Muitos estão dizendo que o metaverso não é ficção científica, mas sim o futuro da internet, algo que pode se tornar uma oportunidade de negócios nos próximos anos, além de mudar radicalmente a forma com que trabalhamos, estudamos, nos divertimos e vivemos
por Vivaldo José Breternitz em 15/11/21 16:41
Muitos estão dizendo que o metaverso não é ficção científica, mas sim o futuro da internet, algo que pode se tornar uma oportunidade de negócios nos próximos anos, além de mudar radicalmente a forma com que trabalhamos, estudamos, nos divertimos e vivemos.
Em 28 de outubro, o Facebook anunciou uma grande operação de rebranding, informando que adotaria um novo nome, Meta. O objetivo é ser vista como uma empresa focada no metaverso, não mais apenas uma rede social e um conjunto de aplicativos.
Segundo Mark Zuckerberg, o metaverso, apoiado na realidade virtual, vai permitir que nos teletransportemos para o trabalho, para um concerto ou para uma reunião de família em forma de holograma, uma imagem tridimensional muito semelhante a real, poupando tempo, trânsito e não prejudicando o meio ambiente – Zuckerberg previu que o metaverso alcançará um bilhão de pessoas na próxima década.
Também a Microsoft, em evento dirigido a empresas, anunciou seus planos para essa tecnologia, especialmente fornecendo ferramentas para o ambiente de trabalho. Outras empresas, como a Nvidia, a gigante americana de semicondutores e a plataforma de jogos Roblox também se movimentam, pretendendo surfar essa onda.
Os gigantes chineses Alibaba, ByteDance e Tencent também estão se movimentando: este último, em particular, registrou quase uma centena de marcas relacionadas ao metaverso, como fez a Nike, tradicional fornecedora de material esportivo.
O ecossistema que pode transformar nossas vidas também pode se tornar um mercado de bilhões de dólares: a Bloomberg Intelligence estima que os negócios na área podem chegar a US$ 800 bilhões, logo ali, em 2024, e que também deverão dar força às criptomoedas.
Também deverão ser gerados muitos milhares de empregos para desenvolvedores. A Meta, por exemplo, já anunciou que vai criar 10 mil novos empregos na União Europeia nos próximos cinco anos e a chinesa Tencent está buscando profissionais no exterior para trabalharem em projetos na área.
Mas algumas vozes relevantes levantam preocupações. “Quem definirá as regras? O mundo se tornará mais digital do que físico. E isso não é necessariamente a melhor coisa para a sociedade.”, disse o ex-CEO do Google, Eric Schmidt, ao New York Times.
Grandes mudanças geram grandes oportunidades, mas também grandes riscos. Como dizemos sempre: as big techs precisam ser vigiadas e não podemos permitir que aumentem seu poder desmensuradamente.
Vivaldo José Breternitz é doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, professor do Programa de Mestrado em Computação Aplicada da Universidade Presbiteriana Mackenzie
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