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A Substância: Você já sonhou com uma versão melhor de si mesmo?

Filme dirigido por Coralie Fargeat e estrelado por Demi Moore e Margaret Qualley ganhou prêmio no Festival de Cannes e dominou as redes sociais

por Camilla Lucena* em 20/12/24 20:27

Cena do filme A Substância | Foto: Reprodução

A Substância (2024) é uma ficção científica de terror dirigida pela cineasta francesa Coralie Fargeat e premiada pelo Festival de Cannes como Melhor Roteiro de 2024. O longa-metragem acompanha Elisabeth Sparkle (Demi Moore), uma atriz de 50 anos que, desesperada com o declínio da própria carreira, utiliza uma substância misteriosa que promete criar uma versão melhor, mais jovem e mais perfeita de si mesma. Após um processo agoniante envolvendo muitas agulhas, a duplicata Sue (Margareth Qualley) surge da coluna vertebral de Elizabeth e oferece à atriz uma nova chance de sucesso, mas as consequências logo se mostram sombrias e perturbadoras.

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O filme é uma sátira de 150 minutos que critica à ditadura da beleza, ao etarismo de Hollywood e à obsessão da sociedade pela juventude. Das maneiras mais bizarras possíveis, Fargeat utiliza elementos do horror corporal para explorar e expor os impactos causados pela pressão imposta às mulheres para manterem uma aparência jovem e atraente. A Substância se inspira em Frankenstein, de Mary Shelley, e Psicose, de Alfred Hitchcock, para intensificar a experiência do espectador frente a cenas grotescas, tornando o longa provocativo e, na maior parte do tempo, desconfortável.

Em relação à atuação, Demi Moore entrega uma performance notável, trazendo profundidade e nuances extremamente reais para a personagem. A atriz está sendo cotada como uma das indicações ao Oscar por sua atuação como Elisabeth. Embora tenha ganhado destaque entre os anos 1980 e 1990, e se tornado a atriz mais bem paga do mundo em 1995, Moore nunca levou uma estatueta para casa.

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Já Margaret Qualley se destaca como Sue, uma figura que personifica a dualidade entre inocência e sedução, encantando e chocando o público a cada segundo que permanece em tela. A atriz não se conteve – e também não parece ter se assustado – com todas as cenas de nudez e gore (subgênero do cinema de terror que, deliberadamente, se concentra em representações gráficas de sangue e violência) que protagonizou no filme, mergulhando de cabeça nas cenas sensuais e no sangue falso.

O filme reuniu fãs e críticos, sendo amplamente debatido nas redes sociais. Enquanto alguns elogiaram a abordagem ousada de Fargeat para criticar os padrões de beleza impostos pela sociedade, outros defenderam que o filme poderia ter deixado de lado as cenas bizarras para se aprofundar no desenvolvimento dos personagens e nas questões sociais apresentadas. Independentemente da opinião, é inegável que A Substância deixa uma impressão marcante e provoca reflexões necessárias sobre a forma como as pessoas lidam com a aparência e o envelhecimento.

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