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Economia

MERCADO CAMBIAL

Operando em queda, dólar rompe a barreira dos R$ 5,00

Cenário macroeconômico deve fazer com que Banco Central norte-americano suba os juros acima das expectativas. Valorização das commodities impulsiona mercado brasileiro.

por Vitor Hugo Gonçalves em 09/03/22 20:16

A conflito no Leste Europeu já traz desdobramentos concretos à economia global. O maior deles diz respeito à principal matriz energética: nesta terça-feira (8), o barril do petróleo Brent, referência para o comércio mundial da commodity, chegou a romper os US$ 130, indo às máximas desde 2008.

As consequências, no entanto, não param por aí: a guerra entre Rússia e Ucrânia deve provocar uma inesperada revisão nos planos do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) para os juros e desvalorizar ainda mais o dólar ante o real.

Diversos bancos e casas de análise já falam que o Fed, além de subir os juros norte-americanos na próxima reunião, em março, como já era esperado, irá impor cinco ou mais altas ao longo de 2022. E quanto ao câmbio, há projeções em que a moeda estadunidense, à vista, poderá cair ainda mais, atingido o patamar de R$ 4,80.

Variação do dólar em 2022.

Variação do dólar em 2022. Foto: Reprodução (MyNews)

Nesta quarta-feira (9), por um breve momento no pregão, os investidores brasileiros presenciaram um fato que não era visto desde julho de 2021: o dólar furou a bolha dos R$ 5,00 e atingiu a mínima do dia, registrando R$ 4,98 por volta das 11h – por fim, a variação foi de -0,84%, com a moeda cotada em R$ 5,01.

A operação em queda aconteceu em um dia marcado pela recuperação nos mercados externos após o tombo de terça, dia em que os EUA e o Reino Unido confirmaram a proibição da importação de petróleo e derivados provenientes da Rússia.

Mercado doméstico

De fevereiro para cá, o cenário não sofreu grandes alterações. A entrada de fluxo estrangeiros no mercado brasileiro e o panorama macroeconômico permanecem praticamente os mesmos, ainda favorecendo a queda do dólar.

A escalada do conflito, entretanto, beneficiou moedas de países exportadores de petróleo, metais, milho e trigo – entre outras commodities –, uma vez que os temores de interrupção das ofertas desses itens capitais impulsionaram os preços a máximas em vários anos.

Assim, apesar das oscilações provocadas pela guerra, desde dezembro do ano passado há um movimento de valorização da moeda brasileira, caracterizado por:

  • Ações baratas na Bolsa;
  • Real desvalorizado em relação ao dólar;
  • Taxa de juros alta (que vem atraindo investidores estrangeiros ao mercado financeiro doméstico).

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