Benefício seria estendido por mais três parcelas de R$ 300, a serem pagas até março de 2021
por Gabriela Lisbôa em 14/12/20 20:08
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), protocolou nesta segunda-feira (14) um projeto para prorrogar o auxílio emergencial por mais três meses, até o fim de março de 2021. Essa proposta também estende o estado de calamidade pública pelo mesmo período. A previsão é que o benefício termine neste mês de dezembro.
A justificativa para a criação do que o senador chamou de “auxílio emergencial residual” é a falta de vacinas contra a COVID-19 e de um plano concreto de vacinação no momento em que aumenta o número de casos da doença em todo o Brasil. Além da desistência do governo de criar um novo programa social, mais amplo que o Bolsa Família, que chegou a ser chamado de Renda Cidadã.
Alessandro Vieira foi o relator do projeto que instituiu o benefício durante a pandemia. Mais cedo ele falou no Twitter sobre a proposta de estender o auxílio:
O professor Lauro Gonzalez, coordenador do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV, não tem dúvida de que o auxílio deve ser estendido, apesar do peso que pode significar nas contas públicas.
O economista considera que os efeitos da pandemia não passaram, é possível que o país tenha que retornar às medidas de isolamento, o desemprego está crescendo e, com o fim do auxílio, um contingente muito grande de pessoas vai ficar sem renda.
Além disso, Gonzalez considera que a retomada econômica vai ser lenta e que o auxílio pode contribuir para a aceleração.
“É preciso recorrer a um cardápio variado de fontes de financiamento, cardápio esse que o governo dispõe. E eu acredito que o esforço adotado pode contribuir para uma queda menor do PIB. Isso é uma coisa importante. Se por um lado há um gasto e um débito decorrente do pagamento do auxílio, de outro ele é capaz de preservar a economia e a capacidade de retomada em um contexto pós-pandemia”, explica o economista.
Gonzalez também acredita que o governo vai ter oportunidades de fazer o ajuste fiscal ao longo de 2021 e 2022, “mas precisa esclarecer qual vai ser a política fiscal, qual estratégia vai ser adotada para ajustar as contas”.
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