jornalista, isso não significa que o ministro não precise prestar contas. “Ele precisa se explicar, como legalmente deveria ter feito isso. Tinha obrigação de prestar esse esclarecimento e deveria ter feito isso antes de entrar no governo. Precisa jogar luz e dar transparência ao fato. Ele não fez isso e está errado. O país com 14 milhões de desempregados, uma economia que não tem jeito, vem ainda a pandemia, é muita tristeza, desemprego por muito tempo, e vem essa notícia”, pontuou.

Convocação de Paulo Guedes pode desestabilizar situação do ministro no cargo

O ex-ministro da Justiça José Roberto Cardozo defendeu que é preciso apurar o que está acontecendo e que não é possível condenar, nem isentar o ministro Paulo Guedes a priori. “Não é ilícito ter uma offshore, desde que se faça de acordo com a lei, que tudo que é revertido para essa offshore seja comprovado, pagando todos os impostos e com as exigências atendidas. O ministro tem o dever de prestar contas. Não dá para condená-lo a priori, nem isentá-lo a priori. […] O que acho é que às vezes as pessoas são imprudentes. Quando você está na vida pública, não basta você ser honesto, você tem que parecer honesto”, analisou Cardozo, lembrando que o ex-ministro da Justiça do Governo Lula, Márcio Thomaz Bastos, antes de assumir o cargo “assinou um contrato com uma instituição bancária em que ele perdia o direito a toda a gestão dos investimentos e bens e que o banco não poderia seguir as suas orientações em absolutamente nada”.

“Ele autorizou isso de tal forma que ele se blindou. Ele foi prudente. Porque em qualquer situação que o homem público está envolvido, ele tem que dar explicações muito bem dadas. Alguém que tem fortuna, tem dinheiro, tem que tomar essas cautelas, sim. Para um ministro que mexe com questões econômicas, como o ministro Paulo Guedes, ele foi imprudente. E o imprudente deve explicar muito bem as coisas que fez, ou deixou de fazer”, concluiu o ex-ministro José Eduardo Cardozo.

Na avaliação da jornalista Juliana Braga, do Canal MyNews, o fato de a convocação de Paulo Guedes ter sido aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados é uma sinalização de uma possível desestabilização do ministro, por ser considerada uma convocação mais “severa” e que não pode deixar de ser atendida. Braga lembrou que Cid Gomes, ministro da Educação no governo Dilma Rousseff, foi desligado do cargo após reiterar na Câmara dos Deputados declarações de que os parlamentares eram “achacadores”. Para Juliana Braga, o ministro será questionado de forma dura e dependendo de como reagir, pode prejudicar sua imagem diante da Casa Legislativa.

Já o jornalista Ítalo Nogueira argumentou que o enfraquecimento de Paulo Guedes pode ser interessante para o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), pois Guedes assinou há quatro meses a nomeação do novo corregedor da Receita Federal – tradicionalmente indicado pelo antecessor; neste caso, o ex-corregedor Barros Neto. Entretanto, esta nomeação ainda não foi efetivada e vem sendo disputada por uma indicação de Flávio Bolsonaro – que teria interesse na indicação do cargo, pois a corregedoria poderia anular as investigações sobre o esquema da “rachadinha”.

Veja a íntegra do Quarta Chamada, com a participação do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo

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Advogada atropelada em manifestação contra Bolsonaro passa por cirurgia https://canalmynews.com.br/politica/advogada-atropelada-manifestacao-contra-bolsonaro-cirurgia/ Sun, 03 Oct 2021 19:34:06 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/advogada-atropelada-manifestacao-contra-bolsonaro-cirurgia/ Advogada foi arrastada por 100 metros e teve traumatismo craniano e fratura nas pernas. Motorista se apresentou e disse que não prestou socorro por medo dos manifestantes. Veículo tem várias multas por infrações de trânsito

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Uma advogada da Comissão de Advocacia Popular da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), de 29 anos, foi atropelada no final da manifestação contra Bolsonaro no Recife. Segundo testemunhas, um homem dirigindo um veículo da marca Jeep Renegade preto, placas QYJ2E95, furou o bloqueio na Av. Martins de Barros, no Bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, e arrastou a mulher em cima do veículo por cerca de 100 metros. Após ela cair no chão, ele passou por cima das pernas dela e fugiu do local sem prestar socorro à vítima.

A advogada, que pediu para não ser identificada, foi socorrida por uma ambulância do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) e levada para um hospital particular na capital pernambucana. Segundo informações da co-deputada estadual Robeyoncé Lima (PSol), em suas redes sociais, a mulher teve múltiplas fraturas na perna e precisou levar pontos na cabeça. Ela passou por cirurgia neste domingo.

atropelamento advogada Recife
Advogada foi atropelada no final da manifestação contra Bolsonaro no Recife. Motorista fugiu sem prestar socorro à vítima/Imagem: Reprodução Redes Sociais

O caso está sendo acompanhado pela Comissão de Advocacia Popular da OAB-PE, pelo mandato da vereadora Dani Portela (PSol) e pelo Gajop (Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares). Segundo relatos de quem estava no local, o homem chegou a sacar uma arma e disse ser policial.

O historiador Jones Manoel estava no local e postou em suas redes sociais a fotografia da placa do veículo logo após o fato.

advogada atropelada no Recife
Imagem da traseira do veículo que atropelou uma advogada no Recife, no final da manifestação contra Bolsonaro/Foto: Reprodução/Redes Sociais

O homem, identificado como Luciano Matias Soares, de 38 anos, apresentou-se à polícia ainda no sábado (2) e, em entrevista à TV Guararapes, disse que fugiu com medo de ser agredido pelos manifestantes. Luciano Soares é administrador de empresas e foi candidato a vereador no Recife pelo PSC, nas eleições de 2020.

Os manifestantes estavam dispersando, ao final do protesto, e seguiam para o lançamento da Frente Popular Moradia no Centro – que aconteceria ainda no sábado. Testemunhas que estavam no local na hora do atropelamento relatam que ele avançou com o carro para cima dos manifestantes, que gritavam para ele parar o veículo. O carro conduzido por Luciano Matias Soares tem oito multas por infrações como ultrapassar sinal vermelho, seguir na faixa exclusiva de ônibus e condução acima da velocidade permitida.

Organização da Campanha Fora Bolsonaro emite nota de repúdio sobre atropelamento de advogada

A organização da Campanha Fora Bolsonaro – que organizou as manifestações de ontem – divulgou uma nota na qual contesta as declarações do motorista de que teria sido agredido pelos manifestantes e repudia o ato violento.

“Nas falas, o sujeito diz que foi vítima de agressão, que acelerou o carro ‘sem querer’ e que foi um ‘acidente’. Tínhamos várias pessoas presentes, várias testemunhas e todas alegam que o motorista não foi agredido e o atropelamento foi proposital, planejado e uma ação calculada. Uma verdadeira tentativa de homicídio. Exigimos a imediata prisão do agressor, a mais séria e rápida apuração para o caso e não vamos aceitar qualquer criminalização dos movimentos populares do direito de protesto”, diz a nota.

O Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH) e a Comissão de Advocacia Popular da OAB-PE estão acompanhando o caso e recolhendo imagens de pessoas que pessoas que presenciaram o atropelamento.

* Texto atualizado às 16h deste domingo (03/10/21)


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Manifestações pelo “Fora Bolsonaro” acontecem em 251 cidades do Brasil e em 16 países https://canalmynews.com.br/politica/manifestacoes-fora-bolsonaro-acontecem-251-cidades-do-brasil-16-paises/ Sat, 02 Oct 2021 22:16:17 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/manifestacoes-fora-bolsonaro-acontecem-251-cidades-do-brasil-16-paises/ Ciro Gomes participou de manifestação no Rio de Janeiro. Ato Fora Bolsonaro acontece à tarde em São Paulo. No Recife, mais de 50 mil foram às ruas protestar

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Durante todo o dia acontecem pelo país manifestações que pedem a saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e melhores condições de vida para a população brasileira. Esta é a sexta vez desde maio deste ano que a Campanha Nacional pelo Fora Bolsonaro organiza protestos contra o governo.

Além da saída de Bolsonaro, os manifestantes pedem vacina para todas as pessoas e comida no prato. Desta vez, também foi grande a mobilização contra a PEC-32 – que implementa a reforma administrativa do serviço público e que tem previsão de ser votada na Câmara dos Deputados na próxima semana. A expectativa dos organizadores é que os atos sejam os maiores até agora, pois reúnem desta vez 21 partidos e diversas frentes políticas e representações da sociedade civil.

  • Protesto Fora Bolsonaro no Recife

Além dos partidos de esquerda – PT, PSol, PCB, PCdoB, PSB e PDT – também aderiram à manifestação o Cidadania, o PSDB, o MDB, o Podemos e o Novo, além de integrantes do PSL – legenda pela qual Jair Bolsonaro foi eleito em 2018. Também apoiam os protestos de hoje as centrais sindicais, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e os movimentos Frente Brasil Popular, Direitos Já, Frente Povo Sem Medo, Coalizão Negra por Direitos e Acredito.

Pela manhã, os protestos aconteceram no Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Salvador (BA), Maceió (AL), Fortaleza (CE), Teresina (PI), São Luís (MA), João Pessoa (PB), Belém (PA), Boa Vista (RR), Palmas (TO), Goiania (GO) e Campo Grande (MS). À tarde acontecem manifestações em São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Rio Branco (AC), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Natal (RN), Aracaju (SE), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).

O presidenciável pelo PDT Ciro Gomes participou da manifestação no Rio de Janeiro e defendeu que haja pressão para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) desengavete os pedidos de impeachment que já foram protocolados na Casa. Até agora, mais de 130 pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro aguardam tramitação no Congresso Nacional.

Recife tem o maior ato pelo Fora Bolsonaro deste ano

Na capital pernambucana, a manifestação dos partidos e movimentos sociais pelo Fora Bolsonaro teve concentração a partir das 9h e iniciou uma passeata às 10h30. Segundo os organizadores, mais de 50 mil pessoas participaram do ato que pediu vacina para todos, o impeachment do presidente Jair Bolsonaro e criticou o combate à pandemia do novo coronavírus e destacou as denúncias de corrupção que estão sendo reveladas pela CPI da Pandemia, no Senado Federal.

Manifestação Fora Bolsonaro Recife
Manifestantes no Centro do Recife pedem impeachment do presidente Jair Bolsonaro/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews 02/10/21

O deputado federal Túlio Gadelha (PDT-PE) avaliou que os atos contra o governo Bolsonaro cresceram e já estão presentes em diversos setores da sociedade. Gadelha acredita que mesmo que não haja o impeachment do presidente, a tendência é que Bolsonaro seja derrotado nas urnas em 2022.

Deputado Federal Túlio Gadelha (PDT-PE)
Deputado Federal Túlio Gadelha (PDT-PE) participa do protesto pelo “Fora Bolsonaro” no Recife, em 2 de outubro de 2021/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews

“Essa política genocida do governo tem causado mal à população em muitos níveis. É um despertar de consciência que a gente vê. A saída de Bolsonaro vai acontecer de uma forma ou de outra; ou pelo impeachment, ou em 2022, com as eleições. As pesquisas mostram um cenário de polarização, mas nada impede que uma terceira via que cresça nesse processo. A minha defesa é por unir o campo progressista contra Bolsonaro. De construir uma candidatura única das esquerdas, com PDT, PT, PSol, PCdoB, Rede, PV, com todos os partidos do campo progressista, para tirar Bolsonaro e voltar a construir um projeto de país progressista”, disse o deputado federal.

Integrante da coordenação do Comitê Fora Bolsonaro pelo Fórum de Mulheres de Pernambuco e pela ONG Gestos, a antropóloga Josineide Meneses ressaltou que o movimento pelo impeachment vem crescendo. “O desejo da rua precisa se converter em realidade. Dessa vez, com a junção de tantos partidos, entendemos que a expectativa seja maior”, disse, ressaltando que além das pautas conjuntas, o movimento de mulheres também decidiu panfletar pela descriminalização do aborto, com o lema “Nenhuma mulher deve ser maltratada, humilhada, ou morrer por abortar”. Além do Recife, aconteceram manifestações em diversas cidades do interior, como Araripina, Caruaru, Garanhuns, Belo Jardim, Petrolina, Igarassu, Arcoverde e Serra Talhada.

O vereador do Recife Ivan Moraes Filho (PSol) ressaltou que “cada vez mais gente, mais partidos e mais pessoas entendem que precisamos abreviar esse governo o máximo possível”. “Não vi o movimento Fora Bolsonaro regredir, só aumentar. É preciso tirar Bolsonaro do poder o mais brevemente possível, ou no mínimo fazer com que chegue enfraquecido à próxima eleição. A mesa está virando. Temos segurança de dizer que o bolsonarismo está com os dias contados”, analisou.

O escritor Marcelo Mário de Melo – ex-preso político durante a ditadura militar de 1964 – esteve presente ao protesto no centro do Recife juntamente com um grupo de militantes e ex-presos políticos da geração de 1968.

Marcelo Mário de Melo no Fora Bolsonaro no Recife
Escritor Marcelo Mário de Melo, ex-preso político, participa de manifestação pelo “Fora Bolsonaro” no Recife, em 2 de outubro de 2021/Foto: Juliana Cavalcanti/Site Canal MyNews

“Bolsonaro representa as forças que deram o golpe em 1964 para impedir exatamente reformas sociais no Brasil. São essas mesmas forças que agora querem retroceder o país, com o golpe parlamentar de Dilma [Rousseff], com a reforma trabalhista, a reforma do INSS e agora querem empurrar a reforma administrativa e a tributária, reduzindo os direitos da população – principalmente das pessoas das periferias. A gente precisa reagir contra isso porque chega de retrocessos nesse país”, ponderou.

Veja uma análise sobre os mil dias do governo Bolsonaro no Canal MyNews

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Redemoinhos de fogo e tempestades de poeira são reflexo das mudanças climáticas https://canalmynews.com.br/mais/redemoinhos-de-fogo-tempestades-de-poeira-reflexo-mudancas-climaticas/ Sat, 02 Oct 2021 01:23:31 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/redemoinhos-de-fogo-tempestades-de-poeira-reflexo-mudancas-climaticas/ Mudanças climáticas são reais e precisam ser administradas para um futuro mais seguro na terra. Em apenas três anos, Brasil desmatou quase 5% da Amazônia

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Em apenas três anos o Brasil desmatou 5% da cobertura vegetal da Amazônia – quase um terço de todo o desmatamento ocasionado nos últimos 50 anos. Os dados foram citados pela pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Luciana Vanni, em entrevista ao Quinta Chamada Ciência e são parte das justificativas para dois fenômenos climáticos vistos durante a semana no Brasil: as tempestades de poeira e fumaça no interior de São Paulo, Minas Gerais e em Goiás e o redemoinho de fogo no Mato Grosso.

Nuvem de poeira é registrada em cidades de São Paulo e Minas Gerais. Fenômeno é exemplo do que está acontecendo em decorrência das mudanças climáticas/Foto: reprodução/redes sociais

“São fenômenos cada vez mais comuns. É muito importante a gente entender o que está provocando isso. Estamos com uma redução de chuvas, tanto pelas mudanças climáticas globais, que estão levando não só o Brasil a essa condição, mas temos um agravante: estamos mudando muito a cobertura da terra no Brasil. A Amazônia já foi 20% desmatada. Em 50 anos, ela foi 17% desmatada e em apenas nos últimos dois anos foram 3%, e o que se espera é pelo menos mais 1,5% até o final deste ano. Em três anos, foram quase 5% de desmatamento. Quase um terço do que a gente fez em 50 anos, e justamente quando as mudanças climáticas já chegaram”, analisou Luciana Vanni.

Vanni explica que o fato de o solo estar seco – por conta do final do período de colheita – deixa a poeira “solta”. Essa poeira, levantada pelo vento, formou nuvens do tipo “cumulus nimbus” – que começam em 1 quilômetro e podem chegar a até 12 quilômetros de altura – proporcionando a existência de uma grande diferença de temperatura entre a base e o topo da nuvem – ocasionando uma corrente de ar forte de baixo para cima.

A pesquisadora comparou a nuvem a um aspirador de pó – que elevou a poeira para o ar – formando as nuvens vistas no Brasil esta semana. Sobre o redemoinho de fogo, Luciana Vanni também atribuiu ao aquecimento global e a ocorrência de temperaturas extremas.

Mudanças climáticas são realidade e precisam de resposta rápida

Se as mudanças climáticas pareciam um fenômeno distante há algumas décadas, a pesquisadora do Inpe alerta que atualmente elas já fazem parte da realidade e precisam de medidas imediatas, sob o risco de comprometimento da vida na Terra no futuro.

O pesquisador Thiago da Paixão destacou como preocupante o fato de determinados eventos climáticos que antes eram registrados apenas no hemisfério Norte agora serem frequentes também no Brasil. Para ele, essas ocorrências demonstram que o aquecimento global é uma realidade e merece atenção.

“A gente tem que perceber o que está acontecendo. Entender e aceitar que a gente vai ter que administrar o uso e a cobertura da Terra pra gente poder administrar as mudanças climáticas, porque elas já chegaram. A gente já está sofrendo as consequências e dá pra gente ter certeza que já mudamos a natureza muito mais do que poderíamos ter mudado. É preciso um plano de restauração florestal mínimo para garantir o nosso futuro. Um futuro mais seguro, onde tenha chuva. A gente precisa de água. Não dá pra só correr atrás do dinheiro, vender commodities. Não dá pra continuar assim. Chegamos num ponto em que está claro que não dá”, finalizou Luciana Vanni, pesquisadora do Inpe.

