Governador do Maranhão analisa a saída do 16º ministro na gestão do atual presidente, fala se sua filiação ao PSB e das eleições de 2022
por Sara Goldschmidt em 24/06/21 13:56
A entrevista do governador Flávio Dino (PSB/MA) ao programa Café do MyNews desta quinta-feira (24) sucedeu uma sequência de denúncias e movimentações polêmicas envolvendo o governo federal. Os indícios de irregularidades na compra da Covaxin, a acusação de que o presidente Jair Bolsonaro sabia do valor superfaturado da vacina indiana, as declarações do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e a exoneração do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. E Flávio Dino respondeu sobre todas elas, e mais um pouco.
Sobre os indícios de corrupção no governo de Jair Bolsonaro, na aquisição da vacina Covaxin, o governador do Maranhão disse que “não há dúvida que é muito grave, seja a denúncia, seja a conduta do governo em relação a este fato”. E ressaltou que há várias denúncias de corrupção na gestão de Bolsonaro, desde que ele assumiu, “portanto é uma falácia dizer que não existe corrupção: existe sim, há muitos casos que estão sob investigação, inquéritos, ações, temos mais este agora”.
Quanto à conduta de Onyx Lorenzoni em relação à denúncia, Dino afirmou que “é absolutamente inusitada: investigar, ameaçar, coagir o denunciante. Isso pode, inclusive, configurar crime, seja sob ótica da legislação própria da CPI, também sob a perspectiva do chamado crime de obstrução à justiça”.
Ao ser questionado pela jornalista Juliana Braga sobre a saída do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, e se havia prejuízos para o Maranhão com a permanência de Salles na pasta, Flávio Dino disse esperar que a troca corrija “gravíssimos problemas”, como o “incentivo ao liberou geral” e o travamento do Fundo Amazônia.
E foi enfático sobre mais esta troca em um ministério do governo de Jair Bolsonaro, a 16ª desde o início de sua gestão, há dois anos e meio: “sempre temos que lembrar que o ministro é um auxiliar do presidente da República, então acaba ficando muito barato pro Bolsonaro. Ele coloca os ministros, os ministros fazem atos questionáveis, no mínimo, atos errados, e ele troca o ministro e diz ‘pronto, agora tá tudo resolvido!’. Não, não é assim. É preciso continuar a investigar e é preciso lembrar que todos esses desatinos, politicamente, têm um responsável, que é o presidente da República. Ele que escolhe o time, a equipe; aliás, ele faz questão de dizer isso” – ressaltou o governador.
Flávio Dino ficou 15 anos no Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, e nesta terça-feira (22), anunciou sua filiação ao Partido Socialista Brasileiro, o PSB. Segundo o governador, sua saída foi motivada pela redução do número de partidos nos próximos anos no Brasil – pelo efeito da cláusula de desempenho e também pela proibição de coligações. “Nós teremos uma tendência à convergência tanto à direita quanto à esquerda, por conta desse regime legal. Então foi uma decisão muito lastreada, muito embasada, nesta vertente atual da política brasileira” – explicou Dino.
Sobre uma possível candidatura ao Executivo nas eleições de 2022, o governador afirmou que seu foco, no momento, é o Senado Federal. “O pouco tempo que eu me dedico à política hoje, à política eleitoral, eu venho visando mais a eleição ao Senado, que eu acho que é o caminho mais provável” – ponderou.
Flávio Dino defende que o PSB se alinhe com partidos do campo nacional popular em uma candidatura para a presidência da República em 2022, e afirma que “está otimista quanto a este alinhamento do PSB a esta visão mais frentista, mais unitária, no campo esquerda, centro-esquerda”. “Portanto eu, a princípio, não sou adepto dessa tese da chamada de terceira via” – conclui Dino.
Para o governador do Maranhão, o ex-ministro Ciro Gomes pode ser uma opção da esquerda para as próximas eleições. “Eu considero que o Ciro é uma pessoa de grande importância, tem a sua representatividade já aferida nas urnas em três candidaturas presidenciais, tem uma trajetória vitoriosa no estado do Ceará, e há, obviamente, sua vinculação ao PDT, que é uma corrente política tradicional no campo da luta dos trabalhadores, da luta popular” – finaliza Flávio Dino.
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