Sessão foi encerrada após bate-boca. Líder do governo falou como convidado, mas acabou sendo convocado para novo depoimento
por Hermínio Bernardo em 12/08/21 20:55
Depois de muita discussão e bate-boca, a sessão da CPI da Pandemia foi encerrada e o depoimento do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) será remarcado. Mais cedo, a sessão chegou a ser suspensa duas vezes por causa das discussões.
A princípio, Ricardo Barros tinha sido convocado. A pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a convocação foi transformada em convite. O mesmo aconteceu com outros deputados que falaram na CPI, como Osmar Terra e Luis Miranda.
A confusão começou no momento em que Ricardo Barros disse que a CPI teria afastado empresas interessadas em vender vacinas ao Brasil. A reação dos senadores foi imediata e a sessão foi suspensa.
“O mundo inteiro quer comprar vacina e espero que esta CPI traga bons resultados ao Brasil. Porque o negativo já produziu muito: afastou empresas interessadas em vender vacina ao Brasil”, disse Barros.
Depois da confusão, a CPI retomou os trabalhos e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu a convocação de Barros e o encerramento do depoimento, o que foi atendido pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).
Como convocado, o depoente fica obrigado a comparecer e a falar a verdade, sob o risco de cometer crime de falso testemunho. Como convidado, ele não tem essas obrigações.
A data do novo depoimento ainda não foi definida. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a comissão vai fazer uma consulta ao Supremo Tribunal Federal (STF) para saber quais providências podem ser tomadas caso um deputado federal minta à comissão.
Ricardo Barros entrou na mira da CPI depois que o deputado Luis Miranda (DEM/DF) declarou que o presidente Jair Bolsonaro citou Barros ao ouvir as denúncias de irregularidades na negociação da vacina Covaxin.
Segundo Miranda, Bolsonaro disse que “isso era coisa” do Ricardo Barros e que acionaria a Polícia Federal. O presidente é investigado pelo crime de prevaricação, por não ter pedido a apuração do caso.
Bolsonaro já defendeu Barros publicamente, mas nunca negou que tenha citado o nome do líder do governo no encontro com Luis Miranda. O contrato com a Covaxin foi cancelado depois das denúncias.
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