Tânia Fusco enxerga a expansão da extrema direita no mundo como um 'sinal grave' para a política internacional e para as democracias contemporâneas
por Sofia Pilagallo em 01/07/24 12:10
Afonso Marangoni recebe Tânia Fusco, Ewandro Magalhães e Rafael Cortez no Segunda Chamada de sexta-feira (28) | Foto: Reprodução/MyNews
A eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos seria péssima para o Brasil e para o mundo, afirmou ao Segunda Chamada de sexta-feira (28) a jornalista Tânia Fusco, que enxerga a expansão da extrema direita no mundo como um “sinal grave” para a política internacional e para as democracias contemporâneas. Para ela, em um cenário de vitória de Trump, o diálogo entre o candidato republicano e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria “praticamente impossível”. Tânia acredita que a relação entre os dois líderes seria nula, assim como a que se tem hoje entre o petista e o presidente da Argentina Javier Milei.
“Acho [a eleição de Trump] péssima para o mundo, péssima para nós, péssima para tudo. A sensação que eu tenho ao imaginar essa possibilidade é a de que a gente nadou, nadou, nadou para morrer na praia. Fico muito desanimada com essa questão da expansão da direita”, afirma.
Leia mais: Chico Alencar: ‘Tentativa de golpe na Bolívia foi mal planejada, diferente da que houve no Brasil’
A possibilidade de vitória de Trump na eleição americana, que ocorre em 5 de novembro deste ano, passou a ser considerada com mais atenção por analistas políticos depois da repercussão do debate presidencial, na quinta-feira (27). Na ocasião, o democrata Joe Biden foi duramente criticado pela voz rouca e performance letárgica, enquanto Trump atacou com agressividade.
Na visão do estrategista de comunicação internacional Ewandro Magalhães, que também participou do programa, Trump claramente se consagrou como o vencedor do debate, mas essa conquista não foi obtida por mérito dele. Para ele, o debate foi fraco do ponto de vista propositivo e marcado por pontos negativos de ambas as partes.
Leia mais: ‘Governo e Faria Lima não se entendem’, diz Mendonça de Barros, ex-BNDES, ao MyNews
“Houve um candidato vencedor, mas não por mérito próprio. Ele venceu por W.O, por assim dizer, porque o outro praticamente não compareceu”, diz.
“Nem Biden nem Trump parecem ter a capacidade de desempenhar sob pressão e fazer um discurso coerente. Enquanto um por vezes se atropela e esquece o que vai dizer, o outro se baseia em mentiras. A diferença é que, do ponto de vista da comunicação, um ainda é muito mais eficiente do que o outro”, acrescenta.
Leia mais: Credibilidade da Justiça no Brasil é questionável, e Lava Jato mostrou isso, diz cientista político
A primeira pesquisa realizada depois de quinta-feira, feita pela empresa YouGov, refletiu o mau desempenho de Biden no debate. Segundo o levantamento, para 72% dos americanos, incluindo 46% dos democratas, o presidente deveria abandonar a candidatura. O cientista político Rafael Cortez, que também participou da conversa, avalia que a demanda pela substituição do democrata é maior do a viabilidade política disso. Para ele, o custo político dessa troca seria muito alto para o Partido Democrata.
“Fazer uma substituição nos 45 minutos do segundo tempo iria depor contra a própria administração de Biden. Essa insatisfação iria consequentemente respingar em Kamala Harris [vice-presidente dos EUA], que vem sendo cotada para assumir a candidatura caso Biden desista”, declara. “Nomes mais fortes, como Michelle Obama, também me parecem difíceis de surgir como uma alternativa. Então não é um desafio trivial.”
Assista abaixo ao Segunda Chamada de sexta-feira (28):
Comentários ( 0 )
ComentarMyNews é um canal de jornalismo independente. Nossa missão é levar informação bem apurada, análise de qualidade e diversidade de opiniões para você tomar a melhor decisão.
Copyright © 2022 – Canal MyNews – Todos os direitos reservados. Desenvolvido por Ideia74
Entre no grupo e fique por dentro das noticias!
Grupo do WhatsApp
Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo.
ACEITAR