Crise causada pela pandemia e falta de acesso à educação financeira estão entre os motivos para alto número de endividados
por Luciana Tortorello em 18/08/21 10:28
O último levantamento feito pela Serasa, de julho de 2021, mostra que 62,5 milhões de brasileiros estão endividados. Levando em conta que 160 milhões de pessoas têm algum tipo de relacionamento bancário, esse é um número alto. Mas, o que é considerado neste número? O gerente da Serasa, Guilherme Casagrande, falou ao MyNews Investe e explicou a pesquisa.
“Esse número assusta, mas, por outro lado, a gente consegue enxergar e entender que é um padrão de comportamento brasileiro, por uma série de fatores, principalmente fatores que a gente considera muito culturais. Falta de acesso à educação financeira, acesso a crédito com facilidade, faz com que a gente esteja na situação que a gente está hoje. Quando a gente fala desse número, é o número de pessoas que estão efetivamente negativados. São pessoas que assumiram o compromisso, mas não conseguiram honrar esse compromisso por algum motivo”, avalia Casagrande.
O gerente explica que existem diferentes níveis de endividamento. A partir do momento que uma pessoa faz um parcelamento, está endividada, mas isso não é uma coisa necessariamente ruim. A situação começa a ficar complicada quando a pessoa não consegue mais honrar e pagar aquela dívida e essa dívida em atraso a leva a ter o nome negativado.
“A dívida é uma oportunidade e, de fato, se a gente pegar pessoas que empreendem, pessoas que estão realizando sonhos, através de uma tomada de crédito, a dívida é algo significativo, importante. Inclusive vai [ajudar] a chegar em algum lugar; seja para realização de algo funcional ou pessoal, ter acesso à educação e se desenvolver”, analisa o gerente da Serasa.
A pesquisa mostra que as principais dívidas dos brasileiros são com bancos e cartões de crédito (29,7%), despesas da casa (água, gás, energia, etc – 22,3%) e varejo (13%). E na hora de fazer o perfil das pessoas negativadas, existe um equilíbrio entre homens (49,9%) e mulheres (50,1%). Quando o assunto é idade, a faixa etária de 26 a 40 anos está mais endividada, com 35,8%.
Entre maio de 2020 e maio de 2021, o número de pessoas endividadas diminuiu de 65 milhões para 62 milhões. Casagrande acredita que os mutirões de negociação promovidos pela Serasa podem ter contribuído para essa melhora no indicador.
“A gente entende que esse período de retomada é crucial. As pessoas vão precisar tomar crédito novamente. A gente vem vivendo uma situação nova. Se economicamente o nosso mercado já era turbulento antes da pandemia, agora ninguém sabe direito o que está acontecendo e onde e quando vai parar. Então a gente vem trazendo soluções para que os consumidores brasileiros consigam entender sua vida financeira antes de qualquer coisa”, observa o gerente da Serasa.
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