Assista ao Quinta Chamada Ciência, no Canal MyNews. O programa também tratou sobre a possibilidade de faltar carne no mundo e a necessidade de adotar dietas baseadas em plantas e até insetos

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Mandetta vai jantar com Moro e aposta em ex-juiz como fator novo em 2022 https://canalmynews.com.br/politica/mandetta-vai-jantar-moro-aposta-em-ex-juiz-fator-novo-em-2022/ Tue, 28 Sep 2021 22:23:14 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/mandetta-vai-jantar-moro-aposta-em-ex-juiz-fator-novo-em-2022/ Ex-ministros devem se encontrar nesta quarta-feira (29). Para Mandetta, jogo para as eleições do ano que vem ainda está em aberto

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O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), disse que vai jantar com o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro nesta quarta (29). A afirmação foi feita durante participação no programa Segunda Chamada, do Canal MyNews. Mandetta e Moro são sempre lembrados como possibilidade de liderarem uma chapa majoritária para concorrer à Presidência da República em 2022, no que o ex-ministro da Saúde prefere chamar de “melhor via” e não de terceira via.

Logo no início do programa, Mandetta levantou vários nomes que vêm sendo citados como possibilidades para a terceira via, entre eles, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS). “Figuras que estão ocultas neste momento podem surpreender com candidaturas. Eu não sei, por exemplo, o Sérgio Moro o que vai fazer. Ele não é filiado a nenhum partido político, não dialoga com a classe política e pode ser um fator nesta eleição. Amoedo (Novo) junto com Moro? Eu não sei o que pode vir, se pode vir uma decisão de candidatura”, levantou Mandetta sobre o ex-colega de ministério no governo Jair Bolsonaro (sem partido).

Luiz Henrique Mandetta no Segunda Chamada
Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) revelou que vai jantar com o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro nesta quarta (29)/Imagem: Reprodução/Canal MyNews

Em tom de brincadeira, após ouvir sugestões de nomes para possíveis formações de chapa com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), Luiz Henrique Mandetta disse que tudo depende da formação da nova legenda que está sendo articulada entre o DEM e o PSL. Para ele, é natural que ocorram várias fusões partidárias após o fim da possibilidade de realizar coligações partidárias para candidaturas proporcionais. “É algo que eu já falo desde 2017, que o Brasil não vai ter mais do que oito ou nove partidos porque é o tamanho do escopo ideológico que existe no país”, pontuou.

Possível candidatura de Mandetta depende de negociação com nova legenda formada pela união entre DEM e PSL

O ex-ministro já havia considerado que o debate sobre 2022 está sendo antecipado e que ele acredita que a conjuntura política ainda pode mudar bastante até o fechamento da janela para mudança partidária, em abril do ano que vem. “Acho que tudo ainda está no campo da especulação. Nesse partido que está vindo agora tem gente que não quer nem ouvir falar em candidatura nacional. Quer se candidatar nos estados e que esse partido seja congressual e não propositivo. Então vou ter que superar ainda este debate ali dentro para saber como esse campo ideológico vai se colocar”, argumentou.

Segundo Mandetta, apesar de ser amigo pessoal de Ciro Gomes, existem “distâncias muito grandes” entre eles, especialmente em relação ao papel do estado e ao combate do deficit público. “Ele tem uma visão de estado como muito mais locomotiva de capitalismo para com o gasto público, o que nos afasta muito na parte econômica. Mas ele tem que trabalhar, a gente está num outro cenário, a pandemia prejudicou ainda mais as contas públicas. Tem algumas coisas no raciocínio dele que são interessantes, mas a gente teria que estressar muito essa parte”, pontuou.

Já sobre o PSDB, Mandetta disse preferir aguardar até o final das prévias do partido para ver quem sairá vencedor: o governador de São Paulo, João Dória, ou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. “Mas a conversa com Bruno Araújo (PE), que está sentado à mesa conosco, é de sim sentar à mesa com aquilo que lá no começo eu comecei a falar: quem quer apoio tem que se predispor a apoiar. Essa é a senha para sentar na mesa”.

Veja a entrevista completa com o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no Segunda Chamada

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Lula visita o Nordeste em busca de fortalecer as bases e firmar alianças https://canalmynews.com.br/politica/lula-visita-nordeste-fortalecer-aliancas/ Tue, 28 Sep 2021 14:24:58 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/lula-visita-nordeste-fortalecer-aliancas/ Lula visitará seis estados da Região onde tem maior popularidade, fazendo contatos políticos e buscando alianças para as eleições de 2022. A viagem começa por Pernambuco, neste domingo

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumprirá deste domingo (15) até o dia 26 de agosto uma agenda de viagens pela região Nordeste. Lula visitará seis estados da Região onde tem maior popularidade, fazendo contatos políticos e buscando alianças para a as eleições de 2022. A viagem começa por Pernambuco, onde haverá reuniões com aliados e um jantar com o governador Paulo Câmara, no Palácio do Campo das Princesas (sede do governo estadual).

Na segunda, o ex-presidente deve visitar um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e se reunir com lideranças dos movimentos sociais. Na terça, segue para o Piauí, onde também passará dois dias.

Em seguida, a programação inclui o Maranhão, o Ceará, o Rio Grande do Norte e a Bahia. Entre os temas da agenda de Lula aparecem medidas para combater a fome no país, o desenvolvimento regional do Nordeste e a vacinação contra a Covid-19. A agenda do ex-presidente não prevê eventos públicos, para evitar aglomeração de pessoas, devido à pandemia do novo coronavírus.

A Região Nordeste é onde o ex-presidente tem as maiores intenções de voto nas pesquisas de opinião sobre as eleições presidenciais de 2022 e onde o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), tem a maior rejeição. Segundo a última pesquisa de intenção de votos realizada pelo Datafolha e divulgada em 9 de julho, Lula apareceu com 64% das intenções de voto no Nordeste, enquanto Bolsonaro apareceu com 16%. A rejeição de Bolsonaro também é grande entre os eleitores nordestinos: nada menos que 70% das pessoas entrevistadas disseram que não votariam em Bolsonaro numa candidatura à reeleição em 2022.

O Nordeste deve ser uma importante região de disputa no próximo pleito e as alianças firmadas com os partidos que lideram os governos estaduais na região devem pesar no cenário político. Entre os principais aliados, o PT espera contar com o apoio do PSB – que ainda mostra-se dividido entre fazer uma aliança, apoiar a candidatura de Ciro Gomes (PDT), ou seguir com um nome próprio na disputa presidencial. A viagem deve favorecer diálogos com as lideranças do PSB, como o governador Paulo Câmara (Pernambuco); o prefeito do Recife, João Campos, e sua mãe, Renata Campos, além do governador do Maranhão, Flávio Dino.

Bolsonaro também aumentou programação de viagens ao Nordeste

A tendência é que Jair Bolsonaro também aumente o número de viagens ao Nordeste. Na última semana, o presidente visitou Juazeiro do Norte, no Ceará, onde entregou quase 2,8 mil casas populares. No mês de maio, Bolsonaro já havia ido a Alagoas, também para realizar entrega de casas e inaugurar um complexo rodoviário, na BR-316. Na mesma viagem, esteve no Piauí, onde inaugurou uma ponte sobre o Rio Parnaíba, na BR-235, ligando o estado ao Maranhão.

Além da entrega de obras, a reformulação do programa Bolsa Família – que foi enviada na última semana ao Congresso Nacional com o nome de Auxílio Brasil, pode ter influência para melhorar a imagem de Jair Bolsonaro entre a população mais pobre do Nordeste. A região representa quase 50% dos cadastros no programa Bolsa Família. A proposta, entretanto, ainda não tem dotação orçamentária e precisa ser aprovada pelo congresso.

Bolsonaro também tem entregado diversas obras na região – muitas iniciadas nos governos Lula (2003-2011) e Dilma Rousseff (2011-2016). A paternidade, ou maternidade, de algumas obras deve também ser um ponto de disputa nas narrativas das próximas eleições – aproximando ou afastando apoios e eleitores. Uma costura com diversos políticos nordestinos que hoje estão alinhados ao chamado centrão e que têm dado apoio a Bolsonaro também deve influenciar as intenções de voto para 2022.


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Fiocruz divulga resultado de pesquisa sobre comportamento suicida entre jovens https://canalmynews.com.br/mais/fiocruz-pesquisa-comportamento-suicida-jovens/ Sat, 25 Sep 2021 02:16:03 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/fiocruz-pesquisa-comportamento-suicida-jovens/ Setembro Amarelo é uma oportunidade de falar de forma responsável sobre o suicídio e o comportamento suicida e ajudar as pessoas a encontrarem canais de atendimento. O Centro de Valorização da Vida (Ligue 188) é uma opção

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Segunda maior causa de mortes entre jovens com idades entre 15 e 29 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é um assunto ainda tabu e pouco discutido nas famílias, nas escolas e na sociedade como um todo. O Setembro Amarelo – campanha de prevenção ao suicídio, é uma oportunidade de conversar sobre o tema, na tentativa de ajudar as pessoas a encontrarem canais de serviços de atendimento, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), e informar como conseguir apoio nestas situações.

“O Setembro Amarelo é importante para desmistificar o tema, falar de forma responsável e dando informações que vão ajudar. Esse comportamento sempre existiu e nunca foi cuidado. É importante abordar o tema de forma responsável, oferecendo canais de atendimento”, considera a pesquisadora em saúde pública da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Joviana Avanci.

Ela é coordenadora da pesquisa “Violência autoprovocada na infância e na adolescência”, promovida pela Fiocruz, com apoio do CNPq, que identificou 15.702 atendimentos de comportamento suicida entre adolescentes nos serviços de saúde pública no Brasil, no período de 2011 a 2014, através da análise de dados do Sistema de Informação de Saúde. O estudo contou também com entrevistas em profundidade com 18 adolescentes com comportamento suicida das cidades de Porto Alegre (RS) e Dourados (MS), identificados através da indicação de profissionais de serviços de saúde de referência ou pelas delegacias de polícia das cidades.

Os resultados apontam que o comportamento suicida entre adolescentes é predominante entre pessoas com idades entre 15 e 19 anos (76,4%), do sexo feminino (71,6%), e raça/cor da pele branca (58,3%). A residência foi o local mais frequente das ocorrências (88,5% de 10 a 14 anos; e 89,9% na faixa entre 15 e 19 anos) e o meio mais utilizado foi envenenamento/intoxicação (76,6% – de 10 a 14 anos; 78%, de 15 a 19 anos). Ao todo, foram 12.060 registros de internações de tentativas de suicídio entre 2007 e 2016; também com predominância do sexo feminino (58,1%) e maior ocorrência na Região Sudeste (2,7 ocorrências por 100 mil habitantes na faixa entre 10 e 14 anos; e 7 notificações a cada 100 mil habitantes entre 15 e 19 anos).

“A gente fez essa pesquisa com o objetivo de investigar sobre o comportamento suicida, levando em consideração aspectos familiares, individuais e sociais e também o universo dos adolescentes. Tivemos atenção não apenas com os casos dos adolescentes que se suicidaram, mas também os que tentaram, na tentativa de entender o universo familiar e esses adolescentes”, explica Joviana.

As cidades de Porto Alegre e Dourados foram selecionadas por apresentarem índices mais elevados dessas ocorrências no país. Segundo Joviana, a Região Sul tradicionalmente registra taxas bastante elevadas. Entre as hipóteses estão questões relacionadas à imigração, às formas de lidar com os problemas – aspecto que perpassa outras faixas etárias, sendo uma questão intergeracional, e inclusive questões relacionadas ao uso de agrotóxico nas lavouras.

“A gente observa que no universo familiar são famílias reconstituídas, com a presença apenas de um responsável, muitas vezes histórias de rejeição e abandono, às vezes pais que estavam presos ou desaparecidos, e em função de muitas intercorrências, essas situações provocam uma sensação de desamparo para os adolescentes. Há relatos de sentimentos de rejeição, de experiência de abuso sexual na infância, conflito com os responsáveis, muitos residiam circulando entre várias casas da família. Essas situações acabavam afetando características muito próprias dos adolescentes, essa sensação de insegurança, que talvez precisasse de uma rede de apoio mais forte”, considera a pesquisadora da Fiocruz.

Imagem mãos - apoio prevenção ao suicídio
Suicídio é a segunda maior causa morte de jovens com idade entre 15 e 29 anos. É importante oferecer apoio e também procurar ajuda profissional para lidar com a questão/Imagem: Pixabay

Escola pode ser um ponto de apoio importante para identificar o comportamento suicida e oferecer ajuda

Joviana Avanci destaca que o ambiente escolar, que poderia ser um ponto de apoio nestes momentos, tem dificuldade de reconhecer as questões que afetam esses jovens, muitas vezes refletidas em problemas no desempenho escolar, na socialização, com mudanças recorrentes de instituições de ensino, ou mesmo de abandono/falta às aulas.

Entre as questões destacadas pela pesquisa estão histórias pregressas de suicídio de alguém da família, ou de pessoas próximas (amigos, vizinhos, conhecidos). A maioria dos casos estudados apontou histórico de problemas psiquiátricos, especialmente ansiedade e depressão, e metade dos adolescentes pesquisados tem familiares que abusaram do uso de álcool.

“Não é algo que está sempre relacionado, mas muitas vezes o comportamento depressivo pode estar associado ao comportamento suicida. Alguns jovens eram acompanhados por psicólogos e psiquiatras, mas é importantíssimo ressaltar a dificuldade de atendimento na rede saúde no país. Muitos tinham o atendimento de emergência, mas não conseguiam ter o acompanhamento posterior, com psicólogo e psiquiatra. A gente sabe que uma tentativa aumenta muito a chance de conseguir uma próxima vez. A rede de saúde não tem o suporte para atender esses adolescentes do jeito que eles precisariam”, ressalta.

As motivações estão relacionadas questões como sentimento de inadequação, violências, problemas familiares, rompimento de namoros, abuso sexual, bullying e ciberbullying, pressão para rendimento escolar, obesidade, interações em redes sociais, entre outras. Questionada sobre se a cobrança da sociedade para que as pessoas sigam padrões, sejam de um determinado jeito ou tenham famílias num modelo “ideal” pode também influenciar o sentimento de inadequação dos jovens, Joviana Avanci acredita que sim.

“Embora a gente já tenha avançado tanto nesses assuntos, ainda existem tantos rótulos, preconceitos. A escola tem um papel fundamental quando a gente fala de crianças e adolescentes, de poder identificar sinais precoces, pode ajudar a intervir e oferecer ajuda. É importante poder acolher os jovem do jeito que ele é, do jeito que a família pode ser”, destaca.

Ela ressalta que as redes sociais podem ser um gatilho para pensamentos que já existem, especialmente em situações de bullying e ciberbullying. “É importante oferecer ajuda e também que a família procure ajuda, porque pode não dar conta sozinha de lidar com a situação. Existem profissionais de saúde que podem dar esse suporte”, completa, lembrando que durante a pandemia houve a oferta de diversos serviços de atendimento psicológico e psiquiátrico solidários por todo o país.

Onde procurar ajuda?


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Ascensão do Talibã coloca em risco pesquisas e cientistas no Afeganistão https://canalmynews.com.br/mais/ascensao-taliba-coloca-em-risco-pesquisas-cientistas-afeganistao/ Fri, 24 Sep 2021 23:57:22 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/ascensao-taliba-coloca-em-risco-pesquisas-cientistas-afeganistao/ Pesquisas devem ser interrompidas por falta de recursos e cientistas mulheres estão ameaçadas no Afeganistão. Unicamp entregou abaixo-assinado ao governo federal para acolhimento de professoras refugiadas

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A retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão e a tomada de poder por parte do grupo Talibã coloca sob ameaça no país diversos direitos humanos e fundamentais, como os direitos das mulheres e a liberdade de expressão, e também significa uma ameaça à pesquisa científica desenvolvida no país. Segundo uma pesquisa divulgada pela revista Nature, o número de pessoas nas universidades afegãs passou de 8 mil, em 2002, para 170 mil, em 2021.

Com a situação atual, a tendência é que as pesquisas sejam interrompidas, seja por falta de recursos financeiros – pois as universidades do Afeganistão recebiam muito investimento internacional; seja porque as pessoas mais escolarizadas devem deixar o país.

Em participação no programa Quinta Chamada Ciência, a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz apontou que o panorama para a ciência no Afeganistão atualmente é como ter uma “morte anunciada”.

Quinta Chamada Ciência de 24/09
O Quinta Chamada Ciência abordou a situação das cientistas afegãs/Imagem: Reprodução da Internet/Canal MyNews

“Tenho colegas cientistas que moram no Afeganistão, colegas mulheres, e a perspectiva de futuro é péssima. Governos autoritários costumam atacar algumas áreas, como o jornalismo, a academia e a ciência. Porque são governos que não se pautam na boa informação. Se pautam na informação como uma forma de coerção e pressão política. É um cenário péssimo. O Afeganistão tem uma universidade muito importante, ela vai ser censurada, as verbas vão ser cortadas. Esse é um cenário que conhecemos não só no Oriente, mas aqui também no Brasil, onde esta situação vai se repetindo”, analisou Schwarcz.

Um dos aspectos preocupantes lembrados pela jornalista Cecília Oliveira é a negação das vacinas promovidas pelo Talibã. Segundo Oliveira, há 20 anos – quando o grupo ainda detinha o poder na região, proibiu a vacinação contra a poliomielite, o que impediu a erradicação da doença no território afegão. Agora, com uma população de 40 milhões de pessoas e apenas 2 milhões vacinadas contra o Covid-19, o que está em risco é o controle global da pandemia do novo coronavírus e a possibilidade de surgirem novas variantes do vírus.

