Ícone buscar Ícone abrir menu

jornalismo independente

Economia

PEC Emergencial

Indefinição de auxílio emergencial preocupa investidores, avalia mercado

Setor privado esperava decisão rápida após eleições no Congresso

por Vitor Hugo Gonçalves em 26/02/21 14:56

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (25) que o governo está estudando a possibilidade de retomar, em março, uma nova rodada do auxílio emergencial – o pagamento seria realizado em quatro parcelas de R$ 250.

O retorno do auxílio é discutido no Congresso desde dezembro, mês em que a última parcela foi paga aos beneficiários. A retomada é defendida por parte dos parlamentares, incluindo os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, a pauta é cercada por controvérsias, uma vez que, se por um lado o auxílio é uma demanda urgente da população, a retomada pode ocasionar um rombo nas contas públicas.

“Estamos acompanhando desde o segundo semestre de 2020 como esse assunto é polêmico. Tentamos fazer dessa questão algo mais robusto, permanente, simplificando outros programas assistenciais, o que não deu certo”, analisou a economista.

A demora para definir um dos tópicos centrais da esfera pública é responsável, de acordo com Abdelmalack, por causar certa desconfiança nos setores privados da economia nacional.

“Agora há uma preocupação dos investidores devido às novas presidências do Congresso, porque foi criada a ilusão de que haveria certa celeridade nessa tratativa, que seria feita de maneira condizente, que não prejudicasse o orçamento público – ilusão essa iniciada com a autonomia do Banco Central”, mas o governo ainda não chegou a um acordo.

Em uma transmissão pelas redes sociais, Bolsonaro não informou de onde virão os recursos para custear a rodada do benefício, nem deu mais detalhes de como esse gasto será manejado no nas metas fiscais de 2021.

“Está sendo conversado ainda com, em especial, os presidentes da Câmara e do Senado. Porque a gente tem que ter certeza do que nós acertamos, vai ser em conjunto, não vai ser só eu e a equipe econômica, vai junto com o Legislativo também, [para que] na ponta da linha aquilo seja honrado por todos nós”, disse o presidente.

Já a economista explica que a preocupação está em como garantir os gatilhos nas contas públicas.

“Sabemos que o auxílio ficará fora do teto, pois não há como acomodá-lo no orçamento. Por outro lado, a proposta do Márcio Bittar [relator da PEC Emergencial no Senado] contém contrapartidas fiscais, um mix entre a PEC do Pacto Federativo, a PEC dos Fundos e a PEC Emergencial, para ter essas garantias. Contudo, especula-se que haverá o auxílio emergencial e essa votação ficará para depois, fato que está deixando os investidores estressados, preocupados”.

Rombo orçamentário

O Congresso Nacional analisa a possibilidade de incluir na proposta da PEC Emergencial um dispositivo capaz de retirar os custos despendidos com o auxílio emergencial das restrições do teto de gastos e da regra de ouro (que define que o governo não pode fazer dívidas para custear despesas como salários, benefícios, contas de luz e outros pagamentos da máquina pública).

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende que a retomada do programa deve ocorrer apenas se vir acompanhada de um corte de gastos, a fim de evitar um agravamento nas contas públicas. Sem contrapartida, o auxílio amplia o rombo no orçamento.

últimos vídeos

Inscreva-se no Canal MyNews

Vire membro do site MyNews

Comentários ( 0 )

Comentar

MyNews é um canal de jornalismo independente. Nossa missão é levar informação bem apurada, análise de qualidade e diversidade de opiniões para você tomar a melhor decisão.

Copyright © 2022 – Canal MyNews – Todos os direitos reservados. Desenvolvido por Ideia74

Entre no grupo e fique por dentro das noticias!

Grupo do WhatsApp

Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo.

ACEITAR