Enquanto dono da Precisa está em viagem à Índia, CPI apura motivação para demora em quebra de contrato
por Juliana Braga em 03/08/21 16:08
Integrantes da CPI da Pandemia não viram com maus olhos o novo adiamento do depoimento do dono da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano. Ele pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para não ser preso nem ser obrigado a comparecer à comissão nesta terça-feira (3) porque viajou à Índia, onde fica a Barath Biotech, fabricante da Covaxin. Os senadores vão aproveitar o tempo extra para apurar se a demora do Ministério da Saúde em romper o contrato se deve ao suposto pagamento de propina já realizado.
A cúpula da CPI não descarta a possibilidade de a propina já ter sido paga antes da entrega das doses. Eles pretendem analisar documentos e quebras de sigilo para checar essa possibilidade.
Os senadores avaliam também que, quanto mais o tempo passa, mais o cerco se fecha em torno de Maximiano. Os parlamentares acreditam que, vendo a possibilidade de falir, o empresário tenha mais boa vontade em falar o que sabe e colaborar com a CPI.
A denúncia de supostas irregularidades na aquisição da Covaxin veio à tona em 29 de junho, após o deputado Luís Miranda (DEM-DF) afirmar ter relatado ao presidente Jair Bolsonaro suas suspeitas. O contrato de compra com o Ministério da Saúde só foi cancelado em 29 de julho, depois da Barath Biotech romper a parceria com a Precisa Medicamentos.
Os trabalhos da CPI estão sendo retomados nesta terça-feira (3), após duas semanas de recesso. Na pauta estão 135 requerimentos, entre eles, os que pedem o afastamento do Ministério da Saúde da Secretária de Gestão do Trabalho, Mayra Pinheiro, conhecida como Capitã Cloroquina, e a convocação do ministro da Defesa, Braga Netto.
Também estão ouvindo o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado como um dos intermediários da Davati Medical Supply na negociação de compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca. Ele comparece à CPI munido de habeas corpus, concedido pelo presidente do STF, Luiz Fux, que o autoriza a permanecer calado em questionamentos que possam incriminá-lo.
De acordo com o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), outra aposta é a apuração sobre os hospitais federais do Rio de Janeiro. Em depoimento, o ex-governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), afirmou ter revelações a fazer em audiência secreta.
Os senadores, no entanto, têm baixas expectativas com relação a essa linha de investigação. Primeiro, porque agora que passou a integrar a CPI, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) poderá participar de todas as sessões, inclusive as secretas. Os parlamentares acreditam também que se tivesse, de fato, informações importantes acerca da gestão desses hospitais, Witzel já teria revelado para se salvar do processo de impeachment.
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