Cultura

Mianmar

Ao menos 18 pessoas morrem em protestos contra golpe militar em Mianmar

Outras 30 pessoas ficaram feridas. Manifestações se espalharam pelo país após golpe do dia 1º de fevereiro

por Hermínio Bernardo em 28/02/21 16:32

Ao menos 18 pessoas morreram e 30 ficaram feridas neste domingo (28) em manifestações contra o golpe militar em Mianmar. Todas as vítimas são manifestantes que foram dispersados por forças de segurança. Os números foram divulgados pela ONU.

As mortes foram registradas em três cidades: Dawei, Bago e Yangon. Na semana passada, dois manifestantes morreram em um confronto com forças de segurança em Mandalay.

A emissora estatal MRTV informou que 470 pessoas foram presas somente neste sábado (27). Já a ONG AAPP, que ajuda presos políticos no país, afirma que mais de 850 pessoas foram detidas, acusadas ou condenadas, por participação nas manifestações.

Nobel da Paz Daw Aung San Suu Kyi. Foto: redes sociais
Nobel da Paz Daw Aung San Suu Kyi. Foto: redes sociais

Diversos países já se manifestaram condenando a repressão em Mianmar. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou sanções ao país.

Ele declarou que vai impor controles às exportações americanas e pediu a libertação dos presos políticos e que as Forças Armadas de Mianmar deixem o poder.

“Enquanto os protestos aumentam, a violência contra aqueles lutando por seus direitos democráticos é inaceitável e vamos continuar chamando atenção para isso. O povo de Mianmar está fazendo sua voz ser ouvida e o mundo está assistindo”, declarou Biden.

União Europeia e Reino Unido também fizeram manifestações condenando a escalada de violência. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também condenou a violência.

“O uso de força letal, intimidação e assédio contra manifestantes pacíficos é inaceitável. Toda pessoa tem direito à reunião pacífica. Apelo a todas as partes para que respeitem os resultados das eleições e voltem ao governo civil”, declarou Guterres pelas redes sociais.

Golpe

O golpe militar em Mianmar aconteceu no dia 1º de fevereiro, quando o exército tomou o Parlamento sob o argumento de que houve fraude nas eleições de novembro do ano passado.

Os militares cercaram os prédios do Parlamento, fecharam as entradas da capital do país, Naipidau, e prenderam líderes do partido e lideranças civis.

Uma das pessoas presas foi Daw Aung San Suu Kyi, uma figura controversa. Ela ganhou um Nobel da Paz em 1991 por causa da luta pela democratização de Mianmar, mas também é acusada de apoiar a perseguição à minoria muçulmana que vive no país, os Rohingyas – Mianmar é um país de maioria budista. Ela é acusada, inclusive, de se aliar aos militares para perseguir essa minoria e promover uma limpeza étnica.

San Suu Kyi foi presa porque além de presidente da NDL, o partido vencedor das eleições, era conselheira de estado. O cargo foi criado especialmente para ela, já que, por ter sido casada com um estrangeiro e ter filhos estrangeiros, não poderia assumir o cargo de primeira-ministra.

Mianmar vivia uma democracia desde 2011, depois de governado por militares por 50 anos. O principal partido do país é a Liga Nacional pela Democracia, que conquistou mais de 80% dos cargos nas eleições.

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