O médico e advogado sanitarista Daniel Dourado explicou que qualquer país que não adote a vacinação em massa de sua população pode estragar a estratégia mundial de controle da pandemia, sendo um lugar para multiplicação de variantes do Covid-19. “É uma das preocupações da Organização Mundial de Saúde desde o começo da pandemia. Chamar atenção para o fato de que nós estamos diante de um agente viral e quanto mais ele circular, mais possibilidade de surgirem mutações e essas mutações podem vencer, como aconteceu com a variante Delta – que mudou completamente o cenário da pandemia”, defendeu.

Unicamp entregou abaixo-assinado ao governo federal pedindo asilo para cientistas do Afeganistão

Professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) entregaram ao governo federal e à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), na última segunda (20), uma petição com mais de 30 mil assinaturas pedindo apoio ao acolhimento de professoras refugiadas afegãs em um programa acadêmico na instituição. A entrega do documento foi feita ao Ministério das Relações Exteriores, ao Ministério da Defesa e ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Segundo informações divulgadas pela assessoria de comunicação da Unicamp, houve uma sinalização para montar um grupo de trabalho com representantes da universidade, do Judiciário e dos ministérios da Defesa e dos Direitos Humanos “para atender as demandas emergenciais que implicam a vinda e o acolhimento dos afegãos”.

Foi discutida a possibilidade de enviar um avião para um país vizinho ao Afeganistão para resgatar as cientistas e também as juízas que tentam sair do país. O acolhimento na Unicamp será através da Cátedra Sérgio Vieira de Mello – iniciativa da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (ACNUR), que promove em parceria com centros universitários brasileiros educação, pesquisa e extensão acadêmica à população em situação de refúgio.

Pelo acordo com a Capes as professoras afegãs receberão bolsas para realização de mestrado, doutorado e pós-doutorado, de acordo com vagas disponibilizadas em processo de seleção da Unicamp. A intenção também é aceitar pesquisadores homens, mas a prioridade será para as mulheres. Segundo a Unicamp, atualmente 15 alunos refugiados estudam na instituição – 14 em cursos de graduação e um no mestrado. Há estudante de Angola, Congo, Egito, Gana, Irã, Palestina, República Democrática do Congo, Serra Leoa e Síria.

Assista à íntegra do Quinta Chamada Ciência, com apresentação da jornalista Cecília Oliveira, no Canal MyNews

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Ministro da Saúde testa positivo para Covid-19 em Nova York https://canalmynews.com.br/politica/ministro-da-saude-testa-positivo-para-covid-19-em-nova-york/ Wed, 22 Sep 2021 02:21:10 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/ministro-da-saude-testa-positivo-para-covid-19-em-nova-york/ Ministro da Saúde participou da abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU juntamente com a comitiva brasileira. Na segunda (20), Queiroga fez gesto obsceno para pessoas que protestavam contra o governo Bolsonaro

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, testou positivo para Covid-19. Segundo informações da CNN Brasil, o ministro deve ficar em quarentena por 14 dias em Nova York. A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) emitiu uma nota na noite desta terça (21), confirmando a informação.

Marcelo Queiroga participou na manhã desta segunda da abertura da 76ª Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU). Por tradição, o presidente do Brasil realiza o primeiro discurso após a abertura oficial do evento. Ainda segundo a CNN Brasil, a Secom explica que o ministro permaneceu o tempo todo de máscara e as demais pessoas da comitiva fizeram testes para Covid-19 e os resultados foram negativos. O teste positivo para Covid-19 do ministro da Saúde fez com que o Itamaraty suspendesse todas as reuniões agendadas na ONU esta semana.

Presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento na Assembleia Geral da ONU de 2021.
Presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento na Assembleia Geral da ONU de 2021. Foto: Reprodução (MyNews)

No último sábado (18) foi divulgado que um integrante da comitiva brasileiro enviado para preparar a viagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para participar da abertura da 76ª Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) também testou positivo. O diplomata viajou para Nova York antes da comitiva presidencial e teve contato com pelo menos 30 pessoas, entre brasileiros e estrangeiros.

Queiroga fez gesto obsceno para manifestantes que protestavam contra Jair Bolsonaro

Na noite de segunda (20), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mostrou o dedo do meio para manifestantes que protestavam em frente a residência da missão brasileira junto às Nações Unidas contra o presidente Jair Bolsonaro. Um grupo de pessoas gritava palavras de ordem em frente ao local onde a comitiva brasileira havia jantado. Já dentro da van que transportou a comitiva de volta ao hotel, o ministro respondeu aos manifestantes com o gesto obsceno. As imagens foram gravadas pelas pessoas que estavam no local. Jair Bolsonaro chegou a fazer imagens da manifestação e postou nas redes sociais chamando grupo de “meia dúzia de acéfalos”.

Bolsonaro mente em discurso na ONU e fala sobre tratamento precoce contra Covid-19

Em seu discurso na abertura da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça (21) o presidente Jair Bolsonaro mentiu sobre várias informações a respeito da vacinação no Brasil e sobre a situação da conservação ambiental e da Amazônia. O presidente brasileiro defendeu o tratamento precoce para a Covid-19, a família tradicional e atos a favor do próprio governo. Também disse que o Brasil “está há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção”.

“Todo o discurso do presidente hoje foi todo voltado para a sua base mais apaixonada de seguidores. A popularidade do Bolsonaro está em torno de 25%, talvez uns 10% ou 15% seja o grupo de maior aderência aos seus discursos. A fala foi mais para o grupo doméstico do que para o público internacional. Normalmente os presidentes fazem um discurso mais pautado na política externa, no desenvolvimento econômico e na paz e não sobre controvérsias internas do país”, explicou o cientista político e professor de Relações internacionais da UERJ, Maurício Santoro.

Santoro ressaltou que o presidente fez ataques a imprensa, mostrou mais uma vez sua visão conspiratória da história brasileira sobre o comunismo e falou diretamente para o pequeno grupo “mais aguerrido” que o segue. “Isso é algo que ressoa para o pequeno grupo mais aguerrido, mas está desconectada da realidade da maioria da população brasileira hoje, que vive uma situação de crise econômica, desemprego e inflação”, pontuou.

Jair Bolsonaro é o único líder do grupo de países mais ricos do mundo, o G-20, que não se vacinou contra o Covid-19. Em encontro com o primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, na segunda, o presidente brasileiro voltou a dizer que não pretende se vacinar.

“Uma das principais críticas que se faz hoje no mundo é à gestão da pandemia pelo presidente Bolsonaro. Estamos em números oficiais com quase 600 mil mortos, um número extremamente elevado na comparação com outros países. Essa aversão do presidente à vacinação é algo fora do padrão. Ontem mesmo ele levou uma bronca do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que o aconselhou a se vacinar. Mas não é uma atraso do Brasil. São as posições do presidente Bolsonaro. Na verdade, o índice de vacinação dos brasileiros como um todo está muito alto, acima de países ricos e desenvolvidos. Apesar do discurso crítico do Bolsonaro às vacinas, a população não comprou esse argumento e está se vacinando em massa. Esse número só não é maior por questões de logística, falta de vacinas e insumos”, considerou Maurício Santoro.

Veja a íntegra do Jornal do MyNews, no Canal MyNews. De segunda á sexta, a partir das 18h40

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Países estão reticentes sobre discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU https://canalmynews.com.br/politica/paises-reticentes-discurso-bolsonaro-onu/ Tue, 21 Sep 2021 01:31:16 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/paises-reticentes-discurso-bolsonaro-onu/ Para jornalista Jamil Chade, comunidade internacional já tem uma posição em relação a Bolsonaro e discurso não vai ser suficiente para reverter essa imagem destruída que Brasil tem hoje no mundo

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O discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira (21) na abertura da Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) tem gerado alguma expectativa, especialmente em relação ao que o presidente do Brasil dirá a respeito da crise climática e ambiental e sobre a vacinação contra o Covid-19. Único presidente do G-20 – os países mais ricos do mundo – que não se vacinou contra o novo coronavírus, Bolsonaro tem dito abertamente que não pretende se vacinar, mas que a população brasileira está avançando na imunização. Para o jornalista Jamil Chade, não importa o que Bolsonaro disser amanhã, seu discurso será visto com desconfiança e a imagem do Brasil está bastante abalada para o restante do mundo.

Jair Bolsonaro em Nova York - setembro2021
Bolsonaro discursa nesta terça (21) na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York/Foto: Foto: Alan Santos/PR

“A comunidade internacional já tem uma posição em relação a Bolsonaro e o discurso não vai ser suficiente para reverter essa imagem absolutamente destruída que o Brasil tem hoje no mundo. Aqui na ONU, em Genebra, ou em Nova York, a situação é extremamente frágil. Em dois anos e meio, a ONU e não só as ONGs, não apenas os ativistas de direitos humanos, mas a própria ONU e os seus relatores fizeram 32 queixas contra o governo brasileiro por diversas violações de direitos humanos. Racismo, indígenas, pandemia, questão da ditadura, basicamente a queixa que você quiser em relação aos direitos humanos. Isso de um lado. Do outro lado, todas as promessas feitas por Bolsonaro em relação ao desmatamento, por exemplo, nos últimos meses, eu diria até nos últimos dois anos, não foram cumpridas. E, portanto, a desconfiança é muito grande”, analisou Chade, em participação no programa Segunda Chamada, do Canal MyNews.

O jornalista completou que o resultado da pandemia é extremamente problemático para o Brasil. O país está próximo da marca de 600 mil mortes provocadas pelo Covid-19 – numa gestão da pandemia que incluiu falas negacionistas do próprio Bolsonaro sobre uso de máscaras e sobre tratamentos com medicações não comprovadas pela ciência (o chamado kit Covid-19). Na última semana, também veio à tona o apoio do governo brasileiro a um estudo clandestino da operadora de saúde Prevent Senior – que teria aplicado medicações sem comprovação científica e sem conhecimento dos pacientes e familiares, escondendo do relatório mortes relacionadas ao estudo.

“Resultado: nós temos um presidente que vai falar amanhã (21). Vai fazer discurso, certamente vai jogar algum tipo de corda. Criar algum tipo de ponte, como criou na semana passada, na Cúpula dos Brics. Passou a elogiar o líder chinês – que ele tinha sérios problemas até muito pouco tempo. Mas ele está acuado no cenário internacional e precisa fazer esse gesto. Esse gesto, porém, fica no discurso. E a grande pergunta de todos os embaixadores, todos os negociadores aqui na ONU, é muito simples: até que ponto isso é um discurso, ou se de fato o Brasil mudou de posição? Por isso que, por enquanto, em todas as conversas e reuniões informais na ONU, a palavra usada para Bolsonaro é aquela jocosa, aquela de dúvida e até mesmo de questionar as suas capacidades intelectuais”, pontuou Jamil Chade.

Para o jornalista Pedro Dória, o Brasil está virando pária internacional. “Um país que queima a mata, num momento em que o mundo já se convenceu, inclusive a direita no mundo já se convenceu, que temos um problema de mudanças climáticas sérias. Temos um presidente que no meio de uma pandemia é antivacina. Temos um presidente que decidiu fazer corrupção com compra de vacina. A gente tem um país que tem um presidente que fica falando em golpe de estado. Não tem muito como escapar disso. Um país atrasado, um país velho, que elegeu um Trump muito piorado”, analisou Dória.

Para Pedro Dória, Jair Bolsonaro não governa. “Isso é um dos pontos que muitas vezes não são muito claros para as pessoas. Temos um presidente que é um homem preguiçoso. Não só ele não gosta de trabalhar, ele não governa. Ele não faz o trabalho de administrar o Poder Executivo. E ele, possivelmente, sequer saberia como governar. O trabalho de gestão, de você acompanhar cada um dos ministérios, os principais setores da economia, ter algum tipo de compreensão de onde estão os problemas sociais mais graves e a partir daí desenvolver políticas públicas para atacar esses problemas, nada disso existe. A gente não tem uma política de educação, a gente não tem uma política de emprego, a gente não tem uma política de saúde, a gente não tem política ambiental, a gente não tem políticas públicas. A coisa que esse presidente sabe fazer é se manter em evidência para aqueles 15% a 25% dos eleitores que vivem dentro de uma bolha, que é uma bolha na qual o presidente Jair Bolsonaro também vive, uma realidade paralela”, afirmou Pedro Dória.

Bolsonaro vai se reunir com líder polonês de extrema direita

Nesta terça (21), além do discurso de abertura na Assembleia Geral da ONU, o presidente Jair Bolsonaro deve se reunir com o líder polonês de extrema direita Andrzej Duda – que realiza um governo reconhecido por ataques à comunidade LGBTQIA+ e ao Judiciário. Entre as medidas do governante está a aprovação punições para juízes que questionem propostas do governo. As medidas têm levado os organismos internacionais a pensarem em sanções ao governo polonês.

Para o doutor em Direito e advogado do Educafro Brasil, Irapuã Santana, se Bolsonaro tentar fazer o mesmo contra o Poder Judiciário do Brasil existem mecanismos na Constituição e organismos internacionais que podem ser usados para combater essa prática. “De fato a gente tem a Corte Interamericana de Direitos Humanos, tem a própria ONU e temos também o Artigo 85 da Constituição Federal, que trata do livre exercício do Poder Judiciário. Se Bolsonaro fizer algo neste sentido, estará cometendo mais um crime de responsabilidade. Existem mecanismos internos e internacionais para combater esse tipo de abuso. Precisa saber como essas instituições responderiam a isso na prática”, ponderou.

Assista à íntegra do Segunda Chamada. O programa também abordou a situação da incorporadora chinesa Evergrande e como isso pode impactar a economia mundial, as Fake News, o escândalo da Prevent Sênior e o impacto do aumento do IOF

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Paulo Freire, 100 anos – uma pedagogia para a liberdade https://canalmynews.com.br/mais/paulo-freire-100-anos-de-uma-pedagogia-para-a-liberdade/ Sun, 19 Sep 2021 12:51:26 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/paulo-freire-100-anos-de-uma-pedagogia-para-a-liberdade/ Nascido no Recife, em 19 de setembro de 1921, Paulo Freire acreditava numa educação libertadora, que colocasse as pessoas no centro do aprendizado e de uma contextualização da realidade, com suas diferenças e contradições

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Neste domingo (19), o patrono da Educação Brasileira completaria 100 anos se estivesse vivo. Uma série de eventos e homenagens ao filósofo e pedagogo Paulo Freire estão sendo realizados ao longo de 2021, num momento em que sua obra tem sido atacada por negacionistas e por uma extrema direita incumbida de difamar um dos pensadores mais pesquisados em todo o mundo. Durante esta semana uma liminar da Justiça Federal do Rio de Janeiro proibiu o governo federal de difamar a imagem do pedagogo. Mas por que Paulo Freire e sua pedagogia crítica têm provocado tanta revolta num segmento conservador da sociedade brasileira e por que é importante defender sua obra e seu legado?

Para entender esses porquês é preciso primeiro compreender quem foi Paulo Freire e quão revolucionária é até hoje proposta de pedagogia criada por ele. Nascido no Recife, em 19 de setembro de 1921, Freire acreditava numa educação libertadora, que colocasse as pessoas no centro do aprendizado e de uma contextualização da realidade, com suas diferenças e contradições. Seu método de alfabetização de jovens e adultos incentiva a criticidade e a autonomia das pessoas. Uma de suas frases mais famosas diz: “Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho”.

Paulo Freire - 100 anos
Fundado em São Paulo, em 1991, o Instituto Paulo Freire mantém os arquivos do educador e realiza atividades relacionadas à obra do filósofo e pedagogo/Imagem: Reprodução da Internet/Canal MyNews

A partir dessa perspectiva e da necessidade de discutir o cotidiano e as relações políticas e sociais no processo de educação, Paulo Freire acreditava numa educação libertadora, que não apenas ensina as regras de gramática e ortografia, mas que junto com os alunos contextualiza o mundo em que vivem. Foi desse ponto de vista, que em 1963, o chamado Método Paulo Freire foi aplicado pela primeira vez para alfabetizar um grupo de 300 cortadores de cana-de-açúcar na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, em apenas 45 dias.

O método consiste em investigar junto com os alunos quais são as palavras mais significativas de seu vocabulário e colocá-las numa perspectiva social, analisando os seus significados. A partir daí, com a prática da silabação, gradualmente as pessoas vão aprendendo a identificar os fonemas e a grafia das palavras, formando um vocabulário que a partir de então pode ser escrito pelos próprios alunos em seus contextos de vida e lugar social.

Para a professora associada do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Dayse Cabral de Moura, a importância de Paulo Freire ultrapassa as fronteiras do Brasil, com reconhecimento mundial, porque propõe uma grande teoria para construir práticas mais democráticas de sociedade.

Doutora em Educação, Dayse Moura destaca que ao colocar a criticidade e a substantividade democrática no centro do debate, Paulo Freire busca a comunhão dos povos e a democracia de fato. “É difícil resumir a contribuição de Paulo Freire com um único elemento. É preciso primeiro que se compreenda que a educação é um ato político e o papel social dos educadores, da emancipação da educação e de práticas educadoras libertárias. Paulo Freire deu uma contribuição fundamental para que a gente perceba essa dimensão social e crítica da educação”, explica a professora.

Ela acrescenta que é possível falar de uma pedagogia antes e depois de Paulo Freire. Dayse Moura explica que antes de Freire seria possível pensar que a educação é neutra, quando na prática o educador não tem como selecionar seus textos sem que estejam relacionados a alguma ideologia.

“Educar é problematizar a realidade, questionando a favor de quem e para quem a sua prática pedagógica está inserida. É uma revolução do pensamento pedagógico, na perspectiva de criar e problematizar o mundo, e foi a contribuição mais importante para a educação popular e de jovens e adultos. Ele insere a educação no contexto da sociedade. Quem são esses jovens e adultos? O que é a educação do trabalhador e da trabalhadora, num contexto que leva em consideração questões como classe social, gênero, raça. Quando Freire fala que sua pedagogia é dos esfarrapados do mundo, esses esfarrapados são os excluídos. Mulheres, povos do campo, negros e negras. É uma contribuição grande, ao falar do pensamento colonizador e, numa perspectiva dialética, como construir uma prática descolonizadora da educação”, continua a professora.

