Há mais de 12 anos no mercado, as moedas digitais extrapolaram o universo online e se sustentam como uma interessante alternativa de investimento
por Alexandro Piske em 21/01/22 14:46
Talvez você não tenha se dado conta, mas já se vão mais de 12 anos desde que as criptomoedas estão por aí, encabeçadas pelo Bitcoin. Entre os que amam e os que odeiam essa alternativa de investimentos e até de compras em alguns países, as criptomoedas vêm se sustentando e passando pela prova do tempo como algo que realmente veio pra ficar.
Atualmente, há um valor de mercado nas moedas digitais próximo a US$ 2,1 trilhões, envolvendo cerca de 15 mil criptoativos. As operações com moedas digitais, particularmente os Bitcoins, aumentaram de forma exponencial nos últimos 12 meses. Nos EUA, dezenas de bilhões de dólares circulam praticamente livres pela criptoesfera, onde atua o blockchain, uma espécie de livro contábil compartilhado e imutável que facilita o processo de registro de transações bem como o rastreamento de ativos em criptos.
Mas o “mundo cripto” já existia muito antes de se tornar conhecido. Com avanço tecnológico, as moedas digitais se tornaram realidade no mundo globalizado que vivemos. A ideia de não ter mais intermediários nas negociações, principalmente governamentais, como no sistema tradicional, alimentou muitos os fãs da tecnologia, porém era algo ainda restrito a pessoas que tinham, além de acesso, conhecimento sobre esse mundo. Com o passar dos anos e a popularização da internet, a distância entre aquele mundo, frequentado apenas por nerds e distante do cidadão comum, vem diminuindo.
Colaborou muito para isso o interesse dos Estados Unidos pelas criptomoedas. A maior economia do mundo estimulou a aceitação das moedas digitais em grandes países, em vez de tentar combater. O que era visto por muitos como uma terra sem lei, é hoje aceito em todo o mundo e já faz parte e influencia a vida de bilhões de pessoas.
Até mesmo ao investidor comum, que pouco conhece esse mercado, hoje há opções de investimento em criptomoedas no Brasil, desde fundos até alternativas em instituições financeiras e grupos de investidores independentes.
Mas há riscos que precisam ser considerados pelos investidores. Entrar para esse mundo hoje exige cuidados, além de conhecer as características das moedas digitais, evitando fraudes ou perdas inesperadas. O mercado de criptomoedas é extremamente volátil, como a renda variável tradicional.
Com pouco mais de 12 anos em vigor, ainda se discute a regulamentação do ecossistema, o que dá margem a golpes. Importante sempre buscar instituições conhecidas que oferecem esses investimentos.
Por outro lado, há algumas vantagens importantes, como a oportunidade de internacionalizar a carteira de investimentos, pois o mercado de cripto ocorre em dólar. Além disso, em relação ao patrimônio acionário global, o mercado de criptos ainda tem bom potencial de crescimento.
O sistema financeiro tradicional e o mundo cripto coexistem atualmente de forma independente, mas são cada vez mais parte um do outro. A maior prova de que os nerds estavam certos (talvez não pela extinção do mundo analógico, mas sim pela disrupção tecnológica) é justamente a crescente aceitação de fundos, gestores e grandes instituições frente principalmente ao Bitcoin. Portanto, é bom o investidor estar preparado para um futuro cada vez mais dominado pelas moedas digitais.
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Alexandro Piske é especialista no mercado financeiro e um dos responsáveis pelo Cryptogroup, lançado pelo grupo SST, que reúne mais de 100 mil investidores independentes.
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