Chatbot lançado no último final de semana superou concorrentes e se tornou o aplicativo gratuito mais baixado nos Estados Unidos e na China
por Camilla Lucena* em 29/01/25 17:16
Logo DeepSeek | Foto Divulgação/DeepSeek
DeepSeek é um aplicativo de inteligência artificial “generativa” – tecnologia popularmente conhecida como chatbot – desenvolvido pelo engenheiro eletrônico Liang Wenfeng em Hangzhou, cidade no sudeste da China. A IA, lançada no final de semana, se tornou o aplicativo gratuito mais baixado nos Estados Unidos (EUA) e na China e levou as ações das principais empresas de tecnologia norte-americanas a despencar.
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A startup chinesa DeepSeek, responsável pelo modelo de IA de mesmo nome, afirmou que o novo chatbot foi criado com bem menos recursos, usando menos dados e custando apenas uma fração do que foi investido em seus concorrentes, como o ChatGPT e o Gemini. Além disso, os modelos batizados de DeepSeek R1 e V3 também são mais acessíveis e utilizam um código aberto, o que permite que outras pessoas e empresas possam testar e aprimorar os sistemas livremente.
Toda a movimentação ao redor do DeepSeek começou na segunda-feira (27), primeiro dia útil após seu lançamento. A ascensão do aplicativo fez com que os investidores vendessem rapidamente as ações das grandes empresas de tecnologia norte-americanas. Ao final do dia, Nvidia, Alphabet (dona do Google), Microsoft e Tesla fecharam em queda com uma perda acumulada de US$ 643 bilhões (aproximadamente R$ 3,7 trilhões) em valor de mercado.
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A mais prejudicada foi a fabricante de chips de IA Nvidia, que deixou o posto de empresa mais valiosa do mundo, ao perder US$ 589 bilhões (aproximadamente R$ 3,4 trilhões) e encerrar a segunda-feira em forte queda de 17%. Microsoft, principal investidora da OpenAI (responsável pelo ChatGPT), e Alphabet, dona do Gemini, também registraram queda de 2,14% e 4,17%, respectivamente.
O novo presidente dos EUA, Donald Trump, também se pronunciou sobre a tecnologia chinesa, avaliando com positiva a criação de um modelo mais rápido de inteligência artificial, mas afirmou que isso deve servir de alerta para as bigtechs ocidentais.
Liang Wenfeng, fundador da DeepSeek, nasceu em 1985 em Zhanjiang, cidade pobre na província de Guangdong, no sul da China. Filho de um professor de escola primária, Wenfeng se formou como engenheiro eletrônico pela Universidade de Zhejiang, onde também fez mestrado em engenharia de informação e comunicação.
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Em entrevista a CCTV, veículo estatal chinês, Wenfeng afirmou que o sucesso internacional ocorreu por acidente, pois “estávamos simplesmente seguindo nosso próprio ritmo, calculando custos e definindo preços de acordo”. O engenheiro eletrônico também informou que seu objetivo principal não é capturar novos usuários, mas tornar acessíveis para todos os serviços de inteligência artificial.
De acordo com informações apuradas pela Reuters, Wenfeng recrutou os talentos da DeepSeek quase que exclusivamente na China, contratando recém-formados de universidades de prestígio, estagiários em fase final de doutorado e medalhistas das Olimpíadas de Matemática.
As empresas parceiras Microsoft e OpenAI anunciaram, nesta quarta-feira (29), que deram início a uma investigação sobre possível vazamento de informações que teria permitido que a startup chinesa utilizasse ilegalmente os dados do ChatGPT.
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Na terça-feira (28), o CEO da OpenAI, Sam Altman, chegou a elogiar o DeepSeek. Mas, menos de 24 horas depois da declaração, a empresa norte-americana afirmou ao jornal Financial Times que possui evidências de que o concorrente oriental usou uma técnica conhecida como “destilação” para extrair dados do ChatGPT para treinar o chatbot chinês.
Segundo o portal de tecnologia The Verge, a prática de “destilação” viola seus termos de serviço. Assim, as supostas informações extraídas teriam sido obtidas de forma não autorizada.
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