Professor da UNB afirmou concordar com a fala do presidente Lula quando ele reitera a presunção de inocência do ministro Juscelino Filho
por Sofia Pilagallo em 24/06/24 17:27
Afonso Marangoni recebe Thiago Aparecido, Mara Luquet e Glauco Peres no Segunda Chamada de sexta-feira (21) | Foto: Reprodução/ MyNews
Se tem algo que pode ser colocado em dúvida no Brasil, especialmente depois da Operação Lava Jato, é a credibilidade do sistema de Justiça, afirmou ao Segunda Chamada de sexta-feira (21) o cientista político Thiago Aparecido, professor da Universidade de Brasília (UNB). Ele afirmou concordar com a fala do presidente Lula (PT), quando ele diz que o ministro Juscelino Filho tem o direito de buscar provar a inocência, e que “todo cidadão é inocente até que se prove o contrário”. Juscelino Filho (União Brasil-MA) foi indiciado pela Polícia Federal recentemente depois de virar alvo de investigação pelo esquema de um desvio de emendas parlamentares em 2022.
“A credibilidade do nosso sistema de Justiça conta com a conivência de parte da imprensa brasileira que vende jornal em cima de sensacionalismo, de denuncismo barato, e deu no que deu. Deu na Lava Jato, deu no bolsonarismo”, afirmou Aparecido.
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“É preciso começar a levar muito a sério essa questão da presunção de inocência. É importante lembrar que Lula passou 580 dias preso, e que Bolsonaro foi eleito presidente porque Lula era a única pessoa capaz de derrotá-lo. Depois, a história mostrou que Lula era inocente de todos aqueles processos”, acrescentou.
O programa contou com a participação também do cientista político Glauco Peres, professor da Universidade de São Paulo (SP). Na ocasião, ele comentou os motivos que, para ele, levam Lula a não tomar a decisão de demitir ou punir Juscelino Filho. Para Peres, a conduta do presidente se explica pelo receio de perder apoio no Poder Legislativo. Apesar disso, avalia que manter o ministro no cargo também não tem resultado em ganhos políticos.
“Lula mantém o Juscelino, tentando com isso ter um bônus de apoio no Legislativo, mas ele nunca vem. E ele não banca a briga porque acha que vai ficar pior se perder o apoio”, disse Peres, ressaltando que o União Brasil é um partido com muitas lideranças, o que dificulta a situação. “O União Brasil é um partido que tem muito cacique para pouco índio. Então, naturalmente, é mais difícil conseguir uma unidade no partido para que haja um apoio sistemático.”
Assista abaixo a um trecho do Segunda Chamada de sexta-feira (21):
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