Deputada federal e autora da PEC que propõe o fim da escala 6x1 falou ao MyNews sobre a proposta, que está em vias de começar a tramitar no Congresso Nacional
por Sofia Pilagallo em 12/11/24 14:04
Deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) participa do Segunda Chamada de segunda-feira (11) | Foto: Reprodução YouTube/MyNews
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou ao MyNews, na noite de segunda-feira (11), que todas as iniciativas que partem de grupos oprimidos enfrentam “resistência avassaladora” na sociedade. A declaração veio enquanto ela comentava a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pelo fim da escala 6×1 — aquela em que o trabalhador tem direito a uma folga a cada seis dias trabalhados. O assunto ganhou as redes sociais nos últimos dias e está em vias de começar a tramitar no Congresso Nacional.
“Tudo aquilo que parte de grupos minoritários e oprimidos na sociedade enfrenta uma resistência avassaladora”, disse Erika durante participação no Segunda Chamada, acrescentando que opositores têm apresentado argumentos para tentar inviabilizar a PEC a todo custo.
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“É como se essas vozes [as vozes dos oprimidos] não pudessem falar, como se esses grupos não tivessem condições de produzir mudanças estruturais nas suas próprias vidas. Não podemos permitir que isso [argumentos que tentam deslegitimar a PEC] prospere”, acrescentou a deputada, ressaltando que fará o que estiver ao seu alcance para sustentar a viabilidade do proposta.
A PEC, de autoria de Erika em parceria com o vereador eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ), fundador do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), chegou a ser um dos assuntos mais comentados no X (antigo Twitter) nesta semana. Internautas têm usado as redes para pressionar os deputados a assinarem o requerimento de apoio à proposta, que precisa de 171 assinaturas para ser apresentada oficialmente. Até a noite de segunda-feira, o texto contava com 143 assinaturas.
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O objetivo da PEC, segundo Erika, é “transformar a realidade do trabalho” no Brasil e “dar dignidade ao trabalhador”, tirando-o de uma situação de vulnerabilidade e impedindo-o de trabalhar até a exaustão e a morte. Sem citar o nome da vítima ou da empresa, ela relembrou o caso de Luiz Felipe Dominicalli, ex-funcionário do Mercado Livre que cometeu suicídio em 19 de fevereiro deste ano.
Luiz Felipe tirou a própria vida minutos depois de ter sido demitido de um centro de distribuição em Cajamar, na Grande São Paulo, onde passou nove meses recebendo e destinando pacotes do Mercado Livre para embalagem. À época, o Sindicato dos Empregados do Comércio de Franco da Rocha de Região afirmou que a vítima “vinha sofrendo grave pressão psicológica por parte de seus superiores”, que impunham metas abusivas e condições de trabalho desumanas.
“Este não é um caso isolado”, disse Erika. “Nós precisamos que o trabalhador tenha tempo de estudar, de amar, de conviver com a sua família, de usufruir da cidade, da cultura, dos espaços. Precisamos de uma economia aquecida com o consumo desse trabalhador, que poderá escolher ir a um restaurante, um shopping, um parque, um cinema. Essa PEC discute dignidade e cidadania.”
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