Brasil deve se orgulhar da obra e do legado de Paulo Freire

O professor Oussama Naouar – doutor em Educação, professor do Departamento de Letras e pró-reitor de Extensão e Cultura da UFPE (secretaria criada por Paulo Freire na década de 1960) – vem estudando a obra do pedagogo brasileiro há 20 anos. Francês, Naouar vive no Brasil há 11 anos e explica que Paulo Freire é uma das personalidades brasileiras mais importantes e estudadas no mundo.

Ele questiona movimentos como “escola sem partido”, liderados por uma nova direita, que tem distorcido a pedagogia de Paulo Freire e defende que o filósofo e pedagogo brasileiro é uma figura insuperável na história da educação no Brasil. “Muitas vezes as críticas são apressadas. Falo que Paulo Freire é a ilustração do célebre desconhecido. Muita gente fala sobre ele, mas poucas pessoas leram realmente a sua obra. Vivemos um período difícil para a ciência e o conhecimento, em que se prega o negacionismo. A educação pública brasileira não é baseada em Paulo Freire, mas tem inspirações na sua pedagogia”, explica o professor, acrescentando que a pedagogia sempre foi visat como subversiva em todos os países.

Oussama Naouar destaca que a educação baseada numa contextualização, a partir da realidade do educando, leva em consideração o lugar antropológico, com a perspectiva de educar para a liberdade, colocando questões como qual é o papel da cidadania. “A história não se apaga por vontade das pessoas. Paulo Freire é maior que a vontade de algumas pessoas. A partir da sua pedagogia e do momento atual a gente percebe como ainda existe desigualdade social e como a ignorância é um terreno fértil para a dominação social”.

Paulo Freire - Pedagogia do Oprimido
O livro Pedagogia do Oprimido é um dos mais conhecidos da obra de Paulo Freire/Imagem: Reprodução da Internet/Canal MyNews

Para a professora Dayse Moura, da UFPE, é interessante essa efeméride dos 100 anos de Paulo Freire acontecer justamente “no meio de uma pandemia, numa crise sanitária e civilizatória, em que o negacionismo da ciência se coloca como prática por muitas pessoas”. “Nada melhor e mais atual do que Paulo Freire para nos fazer pensar a civilização”, diz. Integrante da gestão do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da UFPE, Dayse Moura acrescenta que Paulo Freire inseriu um conceito de multiinterculturalidade, entendendo as funções das identidades culturais.

“As pessoas que vêm negando a contribuição de Paulo Freire, negam a importância da educação. A gente está num cenário neofascista. Negar o pensamento é negar a politicidade, a emancipação humana, para oprimir os mais pobres e manter os privilégios. Nesse contexto, qualquer pensador que proponha um pensamento revolucionário, vai ser rejeitado”, conclui.

O professor Oussama Naouar defende uma posição semelhante. “Paulo Freire é um caminho de transformação da sociedade para o bem. É uma figura extremamente importante para a população brasileira. Essa polarização em torno de sua obra mostra o quanto ele é importante. O mundo está homenageando Paulo Freire. A gente deveria ter orgulho de dizer que tem o maior pedagogo do mundo”, finaliza, Naouar.

Vida e obra – o Instituto Paulo Freire

Fundado em São Paulo, em 1991, o Instituto Paulo Freire mantém os arquivos do educador e realiza atividades relacionadas à obra do filósofo e pedagogo. Em sua atuação profissional, Paulo Freire foi diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife (1961), que depois viria a se transformar na Pró-Reitoria de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), período em que desenvolveu o método de alfabetização de jovens e adultos.

Sua experiência com a alfabetização de 300 cortadores de cana-de-açúcar no Rio Grande do Norte, levou o governo brasileiro de João Goulart a aprovar a implementação do método no Plano Nacional de Educação, com meta de implementar 20 mil núcleos pelo país. O golpe militar de 1964 pôs fim ao programa que estava em fase inicial. Paulo Freire chegou a ser preso por 70 dias, acusado de ser traidor. Exilou-se na Bolívia e no Chile, onde escreveu o primeiro livro, “Educação como Prática da Liberdade”.

Foi professor visitante da Universidade Harvard (EUA), em 1969. Morou em Genebra, na Suíça, onde atuou como consultor educacional do Conselho Mundial de Igrejas e como consultor em reforma educacional em colônias portuguesas na África, em especial na Guiné-Bissau e em Moçambique. Morreu de ataque cardíaco em 2 de maio de 1997, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, por conta de complicações numa cirurgia para desobstrução de artérias.

 

Assista no Canal MyNews à entrevista especial que Myrian Clark fez com Nita Freire, educadora e viúva do pedagogo Paulo Freire – que faria 100 anos neste 19 de setembro de 2021

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Covid-19 provoca efeitos neurológicos e psiquiátricos, apontam pesquisas https://canalmynews.com.br/mais/covid-19-provoca-efeitos-neurologicos-psiquiatricos/ Sat, 18 Sep 2021 02:01:11 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/covid-19-provoca-efeitos-neurologicos-psiquiatricos/ Neurocientista Steven Rehen destaca que efeitos são causados pela capacidade do Covid-19 alterar genes que fazem corpo responder a neuroinflamações e por provocar lesões microvasculares no cérebro

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Uma pesquisa da University College of London mostrou que além dos sintomas neurológicos mais comuns da Covid-19 – como perda de olfato e paladar, fadiga dor muscular e dor de cabeça, pelo menos 23% das pessoas que tiveram Covid-19 desenvolveram depressão e 16% tiveram quadros de ansiedade. Outra pesquisa feita numa parceria entre o Imperial College e o Kings College mostraram que pacientes recuperados apresentaram problemas cognitivos que prejudicaram a memória e o raciocínio. Essas pesquisas apontam para efeitos da doença que permanecem mesmo depois que a pessoa é considerada “recuperada” da doença, refletindo em traumas e numa necessidade de focar na reabilitação dessas pessoas.

O neurocientista Steven Rehen destaca que esses efeitos são causados pela capacidade do novo coronavírus de alterar genes que fazem o corpo responder a neuroinflamações e também por provocar lesões microvasculares no cérebro. Para o pesquisador, é interessante abordar esses aspectos num momento em que o Ministério da Saúde tem divulgado informações comemorando 20 milhões de pessoas recuperadas da doença.

“Quando a gente sabe que tem sequelas graves em boa parte dessa população. Essas alterações podem ter impacto no médio e no longo prazo. Há casos de Parkinson que foram gerados por conta do Covid-19 e há também uma expectativa ruim de aumento dos casos de demência e Alzheimer também por conta da infecção”, explicou o neurocientista, em entrevista ao Quinta Chamada Ciência.

Além dessas sequelas, a Covid-19 também pode provocar situações como pensamento sem clareza, perda de atenção e de memória provocados pela falta de oxigenação, já que a doença afeta especialmente os pulmões, ou pela inflamação no cérebro. “Infelizmente há uma série de sequelas possíveis que são causadas pela infecção direta sobre o cérebro, ou pela infecção sistêmica. São consequências preocupantes”, avaliou Steven Rehen.

Pandemia do Covid-19 também provocou problemas psicológicos, como aumento da ansiedade

Outro reflexo da pandemia do novo coronavírus evidenciado através de uma pesquisa realizada pelo Datafolha são os efeitos emocionais e psicológicos da pandemia na população. No levantamento, 44% das pessoas entrevistadas relataram problemas psicológicos durante a pandemia, especialmente mulheres, jovens, pessoas com alta escolaridade e pessoas sem filhos.

Para a bióloga Ana Bottalo, esse percentual pode até ser maior do que o apontado pela pesquisa Datafolha, pois existe uma estigmatização das doenças mentais que pode fazer as pessoas terem receio de revelarem o que estão enfrentando.

“Ainda é um tabu dizer que você está sofrendo de ansiedade ou depressão. Que você não está conseguindo manter um ritmo que seria esperado. É preciso falar sobre isso, num momento que todo mundo ficou parado nas suas casas. É normal você falar que não está aguentando, que a pressão está muito forte, que dentro de casa há uma sobrecarga de trabalho, que você é pago para fazer (home office), aliado às tarefas domésticas e aos cuidados dos filhos. Ao mesmo tempo que foi uma forma de estar mais presente, a gente está mais ausente também, pois está o tempo todo conectado, com a necessidade de fazer mil tarefas ao mesmo tempo. É possível ter havido uma subnotificação porque as doenças são autodeclaradas”, ponderou a bióloga.

O jornalista Salvador Nogueira lembrou que a ansiedade e o stress afetaram também as pessoas que precisaram sair para trabalhar, que também enfrentaram situações dramáticas de ter que se proteger e do medo de infectarem pessoas próximas.

Steven Rehen citou que após a gripe espanhola, no início do Século XX, uma pesquisa na Noruega mostrou aumento de até sete vezes nos casos de depressão, ansiedade e distúrbios do sono – no que se pode chamar de uma epidemia de tristeza – e que uma situação de pandemia pode ser comparada a situações de guerra e desastres naturais.

Quinta Chamada Ciência abordou a saúde mental na pandemia, o medo da Matemática e um estudo que pretende reviver os mamutes – extintos há 4 mil anos. Assista ao programa no Canal MyNews.

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CPI entra na reta final e deve ter leitura de relatório na próxima semana https://canalmynews.com.br/politica/cpi-entra-na-reta-final-leitura-de-relatorio-proxima-semana/ Tue, 14 Sep 2021 01:48:55 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/cpi-entra-na-reta-final-leitura-de-relatorio-proxima-semana/ Relatório da CPI da Pandemia deve apontar indiciamento de autoridades, incluindo o presidente da República, por crimes comuns, de responsabilidade e contra a humanidade

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Com previsão de leitura de relatório final no próximo dia 24 de setembro, a CPI da Pandemia terá esta semana os últimos depoimentos. Apesar de formalmente poder seguir até o mês de novembro, segundo o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), em participação no Segunda Chamada, o relatório deve apontar para o indiciamento de autoridades, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por crimes comuns, crimes de responsabilidade e crimes contra a humanidade.

“A gente acabou de receber o relatório dos juristas. A comissão que é comandada pelo Miguel Reale e que fez uma análise de documentos que a gente foi revelando. A gente deve ter o indiciamento de autoridades, inclusive do presidente da República, por crimes comuns, de responsabilidade e contra a humanidade. Tudo isso devidamente comprovado nos autos da CPI. Mas tem coisas que se chegou a pensar em fazer na CPI e que por conta da experiência – eu sou delegado de polícia – eu já alertava que a gente não conseguiria fazer. Você não vai conseguir investigar lavagem de dinheiro e crime organizado numa CPI. Não pode fazer uma interceptação, não pode fazer uma busca, não pode fazer um acordo de delação. Como vai fazer isso numa CPI?”, explicou o senador, acrescentando que apesar de haver indícios, esses crimes demandam uma investigação mais aprofundada.

Senador Alessandro Vieira fala sobre relatório final da CPI da Pandemia
Senador Alessandro Vieira fala sobre relatório final da CPI da Pandemia no Segunda Chamada/Imagem: Reprodução da Internet/Canal MyNews

Alessandro Vieira destacou que o objetivo da CPI era apurar ações e omissões do Governo Federal e apurar também desvios de verbas federais dos estados – mas essa parte o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que não era da alçada do Senado. “A primeira parte, que era ações e omissões do governo, foi exaustivamente apurada. A gente comprovou que Bolsonaro, deliberadamente, escolheu um caminho equivocado no combate à pandemia. Escolha política dele, que foi a todo tempo testada pelos técnicos, que informavam o caminho correto. Bolsonaro fez o contrário e até hoje ele desinforma, até hoje ele ataca as vacinas. É difícil encontrar algo mais grave para qualquer pessoa, ainda mais para um presidente da República. Isso tudo vai estar no relatório”, disse o senador.

Sobre a investigação realizada pela CPI – que demandou um grande volume de documentos, quebras de sigilo e depoimentos em relação à suspeita de corrupção na compra de vacinas e noutros contratos firmados pelo Ministério da Saúde, o senador Alessandro Vieira disse que constarão no relatório como indícios graves de crimes – entre eles corrupção, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa – e serão remetidos para aprofundamento das investigações na esfera penal para um possível indiciamento.

“É muito clara a troca de favores entre lobistas e a família do presidente da República. Mas eu precisaria de mais tempo de trabalho de campo e de mais uma sequência de análises e de quebras para poder chegar na comprovação disso. Se a PGR (Procuradoria Geral da República), ou o Ministério Público de primeira instância – porque ser filho de presidente não gera foro privilegiado – quiser fazer minimamente o seu trabalho para apurar como um cidadão vai morar numa mansão de R$ 3,2 milhões sem ter renda, como um corretor de imóveis financia R$ 2 milhões no BRB, sem aparentemente ter condições para isso. Se fizerem minimamente o trabalho deles, conseguem apurar isso em 30 a 60 dias”, explicou Vieira.

O senador do Cidanania acrescentou que ainda acha essencial que a CPI ouça o depoimento do ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto – que coordenou a resposta do Brasil à pandemia do novo coronavírus. De acordo com Alessandro Vieira existe um receio de alguns senadores de que haja uma reação por parte dos militares com a convocação do ex-ministro. “Não consigo imaginar que numa democracia você deixe de ouvir um cara porque ele é general. Isso pra mim não faz o menor sentido e o Braga Netto era o grande coordenador da resposta brasileira à pandemia. Criaram uma estrutura, subordinaram todos os ministros ao Braga Netto, e o resultado foi esse que a gente viu. Um desastre completo. Nem ata de reunião eles conseguem apresentar à CPI”, pontuou.

CPI deve ouvir depoimento Marcos Tolentino da Silva nesta terça

O advogado e empresário Marcos Tolentino da Silva deve prestar finalmente o seu depoimento à CPI da Pandemia nesta terça (14), a partir das 9h30. Depois de ter faltado à primeira convocação, em 1º de setembro, a CPI conseguiu, através da Advocacia do Senado Federal, uma autorização da 15ª Vara Federal de Brasília (DF) para pedir a condução coercitiva do empresário, se ele faltar ao depoimento desta vez.

Por outro lado, a defesa de Marcos Tolentino conseguiu uma decisão da ministra Cármen Lúcia, do STF, que permite a ele ficar em silêncio e se recusar a responder perguntas que possam incriminá-lo.

A suspeita da CPI é que o empresário seria ligado ao deputado federal Ricardo Barros (PP-RR), líder do governo na Câmara e apontado por parlamentares como articulador de negociações irregulares na compra da vacina Covaxin. Dono da Rede Brasil de Televisão, Tolentino é suspeito de ser um “sócio oculto” da empresa FIB Bank – que teria fornecido uma garantia irregular, através de fiança bancária no valor de R$ 80,7 milhões, à Precisa Medicamentos para a contratação da vacina, cujo contrato de compra era de R$ 1,61 bilhão.

Na quarta-feira, será a vez do depoimento do advogado Marconny Faria

O advogado Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria deverá ser conduzido coercitivamente para depor à CPI da Pandemia nesta quarta (15). Ele é suspeito de ser intermediário da Precisa Medicamentos na negociação com o Ministério da Saúde para a compra da vacina Covaxin. Faria deveria ter sido ouvido em 2 de setembro e teve o pedido para não depor negado pelo STF. O advogado apresentou um atestado médico e não compareceu à primeira convocação.

Entretanto, o médico que atendeu o advogado no Hospital Sírio-Libanês entrou em contato com a CPI para informar que desconfiava que o paciente tivesse mentido sobre sintomas de dor pélvica. Dessa forma, a CPI aprovou o requerimento de condução coercitiva, que foi autorizada pela Justiça.

Assista ao Segunda Chamada na íntegra no Canal MyNews. O programa falou também sobre eleições, os protestos organizados pelo MBL, a carta de Bolsonaro escrita por Michel Temer e a insatisfação dos apoiadores de Bolsonaro

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Ministério da Saúde nega atraso em cronograma de vacina AstraZeneca em São Paulo https://canalmynews.com.br/mais/ministerio-nega-atraso-astrazeneca-sao-paulo/ Sat, 11 Sep 2021 15:07:29 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/ministerio-nega-atraso-astrazeneca-sao-paulo/ Saúde diz que entrega de vacinas AstraZeneca está em dia e que São Paulo teria descumprido Plano Nacional de Operacionalização. Fiocruz deve entregar 15 milhões de doses até o fim do mês

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Com a falta de vacinas AstraZeneca no Estado de São Paulo em praticamente todos os postos de vacinação contra a Covid-19 e a justificativa do governo estadual de não ter recebido cerca de 1 milhão de doses por parte do Ministério da Saúde, o estado anunciou que aplicará a vacina da Pfizer nas pessoas que estiverem com a segunda dose do imunizante atrasada, entre os dias 1 e 15 de setembro.

Através de nota divulgada nesta sexta (10), o Ministério da Saúde negou qualquer atraso no cronograma de entrega de vacinas da AstraZeneca para o Estado de São Paulo e explicou a falta do imunizante com um possível descumprimento do Plano Nacional de Operacionalização (PNO) por parte do governo estadual.

