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Análise: Marçal suaviza discurso após cadeirada, que se mostrou um tiro no pé

Para cientista politico, candidato abaixou o tom porque a agressão física que sofreu no debate da TV Cultura não rendeu a ele um retorno positivo

por Sofia Pilagallo em 20/09/24 14:20

Pablo Marçal (PRTB) é levado a hospital após levar cadeirada em debate, no último dia 15 de setembro | Foto: Reprodução YouTube/Reprodução Instagram

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) suavizou o discurso agressivo e provocativo que vinha adotando com os adversários após o episódio da cadeirada, ocorrido durante debate da TV Cultura, no último domingo (15), que se mostrou um tiro no pé. Essa é análise do cientista político Eduardo Grin, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que participou do programa de análise do Canal MyNews sobre o debate do SBT, promovido na manhã desta sexta-feira (20).

Para Grin, Marçal só abaixou o tom porque a agressão contra ele, que partiu de José Luiz Datena (PSDB), não rendeu ao influenciador um retorno positivo nas pesquisas — na contramão do episódio da facada, por exemplo, que deu vitória ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2018. Segundo a última rodada de pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada na quinta-feira (19), Marçal se distanciou numericamente de Ricardo Nunes (MDB) e de Guilherme Boulos (PSOL). Enquanto o influenciador tem 19% das intenções de voto, o prefeito e o deputado aparecem com 27% e 26%, respectivamente.

Leia mais: Análise: Acusação de Marçal contra Tabata apresenta grau de malignidade nunca antes visto

“Se a cadeirada tivesse rendido a Marçal um retorno positivo nas pesquisas que saíram nesta semana [Datafolha e Quaest], ele não teria moderado a linguagem. Pelo contrário, teria radicalizado ainda mais”, disse o cientista político Eduardo Grin, ressaltando que “a cadeirada foi evidentemente um tiro no pé”. “Ele exagerou na teatralização do ato em si”, acrescentou. Após a agressão, o influenciador foi levado de ambulância a um hospital e, durante o trajeto, foi filmado deitado em uma maca e usando máscara de oxigênio. Depois, apareceu em público com o braço enfaixado.

Marçal parece ter atingido um teto das intenções de voto. Nas duas últimas rodadas de pesquisa do Instituto Datafolha, se manteve estagnado em 19%. Já segundo as duas últimas rodadas da Quaest Pesquisa e Consultoria, foi de 23% a 20% em uma semana (de 10 a 17 de setembro). Na visão de Grin, a diminuição do apoio ao influenciador é um processo que deve se acentuar cada vez mais até o dia da eleição. Além de ser o candidato mais rejeitado entre o eleitorado paulistano, com 47% dizendo que não votariam nele de jeito nenhum, de acordo com o Datafolha, ele não tem tempo de TV durante o horário eleitoral.

O debate do SBT foi a primeira ocasião desde o início da campanha em que Marçal falou com mais propriedade sobre as propostas que defende para São Paulo. Para a área de educação, por exemplo, defendeu a transformação das escolas públicas em “escolas olímplicas”, com incentivo ao esporte; o ensino sobre educação financeira; e o investimento nas “profissões do futuro”, em tecnologia e no que ele chamou de “empresarização” das escolas. Para Grin, o influenciador percebeu que, se não apresentar ideias concretas, não conseguirá ampliar o voto para muito além da bolha que hoje o apoia.

Veja o que aconteceu no debate do SBT com os candidatos à Prefeitura de São Paulo:

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