Chamado também de cacique Serere, que motivou atos terroristas em Brasília, foi preso nesta segunda-feira (12/12) a mando de Alexandre de Moraes.
por Bárbara Gualassi em 13/12/22 16:02
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro incendiaram dezenas de carros, ao menos um ônibus, e tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília nesta segunda-feira (12/12)
O estopim do vandalismo na capital do país, foi a prisão de José Acácio Serere Xavante, conhecido como “cacique Serere”, que é também pastor evangélico. Ele ficou conhecido por atuar na porta dos quartéis junto a apoiadores do presidente Bolsonaro (PL), que não aceitam o resultado das eleições.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, decretou a prisão do pastor baseado em um pedido da Procuradoria Geral da República que diz que Serere utiliza da posição de cacique do povo Xavante para instigar os indígenas a cometer crimes e atos golpistas.
No início de dezembro um grupo comandado por Serere invadiu a área de embarque do aeroporto internacional de Brasília direcionando mensagens de ódio ao atual presidente Lula (PT) e ao Supremo Tribunal Federal. Cererê é filiado ao partido Patriota, alinhado ao bolsonarismo, foi candidato a prefeito de Campinápolis no Mato Grosso e foi derrota com apenas 689 votos.
Após a sua prisão, os manifestantes e apoiadores do presidente tentaram invadir o prédio da polícia federal em Brasília. Enquanto estava detido, Serere gravou um vídeo para as redes sociais pedindo o fim dos confrontos entre manifestantes e policiais.
O Almoço do MyNews desta terça-feira (13/12), traz a ativista indígena e escritora, Márcia Kambeba para comentar sobre essas questões: “Não concordo com a forma com que o parente Xavante foi preso. Apontaram uma arma para seu filho de 10 anos e ameaçaram sua esposa. Foi um ato violento, característico da própria época que estamos vivendo. Todavia, não concordo com o posicionamento do parente (Serere), instigando a violência e a forma com que ele afrontou Alexandre de Moraes. Somos um povo há muito tempo violentado, invadido não somente em território, mas também na alma. O que representou a cruz na catequização? Essa invasão do nosso sagrado. E instigar o armamento, o vandalismo, isso não faz parte da nossa rotina de vivência como um povo”, completou Kambeba.
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