Vacinação contra Covid-19 na aldeia indígena Umariaçu, próximo a Tabatinga (AM).
33% da população brasileira já tomou duas doses ou a dose única da vacina contra a Covid-19. Fiocruz recebeu IFA para mais 4,5 milhões de doses de AstraZeneca/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na nota, o Ministério da Saúde informa que foram entregues 12,4 milhões de doses para o cumprimento da primeira etapa de vacinação no estado e 9,2 milhões para a aplicação da segunda dose da vacina AstraZeneca. Segundo o Ministério, São Paulo aplicou a dose 1 em 13,99 milhões de pessoas, enquanto 6,67 milhões já receberam a segunda dose do imunizante fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz. O total de 2,8 milhões de doses não foram enviadas porque o prazo de intervalo entre a primeira e a segunda dose só se dará no final do mês. As informações sobre a aplicação de vacinas foram retiradas do sistema LocalizaSUS.

Além de São Paulo, estariam com risco de desabastecimento da vacina AstraZeneca outros quatro estados: Rio Grande do Norte, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Na primeira semana de setembro, o governo do Estado de São Paulo já havia se queixado de envio insuficiente de vacinas da Pfizer. Nesta ocasião, segundo o Ministério da Saúde, o que aconteceu foi uma compensação na distribuição de vacinas, visando equalizar a vacinação nos diferentes estados.

Fiocruz recebeu IFA para mais 4,5 milhões de doses de vacinas AstraZeneca

A Fiocruz recebeu um novo lote de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para a vacina contra a Covid-19 no dia 3 de setembro. Segundo a Fundação, o lote é suficiente para produzir 4,5 milhões de doses da vacina AstraZêneca. Somadas a duas remessas realizadas no mês de agosto, a Fiocruz tem planejamento de entregar até o final de setembro 15 milhões de doses do imunizante ao Ministério da Saúde.

Desde o início de 2021, a Fiocruz já entregou 91,9 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Da chegada do IFA à entrega da vacina são necessárias três semanas, incluindo o período de controle de qualidade.

Número de óbitos e de casos têm diminuído diariamente

De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Fiocruz no início de setembro, houve redução do número de óbitos por Covid-19 e no número de casos da doença, o que demonstra que a campanha de vacinação está alcançando os principais objetivos. A Fundação alerta, entretanto, que não tem como avaliar se há uma redução na transmissão da doença, “pois os testes de diagnóstico têm sido voltados principalmente para pessoas com suspeita de infecção e sintomas que oferecem risco aos pacientes”.

O número de infectados assintomáticos e de casos leves pode ser bastante superior aos valores reportados oficialmente. O Brasil registrou até agora 586 mil mortes provocadas pelo Covid-19 e 21 milhões de casos da doença. Em todo o mundo, 4,55 milhões de pessoas já morreram por conta da doença, com um total de 219 milhões de casos registrados oficialmente.

De acordo com o LocalizaSUS, o Brasil já aplicou 208,2 milhões de doses de vacinas, com 71,3 milhões de pessoas vacinadas com as duas doses ou com a dose única, ou 33% da população totalmente imunizada contra o novo coronavírus.


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Situação da Amazônia é grave e exige ações integradas https://canalmynews.com.br/mais/situacao-da-amazonia-e-grave-e-exige-acoes-integradas/ Fri, 10 Sep 2021 23:47:03 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/situacao-da-amazonia-e-grave-e-exige-acoes-integradas/ O ano de 2020 ficou marcado como o pior em relação ao desmatamento ilegal dos últimos 10 anos. A Amazônia já sofre com mortalidade de árvores e aumento da estação seca

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Na semana em que se lembrou o Dia da Amazônia, em 5 de setembro, não há muito o que comemorar quando o assunto é a conservação da maior floresta tropical do mundo. O ano de 2020 ficou marcado como o pior em relação ao desmatamento ilegal dos últimos 10 anos, com 10.851 Km² desmatados e 2021 deve superar essa marca, haja vista que entre janeiro e agosto a área devastada já é maior do que no ano passado.

Para a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Luciana Vanni Gatti a situação é grave e já aponta para um impacto grande em relação à situação climática e de preservação da própria floresta. “Com todo o desmatamento que a gente já fez na Amazônia, já existe um impacto muito grande, com redução de chuvas e aumento de temperatura, o que representa um stress muito grande para a floresta. No Sudeste da Amazônia, por exemplo, a mortalidade de árvores é o dobro, às vezes o triplo, do restante da floresta. O desmatamento está levando a uma agudização da estação seca”, explicou a pesquisadora, em entrevista ao Quinta Chamada Ciência.

Imagem aérea de queimada próxima à Flora do Jacundá, em Rondônia. Amazônia sofre com fogo e desmatamento.
Imagem aérea de queimada próxima à Flora do Jacundá, em Rondônia. Amazônia sofre com fogo e desmatamento.
(Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real/Fotos Públicas)

Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), elencou problemas em relação a vulnerabilidades e questões referentes à gestão que interferem na conservação da floresta e de toda a biodiversidade da região amazônica. Entre as vulnerabilidades, estão a perda de recursos hídricos, que interfere na situação dos rios de toda a América do Sul, incluindo a Bacia do Prata – que atravessa Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina; a ameaça à biodiversidade da Amazônia – onde está uma de cada cinco espécies de plantas, peixes e aves do planeta; e a desertificação – pois pesquisas já apontam que em algumas áreas existe o risco real de a floresta se transformar num deserto, sem possibilidade de reequilíbrio.

Sob o ponto de vista de gestão, Bocuhy apontou problemas graves em relação à fiscalização, que envolvem a necessidade de integrar ações do Exército, da Polícia Federal e do Ibama, com investimento em inteligência e equipamentos; algo que tem seguido exatamente o caminho contrário – com o sucateamento do Ibama no atual governo. Outro ponto que poderia fortalecer uma gestão eficiente da Amazônia seria o estímulo ao extrativismo sustentável, que incentivasse a harmonia entre as comunidades e a floresta, com foco no fim do desmatamento ilegal.

Na avaliação do coordenador de Comunicação do Observatório do Clima, Cláudio Ângelo, é assustadora a aceleração da mortalidade das árvores, provocada por “stress térmico”. “A gente fez muitas matérias sobre os modelos que mostravam o chamado ‘die back’ – um ponto da mudança climática em que as árvores iriam morrer de stress térmico, agravado pelo desmatamento. Isso tudo era um modelo, o que se esperava que acontecesse com a floresta se o desmatamento progredisse como progrediu. Os cientistas tinham razão e os pesadelos estão se tornando realidade, especialmente no Sudeste da Amazônia, uma área desmatada, ‘sojificada’ e ‘pastificada’”, considerou Cláudio Ângelo, numa referência às plantações de soja e à criação de gado comuns na região.

Para Ângelo, o enfrentamento dessa situação passa por uma mudança no governo central do Brasil e pelas eleições de 2022. “O desafio do Brasil hoje se chama Jair Messias Bolsonaro. Não dá para contornar isso. A gente tem um governo que é contra a floresta. Então para a gente começar a discutir qualquer coisa, precisa de um novo governo. Não, Bolsonaro não vai tomar jeito e não vai ter pressão internacional que dê jeito no Bolsonaro. O futuro depende das eleições, ou de Arthur Lira (PP-AL) encaminhar o impeachment do presidente da República; da mudança de governo para que a gente possa retomar instrumentos de políticas públicas que já vinham dando resultado no passado. Que levaram à redução do desmatamento no passado”, completou.

O jornalista Salvador Nogueira pontuou que a situação é grave também por conta da necessidade de reestruturar o arcabouço legal e as instituições que faziam o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, pois o atual governo implementou um “desmantelamento” da estrutura para combate ao desmatamento, prejudicou a divulgação de dados científicos do Inpe e alterou a legislação ambiental e de coerção aos crimes ambientais que precisarão ser reconstruídas no futuro.

Quinta Chamada Ciência é transmitido todas as quintas, a partir das 20h30, no Canal MyNews. Sempre com temas interessantes conduzidos pela jornalista Cecília Oliveira e participação de cientistas de diversas áreas

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Caixa lança edital para concurso com 1.100 vagas para pessoas com deficiência https://canalmynews.com.br/economia/caixa-edital-concurso-1-100-vagas-pessoas-deficiencia/ Fri, 10 Sep 2021 19:03:33 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/caixa-edital-concurso-1-100-vagas-pessoas-deficiencia/ Concurso tem 1 mil vagas para contratação imediata e 100 vagas para cadastro de reserva. Provas devem acontecer em 31 de outubro de 2021

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A Caixa Econômica Federal lançou nesta sexta (10) edital para um concurso exclusivo para Pessoas com Deficiência (PcD). Ao todo, são 1.100 vagas para cargos de nível médio de Técnico Bancário Novo e Técnico Bancário Novo TI, com remuneração inicial de R$ 3 mil. Mil vagas são para contratação imediata e 100 vagas são para cadastro de reserva. Nos dois casos, 20% das vagas são destinadas a pessoas negras ou pardas. As inscrições podem ser realizadas no período entre 10 e 27 de setembro de 2021.

Caixa Econômica Federal lança concurso com 1.100 vagas para Pessoas com Deficiência (PcD)

O concurso está sendo organizado pela Fundação Cesgranrio e a prova está prevista para o dia 31 de outubro 2021. O edital está disponível no site da Cesgranrio e é possível esclarecer dúvidas através do 0800 701 2028 – das 09 às 17 horas (horário de Brasília/DF), ou pelo e-mail concursos@cesgranrio.org.br. A taxa de inscrição é R$ 30.

O contrato de trabalho dos aprovados prevê uma jornada de trabalho semanal de 30 horas. Com os benefícios, a remuneração pode chegar a R$ 4.486,30. Entre as etapas do concurso estão previstas aferição de veracidade da autodeclaração prestada por candidatos pretos ou pardos e análise do Laudo Médico por Equipe Multiprofissional da condição declarada de deficiência. As duas etapas são de caráter eliminatório e serão feitas pela Fundação Cesgranrio.

Além dessas etapas, o concurso terá provas objetivas (Língua Portuguesa, Matemática Financeira, Conhecimentos Bancários, Noções de Probabilidade e Estatística, Conhecimentos de Informática, Atendimento Bancário); Redação (para os aprovados na primeira etapa); e Procedimentos Admissionais. Confira o edital do concurso.


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Em nota escrita por Temer, Bolsonaro baixa o tom e culpa “calor do momento” https://canalmynews.com.br/politica/em-nota-escrita-por-temer-bolsonaro-baixa-o-tom-e-culpa-calor-do-momento/ Thu, 09 Sep 2021 21:08:52 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/em-nota-escrita-por-temer-bolsonaro-baixa-o-tom-e-culpa-calor-do-momento/ Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro fala em “embates que sempre visaram o bem comum” e volta a citar o ministro Alexandre de Moraes. Ex-presidente Michel Temer confirmou que redigiu o texto

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O Palácio do Planalto divulgou no final da tarde desta quinta (09) uma nota oficial do presidente Jair Bolsonaro, na qual ele recua dos posicionamentos adotados nas últimas semanas e diz que as declarações contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e a incitação de atos antidemocráticos foram dadas no “calor do momento”. “(…) quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”, diz a nota, acrescentando que o presidente nunca teve a “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”.

Na nota, Bolsonaro diz que respeita os Poderes da República e que “na vida pública as pessoas que exercem o poder não têm o direito de ‘esticar a corda’, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia” e que “sempre esteve disposto a manter o diálogo permanente com os demais Poderes”.

Apesar do tom do texto indicar para uma conciliação, num dos trechos do documento, o Bolsonaro volta a citar o ministro do STF Alexandre de Moraes. “Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news”, diz a nota, para completar: “Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do ministro Alexandre de Moraes”.

A nota oficial diz ainda que “essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previstos no Art 5º da Constituição Federal”.

Nota oficial de Bolsonaro foi escrita pelo ex-presidente Michel Temer (MDB)

Em entrevista à analista política Thais Arbex, CNN Brasil, o ex-presidente da República, Michel Temer confirmou que escreveu a nota divulgada pelo Palácio do Planalto. “Eu estou ajudando a pacificar o país. Até pelo tom da nota, ela é de harmonia entre os Poderes. Não fiz mais do que venho fazendo em toda a minha vida pública”, disse Temer à CNN Brasil. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o texto foi redigido em conjunto por Michel Temer e pelo marqueteiro Elsinho Mouco.


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PSDB anuncia que segue para a oposição ao governo Bolsonaro https://canalmynews.com.br/politica/psdb-segue-para-oposicao-ao-governo-bolsonaro/ Thu, 09 Sep 2021 15:15:42 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/psdb-segue-para-oposicao-ao-governo-bolsonaro/ PSDB divulgou que iniciou, juntamente com as bancadas na Câmara e no Senado, processo de discussão sobre crimes de responsabilidade cometidos por Jair Bolsonaro

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Após reunião da Executiva Nacional nesta quarta-feira (08), o PSDB decidiu que será oposição ao governo Jair Bolsonaro (sem partido). O partido divulgou nota em que repudia as atitudes “antidemocráticas, truculentas e irresponsáveis adotadas pelo presidente da República” em manifestações no dia da Independência do Brasil – 7 de setembro.

O partido divulgou que iniciou, juntamente com as bancadas na Câmara e no Senado, o processo de discussão sobre crimes de responsabilidade cometidos por Jair Bolsonaro. O presidente do partido, Bruno Araújo (PE) disse que um eventual processo de impeachment precisa envolver diversos requisitos.

Bruno Araújo - Presidente do PSDB
O presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), anunciou que a executiva nacional decidiu que o partido se posiciona agora na oposição ao governo Bolsonaro/Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados

“Um deles é apoio no Congresso, apoio popular, um conjunto de temperaturas e pressão que permitam isso e esse debate se inicia agora e se transfere nesse momento para as forças legítimas do partido, que são as bancadas na Câmara e no Senado. O presidente da República está pregando a desobediência civil, ao informar que não vai cumprir não apenas uma ordem da Suprema Corte, mas da Justiça brasileira; ou que escolhe de que juiz pode cumprir ou não uma ordem judicial. Isso é um fato grave e um dos requisitos para um processo político complexo, que é um processo de impeachment”, disse Bruno Araújo, durante entrevista coletiva.

Araújo ainda afirmou que é preciso avaliar se há um ambiente político hoje no Congresso Nacional, ou apoio da opinião pública, ou disposição do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de abrir um processo de impeachment, mas que existem um consenso do PSDB de que há um crime de responsabilidade.

“Basta de insensatez. Os brasileiros esperam de seu governante soluções para a pandemia, que beira 600 mil mortos; para o desemprego, que vitima 14 milhões de pessoas; para a inflação, que beira os dois dígitos; para a paralisia econômica; para a desigualdade; para a crise hídrica e para o descalabro fiscal. Um presidente que saiba enfrentar a desestruturação social e econômica, ao invés de buscar enfrentar a própria lei”, diz a nota do PSDB.


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Partidos de Oposição convidarão centro-direita para protestos unificados contra governo Bolsonaro https://canalmynews.com.br/politica/partidos-de-oposicao-convidarao-centro-direita-protestos-contra-governo-bolsonaro/ Thu, 09 Sep 2021 01:50:45 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/partidos-de-oposicao-convidarao-centro-direita-protestos-contra-governo-bolsonaro/ Manifestações multipartidárias contra o governo Bolsonaro devem acontecer em 3 de outubro e em 15 de novembro

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Os partidos que compõem a oposição ao governo Jair Bolsonaro (sem partido) organizarão dois atos unificados, nos meses de outubro e novembro, para protestar contra o governo Bolsonaro e as recorrentes ameaças de golpe que têm sido realizadas pelo presidente e por seus simpatizantes. PT, PSB, PSol, PDT, PCdoB e Rede irão convidar o MDB, o PSD, o PSDB e o DEM para se juntarem a duas manifestações. A primeira deve ser realizada em 3 de outubro, em referência à promulgação da Constituição de 1988 (5 de outubro), e o segundo será em 15 de novembro – quando se comemora a Proclamação da República.

“É preciso impedir o sequestro das datas e dos símbolos nacionais que os bolsonaristas estão empreendendo. Os bolsonaristas sequestraram o dia da Independência do Brasil”, afirmou o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), em entrevista ao Quarta Chamada, no Canal MyNews. Molon lembrou que no próximo dia 12 de setembro está marcada uma manifestação organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), também contra o governo Bolsonaro.

Bolsonaro discursou em manifestação no 7 de setembro de 2021
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou em manifestação realizada em Brasília no 7 de setembro, quando fez ameaças ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes/Foto: Foto: Marcos Corrêa/PR

Apesar de reconhecer que não há tempo hábil para articular a participação dos movimentos de esquerda para o ato do dia 12 – haja vista existirem divergências políticas com o MBL, que foi um dos maiores apoiadores do golpe contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que culminou com o impeachment, em 31 de agosto de 2016 – Molon acredita na possibilidade de construir atos que reúnam todos os partidos e militantes contra o governo Bolsonaro, em datas futuras.

“Bolsonaro é o senhor do caos. Ele aposta no caos e no confronto. É preciso lembrar que pesquisas apontam que para cada brasileiro que apoia o governo, existem dois que são contra. Dá pra construir para outubro um anto que unifique todo mundo, porque vai dar conforto a todos [os grupos para participarem] já na convocação”, analisou o deputado federal.

“Congresso precisa ser um problema para quem quer dar um golpe”, considera Molon

Para Alessandro Molon o pronunciamento do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) sobre as ações e discursos de Bolsonaro no dia 7 de setembro foi muito “aquém do necessário”. “Era preciso que a Casa dissesse que basta dessa escalada autoritária. Afinal de contas, as ameaças foram feitas na frente do Congresso Nacional, para tentar intimidar o Judiciário e anunciar um golpe. Hoje era um dia para o presidente da Câmara ter dito ‘Basta! Não assistiremos inertes essa escalada’”, apontou o deputado, acrescentando que, acima de todos o partidos, na condição de presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira representa toda a Casa.

