Empresário que fundou o Partido Novo afirmou que Romeu Zema, chefe do Executivo estadual de Minas Gerais, agiu com oportunismo na eleição de 2022
por Sofia Pilagallo em 16/10/24 13:26
Empresário João Amoêdo participa do Segunda Chamada de terça-feira (15) | Foto: Reprodução/MyNews
O empresário João Amoêdo, um dos fundadores do Partido Novo, que hoje não é mais filiado à sigla, afirmou, durante participação no Segunda Chamada de terça-feira (15), que tem “certo ceticismo” em relação a governadores que apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2022 ou que o apoiam até hoje. Entre eles, está o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que foi, inclusive, coordenador de campanha de Bolsonaro no estado mineiro.
Segundo Amoêdo, Zema agiu com oportunismo nessa eleição, uma vez que manteve uma postura de neutralidade no primeiro turno para se eleger e depois apoiou Bolsonaro abertamente. Para ele, inclusive, a decisão do Novo de lançar um candidato à Presidência em 2022 — o empresário e cientista político Felipe D’Ávila — foi estratégica, pois permitiu ao partido adotar um posicionamento de neutralidade, atraindo, assim, votos de lulistas e bolsonaristas para eleger o governador de Minas Gerais.
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“Vencer no primeiro turno era uma preocupação de Zema. Estrategicamente, ele tinha que vencer no primeiro turno, para, justamente, atrair os votos de lulistas e bolsonaristas. Por isso, tenho um certo ceticismo em relação a governadores que apoiaram ou apoiam Bolsonaro”, disse Amoêdo, acrescentando que o ex-presidente representava “um risco à nossa democracia”.
“Governos que fizeram esse movimento [apoiaram Bolsonaro] ou não enxergaram isso [que ele representava um risco à democracia], o que era uma coisa muito óbvia, ou enxergaram, mas não quiseram perder a oportunidade de estar no palanque de Bolsonaro. Têm um problema de ingenuidade ou de caráter. Em qualquer um dos casos, fico com um pé atrás”, acrescentou.
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Em outubro de 2022, a poucos dias do segundo turno da eleição presidencial, Amoêdo anunciou voto no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A manifestação pública de apoio a Lula lhe custou caro. Após o posicionamento, a Comissão de Ética Partidária (CEP) do Novo determinou a suspensão imediata da filiação do empresário, que recebeu a notícia com “surpresa” e “indignação”.
À época, em nota enviada à imprensa, o Novo informou que a decisão foi tomada por “possíveis violações estatutárias” por parte de Amoêdo e que um processo disciplinar havia sido aberto contra ele. Segundo a comissão, o empresário representaria “risco de dano grave e de difícil reparação à imagem e reputação” do partido. Ao final do primeiro turno, a sigla havia dito, também em nota, que não iria se posicionar na eleição e que os filiados eram livres para votarem “de acordo com a sua consciência”.
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