Para chefe de órgão regulador americano, mercado de criptomoedas é “Velho Oeste” de fraudes e riscos para investidores
por Juliana Causin em 06/08/21 19:42
Um “Velho Oeste” repleto de fraudes e riscos para investidores. Foi assim que o presidente da SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, Gary Gensler, definiu o mercado de criptomoedas, ao pedir que a agência tenha mais autoridade sobre o setor. Segundo ele, é preciso haver mais proteção para os investidores desse mercado “repleto de fraudes, golpes e abusos”.
Durante um fórum de segurança nos Estados Unidos, Gensler defendeu que o setor possa ser controlado ou regulamentado e pediu ajuda do Congresso Americano. “No momento, simplesmente não temos proteção suficiente para o investidor em criptomoeda”, disse ele, que é chefe do órgão de regulação dos mercados americanos. “Francamente, neste momento, é mais como o Velho Oeste”, acrescentou.
O chefe da SEC fez um apelo para que o Congresso dê ao órgão o poder de supervisão nas trocas de criptomoedas. Segundo ele “os tokens de ações, um token de valor estável lastreado em títulos, ou qualquer outro produto virtual” devem estar “sujeitos às leis de títulos”.
Quando criadas, as criptomoedas nasceram justamente com o intuito de serem moedas descentralizadas, sem o controle de um governo ou banco central, como acontece com as moedas tradicionais – dólar, real ou euro, por exemplo. O projeto, que começou o Bitcoin, indicava para um sistema que não se submetesse às regras de um país, mas sim dependesse de sua rede de pessoas investidoras.
Para o chefe da Comissão de Valores Mobiliários, a regulamentação é um caminho positivo para o mercado, além de necessário. “Se alguém quiser especular, essa é sua escolha, mas temos o papel de nação de proteger esses investidores contra fraudes ”, afirmou em entrevista recente à Bloomberg.
Em entrevista ao MyNews Investe, Rodrigo Batista, CEO da Digital.com, explica que o debate sobre a regulação do mercado de criptomoedas vem avançando nos últimos anos. “É uma discussão que já existe há alguns anos. Cada vez ela está mais aberta e mais pública. Antes era um debate que só as empresas eram convidadas a participar, em conversas a portas fechadas”, afirma ele, que foi fundador e é ex-socio do Mercado Bitcoin.
Segundo Batista, a questão tem avançado à medida que o mercado das criptomoedas cresce e se torna mais conhecido – tanto do público e investidores, quanto dos reguladores. Para ele, a regulação é um passo inevitável. “É um passo natural esse [da regulação]. Já existem conversas não só nos EUA, mas também no BIS [Banco de Compensações Internacionais], que a gente costuma falar que é o ‘Banco Central dos bancos centrais’”, diz.
Ele pondera que, para funcionar, essa regulação deve ser feita de forma que não impeça a inovação no setor. “A gente tem hoje a internet no formato dela justamente porque tivemos uma regulação tranquila no ambiente da internet, com incentivo à inovação. A gente espera que seja alguma coisa nessa linha”, avalia ele.
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