Molon também discordou da afirmação de Arthur Lira, quando afirmou que “uma democracia vibrante se faz com atos como os de ontem”. “Defender o fechamento do STF não é uma defesa válida na democracia. [o presidente da República] Não pode fazer o que fez. A pauta de quem defende o fechamento do Congresso Nacional é inaceitável. O congresso precisa ser um problema para quem quer dar um golpe”, finalizou.

Quarta Chamada conversou com o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) sobre reações ao dicurso antidemocrático de Jair Bolsonaro no 7 de setembro

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Democracia tem relação com redução das desigualdades sociais, aponta Oxfam Brasil https://canalmynews.com.br/politica/relatorio-oxfam-brasil-mostra-como-democracia-tem-relacao-com-reducao-desigualdades-sociais/ Mon, 06 Sep 2021 17:04:49 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/relatorio-oxfam-brasil-mostra-como-democracia-tem-relacao-com-reducao-desigualdades-sociais/ O relatório analisa a relação entre desigualdades e democracia no Brasil, destacando como a adoção de políticas inclusivas e de participação social é importante para a redução dos diversos tipos de desigualdades

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Num período em que tanto se fala sobre a possibilidade de um golpe militar e na véspera de manifestações programadas por todo o país neste 7 de setembro, é importante pensar sobre a democracia e sua consolidação, ao longo de pouco mais de 30 anos da Constituição de 1988 – também chamada de Constituição Cidadã. Elaborada durante o processo de redemocratização, após 25 anos de ditadura militar (1964-1985), a Carta Magna de 1988 restabeleceu a democracia no país e instituiu diversos direitos à população (civis, sociais, trabalhistas, etc), com um compromisso universalidade de direitos e deveres que de fato nunca se completou totalmente. As desigualdades permanecem e a participação popular nas instâncias de decisão e nos mecanismos democráticos na maioria das vezes ainda está restrita a uma elite que mantém o controle do poder, utilizando os mecanismos da democracia para a manutenção do status quo. Apesar de ainda ser um país bastante desigual, relatório da Oxfam Brasil mostra que períodos de ditadura significaram agravamento nas situações de pobreza e desigualdade social.

O relatório “Democracia inacabada: um retrato das desigualdades brasileiras – 2021”, elaborado pela Oxfam Brasil, analisa a relação entre desigualdades e democracia no Brasil, destacando como a adoção de políticas inclusivas e de participação social é importante para a redução dos diversos tipos de desigualdades presentes na sociedade brasileira. Essa discrepância entre o tamanho de diversos segmentos da sociedade e sua participação nas instâncias de decisão é evidenciada por vários dados levantados para o relatório e mostra como mulheres, população negra, indígenas e população LGBTQIA+ têm um espaço restrito, enquanto homens brancos dominam as posições sociais de decisão.

Democracia tem relação com redução das desigualdades sociais
Segundo estudo da Oxfam Brasil, a democracia tem relação direta com a redução das desigualdades sociais/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O sistema político-partidário é um dos exemplos. Segundo o relatório, em 2020, apenas 16% das pessoas eleitas vereadoras no Brasil eram mulheres. As mulheres negras – que totalizam 27,8% da população brasileira, ocupam apenas 2,53% das cadeiras na Câmara dos Deputados. “A Oxfam Brasil lança esse relatório anualmente, sempre com um olhar diferente sobre as desigualdades do país. Este ano, nosso foco foi a questão da participação política e o impacto na democracia e como o fato de a gente ter vários grupos subrrepresentados, principalmente os grupos mais impactados pelas desigualdades, pessoas negras e mulheres, por exemplo, a gente não consegue ter políticas públicas para diminuir essas desigualdades”, aponta Jefferson Nascimento, coordenador de Pesquisa e Incidência em Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil.

Debruçados sobre questões sobre condição de renda e períodos de limitação da participação social, os pesquisadores identificaram o aumento da concentração de renda e da desigualdade exatamente em dois períodos em que o Brasil viveu momentos de ditadura. “Olhando desde 1920, a ditadura do Estado Novo (1937-1946) e o Golpe Militar de 1964 foram dois períodos em que a desigualdade e a concentração de renda aumentaram. Foram governos que limitaram a participação social, a representação política (o Estado Novo aboliu o direito ao voto), restringiu a atuação de sindicatos e associações e tudo isso beneficiou uma política econômica para quem já tinha meios para atuar na sociedade”, complementa Jefferson Nacimento.

Com a redemocratização e a promulgação da Constituição de 1988, vários indicadores começaram a apontar para a redução das desigualdades no país, com a construção de políticas públicas que possibilitaram maior inclusão social. O processo de participação incluiu a criação de diversos conselhos consultivos da sociedade e também o fortalecimento de organizações da sociedade civil organizada, possibilitando um modelo de controle social, transparência e incentivando a participação das pessoas. O auge dessa política de participação social aconteceu entre os anos de 2001 e 2010, ressalta o coordenador da Oxfam Brasil, quando foram criados 17 conselhos de participação da sociedade. Outras instâncias consultivas, como conferências para definir políticas públicas e experiências de implementação de orçamento participativo são outros exemplos lembrados pela Oxfam Brasil com diretamente relacionados com a destinação de recursos e com influência na redução das desigualdades.

O relatório aponta que “embora a tradição de conferências nacionais remonte ao início dos anos 1940, sua realização se disseminou após a promulgação da Constituição Federal de 1988, impelida pelos mandatos constitucionais de participação da sociedade civil nas áreas de saúde e assistência social”. Segundo o levantamento, até o ano de 2016, foram realizadas 154 conferências nacionais – das quais 109, entre 1992 e 2016 (74 entre 2003-2010). “No período de 1992 a 2012, 21 foram na área da saúde, 20 sobre pautas de grupos minoritários; seis sobre meio ambiente; 22 sobre Estado, economia e desenvolvimento; 17 sobre educação, cultura, assistência social e esporte; e 11 sobre direitos humanos”, mostra o documento.

Instâncias de participação social foram restringidas com eleição de Bolsonaro

A ascensão de Jair Bolsonaro (sem partido) ao poder, eleito em 2018 e com o governo iniciado em 2019, fez o Brasil retroceder em diversos aspectos em relação à participação da sociedade nas instâncias de decisão do país. Em seu primeiro ano de governo, Bolsonaro pôs fim a todos os conselhos participativos da sociedade civil; entre os quais o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) – criado no Governo Itamar Franco (PMDB), em 1993; encerrado em 1995, pelo Governo Fernando Henrique Cardoso (1995) – quando foi substituído pelo Programa Comunidade Solidária; e restaurado em 2004, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O relatório da Oxfam Brasil aponta que nada menos que 93% dos colegiados participativos ligados à administração federal brasileira foram extintos em 2019; reduzindo, dessa forma, a participação, o controle social e a transparência. O impacto da extinção do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), por exemplo, é visto como uma influência direta no aumento da fome no Brasil. O Consea teve papel determinante para combater a fome no Brasil e levou o país a sair do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014.

“Bolsonaro assume declarando ataque a sociedade civil e atuando por sua desmobilização. Com seu discurso de por fim a todo ativismo e o fato de ter encerrado todos os conselhos teve um impacto muito grande nas instâncias de participação da sociedade. A extinção do Consea teve grande impacto no sistema de combate à fome, pois era um ambiente de consulta e de elaboração de normativas sobre o assunto. Logo nos primeiros meses percebeu-se o aumento da fome e números recentes falam de 54% da população em situação de insegurança alimentar; 117 milhões de pessoas não se alimentam direito”, destaca Jefferson Nascimento.

Novo Código Eleitoral pode restringir participação de diversos grupos sociais no processo eleitoral
Novo Código Eleitoral pode restringir participação de diversos grupos sociais no processo eleitoral/Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Novo código eleitoral pode prejudicar atuação das minorias na democracia brasileira

O relatório da Oxfam Brasil destaca que o atual sistema político brasileiro privilegia a eleição de parlamentares homens e brancos. A situação pode se tornar mais crítica em relação à restrição participativa de diversos segmentos da sociedade na política brasileira, se o Novo Código Eleitoral – previsto para começar a ser votado na Câmara dos Deputados a partir desta quarta (08), for aprovado da forma como está proposto.

A professora de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem), Marlise Matos, ressalta como os debates de questões importantes para a participação política da sociedade têm sido debatidos de forma apressada e pouco democrática no Congresso Nacional. Depois da proposta de Reforma Política – que acabou sendo votada de forma inusitada e sem programação prévia, numa sessão confusa, em que os parlamentares acabaram aprovando a volta das coligações partidárias para os cargos legislativos, a discussão do Novo Código Eleitoral tornou-se uma preocupação urgente.

“É muito grave o que estamos vivendo. Existe um cenário de corrosão da democracia; concreto, não é teórico. No caso da votação da reforma política, o fato de a votação ser antecipada de forma repentina é grave. É um debate estrutural e as pessoas têm que se preparar para debater um assunto que pode promover uma uma mudança radical do sistema eleitoral brasileiro”, ressalta a cientista política.

Ela continua lembrando que a estratégia de antecipar votações e mudar a ordem do debate tem sido recorrente na gestão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). “No caso do Novo Código Eleitoral, são 902 artigos com assuntos muito importantes, como a federação de partidos, proposta de que o controle e a fiscalização de contas dos partidos sejam feitos por empresas privadas e não pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fim da possibilidade de candidaturas coletivas, entre outras medidas que na prática pretendem tirar o poder do TSE e a autonomia do poder judiciário sobre o processo eleitoral do país”, destaca Marlise Matos.

Para ter validade para as eleições de 2022, as medidas precisam ser aprovadas na Câmara e no Senado até outubro deste ano – o que torna a velocidade para a aprovação mais um fator de restrição do debate sobre assuntos importantes e diretamente relacionados com a consolidação da democracia. “Os grupos diretamente afetados com essas medidas são as minorias. Levar adiante a votação de temas importantes sem debater com a sociedade acaba corroendo as instituições da democracia, desconstruindo a participação política como um projeto continuado. Tudo votado muito rápido para que a gente não consiga acompanhar”, complementa a professora da UFMG.

Jefferson Nascimento concorda com a cientista política Marlise Matos e destaca que entre os mais de 900 artigos do Novo Código Eleitoral constam desde propostas de mudança do nome da Câmara dos Deputados a alterações sobre a realização e divulgação de pesquisas eleitorais, passando por diversas propostas de redução do poder do TSE.

“Todo o pacote de propostas está avançando por meio de atalhos e tem sido acelerado sem debates para ser votado até outubro, num processo totalmente ‘torto’. Uma das propostas é reduzir as punições aos partidos que descumprirem a legislação. Trata desde questões como a realização de comícios no dia da eleição, sobre carros de som em frente às seções eleitorais e também sobre a questão do ‘Caixa 2’. Além disso, tem algumas ‘pegadinhas’ como uma nova divisão de recursos para candidaturas de pessoas negras e mulheres”, complementa o coordenador da Oxfam Brasil, destacando que essa redução no debate, agravado pela situação de pandemia do Covid-19, tem afetado diversas discussões atualmente e interferido diretamente na participação da sociedade no processo democrático brasileiro.


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Unifesp ampliará estudo que objetiva eliminar HIV do organismo com medicamentos e terapia celular https://canalmynews.com.br/mais/unifesp-ampliara-estudo-eliminar-hiv-do-organismo-medicamentos-terapia-celular/ Sun, 05 Sep 2021 14:00:40 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/unifesp-ampliara-estudo-eliminar-hiv-do-organismo-medicamentos-terapia-celular/ Através da combinação de medicamentos, consegue matar as células que armazenam o HIV e com uma terapia semelhante a uma vacina, faz com que o vírus seja eliminado

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Um estudo com pesquisadores de diversos países, incluindo pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), está conseguindo tratar o vírus HIV do organismo utilizando um coquetel de medicamentos e uma terapia celular. A pesquisa “desperta” os vírus latentes no corpo humano para que o organismo possa eliminá-los. Através da combinação de medicamentos, consegue matar as células que armazenam o HIV e, através de uma terapia celular semelhante a uma vacina, faz com que as pessoas consigam banir o vírus.

A pesquisa está sendo feita com voluntários que fazem tratamento para HIV/Aids e estão com carga viral indetectável e agora será ampliada. “Está funcionando e a gente vai ampliar esse estudo”, disse o infectologista Ricardo Sobhie Diaz, infectologista e diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da Escola Paulista de Medicina (EPM/ Unifesp) – Campus São Paulo, em entrevista ao Quinta Chamada Ciência.

A epidemia de Aids existe há 40 anos e a estimativa do Programa das Nações Unidas para Aids (Unaids) é de que 37,6 milhões de pessoas viviam com HIV/Aids no mundo em 2020. De acordo com o Ministério da Saúde, 920 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil. A infecção pelo HIV não tem cura, mas tem tratamento – que é feito com medicações antirretrovirais que diminuem a carga viral e controlam a infecção. A estimativa do Unaids é que 27,6 milhões de pessoas no mundo tenham acesso à medicação, também chamada de “coquetel anti-HIV”.

“Pra gente entender os medicamentos que a gente usou, a gente tem que entender o tamanho desse desafio. O HIV entra no corpo da pessoa e fica de uma forma dormente, latente, não vai mais embora. Não existe nenhum caso no mundo em que a pessoa tenha adquirido o HIV e tenha eliminado ele”, pontua Diaz, lembrando que um dos grandes desafios é diminuir os danos ao organismo de um vírus que fica pra sempre.

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O programa Quinta Chamada Ciência conversou sobre o tratamento e uma possível cura para o HIV/Foto: Reprodução da Internet/Canal MyNews

“Um deles, é que [o HIV] fica inflamando o nosso corpo e faz com que a gente envelheça mais rápido. O outro grande desafio é curar as pessoas. A gente descobriu que o caminho para diminuir essa inflamação e até curar as pessoas é o mesmo. Tentar fazer com que esse vírus acorde e fazer com que as pessoas consigam reagir contra o vírus e eliminar”, continua o epidemiologista, acrescentando que com a combinação de algumas estratégias, os pesquisadores chegaram à conclusão de que é possível eliminar o vírus HIV, mas com as tecnologias disponíveis atualmente esse processo demoraria décadas. O desafio dos cientistas é encontrar uma forma de acelerar esse processo e, de fato, poder curar as pessoas.

“A gente imaginava que conseguiria curar o HIV porque ele fica só em lugares que a gente consegue eliminar, que não são células definitivas (como o cérebro, o osso). O conceito foi provado com a estratégia de transplante de medula, pra quem precisa de transplante de medula. Duas pessoas foram curadas e provavelmente tem uma terceira. Mas não dá pra fazer transplante de medula [em todas as pessoas]”, explica o pesquisador, detalhando o processo que está sendo estudado pela Unifesp.

Vacinas são “a arte imitando a vida”. No caso do HIV, o desafio é fazer “a arte melhor que a vida”

Ricardo Diaz considera que a vacina é a “arte imitando a vida” e este é o desafio da pesquisa de uma vacina para o HIV. “Na vida, se você pega uma catapora, você não vai ter de novo. O que a vacina faz? Ela engana seu corpo e faz ele achar que você teve uma catapora para fazer com que você fique imunizado. Normalmente a arte não é melhor que a vida. A questão é que ninguém até hoje que se infectou com o HIV, eliminou o vírus. Então o desafio dos cientistas é fazer a arte melhor que a vida”, considera.

O epidemiologista Ricardo Diaz considera que, no caso da pandemia do novo coronavírus, o avanço rápido na descoberta de vacinas contra o Covid-19 se deveu a um movimento de solidariedade que alcançou o mundo inteiro e fez instituições de diversas regiões do planeta compartilharem suas pesquisas, resultados satisfatórios e também os caminhos que não deram resultados.

“A vacina [do Covid-19) andou rápido por solidariedade. Pesquisadores abriram todos os bancos de dados e essa solidariedade está possibilitando à ciência andar rápido porque a gente está com medo”, diz. Outra questão que influenciou a agilidade para encontrar os imunizantes contra o novo coronavírus foi o reaproveitamento de tecnologias para vacinas que já tinham sido testadas, mas não avançaram da forma esperada e agora foram resgatadas e “repaginadas”, utilizando o mesmo modelo que já existia para combater outro vírus.

Combate ao Covid-19 deve utilizar estratégias já experimentadas no enfrentamento da Aids

Outro aspecto interessante é que iniciativas de tratamento já adotadas para enfrentar o HIV também deverão ser utilizadas para combater o Covid-19, a exemplo da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e da Profilaxia Pré-exposição (PreP).

No caso do HIV, o conjunto de medicamentos chamado de PEP é receitado para a pessoa que passou por um risco de se infectar com o HIV – seja por uma relação sexual sem uso de preservativos, ou por ser vítima de violência sexual, entre outras situações. Já a PreP é indicada para pessoas que não vivem com o vírus HIV, mas que possam ter uma exposição ao vírus. Essas pessoas tomam um conjunto de remédios que previnem a infecção pelo vírus que provoca a Aids.

Para o Covid-19, os cientistas pesquisam, além das vacinas (que poderiam ser comparadas à PreP), medicações que possam ser receitadas às pessoas que se expuseram ao novo coronavírus (PEP), evitando também a infecção e possíveis complicações. Seriam medicamentos aliados das vacinas no combate à pandemia.

O infectologista Ricardo Sobhie Diaz destacou que, apesar de não existir cura para a Aids, a terapia antirretroviral feita da forma recomendada pela equipe de saúde realiza o controle da infecção e também oferece a possibilidade que as pessoas infectadas com o vírus HIV se tornem indetectáveis. Quando a pessoa está com a carga viral indetectável ela não transmite o vírus HIV. “Indetectável é igual a intransmissível (I=I). Os maiores sintomas do HIV ainda são o estigma, o preconceito e a discriminação. Existe o que a gente chama de ‘sorofobia’, que é quando a pessoa é discriminada por viver com o HIV e isso é muito pesado para as pessoas”.

