Alessandro Vieira tambémdefende que CPI analise a preferência do governo Bolsonaro em ouvir especialistas que não são especialistas e corroboraram tese de “tio do WhatsApp”
por Juliana Braga em 20/05/21 11:46
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) defendeu nesta quinta-feira (20) que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia se debruce sobre as colaborações feitas por pessoas sem formação na área médica no combate ao coronavírus. Em depoimento à CPI, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello relatou, por exemplo, o auxílio do empresário da área de educação, Carlos Wizard. Para Vieira, o governo do presidente Jair Bolsonaro preferiu dar espaço para pessoas que exercitaram “teorias conspiratórias”.
“Aparentemente, esse governo, em nenhum momento, pensou ou se preocupou em chamar os especialistas na área de epidemiologia, saúde pública, funcionamento do SUS, nada. Saiu pinçando pseudo-especialistas para formalizar um entendimento prévio que é político e ideológico, no sentido de que não pode parar o país, tem que ter algum tratamento para essa doença, quando não existe tratamento para doença”, sustentou Vieira.
Para Vieira, Wizard está na categoria de curioso, já que não tem experiência, nem formação na área médica. O senador avalia como grave pessoas sem formação estarem exercendo funções cruciais para o enfrentamento à pandemia. “A gente está vendo pessoas que ocupam cargos cruciais exercitando teorias conspiratórias de tio de WhatsApp, de que tem um complô mundial e que os países deixam os seus cidadãos morrerem porque não querem usar um remédio que a ciência tupiniquim descobriu em alguma garagem. É surreal imaginar que o Brasil está submetido a essa qualidade de gestão”, criticou.
Vieira explicou ainda que, mesmo com o habeas corpus, Pazuello pode ser indiciado por mentir à CPI. Em seu depoimento na quarta-feira, o ex-ministro foi confrontado em algumas ocasiões com versões dadas aos senadores. Ele afirmou, por exemplo, que o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou não comprar a vacina da Pfizer. O tribunal emitiu nota ainda durante a oitiva negando a versão.
“Na medida em que optou por não exercer o direito de ficar calado, mas, sim, passar para a população e para a CPI informações que não correspondem à verdade, ele deve ser ao final do processo indiciado por falso testemunho, senão por outros crimes mais relevantes, e vai responder por isso em mais um processo na justiça”, sustentou.
Para o senador, Pazuello preferiu fazer ilusionismo para as redes sociais, como se existisse um mundo na internet e outro na vida real.
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