Durante coletiva de imprensa, a sueca refletiu sobre a condução mundial da crise sanitária e das mudanças climáticas
por Vitor Hugo Gonçalves em 20/04/21 12:28
A ativista sueca Greta Thunberg, de 18 anos, criticou a política ambiental e a postura frente à pandemia adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A fala ocorreu durante a coletiva de imprensa virtual da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta segunda-feira (19).
Questionada sobre as condutas do mandatário brasileiro, a ambientalista afirmou que Bolsonaro falhou ao lidar com as responsabilidades consequentes da crise sanitária e das mudanças climáticas no país.
“Não acho que devemos falar em indivíduos, mas vemos que Bolsonaro tem uma responsabilidade enorme. Só posso falar por mim mesmo, mas acredito que Bolsonaro tem falhado em assumir essa responsabilidade relacionada a resposta ao coronavírus e a mudança climática. E vemos claramente os resultados disso”, afirmou Greta.
Fazendo ponderações acerca do desempenho global no combate à disseminação do coronavírus, a jovem, junto do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, discutiu a pandemia e apresentou uma iniciativa de mobilização juvenil em proporções internacionais.
Greta falou ainda sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021, a COP26, que acontecerá em Glasgow e será liderada pelos Estados Unidos. Ela disse esperar que as mudanças climáticas ao redor do mundo sejam compreendidas e encaradas como uma “crise real”, e espera do governo estadunidense o desenvolvimento de uma cúpula para tratar a questão ambiental.
“Podemos ter quantas cúpulas quisermos, mas, enquanto não tratarmos a crise como uma crise, não poderemos alcançar grandes mudanças”, afirmou a ambientalista.
Jair Bolsonaro participará do encontro organizado pela ONU com outros líderes em novembro. Na semana passada, o chefe do Executivo encaminhou uma carta ao presidente norte-americano, Joe Biden, afirmando ter “muita satisfação em participar do evento”, além de assegurar seu “engajamento na busca de compromissos e resultados ambiciosos para a cúpula”.
No documento, Bolsonaro estabeleceu um compromisso de acabar com o desmatamento ilegal no Brasil até o ano de 2030, destacando a importância de ter o apoio de outros países para conseguir cumprir a proposta.
“Ao sublinhar a ambição das metas que assumimos, vejo-me na contingência de salientar, uma vez mais, a necessidade de obter o adequado apoio da comunidade internacional, na escala, volume e velocidade compatíveis com a magnitude e a urgência dos desafios a serem enfrentados”, diz Bolsonaro em um trecho do ofício.
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