Assista ao Quinta Chamada Ciência, sempre com temas atuais e convidados especiais. Com apresentação da jornalista Cecília Oliveira, no Canal MyNews

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Senado rejeita MP da reforma trabalhista por 47 votos contrários e 27 a favor https://canalmynews.com.br/economia/senado-rejeita-mp-reforma-trabalhista-47-votos-contrarios-27-favoraveis/ Thu, 02 Sep 2021 01:04:59 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/senado-rejeita-mp-reforma-trabalhista-47-votos-contrarios-27-favoraveis/ MP propunha reforma trabalhista que modificava CLT e criava categoria de trabalhador sem direitos trabalhistas e previdenciários e restringia acesso à Justiça

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O plenário do Senado Federal rejeitou nesta quarta (1º) a Medida Provisória 1.045 (MP 1.045), que faria uma espécie de minirreforma trabalhista. Votaram contra o projeto 47 senadores; a favor, 27 senadores; e houve uma abstenção. O Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados e estava sendo negociado com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Projeto de reforma trabalhista do governo rejeitado pelo Senado criava possibilidade de trabalho sem carteira assinada e sem direitos trabalhistas e previdenciários

O projeto editaria novamente um programa de redução da jornada de trabalho e salários – adotado pela primeira vez em 2020, durante o período mais crítico de distanciamento social em decorrência da pandemia do novo coronavírus – e criaria uma categoria de contratação de empregados sem direito a férias, 13º salário e FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

O projeto do governo também estabelecia uma categoria de trabalhador sem carteira assinada e sem direitos trabalhistas e previdenciários, e propunha a redução no pagamento de horas extras para algumas categorias profissionais, como operadores de telemarketing, bancários e jornalistas. A MP também restringia o acesso gratuito ao Judiciário e dificultava a fiscalização trabalhista sobre casos de trabalho análogo ao escravo.

Com a derrota no plenário do Senado, a Medida Provisória será arquivada.


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Governo cria bandeira de escassez hídrica, 50% mais cara, e conta de energia deve subir https://canalmynews.com.br/economia/governo-cria-bandeira-de-escassez-hidrica-conta-de-energia-deve-subir/ Tue, 31 Aug 2021 22:24:29 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/governo-cria-bandeira-de-escassez-hidrica-conta-de-energia-deve-subir/ A bandeira de escassez hídrica, que começa a valer a partir desta quarta (1º), representará um reajuste de 49,6% em relação à bandeira vermelha, patamar 2, que está sendo aplicada

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça (31) uma nova bandeira tarifária, que ficará em vigor até abril de 2022. A bandeira de escassez hídrica, que começa a valer a partir desta quarta (1º), representará um reajuste de 49,6% em relação à bandeira vermelha, patamar 2, que está sendo aplicada. O valor de 100 kWh passou de R$ 9,49 para R$ 14,20. A tarifa já era a mais cara cobrada no sistema de bandeiras e já havia sido reajustada 52% em junho deste ano.

Bento Albuquerque - diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Bento Albuquerque, anunciou nova bandeira tarifária e programa de incentivo à economia de energia/Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Segundo a Aneel, o mês de agosto foi de maior severidade no regime hidrológico do Sistema Interligado Nacional (SIN), afetando a capacidade de produção hidrelétrica do país e provocando a necessidade do uso de termelétricas. O acionamento das termelétricas influencia os custos do risco hidrólógico (GSF) e o preço da energia no mercado de curto prazo (PLD) – duas variáveis que determinam a bandeira tarifária que será adotada.

Em entrevista ao Jornal do MyNews, o engenheiro eletricista e diretor do Instituto Ilumina, Roberto D’Araújo, analisou a necessidade de reajuste como uma consequência da má administração e disse que o Brasil já deveria ter um plano de racionamento, para evitar o risco de apagão. “É verdade que há uma crise hídrica, mas é verdade também que nós estamos esvaziando os reservatórios desde 2014. Então nós estamos nessa situação porque estamos com a caixa d’água vazia. O desmatamento que ocorreu na Amazônia, é uma certeza dos especialistas em meio ambiente, que isso afeta os rios”, argumentou D’Araújo, lembrando do impacto da política ambiental do Governo Federal sobre a conta de energia elétrica.

Esta é a quinta vez que a tarifa vermelha patamar 2 é reajustada em 2021. No início do ano ela custava R$ 1,34. No mês de maio, passou para 4,16; e no mês de junho, para R$ 6,24, e em julho, para R$ 9,49. A partir dessa quarta-feira (1º), custará R$ 14,20.

Governo lança programa de incentivo à economia de energia

O Ministério das Minas e Energia (MME) anunciou o lançamento de um programa de incentivo à redução voluntária do consumo de energia elétrica para os consumidores regulados. O programa vai bonificar os consumidores que reduzirem o consumo de energia em, no mínimo, 10%. A meta do ministério é que cada consumidor economize, em média, 15%. Para cada 100 Kwh economizados, haverá um bônus de R$ 50 na conta de energia, limitado a 20% do consumo total. Este incentivo será válido entre os meses de setembro e dezembro de 2021.

Entenda o sistema de bandeiras para cobrança da energia elétrica

Criado em 2015, o sistema de bandeiras para calcular a tarifa de energia marca o custo da produção energética no Brasil. São três tipos de bandeira que indicam o preço necessário para manter a oferta de energia:

  • Bandeira verde: Indica que a conta de luz não vai sofrer nenhum acréscimo, já que as condições estão favoráveis para a geração de energia. Esta bandeira entra em vigor quando as condições de chuva e os níveis dos reservatórios estão acima do nível e a demanda é suprida apenas pelas usinas hidrelétricas, que são mais baratas e menos poluentes.
  • Bandeira amarela: É o primeiro nível de taxa extra, a que tem valor menor. Ela indica que as condições de geração de energia estão menos favoráveis e alerta os consumidores de que é preciso economizar.
  • Bandeira vermelha patamar 1: A taxa extra sobe um nível com a piora das condições de geração de energia.
  • Bandeira vermelha patamar 2: É o nível que o Brasil está neste momento. É a tarifa mais cara do sistema e indica que a geração de energia está mais cara. Isso acontece por causa das usinas termelétricas, que precisam ser acionadas para suprir a demanda.
  • Bandeira de escassez hídrica: Criada oficialmente nesta terça (31), valerá em princípio até abril de 2022 e será uma cobrança extra devido à maior severidade do regime hidrológico, que segundo a Aneel é o pior dos últimos 90 anos.

Leia também – Conta de luz fica mais cara em setembro

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Receita Federal prorroga prazo para regularização de débitos do MEI https://canalmynews.com.br/economia/receita-federal-prorroga-prazo-regularizacao-mei/ Tue, 31 Aug 2021 19:07:49 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/receita-federal-prorroga-prazo-regularizacao-mei/ A Receita Federal decidiu prorrogar para 30 de setembro o prazo para que os Microempreendedores Individuais (MEIs) regularizem seus débitos

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A Receita Federal decidiu prorrogar para 30 de setembro o prazo para que os Microempreendedores Individuais (MEIs) regularizem seus débitos. Serão enviados para a Dívida Ativa da União, dos Estados e Municípios os contribuintes que tiverem débitos em aberto da competência de 2016 – que deveriam ter sido declarados na Declaração Anual do MEI de 2017.

6 milhões de MEI podem ir para a Dívida Ativa da União
Microempreendedores Individuais (MEI) agora têm até 30 de setembro para regularizar a situação/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Quem parcelou a dívida em 2021, ou tem débitos posteriores a 2017, ainda tem oportunidade de pagar os DAS em atraso. Segundo dados da Receita Federal, pelo menos metade dos cadastros de MEI têm débitos acumulados nos últimos dois anos com o Sistema Simples Nacional, o que equivale a pelo menos 6 milhões de contribuintes.

Segundo o auditor-fiscal Antônio Augusto Lopes de Oliveira,da Delegacia de Julgamento do Recife/PE, a maioria das pessoas que está inadimplente esquece de pagar o DAS, ou não dá o devido acompanhamento. “As pessoas vão deixando para pagar depois e esse depois acaba se transformando numa dívida grande”, explicou em entrevista ao site do Canal MyNews, na última semana.

Ao contrário do que foi feito há cinco anos – quando todos os MEI em atraso foram cancelados – dessa vez os débitos serão encaminhados para a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), mas não serão cancelados – o que significa que as contribuições mensais continuaram sendo emitidas e precisarão ser pagas.

Entre as restrições para quem é incluído na Dívida Ativa estão a suspensão dos benefícios previdenciários, a geração de uma certidão de dívida que impede a solicitação de financiamentos bancários e de empréstimos, a negociação de outros tributos, e para os MEI que estão vinculados à pessoa física, o cadastro fica “positivado” (constará como pendente em relação a débitos tributários).

É possível negociar e parcelar os débitos do MEI

Para negociar e parcelar os débitos, é preciso acessar o site do Simples Nacional, ou o aplicativo MEI – através de Smartphone. Nas duas ferramentas, é preciso escolher a opção SMEI e optar pelo “parcelamento – Microempreendedor Individual”. Seguir o passo a passo e aderir à proposta de pagamento, com emissão do DAS.


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Que fatores influenciam o preço final da gasolina? https://canalmynews.com.br/economia/fatores-influenciam-preco-final-gasolina/ Mon, 30 Aug 2021 21:10:42 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/fatores-influenciam-preco-final-gasolina/ A gasolina chegou a R$ 7 em alguns estados e está pesando no bolso do brasileiro. Mesmo para quem não tem carro, o preço do combustível tem impacto no transporte de produtos e alimentos e acaba influenciando diversos setores da economia

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A gasolina chegou a R$ 7 em alguns estados e está pesando no bolso do brasileiro. Mesmo para quem não tem carro, o preço do combustível tem impacto no transporte de produtos e alimentos e acaba influenciando diversos setores da economia. A gasolina abastece pelo menos 60% dos carros que circulam no país e, apesar de o Brasil ser produtor de petróleo, a política de preços adotada pela Petrobras desde julho de 2017 segue a flutuação do barril de petróleo no mercado internacional e a variação cambial do dólar americano.

Com elevação de 11,18%, gasolina foi o item que mais pressionou a inflação em março.
Preço da gasolina já foi reajustado nove vezes em 2021. Alta tem impacto no índice de inflação do país (Agência Senado).

Então, toda vez que o dólar sobre ou o preço do petróleo internacional sobem, a gasolina no Brasil também sofre um reajuste. A política adotada pela estatal brasileira recuperou as contas da Petrobras, mas tem afetado diretamente a economia do país e o custo de diversos produtos – incluindo alimentos e itens de primeira necessidade. Apenas em 2021, a gasolina aumentou 51% nas refinarias e já foram nove reajustes aplicados ao produto, resultando num preço final 27,6% mais alto do que em dezembro de 2020.

Também influenciam o preço do combustível os impostos. São 15% de Cide, PIS/Pasep e Cofins e em média 29% de ICMS, dependendo do estado. Em Santa Catarina o imposto sobre combustíveis é 25%, enquanto no Rio de Janeiro, é 34%. Além disso, também pesam também a alta do preço do etanol anidro – que no Brasil é adicionado à gasolina na proporção de 27%; o custo do transporte, a logística para o produto chegar aos postos de combustíveis em todo o país e os custos e os lucros das distribuidoras e dos postos.

Assista ao vídeo sobre a composição do preço da gasolina no MyNews Explica, com Gabriela Lisbôa, no Canal MyNews

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Pacheco rejeita pedido de impeachment contra ministro Alexandre de Moraes https://canalmynews.com.br/politica/pacheco-rejeita-impeachment-contra-ministro-alexandre-de-moraes/ Mon, 30 Aug 2021 13:49:53 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/pacheco-rejeita-impeachment-contra-ministro-alexandre-de-moraes/ Presidente do Senado rejeitou o pedido de impeachment após parecer da assessoria jurídica da Casa, que considerou sem embasamento jurídico

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitou o pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no último dia 20 de agosto.

Rodrigo Pacheco já havia sugerido que não levaria adiante o pedido de impeachment de Moraes. Nesta quarta (25), após recomendação pela rejeição do processo, feita através de parecer da Advocacia Geral do Senado Federal, o presidente da Casa disse que falta embasamento jurídico no pedido do presidente Jair Bolsonaro.

“Vigora no Brasil o princípio da legalidade. Para que se ande um processo dessa natureza, é preciso que se ande um processo dessa natureza, é preciso a adequação do fato a uma lei federal, no caso, a Lei 1079/1950. (…) De modo que, como presidente do Senado, determinei a rejeição do pedido e o arquivamento do processo de impeachment”, declarou Pacheco, em pronunciamento.

Rodrigo Pacheco anuncia rejeição do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitou o pedido de impeachment encaminhado pelo presidente Jair Bolsonaro contra o ministro do STF Alexandre de Moraes/Foto: Marcos Brandão/Senado Federal

“Há também um aspecto importante que é a preservação de algo fundamental ao estado de direito e à democracia, que é a separação dos Poderes e a necessidade de que esta independência de cada um seja garantida e que haja convivência mais harmoniosa possível. Quero crer que esta decisão possa constituir um marco de restabelecimento das relações entre os Poderes, da pacificação e da união nacional que tanto nós reclamamos, que tanto nós pedimos, porque é fundamental para o bem-estar da população brasileira e para a possibilidade de progresso e de ordem do nosso país”, completou o presidente do Senado.

Ainda na última sexta (20), o STF emitiu uma nota de repúdio ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Na nota, o STF afirma que “o Estado Democrático de Direito não tolera que um magistrado seja acusado por suas decisões, uma vez que devem ser questionadas nas vias recursais próprias, obedecido o devido processo legal”.

Mais um capítulo da tensão entre Bolsonaro e o Judiciário

O pedido de impeachment de Alexandre de Moraes encaminhado pelo presidente Jair Bolsonaro é mais um capítulo do tensionamento da relação entre o presidente e o poder Judiciário. Bolsonaro diz que o Judiciário tem atuado como um “ator político” no cotidiano do país. O ápice dessa tensão aconteceu no início do mês de agosto, quando o ministro Alexandre de Moraes acolheu o pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e incluiu Bolsonaro no inquérito das fake news sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Para a jornalista Vera Magalhães, a decisão de Rodrigo Pacheco de arquivar o pedido de impeachment do ministro vem para acalmar os ânimos neste momento e esvaziar os atos que estão agendados para o próximo dia 7 de setembro. Magalhães, que participou do Quarta Chamada, disse que conversou com pessoas ligadas ao presidente do Senado e com alguns outros senadores e ponderou que a decisão “de decidir rapidamente, de público, e contra um pedido assinado em primeira pessoa pelo presidente da República” foi uma forma de dar um recado ao presidente Jair Bolsonaro.

“Isso é um passo além das notas de repúdio, daquela conversa que a gente via até agora, de reunião entre os Poderes. A despeito de o Ministério Público estar totalmente omisso e de o presidente da Câmara estar conivente com a situação – até porque ele se beneficia de questões como o orçamento secreto – o presidente do Senado está se descolando desse bloco. Está mais próximo da posição dos próprios ministros do Supremo”, considerou a jornalista.

Vera Magalhães lembrou que os atos do próximo 7 de setembro estão sendo convocados com duas “bandeiras”: o voto impresso e abaixo à “ditadura do Supremo”. “Depois que a Câmara rejeitou a PEC do Voto Impresso, esse assunto perdeu força. A questão da ‘ditadura do Supremo’ vem crescendo nas redes sociais. A resposta de Pacheco diz claramente: ‘não tem ditadura do Supremo’”.

Ainda nesta quarta-feira, após a decisão do senador Rodrigo Pacheco ser anunciada, o presidente Jair Bolsonaro postou no seu perfil no Twitter um trecho de uma de suas lives, no qual diz saber onde “está o câncer do Brasil” e que tem “como ganhar essa guerra”. “Se alguém acha que preciso ser mais explícito; lamento”, diz o presidente.

Veja a íntegra do programa Quarta Chamada, no Canal MyNews. Com apresentação de Mariliz Pereira Jorge

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Reforço de vacina contra covid-19 deve avançar junto com imunização de outras faixas etárias https://canalmynews.com.br/mais/reforco-de-vacina-covid-19-avancar-com-imunizacao-demais-faixas-etarias/ Sat, 28 Aug 2021 00:49:24 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/reforco-de-vacina-covid-19-avancar-com-imunizacao-demais-faixas-etarias/ Dose de reforço da vacina servirá para estimular sistema imunológico de pessoas idosas e com baixa imunidade e deve seguir orientação da ciência

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A divulgação pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de que o Brasil iniciará a aplicação da terceira dose da vacina contra o covid-19 em grupos prioritários já a partir de setembro gera uma dúvida se toda a população precisará receber uma terceira dose do imunizante para controlar a pandemia do novo coronavírus. Enquanto o Brasil ainda avança na vacinação da população acima de 18 anos e algumas localidades já iniciaram a imunização de adolescentes, a terceira dose começará a ser aplicada em pessoas acima de 70 anos ou que tenham baixa imunidade.

Para o imunologista Gustavo Cabral, é preciso esclarecer que o planejamento é para uma dose de reforço para estimular o corpo a se proteger e não uma terceira dose da vacinação. “Algumas pessoas confundem e dizem ‘ah, mas fulano estava vacinado e veio a óbito’. Nestes casos, os anticorpos não responderam adequadamente ao que se esperava com a vacinação. A dose de reforço é para reforçar o sistema imunológico e será aplicada inicialmente em pessoas mais velhas, que já tendem a diminuir a resposta imunológica”, explicou, durante o programa Quinta Chamada Ciência, no Canal MyNews.

