Com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, pesquisa aponta declínio da popularidade presidencial e aumenta a crise de imagem do governo
por Vitor Hugo Gonçalves em 17/03/21 13:57
A rejeição à postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) frente ao combate à pandemia de covid-19 atingiu o percentual recorde desde o início da crise sanitária, há um ano. De acordo com a última pesquisa Datafolha, 54% dos brasileiros compreendem a gestão como ruim ou péssima, elevando a reprovação já vista na última consulta (48%), realizada em 20 e 21 de janeiro.
O resultado foi apresentado um dia após o Governo Federal anunciar o médico Marcelo Queiroga como ministro da Saúde, decretando, assim, a quarta mudança no comando da pasta.
A pesquisa mostra também que o índice daqueles que avaliam administração presidencial perante a crise como ótima ou boa decaiu de 26% para 22%, enquanto quem a vê como regular foi de 25% para 24% – 1% não souberam responder.
A atuação dos governadores, os quais, ao menos grande parcela, batem de frente com o posicionamento do chefe do Executivo, também foi tema do levantamento: para os 2.023 brasileiros adultos ouvidos pelo instituto, 344 (17%) consideram os dirigentes estaduais como os principais culpados pelo agravamento da pandemia – prefeitos receberam 9% das menções.
No total, 43% acreditam que Bolsonaro é o verdadeiro culpado pela atual situação da crise.
O resultado Datafolha repercutiu com veemência na esfera política, recentemente agitada pela possível volta do ex-presidente Lula à corrida eleitoral de 2022. Simpáticos ou não às figuras do ex e do atual mandatário, políticos de diversos partidos se posicionaram contra o negacionismo, defendendo diretrizes condizentes ao combate à pandemia.
Marcelo Freixo, deputado federal pelo PSOL-RJ, afirmou nas redes que “os brasileiros não querem um presidente que boicota a vacina e tripudia da dor de mais de 280 mil famílias despedaçadas pela covid”. Outros deputados, de diferentes ideologias políticas, também seguiram consoantes à fala de Freixo, como Kim Kataguiri (DEM-SP), que disse que “enquanto o restante dos países veem suas curvas de infecção e mortes diminuir, a pandemia no Brasil, novo epicentro do coronavírus, está totalmente descontrolada. Fruto de um governo imbecil e incompetente.”
João Amoêdo (NOVO-RJ) definiu Bolsonaro como o “principal culpado”, mas também direcionou sua crítica ao Congresso, responsável por endossar as ações federais.
Manuela d’Ávila (PCdoB-RS), que concorreu à vice-presidência em 2018 na chapa petista com Fernando Haddad, afirmou que a crescente no número de morte no Brasil é resultado de uma “política genocida” implementada pelo presidente e seus ministros.
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