Após tentar uma escala em Montevidéu para reabastecimento, no dia 8 de junho, ele teve seu pouso negado e retornou para Ezeiza. Um juiz local determinou uma completa inspeção na aeronave.
por Cândido Prunes em 20/06/22 08:55
O avião iraniano (disfarçado de venezuelano) atualmente apreendido no aeroporto de Buenos Aires continua a causar crescentes preocupações. Após tentar uma escala em Montevidéu para reabastecimento, no dia 8 de junho, ele teve seu pouso negado e retornou para Ezeiza. A partir desse momento as autoridades argentinas começaram a tomar medidas, tais como obter informações sobre os 5 tripulantes iranianos (um deles ligado a um grupo da Guarda Revolucionária daquele país) e 12 venezuelanos. Um juiz local determinou uma completa inspeção na aeronave, inclusive com a retirada das caixas pretas para exame, bem como a entrega de celulares e computadores de todos os tripulantes.
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Talvez desta vez as autoridades argentinas consigam apurar alguma coisa e eventualmente punir algum criminoso. O fato é que o histórico da justiça argentina é péssimo. Os atentados cometidos pelo regime iraniano contra a associação judaica AMIA e a embaixada de Israel em Buenos Aires continuam impunes até hoje, ainda que alguns envolvidos tenham sido identificados. Pior ainda, o Procurador da República encarregado do caso AMIA terminou assassinado em Buenos Aires, às vésperas de um depoimento ao Congresso argentino, onde denunciaria a presidente Cristina Kirchner de acobertamento dos crimes, e seus assassinos continuam desconhecidos quase 5 anos depois.
O que de fato um Boeing 747 iraniano foi fazer em Buenos Aires é um mistério a esclarecer. O pior cenário para a região será descobrir algum tipo de colaboração entre a Argentina e o regime dos aiatolás sobre enriquecimento de urânio.
As desconfianças aumentam ainda mais ao se saber que na semana passada, enquanto o escândalo da aeronave se desenrolava entre Assunção, Buenos Aires e Montevidéu, o presidente argentino defendia o regime de Nicolás Maduro na reunião das Américas, em Los Angeles, ao mesmo tempo em que Maduro agradecia a colaboração do governo de Alberto Fernandes, desde Teerã…
*Cândido Prunes é advogado, pós graduado em Direito Econômico pela Universidade de São Paulo e no programa executivo de Darden – Universidade de Viriginia, é autor de “Hayek no Brasil”.
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