Cabral, que lidera a pesquisa de uma vacina contra o novo coronavírus no Instituto do Coração (Incor) em São Paulo, lembra que não vai adiantar controlar a pandemia em alguns poucos países, se a maioria das nações não tiver acesso à vacinação contra o Covid-19.

“Espero que [a vacina] chegue o mais rápido possível e que o vírus se torne uma coisa comum para a gente, como o H1N1. Mas, até lá, a gente tem muitos problemas. A gente não pode imaginar que vai controlar [a pandemia] num município, um estado e um país; 75% das vacinas do mundo estão sendo utilizadas por 10 países, e o resto está à deriva. A possibilidade de surgirem novas variantes é enorme. [No Brasil] Estamos apenas 27% da população totalmente imunizada”, ressaltou.

Outro ponto destacado pelo imunologista é que o planejamento para a aplicação de uma dose de reforço precisa seguir a orientação dos cientistas. “O corpo tem que tolerar a vacina. Não é simplesmente ‘vou tomar a terceira dose’ – pra não gerar um desequilíbrio no sistema imunológico e não fazer o sistema imunológico nos atacar. Precisa ser de uma forma organizada e planejada, levando a parte científica em consideração. A gente precisa ser cauteloso para unir a segurança e a eficácia para controlar a pandemia como um todo”, alertou.

Aprovação de uma vacina segura para crianças permitirá retorno seguro às aulas

No caso da imunização de crianças, Cabral acredita que, assim que for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, deve ser a mais indicada para esta faixa de idade, por ser considerada a tecnologia mais segura. “As vacinas vão ajudar muito. Existe uma boa expectativa com a CoronaVac e se der tudo certo é a vacina para as crianças, a vacina mais segura, porque é uma metodologia secular. Acredito que o Instituto Butantan vai apresentar os dados à Anvisa e imunizando as crianças com a CoronaVac teremos uma boa resposta e poderemos voltar as crianças para a escola”, finalizou.

O Canal MyNews lançou esta semana o documentário “Geração Covid – Impacto da pandemia na primeira infância”, dirigido pela jornalista Juliana Causin, que mostra os impactos da pandemia sobre a estrutura social brasileira, afetando, em especial, o desenvolvimento das crianças.

Com apoio do Dart Center for Journalism and Trauma, centro de estudos para jornalistas da Columbia University, Juliana Causin mostra como, em pouco mais de um ano, a pandemia do Covid-19 afetou a primeira infância, investigando ainda as possíveis consequências socioeconômicas desse crítico cenário nacional.

Assista à integra do Quinta Chamada Ciência. O programa falou também sobre dinossauros, febre emocional, plataforma de cientistas e a relação entre prática sexual e felicidade

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Rogério Studart: Brasil deve decidir se embarca no trem do desenvolvimento sustentável https://canalmynews.com.br/mais/rogerio-studart-brasil-desenvolvimento-sustentavel/ Fri, 27 Aug 2021 19:40:43 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/rogerio-studart-brasil-desenvolvimento-sustentavel/ O economista e pesquisador do World Resources Institute (WRI), Rogério Studart, avalia que o Brasil está atrasado em iniciativas de estímulo ao desenvolvimento sustentável

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Se existe um trem para o futuro, ele já partiu e o Brasil chegou atrasado à estação. Essa é a análise do economista e pesquisador do World Resources Institute (WRI), em Washington (EUA), Rogério Studart – em conversa com a jornalista Mara Luquet, no MyNews Entrevista desta sexta (27) – ao avaliar que o país ainda pode alcançar as grandes nações em relação a medidas de desenvolvimento sustentável e para contornar a crise climática – aproveitando oportunidades socioeconômicas que de fato existem no país. Às vésperas da 26ª Conferência Mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Clima (COP26), que acontecerá de 31 de outubro a 12 de novembro, em Glasglow, na Escócia, Studart se diz mais otimista com a forma como governadores e prefeitos de várias regiões do Brasil têm lidado com a temática, buscando soluções inovadoras para questões de meio ambiente e sustentabilidade.

Rogério Studart - economista e pesquisador do WRI fala sobre desenvolvimento sustentável
O economista e pesquisador do WRI, Roberto Studart, avalia como o Brasil está se posicionando em relação às iniciativas de desenvolvimento sustentável/Imagem: Reprodução Internet/Canal MyNews

“O Brasil, na sua representação nacional, chega atrasado à estação. Ainda tem tempo, nada em negociações internacionais é definitivo e sempre é possível mudar a abordagem, a ambição e a sua forma de se apresentar ao mundo. A gente chegou tarde à estação; a nossa ambição apresentada sobre a mudança do clima e à agenda ambiental é no mínimo tímida. Por outro lado, observo diversas iniciativas em nível estadual e municipal que, pelo contrário, têm avançado muito. Tenho acompanhado muitas conversas de governadores e prefeitos e prefeitas com a comunidade internacional. (…) Sou mais otimista com a forma que governadores e prefeitos têm se posicionado”, argumenta o professor, ressaltando que é preciso uma iniciativa do povo brasileiro sobre os temas, para que o país utilize essas discussões sobre meio ambiente e sobre o clima para sair de uma situação socioeconômica complicada.

Entre as iniciativas que têm chamado a sua atenção, Rogério Studart ressalta o Fundo de Gestão da Amazônia Oriental, desenvolvido pelo estado do Pará, e algumas coalizões de governadores do Norte do país pelo clima em nível nacional. “Vi com muito interesse uma conversa com a administração Biden, quando disse que as relações com o Brasil deveriam ser pautadas pelo tema ambiental. (…) Vejo essa e outras iniciativas e uma potencialidade enorme para que prosperem. Enviar essa sinalização [para o mundo] é muito importante porque esse é um trem que não vai parar e o Brasil tem possibilidade de se favorecer e de dar a sua contribuição ao mundo”, acrescenta.

Desenvolvimento Sustentável tem reflexos em oportunidades sociais e econômicas

Parte de um grupo do WRI que tem estudado o tema da sustentabilidade em várias regiões do mundo, o professor elenca diversas oportunidades e benefícios que o Brasil teria se investisse seriamente em projetos sustentáveis, promovendo negócios verdes e energias alternativas, por exemplo. “Há possibilidade de ganhos em crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), aumento da produtividade, diminuição da poluição, melhoria da mobilidade. Investir em cidades inteligentes favorece a população e aumenta a produtividade”, destaca. Para Studart, países como o Brasil – com uma economia continental – necessitam de um eixo de crescimento calcado no desenvolvimento interno, no capital humano, tecnológico e na agricultura.

O Brasil tem um potencial para desenvolvimento nesses segmentos, assim como os Estados Unidos e a China – dois países também continentais, observa o economista. “Basta olhar uma foto de satélite do Brasil e perceber que existe um capital natural extraordinário que está sendo destruído; mas se for utilizado de maneira eficiente, pode se tornar uma potência. Estou falando de biocombustíveis, energia renovável, ônibus elétricos, agricultura sustentável – diversas frentes de investimento e desenvolvimento. Isso acaba atraindo uma juventude e criando empregos em áreas com futuro. A gente perdeu hoje em dia a capacidade de saber como investe no futuro. O Brasil está investindo do passado”, complementou, lembrando que, ao contrário do momento atual, o Brasil tem uma tradição de colocar o conceito de desenvolvimento sustentável na pauta global.

O pesquisador lembra que existem boas iniciativas acontecendo no país em relação ao financiamento para projetos sustentáveis e cita instituições como o BNDES, o Banco Central e o Banco do Brasil com exemplos de iniciativas positivas para atrair, estimular e financiar iniciativas e recursos “verdes”. Para se colocar novamente como um líder em defesa de uma economia sustentável, Rogério Studart diz que é preciso que o país apresente uma visão sobre este futuro, com um discurso claro para agentes privados, investidores, e comunidade internacional, com uma visão de longo prazo. “A gente tem que decidir se sobe ou não no trem. Não é só uma questão de comércio. É tecnologia verde, finanças verdes, investimento verde. É assim que os países se posicionam. China, Estados Unidos, a Colômbia está espetacularmente se apresentado assim ao mundo. Resta saber o que o Brasil quer fazer com isso”, finalizou.

Assista à íntegra do MyNews Entrevista, no Canal MyNews, com o economista Rogério Studart e a jornalista Mara Luquet, sobre as oportunidades do desenvolvimento sustentável para o crescimento socioeconômico

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TSE divulgará edital para teste público de verificação das urnas eletrônicas até o fim da semana https://canalmynews.com.br/politica/tse-edital-teste-publico-urnas-eletronicas/ Thu, 26 Aug 2021 14:11:28 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/tse-edital-teste-publico-urnas-eletronicas/ Secretário de Tecnologia do TSE explica que qualquer brasileiro com idade acima de 18 anos pode se inscrever para participar

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O assunto aparentemente foi encerrado, ou pelo menos adiado, com a votação no plenário da Câmara dos Deputados, mas como informação nunca é demais, o ‘Café do MyNews‘ convidou o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Júlio Valente, para esclarecer dúvidas e conversar sobre o sistema eleitoral brasileiro. Segundo Valente, o TSE deve divulgar até o final desta semana o edital com os requisitos para que pessoas físicas e jurídicas que queiram participar do teste público de verificação do sistema eleitoral brasileiro possam se inscrever. O processo é aberto a qualquer pessoa brasileira acima de 18 anos.

Segundo Júlio Valente, a Justiça Eleitoral fornecerá as urnas eletrônicas para que as pessoas possam tentar quebrar e invadir os mecanismos de segurança. “Esse processo é muito importante para testar e corrigir qualquer questão antes do pleito e está aberto a todas as pessoas interessadas”, explica.

Qualquer pessoa acima de 18 anos, brasileira, pode se inscrever para participar do teste público da urna eletrônica realizado pelo TSE/Foto: José Cruz/Agência Brasil

Previstas por legislação desde a década de 1930, as “máquinas de votar” demoraram cerca de 60 anos para se transformarem em realidade no país e o principal objetivo para a implementação das urnas eletrônicas foi garantir a segurança do processo de votação e apuração das eleições brasileiras.

“Foi um processo genuinamente brasileiro e é considerado bem-sucedido no Brasil e em várias partes do mundo. O sistema eletrônico de votação do Brasil é referência, assim como o sistema de segurança bancária do país. Tínhamos previsão no arcabouço legal brasileiro de máquinas de votar desde a década de 1930. O que aconteceu é que nas décadas de 1970 e 1980 – com o retorno do brasileiro às urnas – observou-se a existência de fraudes nas eleições; tanto no momento da votação, quanto no momento da apuração. Temos registros históricos que mostram que quando algumas urnas de lona eram abertas já tinha um conjunto de cédulas amarradas com uma liga de borracha”, explica Júlio Valente – lembrando que existem vários exemplos de fraudes documentadas quando a votação acontecia em cédulas de papel.

Entre os casos citados pelo secretário de Tecnologia da Informação do TSE está uma situação ocorrida em 1992, numa recontagem de votos no estado de Sergipe. Segundo Valente, a recontagem levou meses e quando algumas das urnas de lona foram abertas, os cupins haviam comido várias cédulas e o procedimento foi prejudicado. “Também temos registros de gente que engoliu cédulas de votação na hora da apuração porque não queria que aqueles votos fossem totalizados. Existem inúmeros riscos no retorno do papel como mecanismo de segurança do sistema eleitoral”, explica.

Júlio Valente acrescenta que o objetivo da informatização foi tornar as eleições mais seguras e que a aceleração na totalização dos resultados foi uma consequência desse aprimoramento, que envolveu diversas instituições, incluindo a Justiça Eleitoral, partidos políticos, as Forças Armadas, universidades e diversas instituições da sociedade brasileira.

Mecanismos de segurança adotados pelo TSE garantem confiabilidade do sistema eleitoral

Atualmente, existem 16 mecanismos de auditoria, 16 mecanismos de segurança e 15, de transparência, do sistema eleitoral brasileiro. Esse processo de verificação, que antes começava seis meses antes das eleições, por determinação do ministro Luís Roberto Barroso, será iniciado um ano antes a partir de 2021. Os procedimentos incluem a abertura dos códigos-fontes das urnas e testes públicos de segurança – com participação de especialistas e da sociedade civil.

Valente explica que as urnas eletrônicas não têm possibilidade de se conectarem com a internet, pois a única conexão de cada urna é com a rede elétrica. As informações registradas em cada urna são protegidas por um tipo de lacre digital e se houver qualquer tentativa de alteração, as urnas são programadas para desligarem automaticamente. Ele acrescenta que não existe possibilidade também de alteração do resultado nos servidores do TSE porque, na prática, os resultados já são conhecidos assim que votação é encerrada, às 17h do dia da eleição, e os boletins de urna são impressos em cada seção eleitoral.

“Toda urna emite o resultado da seção eleitoral, que é o boletim de urna, com no mínimo cinco cópias, em todas as seções eleitorais. Qualquer brasileiro pode ler essa cópia e processar o resultado. O que acontece no TSE é a somatória dessas informações que estão em todos os boletins de urna. Se por acaso o sistema sofresse um ataque, poderíamos recorrer aos boletins e teríamos o resultado da eleição”, explica.

Mais de 100 entidades podem atuar na fiscalização das eleições. Entre elas estão todos os partidos políticos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Tribunal de Contas da União (TCU), os departamentos de informática das universidades que queiram participar, entre outras instituições. “Gostaríamos de uma participação mais ativa, inspecionando o código fonte e acompanhando o processo. Através dos diversos atores políticos é que conseguimos garantir a segurança do processo eleitoral brasileiro”, finaliza Júlio Valente.


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6 milhões de MEIs podem ser incluídos na Dívida Ativa por inadimplência https://canalmynews.com.br/economia/6-milhoes-mei-podem-ser-incluidos-na-divida-ativa-por-inadimplencia/ Tue, 24 Aug 2021 23:00:46 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/6-milhoes-mei-podem-ser-incluidos-na-divida-ativa-por-inadimplencia/ Pagamento ou negociação deve acontecer até 31 de agosto, através do site do Simples Nacional ou do Aplicativo MEI para smartphones

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Pelo menos metade dos cadastros de Microempreendedores Individuais (MEIs) do país pode ser inscrito na Dívida Ativa da União, dos Estados e dos Municípios – se não regularizar ou negociar os débitos dos últimos dois anos até o próximo dia 31 de agosto. A medida deve atingir cerca de 6 milhões de pessoas que têm débitos acumulados nos últimos dois anos com o Sistema Simples Nacional, dos pouco mais de 12 milhões de cadastros de MEI em todo o Brasil.

“A maioria das pessoas que está inadimplente esquece de pagar o DAS, ou não dá o devido acompanhamento. O MEI é o custo previdenciário mais barato do mercado. As pessoas vão deixando para pagar depois e esse depois acaba se transformando numa dívida grande. Há cerca de cinco anos foi feito o cancelamento de todas as inscrições com mais de dois anos de débitos em aberto. Dessa vez, para não cancelar um monte de inscrições, optou-se por colocar os devedores na dívida ativa”, explica o especialista em Simples Nacional e MEI, auditor-fiscal da Receita Federal da Delegacia de Julgamento do Recife/PE, Antônio Augusto Lopes de Oliveira.

6 milhões de MEI podem ir para a Dívida Ativa da União
Microempreendedores Individuais (MEI) inadimplentes há dois anos serão inseridos na Dívida Ativa da União, Estados e Municípios, se não negociarem ou pagarem os débitos até 31 de agosto de 2021/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Com a inadimplência superior a 50% das inscrições, muita gente deve ter alguma dor de cabeça para regularizar a situação depois de 31 de agosto de 2021, já que após esse prazo os débitos incluídos na dívida ativa deverão ser negociados e pagos diretamente com municípios, estados e a União.

“Ser inserido na dívida ativa tem um complicador. A pessoa terá uma dívida ativa com o INSS, que será cobrada pela Receita Federal, e deverá pagar o ISS, no âmbito municipal ou estadual. Além desses débitos de dois anos em atraso, as cobranças mensais dos MEIs que estão ativos continuarão a ser emitidas”, complementa Antônio Augusto.

Entre as restrições que podem ocorrer estão a suspensão dos benefícios previdenciários, de forma imediata, e a geração de uma certidão de dívida que impede, por exemplo, a solicitação de financiamentos bancários e de empréstimos, a negociação de outros tributos, e para os casos em que o MEI está vinculado à pessoa física, o cadastro fica “positivado”; ou seja – constará como pendente em relação a débitos tributários.

Antônio Augusto de Oliveira ressalta que existe a possibilidade de negociar e parcelar os débitos – através do site do Simples Nacional, ou pelo aplicativo MEI – através de Smartphone. Quem fizer a negociação até o dia 31 de agosto não será incluído na Dívida Ativa.

Nas duas ferramentas, é preciso escolher a opção SMEI e optar pelo “parcelamento – Microempreendedor Individual”. Seguir o passo a passo e aderir à proposta de pagamento, com emissão do DAS.

Câmara dos Deputados pode votar renegociação dos débitos do MEI e do Simples Nacional

Tramita no Congresso Nacional o PLP 46/2021, que institui o Programa de Renegociação em Longo Prazo de Débitos para com a Fazenda Nacional ou devidos no âmbito do Simples Nacional (RELP) e a Contribuição de Intervenção no Domínio. O projeto, de autoria do senador Jorginho de Melo (PL-SC), foi aprovado no plenário do Senado, no dia 06 de agosto, e remetido à Câmara dos Deputados, onde desde o dia 10 de agosto aguarda análise e votação em plenário.

Se for aprovado, o RELP permitirá que microempresas, microempreendedores individuais e empresas de pequeno porte optantes do Simples Nacional façam a adesão ao reescalonamento de dívidas. Neste caso, poderão aderir também as microempresas que se encontrarem em recuperação judicial. O texto do projeto prevê adesão ao parcelamento até 30 de setembro de 2021.


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